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Os bancos de esperma e ovócitos, são instituições de depósito e armazenamento de sémen e óvulos. Estes depósitos são depois utilizados, por exemplo, para problemas de infertilidade masculina e/ou feminina, falta total de esperma e/ou ovócitos, sida e doenças hereditárias transmissíveis. Os dois primeiros bancos de gâmetas foram abertos em 1965 em Iowa City, EUA e Tóquio, Japão. Por lei a doação deve ser anónima, voluntária e espontânea, não devendo existir qualquer relação comercial. Mas esta lei é também relativa, tendo sido já reformulada em diversos países. Na Europa, muitos países já abuliram a doação anónima de esperma, sendo o contrario proibido. Em Portugal, a doação de esperma não tem qualquer contrapartida financeira, enquanto as mulheres que doarem ovócitos recebem 750 euros pelo facto de os procedimentos clínicos implicarem mais de 15 dias de alteração do ritmo normal de vida e pelo menos quatro idas ao hospital. O casal receptor de óvulos doados terá um encargo de mil euros, dos quais 750 euros são para a dadora e 250 para suportar os custos do banco, enquanto os receptores de sémen pagaram 250 euros para custear os procedimentos. No Brasil, não existem leis acerca da renumeração ou não dos dadores de esperma e/ou ovócitos. No entanto, o conselho federal de medicina proíbe o comércio de gâmetas. Na Itália não são permitidos bancos de gâmetas. No Chipre e na Espanha as doações são renumeradas e o anonimato é garantido. Nos EUA, o comércio de óvulos e esperma é livre. O Reino Unido pondera ainda sobre a renumeração ou não dos dadores de esperma e/ou ovócitos. Um correcto banco de gâmetas deve compreender o banco aberto (dador acessível pela criança aos 18 anos de idade) e um banco fechado (dador anónimo). O direito ao acesso a bancos de gâmetas varia também conforme as leis de cada país. Em Portugal apenas podem aceder a bancos de gâmetas casais heterossexuais, coabitando há pelo menos dois anos, maiores de idade, sem doenças mentais, que apresentem uma relação conjugal afectiva estável, com boas relações sociais e familiares, e com nível escolar, cultural e económico compatível com a responsabilidade de assegurarem uma educação adequada à criança. Casais homossexuais são imediatamente excluídos. Dentro do casal, um banco de gâmetas destina-se à mulher com patologia do ovário, anomalia congénita do ovário, ausência de ovário, ou com ausência de produção de ovócitos ou de ovócitos maduros e genética e estruturalmente normais. Ou ainda mulheres com fracassos repetidos na fecundação in vitro. No caso masculino, destina-se ao homem com patologia do testículo, anomalia congénita do testículo, ausência de testículo, ou com ausência de produção de espermatozóides ou de espermatozóides genética e estruturalmente normais. Para além de casais com problemas de fertilidade, poderão também ser beneficiários os doentes oncológicos cuja fertilidade venha previsivelmente a ser afectada com os tratamentos de rádio e quimioterapia. Desde 25/05/2005, A Food and Drug Administration (FDA) tem regulamentado bancos de tecido reprodutivo, incluindo bancos de esperma e óvulos. Todos os bancos de gâmetas são obrigados pela FDA a seleccionar e testar cuidadosamente os doadores antes de aceitar o esperma/ óvulos para doação. Todos os candidatos a dadores são sujeitos a rigorosos exames de selecção, quer a nível da história clínica pessoal e familiar, análises ao sangue, urina, sémen e/ou óvulos quer a nível de exames físicos antes de serem seleccionados para integrar o banco. São também testados em relação a doenças transmissíveis, incluindo HIV, Hepatite B, e outras doenças sexualmente transmissíveis. São sujeitos ainda a uma triagem genética. Além disso, os bancos de esperma geralmente necessitam que os doadores ofereçam informações detalhadas sobre os hábitos pessoais, instrução, hobbies e interesses. Os dadores devem ainda respeitar um limite de idade. Podem ser dadores mulheres heterossexuais com idades compreendidas entre os 18 e os 35, e homens também heterossexuais entre os 18 e os 45 anos (o processo segue as mesmas regras da doação de sangue). Em Portugal não existe nenhum banco de gâmetas. No entanto, existem diversas clínicas especializadas em Medicina da Reprodução que podem fazer o recrutamento de dadores e a recolha de gâmetas para utilização nos tratamentos realizados localmente - isto é, sem os enviarem a outros centros. A doação