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Apontamentos e Resumos

de Geografia - 9º Ano

 

Actividades Económicas

Autores: David Gomes

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 11/08/2011

Apresentação: Resumo/Apontamentos sobre Actividades Económicas (Agricultura, Pesca e Aquacultura), realizado no âmbito da disciplina de Geografia (9º ano).

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Actividades Económicas

Actividades económicas

Definição: As actividades económicas são actividades exercidas pelo ser humano para satisfazer as suas necessidades.

As actividades económicas exercidas pela população activa de um país agrupam-se em sectores de actividade.

População empregada ou à procura de emprego. Em geral, consideram-se os indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e os 65 anos que estejam em condições de exercer uma profissão. Não se contam na população activa os estudantes, as domésticas, os militares, os religiosos, as crianças e os reformados.

O sector primário engloba as actividades que extraem directamente produtos da Natureza sem qualquer transformação. Exemplos: a agricultura, a pecuária, a pesca e a silvicultura).

O sector secundário inclui actividades que implicam a transformação da matéria-prima em produtos acabados ou semi-acabados (a indústria, a construção civil e obras públicas, o abastecimento de energia, etc.)

O sector terciário engloba todas as actividades relacionadas com o comércio, a distribuição de produtos, bem como os serviços (públicos e privados).

Nos países em desenvolvimento a tecnologia está pouco desenvolvida e a maior parte da população activa exerce actividades ligadas ao sector primário, com um grau de tecnologia baixo.

Nos países desenvolvidos é o sector terciário que ocupa a maior parte da população activa, daí se falar em terciarização da economia e da sociedade. O desenvolvimento tecnológico é muito avançado.

O sector terciário e a terciarização

Definição: sector de actividade que inclui as actividades económicas que comercializam os bens materiais e prestam diversos tipos de serviços.

O sector terciário caracteriza-se pela integração de uma grande quantidade de actividades, entre as quais se destacam o comércio, o alojamento, a restauração, os transportes, as actividades financeiras, as actividades imobiliárias, a administração pública, a defesa, a segurança social, a educação, a saúde e as comunicações.

Sabendo algumas classificações, as actividades como a microelectrónica, a biogenética e a indústria espacial podem ser designadas como sector terciário superior ou quaternário.

Nos países desenvolvidos, o sector terciário constitui o sector dominante da economia, daí falar-se em terciarização da economia. A diversificação das actividades do sector terciário resulta das mudanças que ocorrem na sociedade, nomeadamente alterações dos hábitos de consumo, alterações demográficas e entrada da mulher no mercado de trabalho.

Causas da terciarização:

. A democratização das sociedades que facilitou a massificação do acesso da população a um conjunto de serviços: educação, saúde e transportes.

. A melhoria do nível de vida e o desenvolvimento de novas necessidades que provocaram a multiplicação de empregos ligados ao turismo e às actividades de lazer.

. A crescente importância das actividades comerciais e de transporte.

Factores condicionantes da prática da actividade agrícola

Clima

O clima condiciona

Distribuição geográfica   das espécies

Natureza e o tipo de solo

 

Clima

 Temperatura:

. cada espécie desenvolve-se entre um limite máximo e um limite máximo de temperatura – a esse limite dá-se o nome de “limite de tolerância”

. cada espécie tem exigências térmicas diferentes consoante as diferentes fases do ciclo vegetativo: germinação, folhação, floração e maturação.

 Precipitação:

. a água intervém na fotossíntese 

. a água dissolve os sais minerais do solo para que possam ser assimilados

. a água no solo facilita o desenvolvimento de microrganismos indispensáveis ás plantas que transformam o húmus

. as exigências em água são diferentes consoante as espécies e cada espécie tem necessidades diferentes consoante a fase do ciclo vegetativo em que se encontra

Solo

Definição: camada superficial da crosta cuja espessura pode variar de alguns centímetros a vários metros e constitui o substrato de um grande número de espécies vegetais e animais.

A fertilidade do solo depende da percentagem adequada dos seus constituintes: substâncias minerais, orgânicas, água e ar.

Exemplos de solos adaptados a todas as culturas:

Solos francos

-80% de areias

-5% de húmus

-10% de argila

-5% de cálcio

Relevo

Os locais ideais para a prática da agricultura são as planícies, os vales férteis e planaltos não muito altos. Um dos locais onde a prática da agricultura é impossível é nas vertentes das montanhas.

