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Trabalhos de Biologia - 12º Ano

 

Doenças Auto-Imunes: Lúpus e Diabetes Insulinodependente

Autores: Hugo Ribeiro

Escola: Escola Secundária de Valongo

Data de Publicação: 26/08/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre doenças auto-imunes, mais especificamente, a diabetes melitus insulinodependente (tipo I) e o lúpus eritematoso sistémico e discóide, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano).

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Doenças Auto-Imunes: Lúpus e Diabetes Insulinodependente

Introdução

O tema deste trabalho é doenças auto-imunes, mais especificamente, a diabetes melitus insulinodependente (tipo I) e o lúpus eritematoso sistémico e discóide.

As doenças auto-imunes são uma situação médica em que o organismo torna-se hipersensível a antigénios específicos das suas próprias células ou tecidos, atacando-os. A diabetes melitus insulinodependente (tipo I) é uma doença crónica do pâncreas na qual níveis excessivamente baixos de insulina são libertados no organismo. O lúpus eritematoso sistémico é uma doença em que os anticorpos reagem contra as suas células normais, podendo afectar várias partes do corpo enquanto o lúpus eritematoso discóide apenas afecta a pele.

O objectivo resume-se ao estudo destas doenças de forma a conhecer melhor a origem e a cura. Destinando-se à disciplina de Biologia, este trabalho tem como tema um dos conteúdos programáticos que se deverão estudar.

O motivo que conduziu à sua realização foi estudar doenças que surgem da auto-imunidade cujo estudo será efectuado na disciplina indicada. Assim, a professora de Biologia distribuiu várias doenças auto-imunes e da imunodeficiência por todos os alunos da turma aleatoriamente, cabendo a mim a realização do trabalho sobre o tema que me foi sorteado.

Toda a informação pesquisada visa responder a várias perguntas que deverão ser respondidas para todos os conhecimentos sejam adquiridos de forma correcta. Assim perguntas como “o que é?”, “quem está em risco?”, “como se diagnostica?”, “como se trata”, “quais os sintomas?”, “que problemas podem vir dos tratamentos?”, “como prevenir?”, etc., constituem objectivos que podem ser alcançados com este trabalho.

Doenças auto-imunes

As doenças auto-imunes resultam de um erro de reconhecimento por parte das defesas imunitárias do organismo fazendo com que estas se dirijam contra as células do próprio organismo, atacando-as e destruindo-as como se fossem estranhas (Fig.1). O sistema imunitário reage de forma a destruir as células e causando inflamações. Pode afectar vários tecidos ou só um órgão.

Fig.1) Situação de doença auto-imune.

As causas destas doenças ainda não são conhecidas completamente, mas podem ser a exposição a agentes químicos tóxicos e a infecção por agentes patogénicos. Em alguns casos a semelhança molecular entre os antigénios do organismo e os estranhos pode causar a doença. Também existe a possibilidade destas doenças estarem associadas à genética.

Existem várias doenças auto-imunes, das quais:

. Miastenia gravis

. Tireoidite de Hashimoto

. Artrite reumatóide

. Síndrome de Sjögren

. Vitiligo

. Psoríase

. Doenças auto-imunes do sistema nervoso

. Diabetes mellitus tipo 1

. Lúpus eritematoso sistémico

. Lúpus eritematoso discóide

. Esclerose múltipla

. Doença de Addison

. Anemia hemolítica

. Síndrome antifosfolipídica auto-imune

. Dermatite Herpetiforme

. Febre familiar do Mediterrâneo

. Glomerulonefrite por IGA

. Glomerulonefrite Membranosa

. Síndrome de Goodpasture

. Granulomatose de Wegener

. Doença de Graves

. Doença celíaca

. Hepatite auto-imune

. Síndrome miastênica de Lambert-Eaton

. Oftalmia simpática

. Penfigóide bolhoso poliendocrinopatias

. Púrpura auto-imune

. Púrpura trombocitopênica idiopática

. Doença de Reiter tireoidite auto-imune

. Doença de Crohn

. Síndrome antifosfolipídica

. Espondilite anquilosante

. Retocolite ulcerativa

. Síndrome de Churg-Strauss

. Síndrome de Behçet

. Sarcoidose

Diabetes melitus insulinodependente (tipo I)

