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Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Biologia - 10º Ano

 

Lince Ibérico

Autores: Andreia Pereira

Escola: Escola não identificada

Data de Publicação: 20/12/2007

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre animais em vias de extinção, tendo sido escolhido o lince ibérico, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (10º ano). Ver Trabalho Completo

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Lince Ibérico

Espécie em vias de extinção

 O lince ibérico é o felino mais ameaçado do mundo. Apenas existe uma pequena parte de linces em áreas protegidas.

Historia

Em 1500 a.C. o Lince -ibérico ocupava toda a área entre Portugal e o Cáucaso, confinando-se depois à Península Ibérica, que ocupava na totalidade em meados do séc. XIX, sendo ainda muito comum no sul no início do séc. XX. Actualmente é o carnívoro mais ameaçado da Europa e o felino mais ameaçado do mundo.

Lince-ibérico é uma espécie especializada, dependente dos bosques e matagais densos com pouca presença humana para abrigo, e do Coelho-bravo, o qual constitui 80-100% da alimentação. O habitat perfeito de ambas espécies é o mosaico de matagal denso e pequenas clareiras fomentado pela agro-pecuária tradicional. A escassez de coelhos impede o Lince de se reproduzir e provoca o seu desaparecimento progressivo.

Entre 1960 e 1990, perdeu-se 80% da sua área de ocorrência, tendo algumas populações perdido até 75% dos efectivos em 10 anos. Da actual população ibérica, extremamente fragmentada, de 800-1000 indivíduos, apenas existem em Portugal (segundo dados anteriores a 1998) 40-53, distribuídos por 5 pequenas populações: Algarve/Odemira (19-23 indivíduos), Vale do Sado (6-8), Malcata (7-9), S. Mamede (4-6) e Guadiana (4-7), as últimas três em contacto com populações espanholas. Ocorre também com estatuto indeterminado no Gerês, Montesinho, pinhais de Mira e Serra de Ossa. Dados recentes indicam que o declínio prossegue, pelo menos na Malcata, onde se encontra quase extinto.

Causas Em Portugal

A extinção quase total do lince resultou da:

. Perseguição activa (anos 40-70);

. Destruição do habitat pela agricultura, em especial na "campanha do trigo" (anos 30-50);

. Das epidemias de mixomatose (anos 60-70)

. Doença Hemorrágica Viral (DHV) (anos 90) no Coelho-bravo;

. Do declínio da agricultura e pecuária tradicionais (1960-70)

. E da "eucaliptização" (1970-80).

As ameaças actuais ao lince incluem:

. A desflorestação ou seja a perda do seu coberto arbustivo por construção de barragens e rodovias de alta velocidade

. Desaparecimento do coelho-bravo que é um dos componentes principais da sua alimentação devido a doenças, caça excessiva e perda de habitat

. Abate ilegal em coutos de caça e em batidas a raposas e javalis, e pelo atropelamento em rodovias.

O que acontece em Portugal?

. Só uma pequena parte, muito reduzida da população de lince existe em áreas protegidas, e só na Malcata têm sido aplicadas, medidas de melhoramento do habitat, mas pouco eficazes pois são medidas descontinuas e aplicadas por sectores

. Foram desprezadas na proposta de Rede Natura 2000 áreas importantes para a recuperação das populações de lince, como a área de Luzianes (Odemira) e a Serra de Penha Garcia, entre outras.

. Não há Planos de Gestão dos Sítios Natura 2000 nem medidas preventivas da sua degradação, que se tem agravado significativamente.

. Não avançou o Plano Nacional de Conservação do Lince nem tentativas de correcção da aplicação dos fundos comunitários, especialmente ao nível florestal;

. Não existem medidas significativas de recuperação do Coelho-bravo;

. Não existem acções de divulgação dirigidas a grupos -alvo prioritários;

. Não se prevêem incentivos através de planos zonais, eficazes para promover a conservação do Lince e do seu habitat;

. A actual proposta de traçado da auto-estrada do sul (A2) na Serra do Caldeirão, continua a atravessar habitats sensíveis;

. A construção da barragem de Odelouca destruirá uma área importante de habitat, sem medidas compensatórias aceitáveis;

.  As práticas ilegais dentro das ZCEs continuam em agravamento;

. A investigação sobre o bosque e matagal mediterrânico é principiante, demasiado sectorial ou inexistente, sendo duvidosa a continuidade da investigação sobre o Lince e o Coelho-bravo.

Características do “bicho”

. Predador

. Esconde-se nos lugares mais discretos do matagal mediterrânico

. Estrutura média que varia entre os 80 a 110 cm de comprimento

. Peso que vai desde os 12 aos 20 kg.

. Pêlo cor de mel, sedoso, curto e com manchas negras que lhe permitem passar despercebido no seu habitat natural

. Possui umas orelhas rematadas por um conjunto de pêlos escuros e uns olhos amarelos-esverdeados.

Habitat - Situação actual

Em Portugal as populações actuais de lince ocupam principalmente certas regiões montanhosas, mas também algumas áreas planas do Sul e Centro.

Devido à perda de habitat e ao desaparecimento do coelho-bravo, a espécie apresenta no nosso País (à semelhança do que sucede em Espanha) uma distribuição extremamente dividida (ver figura), cuja área deverá constituir menos de 10% da distribuição Ibérica.

Alguns núcleos portugueses encontram-se muito para o ocidente e as populações encontram-se nas fronteiras, e a maior parte da área destes núcleos pertence aos Espanhóis. Actualmente talvez não haja mais de 50 indivíduos em todo o País. As estimativas populacionais mais recentes efectuadas em Espanha referem a 1000 1200 linces em todo o território, dos quais cerca de metade serão indivíduos adultos.