Relevo

-exposição solar das vertentes

-altitude

-declive das vertentes

Factores humanos

Desenvolvimento tecnológico

-meios técnicos

-conhecimento científico

Agricultura

Sistemas de cultura

Definição: forma como a sociedade tira partido das suas terras. Abrange o conjunto de plantas escolhidas, o modo como as mesmas se associam e as técnicas ligadas à sua cultura.

Rendimento agrícola

Definição: quantidade de produto obtido por unidade de superfície cultivada

R.A. =   Produção  =  Kg/ha ou Ton/ha

           Superfície

Produtividade agrícola

Definição: relação entre o total de produção e o número de trabalhadores que interviram no processo agrícola

P.A.=         Produção         = Kg/ agricultor

         nº de trabalhadores

Tipos de agricultura

Agricultura tradicional

Objectivo da produção: produzir o suficiente para a alimentação da família do agricultor, ou seja, a subsistência ou autoconsumo.

Técnicas de cultivo: técnicas muito simples, tradicionais, passadas de geração em geração: afolhamento (divisão do campo em partes/folhas), rotação de culturas

Grau de mecanização: é baixo: quase todo o trabalho é manual. Por vezes, recorre à ajuda dos animais para a execução das várias tarefas.

Utilização de fertilizantes: geralmente naturais (estrume).

Explorações agrícolas: são de reduzidas dimensões – minifúndios.

Sistema de cultura: a agricultura tradicional utiliza um sistema predominantemente policultural, podendo ser intensivo ou extensivo.

Rendimento agrícola: o rendimento agrícola é baixo

Produtividade agrícola: a produtividade agrícola é baixa.

Agricultura moderna

Objectivo da produção: os destinos da produção são o mercado externo e interno. O objectivo é procurar obter a máxima produção com o menor investimento possível, para obter grandes lucros. Agricultura especializada: cada exploração agrícola especializa-se em produções adaptadas às características do clima, do relevo e do solo e às necessidades do mercado.

Técnicas de cultivo: utiliza técnicas muito sofisticadas, nomeadamente:

. estudo e correcção dos solos (análise dos solos e fornecimento do solo);

. sistemas de irrigação adequados às necessidades das culturas (gota a gota, pivot, aspersão);

. utilização de estufas (produtos de outras latitudes, o ano inteiro, protegidos de geadas e outros fenómenos climáticos, maior produção);

. selecção de sementes;

. través da manipulação genética, criam-se alimentos transgénicos ou OGM (organismos geneticamente modificados) – organismos cujos genes foram modificados ou manipulados pelo Homem, exibindo características particulares de espécies diferentes das suas (pág.66).

Grau de mecanização: agricultura muito mecanizada.

Utilização de fertilizantes: recorre principalmente a fertilizantes químicos

Explorações agrícolas: agricultura praticada em grandes explorações (latifúndios)

Rendimento agrícola: o rendimento agrícola é elevado

Produtividade agrícola: a produtividade agrícola é elevada

Sistemas de cultura: sistema predominantemente monocultural, normalmente intensivo

Localização: esta agricultura predomina nos países desenvolvidos

Agro-indústrias

Definição: indústrias ligadas ao sector agrícola que se organizam segundo um sistema que compreende a produção, o acondicionamento, a transformação e a comercialização dos bens-agrícolas.

Exemplo: polpa de tomate.

Impactes/Consequências da actividade agrícola

Positivos

. Fornece alimentos

. Gere emprego   (Gere riqueza)

. Dinamiza muitas actividades quer a jusante (ex. agro-indústrias), quer a montante (ex. indústrias de equipamento agrícola).

Negativos

. Degradação da cobertura vegetal (pág. 42 a pág. 46)

Causas da desflorestação

. fogos florestais, tanto de origem natural como humana;

. necessidade de alargamento das áreas destinadas à agricultura e à pecuária

. a extracção de madeira para alimentar a indústria de construção, do mobiliário e do papel

. abate para uso energético

. a expansão urbana

. desenvolvimento das vias de comunicação

. incremento das áreas turísticas

. a poluição atmosférica e os fenómenos daí resultantes como, por exemplo, as chuvas ácidas

Consequências da desflorestação

. redução da biodiversidade, devido à diminuição do número de espécies vegetais e animais