Na diabetes tipo I, ou insulinodependente, as células do pâncreas que normalmente produzem insulina são destruídas (Fig.2), quando pouca ou nenhuma insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue. As células começam a “passar fome” e o nível de glicose no sangue fica constantemente alto.

Fig.2) Destruição de célula beta por parte de anticorpos.

Quando não é tratada adequadamente pode causar vários problemas de saúde. Ainda que não haja uma cura definitiva para esta doença, há vários tratamentos que se seguidos correctamente podem prolongar a vida do doente vivendo-a com maior qualidade.

Actualmente, a OMS estima que cerca de 240 milhões de pessoas em todo o mundo sejam diabéticas, sendo que destas só 5% a 10% é que são afectadas pela diabetes tipo I. Afecta principalmente pessoas jovens.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas característicos da diabetes são:

. Poliúria (urinar com frequência): quando a concentração de glicose no sangue está alta, a reabsorção no túbulo proximal do rim é incompleta, e parte da glicose é libertada na urina aumentando assim a pressão osmótica da urina que inibe a reabsorção de água pelo rim, resultando no aumento de urina e na perda de líquido.

. Polidipsia (aumento da sede): como há perda de líquido devido à poliúria, o volume do sangue será reposto osmoticamente da água armazenada nas células do corpo, causando desidratação e aumento da sede.

. Polifagia (aumento da fome)

. Perda de peso

. Cansaço

Estes sintomas podem-se desenvolver rapidamente na diabetes melitus insulinodependente ou podem ser completamente ausentes. Apesar da fome aumentada pode ocorrer perda de peso e fadiga.

Causas

Evidências indicam que a diabetes tipo I é induzida pela combinação de susceptibilidade genética, um gatilho diabetogénico e exposição a um antigénio de condução. Muitos factores de risco têm sido sugeridos, sendo alguns considerados suficientes para causar a doença por si só e ou complementados por outros factores.

Genética

A diabetes tipo I é uma doença poligénica o que significa que genes diferentes contribuem para a sua expressão. Dependendo do locus, pode ser dominante, recessiva ou intermédia. O gene mais forte está localizado no cromossoma 6 e as variantes são comuns nos europeus e norte-americanos de origem europeia.

Ambiental

Os factores ambientais podem influenciar fortemente a expressão da diabetes tipo I. Um estudo revela que para gémeos idênticos, um que tenha diabetes tipo I o outro pode nem sequer ter. Apesar do genoma ser igual, um dos gémeos não tem a doença o que sugere que os factores ambientais influenciam a manifestação da doença.

Vírus

Uma teoria afirma que a diabetes tipo I é uma forma viral de resposta auto-imune desencadeada em que o sistema imunológico ataca as células infectadas como também as células beta do pâncreas. Os vírus da família Coxsackie ou da Rubéola estão implicados, embora a evidência seja inconclusiva.

Dieta

A dieta pode ser também responsável pelo desenvolvimento da diabetes tipo I, através da influência da flora intestinal, permeabilidade intestinal e função imune do intestino. Tem sido demonstrado que o trigo influencia o desenvolvimento da doença.

Produtos químicos e drogas

Alguns produtos químicos e medicamentos destroem as células pancreáticas. O raticida Pynuron e o antibiótico e antineoplásico Zanosar são alguns medicamentos que destroem as células beta do pâncreas.

Fisiopatologia

O pâncreas é o órgão responsável pela produção da hormona denominada insulina, produzida nas células beta (Fig.3). Esta hormona é responsável pela regulação da glicemia (glicemia: nível de glicose no sangue). Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbia (utilizar glicose como fonte de energia), é necessário que a glicose esteja presente na célula.

