Energias e a Industria

Energias (fontes de energia)

Não renováveis

1. Carvão

No início o carvão era apenas uma fonte enérgica para a indústria e começou a ser utilizada no século XIX (pão da indústria), mas caiu em favor do petróleo. Hoje em dia também é utilizado como matéria-prima (indústria carboquímica).

A nível mundial e até à década de 60, o carvão foi a principal fonte energética.

Utilizações do carvão: como fonte de energia e como matéria-prima para algumas indústrias (carboquímica: fibras sintéticas, produtos farmacêuticos, tintas, amoníaco, etc.)

Problemas da utilização do carvão:

. Fraca rentabilidade (muitas toneladas para produzir pouca energia);

. Difícil extracção e transporte;

. Recurso não renovável;

. Elevada poluição que a sua combustão provoca ao libertar CO2 (gás efeito de estufa), dióxido de enxofre (chuvas ácidas) e óxidos de azoto (efeito de estufa e chuvas ácidas).

Principais produtores

1. China

2. E.U.A.

3. Rússia

4. Índia

5. Austrália

2. Petróleo

Utilizações: indústria petroquímica e transportes.

Problemas do petróleo:

. Recurso não renovável;

. Ser poluente porque a combustão liberta CO2, dióxido de enxofre, óxidos de azoto (contribui para o efeito de estufa e para as chuvas ácidas).

Principais produtores:

1. Arábia Saudita

2. Rússia

3. E.U.A

O petróleo é principalmente usado no sector dos transportes, mas já em forma de gasóleo ou gasolina.

3. Gás Natural

O gás natural tem uma grande vantagem em relação ao petróleo e ao carvão: menos poluição porque a sua combustão não liberta nem dióxido de enxofre, nem dióxido de carbono e os óxidos de azoto libertadores são em menor quantidade.

Desvantagens do gás natural:

. Recurso não renovável

. O seu transporte levanta alguns problemas, é necessário proceder
à sua liquidação, podendo assim transportar-se por barco e depois, antes de o usar, é necessário proceder à sua regaseificação.

Grandes produtores:

1. Rússia

2. E.U.A.

3. Canadá

4. A energia nuclear

A energia nuclear obtém-se pela desintegração dos núcleos de certos elementos pesados (fissão) ou por reunião de certos elementos leves (fusão).

Nas centrais nucleares tradicionais utiliza-se o urânio.

Problemas:

. Resíduos radioactivos (colocados no fundo do Oceano) como durante muitos anos se fez, poderão contaminar as águas e toda a cadeia alimentar marinha;

. Perigo de acidentes (fuga radioactiva para o exterior da central. Estas fugas provocam intensa contaminação, uma vez que com a ajuda dos ventos podem atingir grandes distâncias);

. Custos elevados – quer o investimento inicial quer a manutenção e a segurança destas centrais tornam-nas muito dispendiosas em comparação com as outras centrais, deste modo só é estável se a produção for elevada, à qual terá de corresponder uma procura também elevada, por isso, só os países industrializados têm capacidade para esses custos;

Energias renováveis

Vantagens:

. Recursos endógenos (do próprio país);

. Pouco poluentes;

. Não se esgotam.

Aplicações:

. Podem ser aplicadas na produção de energia térmica ou mecânica. Todas elas são utilizadas na produção de electricidade.

Problemas/Limitações:

. Algumas ainda estão numa fase experimental pelo que os investimentos são muitos elevados;

. Grande dependência destas energias em relação aos factores naturais (sol, vento, água, marés). Assim, a sua produção fica limitada aos locais onde existem as condições naturais necessárias e ainda assim sujeita a alguma irregularidade ao longo do ano, de acordo com a variação anual dessas mesmas condições naturais.

A Indústria

Definição: actividade que transforma matéria-prima em produtos acabados ou semiacabados, com consumo de energia e dispêndio de trabalho.

Se dividirmos a indústria e a classificarmos em relação ao destino da produção os vários tipos de indústria podem classificar-se como indústria de bens de consumo ou indústria de bens de equipamento.

