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Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Biologia - 12º Ano

 

Impactos Humanos na Atmosfera

Autores: Sara Pereira

Escola: Escola Secundária D. Sancho I - V. N. Famalicão

Data de Publicação: 08/07/2010

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre os impactos humanos na atmosfera e os seus efeitos a nível global, realizado no âmbito da disciplina de Biologia. Ver Trabalho Completo

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Impactos Humanos na Atmosfera

 

Composição Actual da Atmosfera

 

Componentes Maioritários



 

AZOTO (N2) – 78,1 %

OXIGÉNIO (O2) – 20.9 %

 

Componentes Minoritários

Para além do vapor de água cuja quantidade varia (humidade), existem:

ÁRGON (Ar  - 0.93 %

DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) – 0.035%

NÉON (Ne) -  0.0018 %

HÉLIO (He) -0.00035 %

METANO (CH4) – 0.0002 %

CRIPTON (Kr) -  0.00011 %

HIDROGÉNIO (H) -  0.00005 %

XÉNON (Xe) – 0.00001 %

 

COMPOSIÇÂO MÉDIA DA ATMOSFERA ACTUAL

A atmosfera atingiu o seu estado de maturação há cerca de 1500 milhões de anos e desde então mantém-se praticamente inalterável. O Azoto é o componente maioritário com 78,1% de volume seguido do oxigénio com 20,9%. A restante percentagem pertence a uma grande quantidade de gases vestigiais, entre eles o Árgon, o Dióxido de Carbono, o Néon e o Metano.

Devido à força gravitacional, cerca de 80% da massa da atmosfera encontra-se na camada mais próxima da superfície da Terra, a troposfera.

 

IMPORTÂNCIA DE ALGUNS GASES PARA A VIDA NA TERRA

Oxigénio (O2):

O Oxigénio é importante na atmosfera porque os animais e as plantas precisam dele para viver e sem ele não havia camada de ozono. Com uma atmosfera mais pobre em oxigénio a vida tal como a conhecemos não se teria desenvolvido. No entanto, uma atmosfera demasiado rica em oxigénio tornaria também a vida impossível.

Azoto (N2):

O Azoto atmosférico é um “moderador” da acção química do oxigénio, devido à baixa reactividade das suas moléculas. Uma boa parte das substâncias orgânicas que constituem os seres vivos incluem átomos de azoto. Estes átomos são incorporados na matéria orgânica por absorção do azoto da atmosfera.

O vapor de água (H2O) e o Dióxido de Carbono (CO2):

O vapor de água e o dióxido de carbono, apesar de serem gases vestigiais, são cruciais para a vida na Terra. O vapor de água, participando no ciclo da água, forma chuva, libertando para o meio ambiente energia. Assim, podemos ver a água como um meio de transporte natural da energia entre a atmosfera e a superfície da Terra.

O Dióxido de Carbono da atmosfera, para além de ser um dos reagentes no processo da fotossíntese, desempenha um papel importante na regulação do clima na Terra, como moderador da temperatura média. O dióxido de carbono na atmosfera retém uma parte da radiação reflectida pela Terra. Como consequência, a atmosfera e a superfície terrestre aquecem, processo que é conhecido como “efeito de estufa”, e que permite que a superfície da Terra tenha temperaturas amenas.

 

 

ALTERAÇÕES NA ATMOSFERA TERRESTRE

Desde a Revolução Industrial do século XVIII que a atmosfera terrestre tem sofrido profundas alterações. No entanto, só por volta da década de oitenta do século passado é que cientistas e industriais começaram a ter consciência dos impactes que essas modificações trazem.

O enriquecimento da atmosfera em gases vestigiais como o CO2 e os derivados de enxofre e azoto é, essencialmente, provocado por causas antropogénicas como:

- Indústria Automóvel

- Indústria Agrícola

- Indústria Têxtil

- Queima de combustíveis fósseis (transportes)

Estas actividades resultam em fenómenos perigosos para a manutenção da biodiversidade e mesmo da espécie humana. São eles:

- Aumento do Efeito de Estufa

- Diminuição da Camada de Ozono

- Chuvas Ácidas

- Smog

- Aparecimento de ozono no solo (baixa troposfera)

 

 

AUMENTO DO EFEITO DE ESTUFA

O Efeito de Estufa é um dos responsáveis pelo aparecimento e manutenção da vida no planeta. Há uma quantidade de gases de efeito de estufa (GEE) responsáveis pela retenção de parte do calor que é reflectido pelo solo terrestre. Assim, consegue-se alcançar uma temperatura cerca de 30ºC superior à que existiria se estes gases não actuassem.