Fig.3) Produção de insulina.

Portanto, as células possuem receptores de insulina (tirosina quinase) que, quando accionados "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células. Isto é o que acontece na diabetes tipo I em que as células beta são destruídas e o nível de glicose aumenta.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é feito através de análises ao sangue, marcadas por um médico, e realizadas numa clínica de análises. Se os resultados assinalarem a existência de hiperglicemia então o paciente tem diabetes. Nas análises comprova-se tal existência através dos valores do nível plasmático de glicose no sangue (Tab.1).

Condição

2 horas de glicose

Glicemia de jejum

 

mmol/L (mg/dL)

mmol/L (mg/dL)

Normal

<7,8 (<140)

<6,1 (<110)

Anomalia da glicemia em jejum

<7,8 (<140)

≥ 6,1 (≥ 110) e <7,0 (<126)

A intolerância à glicose

≥ 7,8 (≥ 140)

<7,0 (<126)

Diabetes melitus

≥ 11,1 (≥ 200)

≥ 7,0 (≥ 126)

Tab.1) Valores do nível plasmático de glicose.

Complicações

Se os níveis glicémicos estiverem controlados as complicações da diabetes são muito menos comuns e severas. As complicações causadas pela diabetes dão-se basicamente pelo excesso de glicose no sangue, sendo assim, existe a possibilidade de “glicosilar” as proteínas além de retenção de água na corrente sanguínea, e retirada da mesma do espaço intercelular.

As complicações agudas são:

. Cetoacidose diabética

. Coma hiperosmolar não-cetótico

. Hiperglicemia

. Coma diabético

. Amputação

As complicações crónicas são:

. Aterosclerose

. Hipertensão

. Tromboses e coágulos na corrente sanguínea

. Problemas dermatológicos

. Pé diabético (Fig.4)

Fig.4) Vários pés diabéticos com graves lesões.

. Problemas neurológicos

. Dificuldade em coagular o sangue

. Problemas metabólicos generalizados

. Factor de risco à periodontite

Tratamentos

O tratamento da diabetes tipo I deve ter sempre em conta os medicamentos necessários tais como hipoglicemiantes orais e a consciencialização da alimentação e dos comportamentos necessários que devem ter tem de estar sempre em conta para a cura da diabetes, para além de outros tratamentos.

Tratamento com insulina

A terapia de reposição de insulina pode ser aplicada via injecção subcutânea ou bomba de insulina, juntamente com um regime dietético incluindo hidratos de carbono e monitorização dos níveis de glicose no sangue. A insulina usada nos doentes provém de técnicas de recombinação genética sendo por isso produtos biossintéticos.

Transplante do pâncreas

Em casos extremos o transplante do pâncreas pode restaurar a regulação da glicose. No entanto a cirurgia é considerada mais perigosa que a terapia de reposição de insulina, e, por isso, é utilizado em conjunto ou em algum momento depois um transplante de rim.

Transplante de células da ilhota

No transplante de células da ilhota um dos procedimentos leva a injectá-las no fígado do paciente, onde elas residem e começam a produzir insulina. O fígado é usado por ser a escolha mais razoável já que é mais acessível do que o pâncreas e as células das ilhotas dão-se bem nesse ambiente.

Prevenção

Como pouco se sabe sobre o mecanismo exacto pelo qual a diabetes tipo 1 se desenvolve, não existem medidas preventivas disponíveis para esta forma de diabetes. Alguns estudos atribuíram um efeito de prevenção da amamentação em relação ao desenvolvimento da diabetes tipo 1.

Fazer uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regular e evitar a exposição a agentes químicos, físicos e patogénicos são medidas que devem ser tomadas por todos os cidadãos de modo a evitar doenças como a diabetes melitus insulinodependente.