Indústria de produção de bens de consumo: indústria que produz bens que são consumidos directamente, como: vestuário, livros, calçado, etc.

Indústria de produção de bens de equipamento: indústria que produz bens para equipar outras indústria e/ou outras actividades como tractores, barcos, linhas de montagem, cimento, química, etc.

Características das indústrias de bens de equipamento

. Grandes consumidores de matéria-prima e energia;

. Exigem grandes investimentos;

. Exigem avançada tecnologia;

. Exigem pessoal especializado;

. Grande importância económica – são o suporte de toda a estrutura produtiva de um país – todos os países que não possuam uma sólida e diversificada indústria de bens de equipamento, só podem desenvolver a sua indústria de bens de consumo, agricultura e as outras actividades económicas recorrendo às indústrias de bens de equipamento de outros países, dos quais têm que importar todo o equipamento de produção, não podendo por isso dispor de uma verdadeira autonomia económica.

Características das indústrias de bens de consumo

. São geograficamente dispersas;

. Extremamente diversificadas (alimentares, vestuário, calçado, mobiliário, etc.)

Indústria de ponta (quanto ao nível tecnológico)

. Empregam tecnologia de ponta;

. Recorrem a uma constante pesquisa científica muitas vezes em ligação com universidades, centros de investigação, laboratórios…;

. Empregam pessoal altamente qualificado.

Exemplos: aeronáutica, aeroespacial, informática, bioquímica, telecomunicações.

A localização industrial

Século XVIII e XIX

No século XVIII e XIX, os transportes ainda não estavam muito evoluídos, portanto a matéria-prima e a energia (carvão) eram de difícil transporte, fazendo com que as zonas industriais se localizassem ou perto das fontes de energia (minas de carvão) ou perto das fontes de matéria-prima (ferro).

Século XX

A localização industrial tornou-se menos dependente destes factores porque se deu:

. Diversificação das matérias-primas;

. Crescente utilização de novas fontes de energia facilmente transportáveis (electricidade, petróleo e gás natural);

. Grande desenvolvimento dos transportes e das comunicações.

Factores de localização industrial

Definição: razões que influenciam a escolha do local para a instalação da indústria

Factores: energia, matéria-prima, espaço, capital (equipamento), mão-de-obra, transportes, mercado consumidor

Se a indústria é condicionada pela mão-de-obra, tende a localizar-se em regiões onde esta abunda. É o caso das indústrias têxteis, de confecção, de calçado e artes gráficas. Se é condicionada pela existência de mão-de-obra qualificada, tende a localizar-se próximo de centros de investigação e universidades (cidades ou periferias de cidades). Este é o caso da óptica e da electrónica.

Se a indústria e condicionada pelas matérias-primas, tende a localizar-se junto à fonte fornecedora. É o caso das indústrias de conservas, de lacticínios, cimenteiras, etc. Quando as indústrias utilizam grandes quantidades de matéria-prima em relação ao final, instalam-se junto à fonte de matéria-prima. Isto acontece com a indústria da pasta para papel e das refinarias de açúcar. Quando utilizam matérias-primas que se estragam facilmente, também se instalam junto à fonte de matéria-prima, como acontece na indústria das conservas de peixe.

Se a indústria é condicionada pelo mercado consumidor, tende a localizar-se próximo dos centros urbanos, porque os produtos têm de ser consumidos. Este é o caso da panificação.

Razões que levam as indústrias a localizarem-se nas áreas suburbanas nos parques industriais

. Disponibilidade de terreno a preços baixos;

. Proximidade do mercado consumidor;

. Boas vias de comunicação;

. Abundância de mão-de-obra quer em quantidade, quer em qualidade;

. Proximidade de universidades e centros de investigação.

Razões que levam as indústrias a localizarem-se nas áreas portuárias

. Escoamento fácil do produto acabado, sobretudo se se destina à exportação;

. Fácil acesso a matérias-primas e a fontes de energia importadas.

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