No entanto, a queima de combustíveis fósseis na indústria, no sector automóvel e nas actividades agrícolas e pecuárias tem contribuído para uma rápida e perigosa acumulação de CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso), HFCs (hidrofluorcarbonetos), PFCs (perfluorcarbonetos), SF6 (hexafluoreto de enxofre) e ozono (troposférico) que aumentam a retenção de calor, estando a provocar um aquecimento global com impactes climatéricos. O principal poluente automóvel que contribui para o efeito de estufa é o dióxido de carbono.  Este efeito, além de provocar a longo prazo efeitos ainda não muito bem conhecidos em todo o planeta, altera a distribuição das doenças infecciosas como a malária, e provoca danos respiratórios.

Desde 1750, a concentração atmosférica de CO2 aumentou 31% enquanto que a de CH4 [3] aumentou em 151%.

 

 

EM PORTUGAL

Em Portugal, tem-se verificado um aumento da temperatura média de 0,33 graus por década. A temperatura de 2009 ficou 0,9ºC acima dos valores médios. Com este ritmo, estima-se um aumento aproximado de 6ºC no Inverno e de 3ºC no Verão para os próximos 50 anos. Agora, temos primaveras mais curtas em termos de precipitação, enquanto que os Invernos têm alternado entre muito secos e muito chuvosos, verificando-se um agravamento dos fenómenos extremos.

 

 

DIMINUIÇÃO DA CAMADA DO OZONO

Na estratosfera, (15 a 50 km de altitude), o ozono actua como um escudo protector, absorvendo os raios UVB provenientes do Sol. No entanto, a molécula de ozono é facilmente quebrada por certos gases como os clorofluorocarbonetos (CFC's), compostos halogenados, tetracloreto de carbono, 1,1,1-tricloroetano, brometo de metilo, hidroclorofluorcarbonetos (HCFC's) e hidrobromofluorocarbonetos (HBFC's), emitidos por várias actividades antropogénicas.

À medida o ozono reage com estes gases, formam-se radicais livres com elevada instabilidade química. Assim, a permeabilidade da atmosfera às radiações ultra-violeta B (UV-B) que atingem a superfície do globo com mais intensidade. Esta radiação é extremamente perigosa, provocando queimaduras e cancro de pele, cataratas e deficiências no sistema imunitário. A nível da biosfera, há diminuição de colheitas agrícolas, danos na vegetação e na vida marinha. 

 

 

EM PORTUGAL

A camada de ozono que se encontra por cima de Portugal não se encontra significativamente afectada. As maiores modificações têm ocorrido ao largo da Antárctida (Pólo Sul) e da Oceânia (Austrália e Nova Zelândia).

 

 

CHUVAS ÁCIDAS

Chuva ácida é um termo que designa uma mistura de materiais precipitados da atmosfera, quer secos quer húmidos, contendo grandes quantidades de ácidos nítricos e sulfúricos. Chuva ácida é toda a chuva com pH inferior a 4,5, enquanto que as chuvas normais têm um pH de cerca 5,6. A acidez da primeira resulta da presença de ácido sulfúrico e ácido nítrico, enquanto que a acidez natural é causada pela dissociação do dióxido de carbono em água, formando um ácido fraco, conhecido como ácido carbónico, através da seguinte reacção: CO2(g) + H2O(t) –> H2CO3(aq)

Os principais responsáveis pela libertação de gases responsáveis pelas chuvas ácidas são as indústrias e os veículos de transporte. Quanto às causas naturais, temos as emissões de gases provenientes de vulcões e da queima de biomassa e processos biológicos que ocorrem nos solos, pântanos e oceanos. Pode-se ainda acrescentar as lixeiras ao ar livre como fonte de poluição, bem como a própria agricultura.

Os poluentes mais culpáveis são o dióxido de enxofre e o dióxido de azoto. Ainda mais, se entrarem em contacto com o vapor de água da atmosfera, podem originar novas substâncias tóxicas. O dióxido de enxofre, por exemplo, a reagir com a água, pode formar o ácido sulfúrico. O dióxido de azoto, por sua vez, pode produzir o ácido nítrico.