Lúpus

O lúpus é uma doença crónica que pode afectar pessoas de todas as idades, raças e sexo. No entanto, 90% dos afectados são mulheres entre 15 e 40 anos. É considerada uma doença auto-imune porque o corpo não tem as defesas necessárias para combater as infecções e ainda se ataca a si próprio.

Não é uma doença contagiosa, infecciosa ou maligna, mas não tem cura, podendo haver um afrouxamento da doença que permita a paragem do tratamento por grandes períodos de tempo ou até para o resto da vida.

Esta doença existe principalmente em duas formas: lúpus eritematoso sistémico e lúpus eritematoso discóide.

Lúpus eritematoso sistémico (LES)

O lúpus eritematoso sistémico é uma doença auto-imune que consiste em inflamações nas articulações, tendões e outros tecidos conjuntivos e órgãos (Fig.5).

Fig.5) Perna afectada com LES.

O grau da doença vai de ligeiro a debilitante dependendo da quantidade e variedade de anticorpos existentes e dos órgãos afectados.

Sinais e sintomas

Esta doença possui grande variedade de sintomas que se assemelham aos de várias outras doenças sendo em geral periódicos. Os primeiros sintomas mais comuns são:

. Febre

. Mal-estar

. Inflamação nas articulações

. Inflamação no pulmão (pleurisia)

 .Inflamação dos gânglios linfáticos

. Dores pelo corpo (por causa das inflamações)

. Manchas avermelhadas

. Úlceras na boca (aftas) (Fig.6)

Fig.6) Aftas.

A detecção destes sintomas pode prevenir problemas secundários como lesões graves no coração, articulações, pele, pulmões, vasos sanguíneos, fígado, rins e sistema nervoso.

Com o desenvolvimento da doença as reacções imunológicas causam lesões tecidulares, formação de complexos antigénio-anticorpo e fixação de complementos, além de citotoxidade mediada por anticorpos (anti-hemácias, antiplaquetários e antilinfócitos).

Causas

Embora a causa do lúpus eritematoso sistémico não seja conhecida, acredita-se que é necessário um conjunto de factores genéticos e hormonais estimulados por factores ambientais (como a luz solar) para o aparecimento da doença.

Conforme a doença se desenvolve há alterações que irão causar o agravamento da doença. Entre elas estão a diminuição das células T citotóxicas, diminuição dos linfócitos T reguladores (inibidores de resposta imunológica), activação do anticorpo policlonal, excesso de linfócito B por defeitos na apoptose (morte celular programada) e aumento da produção de citocinas.

Causa genética

Indivíduos cujos familiares já foram diagnosticados têm mais hipóteses de apresentar LES. A taxa de concordância em gémeos monozigóticos varia de 12% a 15%. As mutações que podem causar esta doença estão alojadas no braço curto do cromossoma 6.

Diagnóstico

O diagnóstico de LES é estabelecido quando quatro dos critérios mencionados a seguir estiverem presentes:

Eritema malar (vermelhão característico no nariz e na face), geralmente em forma de “asa de borboleta” (Fig.7)

Fig.7) Eritema malar em forma de “asa de borboleta”.

. Lesões discóides cutâneas

. Fotossensibilidade

. Úlceras orais e/ou nasofaríngeas

. Artrite não-erosiva de duas ou mais articulações periféricas, com dor, edema ou efusão

. Alterações hematológicas

. Anormalidades imunológicas

. Factor antinuclear positivo

. Serosite

. Alterações neurológicas

. Anormalidades em exames de função renal

Este método de diagnóstico tem uma especificidade de 95% e uma sensibilidade de 75%, de forma que, quando, no mínimo, quatro critérios forem preenchidos, em média 95 de cada 100 pacientes apresentará LES. No entanto, somente 75 de cada 100 pacientes com LES apresentam positividade para 4 ou mais dos 11 critérios.