de gâmetas obedece a critérios de transplantação, pelo que o bebé é geneticamente igual aos pais em 85%, sendo apenas 15% de origem exógena. Isto é conseguido por se procurarem dadores que sejam geneticamente iguais em 70% ao progenitor (emparelhamento físico externo como a etnia, estatura, cor de cabelo e dos olhos e grupos sanguíneos). O processo de doação é simples. No caso da dadora, esta começa por se submeter a injecções subcutâneas de hormonas (gonadotrofinas) que permitem o desenvolvimento de um maior número de folículos (pequenos sacos de líquido no seio dos quais se encontram os ovócitos. As injecções subcutâneas são administradas diariamente pela própria dadora durante cerca de 9 a 12 dias, de uma forma simples, com recurso a um dispositivo semelhante ao usado pelos diabéticos para a administração de insulina. Durante este período efectuam-se ecografias com sonda vaginal para averiguar o grau de resposta dos ovários. Após o amadurecimento dos folículos é administrada uma injecção subcutânea que liberta os ovócitos para o líquido folicular e cerca de 36 horas depois procede-se à sua punção. Este procedimento, que demora aproximadamente 30 minutos é efectuado através de ecografia vaginal, sob sedação e analgesia para evitar a dor e desconforto. Posteriormente, a dadora fica em repouso durante três horas e tem alta, devendo manter uma actividade controlada durante a semana seguinte. No caso do dador, a colheita é feita com o indivíduo sozinho numa sala própria através de masturbação. No processo de criopreservação (congelamento), o esperma é tratado com meios especiais para protecção. É congelado em nitrogénio líquido, dentro de tambores como o mostrado na foto e mantido a uma temperatura de -196º. Sujeito a temperaturas da ordem do -196º, o esperma começa a desidratar. No entanto a desidratação da célula não é suficiente para impedir a formação de cristais de gelo no seu interior. Estes cristais provocam o rompimento das estruturas celulares causando a morte da célula. O descongelamento demasiado lento ou rápido do esperma é também uma das causas da morte celular. Para evitar a morte celular, as velocidades de congelamento e descongelamento devem ser moderadas. O descongelamento é feito à temperatura ambiente. O procedimento não é inócuo: muitos espermatozóides não resistem ao congelamento, de modo que ocorre alguma perda na qualidade. Mesmo assim, é possível o congelamento de espermatozóides por muito tempo: existem relatos na literatura médica, que mostram a manutenção do potencial de reprodução mesmo após 21 anos de congelamento. O esperma dos dadores é congelado, mas os óvulos são utilizados «frescos». Ou seja, as dadoras que forem seleccionadas passam a integrar o banco de ovócitos, sendo apenas chamadas a fazer a doação propriamente dita quando o banco for contactado por algum médico de medicina da reprodução solicitando óvulos para uma paciente com problemas de fertilidade. Este processo pode causar algumas limitações físicas (sobretudo às dadoras) tais como cansaço e dores de cabeça, as injecções podem provocar um ardor transitório no local da administração, inchaço e algumas dores abdominais e certas dadoras podem ter uma hiper-reacção dos ovários provocada pelos medicamentos (hiper-estimulação). De entre as vantagens da doação de gâmetas podemos destacar: . O facto de o processo de doação apresentar riscos mínimos e toleráveis; . A doação não afectar a fertilidade do(a) dador(a), uma vez que o número de esperma/ovócitos colhido é reduzido; . O facto de se proceder a um exame ginecológico exaustivo do(a) dador(a), podendo isto ajudar a diagnosticar e tratar alterações que a longo prazo poderiam comprometer a sua fertilidade. As taxas de gravidez com inseminação de doador dependem uma série de factores, incluindo idade da mulher, presença ou ausência de problemas de fertilidade e método de inseminação. Informações publicadas pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) indicam que a chance mensal de gravidez por inseminação de doador é de 8% a 15%. Actualmente uma técnica de congelação ultra-rápida descrita como vitrificação está a ser bastante empregada para criopreservar os Ovócitos e está a apresentar excelentes resultados. O único impedimento para a realização desta tecnologia é a baixa sobrevivência dos Ovócitos após o descongelamento, mas é um impasse que já está a ser resolvido e em breve fará parte da rotina das clínicas de reprodução assistida.