. erosão dos solos e a desertificação

. alteração climática, devo à redução da evapotranspiração

. diminuição das precipitações, em resultado da diminuição da humanidade atmosférica

. aumento do efeito estufa, devido ao aumento do dióxido de carbono na atmosfera

. redução da produção de oxigénio

A degradação dos solos

Poluição das águas interiores (rios, lagos e aquíferos)

Poluição genética 

Nas últimas décadas com o objectivo de produzir alimentos que apresentassem maior rendimento, maior resistência a pragas e melhor qualidade, o Homem procedeu à modificação genética de algumas espécies, dando origem aos organismos geneticamente modificados (OGM) e, por consequência, a alimentos transgénicos, como o triogo, o milho, o arroz e a soja.

Ser transgénico: ser com características de outro ser

Vantagens dos OGM (organismos geneticamente modificados):

. melhor produção;

. alimentos resistentes a pragas e doenças.

Desvantagens dos OGM:

. do cruzamento entre plantas transgénicas se e plantas normais, nascem sempre plantas transgénicas. Então, há o risco de a biodiversidade acabar;

. problemas de contaminação ambiental, nomeadamente o aumento da contaminação dos solos e lençóis freáticos;

. potenciais riscos para a saúde humana e animal, ainda hoje desconhecidos.

Estes alimentos geneticamente manipulados começaram a ser introduzidos em maior escala no mercado mundial, a partir de 1996, sobretudo no mercado americano. Desde então, o seu cultivo tem vindo progressivamente a aumentar.

Nos últimos anos, surgiram movimentos de consumidores contra a comercialização destes alimentos, principalmente quando não está convenientemente identificada a sua composição.

Agricultura Biológica

Face aos problemas provocados pela agricultura moderna surgiu a agricultura biológica.

É um tipo de agricultura que não utiliza produtos químicos. Baseia-se em processos de cultivo naturais e ecológicos e recorre ao apoio científico para o estudo dos solos. O combate às pragas é feito utilizando insectos e bactérias. A fertilização é feita utilizando compostos orgânicos (provenientes da criação de gado e da compostagem).

Este tipo de agricultura apresenta baixo rendimento, o que o torna o preço dos produtos ao consumidor elevado. No entanto, esta agricultura não polui nem o solo nem as águas, não emite gases para a atmosfera, favorece a biodiversidade e os produtos são mais saudáveis.

Principais características

A agricultura biológica é uma agricultura extensiva, muito diversificada, com rotações equilibradas e estudadas de longa duração, fertilização baseada na utilização de compostos orgânicos, recurso a bactérias e insectos que auxiliam no combate a pragas e doenças, utilização de métodos e técnicas de agricultura tradicional, integração perfeita dos animais nas explorações.

Resultados

Melhor qualidade nutritiva nos produtos alimentares, com mais sabor e mais saudáveis, manutenção da fertilidade dos solos, protecção da biodiversidade, uso saudável da água, solo e ar (menos poluição), criação de emprego.

Definição

A agricultura biológica é um sistema de produção de base ecológico que promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola ao fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos (ciclos de desenvolvimento das plantas) e a actividade biológica do solo.

A pesca

A actividade piscatória insere-se no sector primário e consiste na extracção, das águas do mar, dos rios, dos lagos, dos viveiros, de recursos alimentares como: peixe, crustáceos, moluscos, sal e algas.

A actividade piscatória assume grande importância nas regiões costeiras.

Plataforma continental: zona pouco profunda que prolonga os continentes podendo atingir até 200 metros de profundidade. Esta zona e muito rica biologicamente. O declive é fraco e a largura é variável.

Factores que condicionam a actividade piscatória

As plataformas continentais

Riqueza piscatória das plataformas continentais

A abundância de recursos piscícolas deve-se à grande quantidade de plâncton pois aí as águas são pouco profundas o que permite a maior penetração da luz indispensável ao desenvolvimento do fito plâncton. As águas são mais agitadas e, por isso, mais ricas em oxigénio e possuem menor teor de sal em resultado da mistura com a água doce dos rios que desaguam ao longo do litoral. São mais ricos em nutrientes transportados quer pelas correntes marítimas quer pelas águas dos ricos.