Complicações

Os problemas neuropsiquiátricos no LES são causados pela produção de anticorpos, microangiopatias, citocinas pró-inflamatórias e aterosclerose. Muitos dos distúrbios psicológicos apresentados são geralmente ansiedade, depressão, somatização e/ou distúrbios cognitivos. Em alguns casos raros os pacientes de lúpus sistémico apresentam confusão mental, desordens de movimentos, psicose, mielopatia, convulsão, neuropatias e doenças cerebrovasculares.

Além de problemas de pele e psicológicos é frequente o comprometimento articular, hematológico, cardiovascular, neuropsiquiátrico e principalmente renais. Alguns dos problemas mais comuns apresentam-se na Tab.2.

Problemas

Frequência

Eritema malar

95%

Problemas nas articulações

90%

Fotossensibilidade

80%

Úlceras mucosas

70%

Dislipidemia

70%

Inflamação dos rins

50%-70%

Serosite

40%

Problemas hematológicos

30%

Lúpus discóide

15%

Transtornos neuropsiquiátricos

10%-80%

Tab.2) Complicações mais comuns do LES.

Outros problemas comuns incluem edemas, pouca urina, dor de cabeça, perda de apetite e fadiga.

Tratamentos

Uma pessoa com LES deve sempre prevenir infecções. No caso das grávidas com LES, o acompanhamento médico deve ser o principal método de tratar a doença e impedir que ela chegue ao feto. As vacinas com vírus vivos não devem ser prescritas.

Uso de protector solar

O uso de protector solar contra os raios UVA e UVB é necessário para impedir o agravamento das lesões na pele.

Medicamentos

Deve-se sempre ter muito cuidado na toma de medicamentos, uma vez que os efeitos colaterais podem ser muito agressivos ao organismo do paciente.

É recomendado o uso de antimaláricos como cloroquina (Fig.8) no caso de lesões cutâneas disseminadas. Caso não melhore pode-se associar prednisona em dose baixa a moderada por curto período de tempo.

Fig.8) Caixa de cloroquina.

Para a febre isolada a aspirina ou antiinflamatórios não-hormonais devem ser administrados. Corticóides e imunossupressores são indicados para casos graves.

Para o tratamento específico do lúpus eritematoso sistémico o Belimumab (anticorpo monoclonal humano que inibe o estimulador de linfócitos B) é um factor de activação das células B.

Tratamento psicológico

Assim como outra doença crónica é recomendado um tratamento multiprofissional que inclua psicólogo e assistente social.

Prevenção

Como o lúpus eritematoso sistémico é uma doença auto-imune é difícil de prevenir. Mas alguns estilos de vida podem retardar o aparecimento da doença ou até evitá-la. Referem-se de seguida algumas dicas:

. Evitar a exposição solar

. Fazer uma alimentação saudável

. Beber álcool esporadicamente

. Banir o hábito de fumar

. Descansar diariamente tendo em atenção a postura do corpo

. Evitar luzes fluorescentes

. Fazer exercício físico regular

Lúpus eritematoso discóide (LED)

Esta doença auto-imune é limitada à pele e é identificada por inflamações epidérmicas que aparecem na face, cachaço e couro cabeludo. Aproximadamente 10% das pessoas com lúpus eritematoso discóide pode evoluir para o lúpus eritematoso sistémico.

É uma doença crónica caracterizada por manchas arredondadas vermelhas de bordos bem definidos na pele. É mais frequente no sexo feminino e mais ainda em mulheres com cerca de 30 anos de idade. O leque de idades é muito mais amplo que o habitual para o LES.

Sinais e sintomas

O aparecimento de manchas é o principal sinal de que se pode estar afectado com LED (Fig.9). O aspecto das manchas muda com o tempo: no princípio, são vermelhas e redondas, de um centímetro de diâmetro. Costumam aparecer nas faces, cana do nariz, couro cabeludo e orelhas, mas podem aparecer também na parte superior do tronco, no dorso dos braços e nas canelas; também são frequentes as úlceras na boca.