Legendas: Fig. 1 e 2- Tambores onde o esperma é criopreservado Fig 3- Planer (recipiente mais recente utilizado na criopreservação de esperma)
Conclusão Esta pesquisa permitiu-nos tomar conhecimento sobre o tema bancos de gâmetas. Depois de realizarmos a pesquisa, e organizar a informação sentimo-nos muito mais esclarecidas. E ao reler o texto final, sentimos que qualquer pessoa que leia a nossa pesquisa sentir-se-á de igual forma. De qualquer forma é necessário frisar que a informação sobre este tema é vasta, e encontra-se muito dispersa na internet. É necessário um grande rigor para seleccionar a informação. Através da realização deste trabalho concluímos também que a criação e manutenção de bancos de gâmetas não é assim tão limiar. É necessários que existam constantemente dadores para que o funcionamento do banco seja assegurado. Em Portugal isto não se verifica, quer porque os dadores receiam que anos mais tarde um filho lhes bata à porta, quer por receio de que as suas doações sejam depois comercializadas com fins lucrativos pouco éticos. A criopreservação de ovócitos humanos ainda é uma metodologia em desenvolvimento, apesar de algumas gestações pós-descongelamento terem sido descritas em meados da década de 80. Desde que as técnicas para a criopreservação de ovócitos foram, e ainda estão a ser, descritas, os cientistas estão a investir cada vez mais nessa tecnologia.
Webgrafia Para realizar este trabalho consultamos os seguintes sites: . http://www.crh.com.br/crh.asp?pasta=33&livro=1&txt=9 . http://www.silviamota.com.br/enciclopediabiobio/procriacaoassistida/ criopreservacao-embrioes.htm . http://fertilicita.com/site/doacao-de-gametas/ . http://www.infert.com.br/conteudo/tratamentos/doacao-de-gametas-ovulos-espermatozoides . http://www.scrapsweb.com.br/orkut/13/bebes.html . http://vidaeestilo.terra.com.br/homem/interna/0,,OI4147867-EI12827,00-Doacao+de+esperma+ainda+enfrenta+preconceitos+no+Brasil.html . http://www.avaclinic.pt/doacao.htm . http://www.avaclinic.pt/doacao.htm . http://brasilmedicina.com/noticias/pgnoticias_det.asp?Codigo=904&AreaSelect=1 . http://www.spmr.pt/default.aspx . http://www.spmr.pt/documentos/Procriação%20Medicamente%20Assistida%20Lei32.2006.pdf . http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=2422 . http://www.cnpma.org.pt/Docs/Profissionais_CI_DoacaoEZ.pdf . http://www.cnpma.org.pt/Docs/Profissionais_CI_DoacaoOV.pdf . http://www.cnpma.org.pt/Docs/Profissionais_CI_CrioEZ.pdf . http://www.cnpma.org.pt/Docs/Profissionais_CI_CrioOV.pdf . http://www.arouca.biz/comunidade/forum/18-nao-relacionado-com-arouca-conversas-geral/5522-universidade-do-porto-cria-banco-publico-de-esperma-e-ovulos/ . http://www.publico.pt/Sociedade/primeiro-banco-de-esperma-e-ovulos-arranca-no-porto_1269049 . http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=567432 . http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/7216/saude-publica/portugal-importa-esperma-da-espanha-para-atender-demanda-de-casais-inferteis . http://rose_rj.e-familyblog.com/note/4092/decis%C3%A3o-sobre-a-recep%C3%A7%C3%A3o-de-%C3%B3vulos.html . http://aeiou.expresso.pt/vende-se-sangue-ovulos-esperma-e-ate-cabelo=f473042 . http://www.infert.com.br/conteudo/tratamentos/doacao-de-gametas-ovulos-espermatozoides . http://www.hvalmada.com/grupo/content/view/48/68/
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