As correntes marítimas

As zonas de contacto entre correntes frias e quentes são ricas em pescado porque tendo essas correntes temperaturas e salinidades diferentes, nas zonas onde as mesmas se interpenetram, acumulam-se espécies adaptadas às características da água de cada uma delas. Por outro lado, as correntes arrastam grandes quantidades de plâncton oriundo de zonas muito diferentes e renovam a água.

Upwelling

O upwelling consiste na subida à superfície de águas frias, ricas em nutrientes. É um fenómeno que pode ocorrer em zonas em que os ventos fortes afastam as águas superficiais para longe da costa, facilitando a ascensão das águas profundas.

O upwelling é responsável pela elevada quantidade de sardinha na costa norte de Portugal.

As grandes zonas de pesca

Atlântico Nordeste

. a plataforma continental atinge muitos quilómetros de largura

. grande abundância de plâncton

Atlântico Noroeste

. encontro da corrente quente do Golfo do México com a corrente fria do Labrador

. extensa plataforma continental

Pacífico Nordeste

. águas ricas em plâncton

. encontro da corrente fria de Oya-Suvi com a correbte quente de Curo-Sivo

Pacífico Sudeste

. banhados pela corrente fria de Humbolt

Tipos de pesca

As técnicas utilizadas na captura do pescado permitem distinguir dos tipos de pesca: a pesca tradicional ou artesanal e a pesca industrial.

Pesca tradicional

Este tipo de pesca realiza-se junto à costa. As técnicas utilizadas são rudimentares: arpões, redes manuais, canas e linhas de pesca. As embarcações são de pequena dimensão com tripulação reduzida e a permanência no mar, na maior parte das vezes, não ultrapassa um dia. A quantidade de capturas é reduzida e o pescado destina-se ao autoconsumo ou ao mercado local.

A pesca tradicional é praticada essencialmente nos países em desenvolvimento, seguindo tradições passadas de geração em geração.

Pesca industrial

Este tipo de pesca faz-se em alto mar, com elevado número de tripulantes e com embarcações de grandes dimensões e bem equipadas, com instrumentos de comunicação, de detecção de cardumes (radar) e de atracção dos peixes (sonar).

Os navios são autênticas fábricas flutuantes que conservam e transformam o pescado em alto mar, permitindo a permanência no mar por longos períodos de tempo equipados com modernas técnicas de conservação e transformação do pescado (câmaras para congelação, salga, secagem, etc.). Por vezes, esta actividade tem apoio satélite para detecção dos cardumes. A quantidade de pescado é grande, pelo que o rendimento e a produtividade são elevados. O total de capturas destina-se à indústria de congelados, de conservas e ao abastecimento de grandes superfícies comerciais. A pesca industrial é praticada essencialmente por embarcações de países desenvolvidos.

Síntese da pesca industrial:

. uso de técnicas de detecção de cardumes como o sonar, meios aéreos e informação via satélite;

. recurso a técnicas de captura como o arrasto, o cerco, a sucção e redes de deriva que permitem obter grandes quantidades de peixe;

. longa permanência no mar praticada em áreas longínquas, em águas internacionais.

Medidas para a preservação das espécies piscícolas

Os avanços tecnológicos das técnicas de pesca, ao permitirem o aumento da quantidade de capturas (sobreexploração de recursos piscícolas), põem em perigo de extinção algumas espécies marinhas:

. Definição de quotas de pesca – limites máximos de captura para cada ano, para as espécies menos abundantes ou sobreexploradas;

. Estabelecimento de malhagens mínimas das redes, de tamanhos e pesos mínimos das espécies a capturar;

. Restrições de peixe em certas zonas e também, nalguns casos, em determinadas épocas do ano ou com determinadas artes de pesca (arrasto, sucção).

Aquacultura

Uma das formas de preservar a vida marinha é a prática da aquacultura ou aquicultura, que consiste na criação de espécies marinhas (crustáceos, moluscos, peixe e algas) e viveiros.

Definição: prática que consiste na criação em viveiros de peixes, moluscos, algas e crustáceos, destinados a efectuar o repovoamento de certas áreas ou ao consumo directo.

Há dois tipos de aquacultura, a extensiva e a intensiva:

1 - Extensiva: é feita em áreas delimitadas de água salgada em que o desenvolvimento das espécies é assegurado principalmente pelo alimento natural contido na água (plâncton).

2 - Intensiva/Industrial: feito em tanques onde a alimentação das espécies é feita à base de rações.

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