Fig.9) Mancha característica do lúpus eritematoso discóide.

Se não se trata a doença, cada mancha estende-se gradualmente e a parte central degenera deixando uma cicatriz. Em zonas muito escamosas, os folículos obturados dilatam-se, deixando covas parecidas com pequenas tachas de tapeçaria. As cicatrizes podem causar uma perda local do pêlo.

A erupção pode ser acompanhada de dor nas articulações e de uma diminuição dos glóbulos brancos, mas só raramente aparecem sintomas graves de lúpus eritematoso sistémico.

Causas

A causa do LED não é completamente conhecida. Existem anormalidades imunológicas que estão relacionadas com o sistema de resistência da pele que parece estar desequilibrado. Vários trabalhos científicos comprovam a existência de auto-anticorpos, localizados na pele danificada.

Mesmo não sendo uma doença genética, há, no entanto, famílias que têm maior predisposição a apresentar lúpus discóide.

As lesões na pele costumam aparecer nas áreas expostas ao sol e também pioram muito no Verão, o que significa que a luz ultravioleta pode induzir ou facilitar o aparecimento dos auto-anticorpos.

Diagnóstico

O diagnóstico desta doença baseia-se em examinar meticulosamente a história clínica e realizar uma investigação completa para se assegurar de que outros órgãos não estão a ser afectados.

Fazer análises ao sangue é útil para determinar o número de glóbulos vermelhos e brancos e para avaliar a função renal. Realizar provas complementares para procurar anticorpos anti-ADN de cadeia dupla, que se encontram em muitas pessoas com lúpus eritematoso sistémico, mas em quase nenhuma das que têm LED.

Complicações

As complicações que o lúpus eritematoso discóide pode trazer ao paciente são sobretudo problemas de imagem e evolução da doença.

A imagem na sociedade do século XXI é muito importante, mas as pessoas afectadas com esta doença podem apresentar várias cicatrizes e perda de pêlo nos locais afectados prejudicando a sua beleza.

A evolução da doença pode levar a problemas parecidos com o lúpus sistémico que prejudica o bem-estar do paciente e a sua qualidade de vida.

Tratamentos

Para os efeitos da doença serem menos notados deve-se usar protector solar nas zonas afectadas. A aplicação de um creme com corticosteróides (Fig.10) é eficaz para tratar as manchas pequenas.

Fig.10) Creme com corticosteróides.

As erupções maiores e resistentes requerem com frequência uns quatro meses de tratamento com corticosteróides administrados por via oral ou com medicamentos imuno-supressores, como os utilizados para tratar o LES.

Prevenção

Para evitar o aparecimento do lúpus eritematoso discóide existem quatro medidas importantes que devem ser respeitadas:

. Evitar a exposição solar exagerada, especialmente entre as 10h e as 16h

. Utilizar sempre protector solar que proteja simultaneamente contra UVA e UVB

. Evitar fazer bronzeamento

. Usar roupas compridas e chapéu

Conclusão

Após o estudo de duas doenças auto-imunes, compreendi que até os que nos protegem nos podem atacar. No caso destas doenças o sistema imunitário ataca o organismo, mas ainda não se sabe ao certo o que causa estes ataques.

Também relativamente à cura não se conseguiu até agora elaborar um método de eliminar de vez tanto o lúpus como a diabetes insulinodependente, existindo apenas tratamentos que podem dar uma melhor qualidade de vida ao doente.

Apesar dos esforços dos cientistas, estas doenças são difíceis de estudar e encontrar a origem causadora, mesmo assim, já existem várias teorias do que pode causar e existem vários tratamentos.

Resumindo, é um grande azar e sacrifício quem tem este tipo de doenças pois estas duram para toda a vida. É necessário muita força e vontade de viver para se conviver com uma doença tão limitadora. O sistema imunológico pode-nos defender de muitos agentes perigosos mas quando se engana e ataca o próprio organismo não há quem consiga se defender.

Bibliografia

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