As principais populações portuguesas de Lince-ibérico associam-se a quatro regiões nas quais a presença da espécie assenta sobre raízes antigas e é consolidada com dados recentes.

Algarve

Este felino aparece nas montanhosas de Espinhaço de Cão, Monchique e Caldeirão mas a população esta isolada desde os anos 40. O Lince ocupa cerca de 650 Km, sendo esta a maior área em Portugal de ocorrência do lince apesar do elevado grau de divisão que apresenta.

Existem ainda cinco núcleos onde aparecem linces que ainda se encontram ligados por "corredores" com bons habitats. Estima-se que a população seja constituída por cerca de 20-25 Linces, decrescendo a densidade e os indícios de reprodução de Oeste para Este. As ameaças actuais mais importantes são o desaparecimento de coelho-bravo, a falta de floresta e os incêndios de Verão. Em Portugal são dados ao Lince, vários nomes vernáculos, consoante a região. No Algarve, a espécie era originalmente denominada "gato-cravo", "gato-lince" e "liberne".

Contenda-Barrancos

Existe muito pouca informação sobre a população de linces desta zona, mas segundo os estudos existe um retorno de linces. Parte dos Linces estão com certeza associados à existência do Perímetro Florestal da Contenda, mas a área ocupada é muito pouca. Este núcleo parece estar isolado de outros em Portugal, mas é chegado com a população Espanhola da Serra Morena ocidental, constituída por cerca de 53 indivíduos. Nesta área é denominado popularmente por "gato-cravo".

Serra da Malcata

Nos últimos 20 anos, esta foi a população de linces que melhor foi estudada em Portugal, encontram-se na área montanhosa da Beira inferior, e existe um possível retorno de linces a este espaço.

Em 1990-92 já era composta apenas por 5-8 Linces que ocupavam cerca de 127 Km em reduzida densidade.

Nos últimos três anos a queda acentuou-se como resultado do desaparecimento do coelho-bravo (intensificada pela actuação da DHV), e da destruição e degradação do habitat, tendo as zonas de reprodução sido as mais afectadas. É difícil avançar com uma estimativa actual da população da Malcata, mas a situação deverá ser crítica. Na Beira interior, tal como no Nordeste Alentejano, o felino é conhecido por "lobo-cerval".

Vale do Sado

Esta região alberga uma população pequena e dispersa, que é considerada como a "sobra" de uma população maior e ligada com o Algarve (ALG) até meados deste século, através das bacias do Tejo e do Sado. O actual isolamento e situação precária são o resultado de profundas alterações do habitat que decorreram nos últimos 50 anos, e da mortalidade por causas humanas, esta com grande incidência nas décadas de 50, 60 e 70. Porém, o Lince ainda aparece de forma fragmentada e em pequeno número nas áreas que mantêm habitat favorável. "Liberne" é o nome vernáculo atribuído nesta região, ainda na memória dos mais idosos.

Questões & Respostas

I. Qual o animal “favorito” da alimentação do lince?

O animal que mais entra na dieta do lince é o Coelho-bravo.

II. Actualmente quantos linces ainda existem em Portugal?

Actualmente em Portugal existem ainda cerca de 48 a 53 linces (pesquisas anteriores a 1998).

III. Enumere quatro causas em Portugal que levaram à extinção do lince e o que provocaram.

As quatro causas em Portugal que levaram o lince à extinção foram a perseguição activa de 1940 a 1970, a este animal que reduziu drasticamente a população existente, a eucaliptização de 1970 a 1980 que destruiu o habitat ao lince, a doença hemorrágica Viral (DHV) em 1990 que matou muitos Coelho-bravo levando o lince praticamente à fome e também as epidemias de mixomatose de 1960 a 1970.

IV. Indique duas ameaças actuais ao lince.

Duas ameaças actuais ao lince residem na desflorestação e construção de barragens que lhe destroem o habitat e que matam espécies como o Coelho-bravo e que também o acabam por matar.

V. Baseando-se nos artigos, redija um texto evidenciando razões para que em Portugal exista cada vez menos linces

Em Portugal existem cada vez menos linces devido à despreocupação da população sobre este facto, muitos programas de conservação do Lince e do Coelho-bravo já foram pensados, mas nunca vão à vante devido ao preço das campanhas. Alguns dos projectos chegam mesmo a começar mas nunca acabam, devido a negligência no trabalho. Outra razão para a reduzida população de linces é o facto de muitos caçadores, andarem a caçar o Coelho-bravo e também quando vêem o lince também o abatem sem razão nenhuma, só o querem para troféu. E também nas zonas onde ele aparece muitas das pessoas matam-nos porque pensam que são perigosos ou que podem matar os animais que possuem. Mas as causas não se ficam só por aqui, a construção de estradas, de barragens…etc.

VI. Quais são as principais áreas ocupadas pelo lince em Portugal?

As principais áreas ocupadas pelo lince são as áreas montanhosas e algumas áreas planas do sul e centro do país.

VII. Quais os nomes dados ao lince no Algarve e no Vale do Sado.

O lince no Algarve é chamado de"gato-cravo", "gato-lince" e "liberne” e no Vale do Sado é apelidado apenas de “liberne” tal como no Algarve.

VIII. Algumas medidas podiam ser tomadas para preservar esta espécie. Refira algumas.

Algumas medidas que podiam ser tomadas baseiam-se em haver protecção ao lince, para não ser morto por pessoas, criar programas de recuperação para ele e para o Coelho-bravo e também a criação de linces em cativeiro para recuperar a espécie.

 

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