 

 

 

Em Portugal

Em Portugal, as fontes de produção de chuvas ácidas são essencialmente:

. A Indústria da Produção Eléctrica – Dióxido de Enxofre.

. A circulação de automóveis – Óxidos de Azoto.

Cidades como Setúbal, Porto, Lisboa, Sines, Tapada, Carregado, Estarreja, Barreiro e Seixal têm maior risco de ocorrência de chuvas ácidas devido à maior concentração urbana e industriais. Quanto à degradação de património, os casos mais conhecidos são: o Mosteiro dos Jerónimos (em Lisboa), o Mosteiro de Alcobaça (em Alcobaça) e a Torre dos Clérigos (no Porto).

No que respeita às florestas, verificou-se em Portugal, o mínimo de destruição florestal por acção de chuvas ácidas cerca de 4%, contrastando, por exemplo, com uns elevados 71% na zona da antiga Checoslováquia e em outros países da Europa.

 

 

 

SMOG

Smog fotoquímico é a poluição do ar, sobretudo em áreas urbanas, por ozono e outros compostos originados por reações fotoquímicas. Reacções fotoquímicas são reacções induzidas pela acção da luz solar. Vê-se uma camada roxa acinzentada na atmosfera.

O primeiro smog foi visto em Los Angeles, na década de 1940, mas, neste momento, é em Londres e nas grandes cidades da Ásia (Pequim, Tóquio, Nova Deli) onde mais o verificamos, fruto da grande movimentação de veículos que causam grande acumulação de óxido nítrico (NO) e compostos orgânicos voláteis (COVs).

A mistura de poluentes no ar, no Smog fotoquímico, pode conter:

. Óxidos de azoto

. Ozono troposférico

. Compostos orgânicos voláteis (VOCs)

. Peróxido de acetil nitrato (PAN)

. Aldeídos

O smog é prejudicial à saúde, sendo responsável por várias doenças do foro respiratório, atacando maioritariamente crianças e idosos devido à sua falta de resistência e imunidade. São comuns episódios de tosse, sensação de peito apertado e asma.

 

 

OZONO NO SOLO

Na troposfera, o ozono é altamente corrosivo. Devido ao seu alto poder oxidativo, é muito tóxico para as plantas. É formado por reacções químicas na atmosfera, a partir de precursores como óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis, emitidos por combustão sobretudo pelo tráfego automóvel, instalações de produção de energia e indústria, na presença de oxigénio e luz solar. Este acentua-se quando se juntam luminosidade intensa e vento fraco que impede a dispersão dos poluentes.

Dias tórridos, secos e com muita poluição fazem subir as concentrações do ozono no solo. Os efeitos incluem tosse, falta de ar e irritação nos olhos, nariz e garganta.

 

 

 

MEDIDAS A TOMAR PARA COMBATER OS IMPACTES ATMOSFÉRICOS

1 – Use lâmpadas ecológicas de baixo consumo.

2 – Consuma produtos locais.

3 – Diminua o consumo de carne vermelha.

4 – Evite o ar condicionado, diminua a sua potência e limpe-o frequentemente.

5 – Não destrua cobertura vegetal.

6 – Conduza menos, voe menos.

7 – Recicle, Reutilize e Reduza.

8 – Poupe energia: desligue aparelhos na tomada.

9 – Poupe água:

. reduza o tempo do duche,

. evite banhos de espuma,

. encha a máquina de lavar roupa e loiça,

. evite usar a máquina de secar,

. aproveite a água da chuva para águas sanitárias.

10 – Aposte nas energias renováveis.

 

 

MEDIDAS QUE OS GOVERNOS DEVEM TOMAR PARA COMBATER OS IMPACTES ATMOSFÉRICOS

ESTUDO PARA ARTIGO NO ‘THE LANCET’ – REVISTA CIENTÍFICA BRITÂNICA

1 – Aliar saúde e ambiente.

2 - Desenvolver modelos de cidades amigas dos peões e dos ciclistas.

3 - Redução em 30 por cento da produção e do consumo de carne entre os grandes produtores.

4 - Redução da quota de energia produzida a partir de combustíveis fósseis (gás, carvão, petróleo)

5 – Multar a extracção de matérias primas em larga larga escala.

 

 

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