Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Biologia - 12º Ano

 

Ficha do trabalho:

Doenças Alérgicas

Autores: Daniela Brás

Escola: Escola Alfredo dos Reis Silveira

Data de Publicação: 30/01/2014

Resumo: Trabalho sobre a hipersensibilidade e algumas doenças alérgicas, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano). Ver Trab. Completo

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Doenças Alérgicas

Introdução

 

A alergia é um estado de hipersensibilidade imunitária traduzido por reações em relação a antigénios específicos existentes no pó, pólen, produtos químicos, alimentares, entre outros. Devido á presença de alergénios, substâncias presentes que desencadeiam as alergias, ou atacando as próprias células (autoimunidade).

Mesmo em concentrações reduzidas estes antigénios podem provocar uma reação imunitária exagerada que pode levar à morte.

As alergias processam-se de forma idêntica às reações imunitárias, ocorre a exposição ao antigénio/alergénio seguida de uma estimulação da imunidade mediada por anticorpos ou por células.

Catalogam-se três tipos de alergias: respiratórias, alimentares e dermatológicas, segundo o sistema do organismo que afetam, as alergias respiratórias são as mais comuns.

Alimentos com maior taxa de alergia causada: A maioria das alergias tem origem alimentar. Na maioria dos casos, os alergénios são produtos usados na nossa dieta diária (ovos, leite, cereais como o trigo e o centeio, entre outros). Quanto maior for a quantidade proteica presente num determinado alimento, maior será a possibilidade deste desencadear uma reação alérgica dado que quanto maior for a proteína, mais difícil se torna a sua digestão. Os alimentos com maior taxa de alergia causada são o leite, ovos, marisco, nozes, cereais, amendoins, soja e chocolate.

Mecanismos de hipersensibilidade

As reacções alérgicas podem manifestar-se de imediato (hipersensibilidade imediata), havendo um tipo mais frequente chamado choque anafilático, ou num período mais prolongado, após o contacto com o alergénio (hipersensibilidade tardia), dividindo-se, também, em três importantes tipos: citotóxico, imunocomplexos e celular.

A reacção alérgica acontece em duas fases: Fase de sensibilização e Resposta secundária.

Na 1ª exposição a um alergénio o sistema imunitário enfraquece. Nas posteriores exposições, ocorre uma reacção alérgica que pode ir de uma erupção cutânea a diversos problemas respiratórios.

Existem diversos tipos de reacções alérgicas e que variam de pessoa para pessoa.

Hipersensibilidade imediata:

A Hipersensibilidade imediata ocorre quando um dado indivíduo produz grandes quantidades de imunoglobulina E (IgE) de forma a proteger-se de grãos de pólen, por exemplo. Num primeiro contacto com o alergénio, os linfócitos B são estimulados e diferenciam-se em plasmócitos que produzem anti-corpos específicos (IgE).  De seguida, o antigénio liga-se ao alergénio e é reconhecido pelos anticorpos (IgE) fixos nos mastócitos e basófilos, libertando grandes quantidades de histamina.

O tipo I ou Choque anafilático é uma reação alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a um alergénio. Esta reação é mediada por determinadas substâncias como a histamina, em células da mucosa respiratória, mucosa intestinal e epiderme, e por determinados leucócitos (mastócitos e basófilos). À medida que a reacção progride, algumas substâncias com alto poder inflamatório são sintetizadas. Quando ocorre um choque anafilático, na maioria dos casos, o indivíduo fica lívido, com a pele fria, sente uma ansiedade extrema, podendo mesmo desmaiar.

 

Hipersensibilidade tardia:

A hipersensibilidade tardia leva mais de 12 horas a manifestar-se à exposição ao alergénio. Envolve o reconhecimento do antigénio por linfócitos T, que, ao realizar uma atividade intensa podem danificar células e tecidos. Neste caso, o alergénio é processado por células apresentadoras de antigénios e é iniciada uma resposta mediada por células. Esta resposta pode ser tão intensa que a quantidade de citocina libertada é capaz de activar macrófagos e lesionar tecidos. (Ex: quando bactérias que causam a tuberculose colonizam os pulmões.)

 

O tipo II ou Citotóxico é uma reação que ocorre, por exemplo, em algumas doenças auto-imunes como a tiroide, onde a pessoa forma anticorpos contra elementos (órgãos e tecidos) de si próprio.

O tipo III ou Imunocomplexos é uma reação que se caracteriza pela formação de complexos antigénio - anticorpo (imunocomplexos), os quais se depositam em tecidos ou entram na circulação sanguínea. Os imunocomplexos atraem mediadores da inflamação, o que determina lesões localizadas em certos órgãos ou espalhadas por todo o corpo.

O tipo IV ou Celular é uma reação mediada por linfócitos e os seus produtos, as linfocinas, libertadas mediante o contacto com o antigénio, cujo exemplo típico é a reacção tuberculémica, encontrando-se este mecanismo também na rejeição de transplantes.

Doenças alérgicas

As doenças alérgicas mais frequentes desencadeadas por estas reações são:

 

Edema de Quincke: A principal complicação relacionada com o edema de Quincke é a respiratória, que surge bruscamente e se caracteriza por um inchaço considerável (edema) na pele, cara e mucosas da boca e garganta. O risco de asfixia é elevado devido ao inchaço da glote, sendo, portanto, o tratamento muitíssimo urgente.

Eczema: Surge quando há uma inflamação na pele que provoca comichão. Nem todos os eczemas são de origem alérgica, mas nesta situação destacam-se três variantes

 

. Eczema do lactente: Manifesta-se entre o 3º e o 4º mês de vida, e normalmente cura-se de forma espontânea. É, muitas vezes, hereditário.

 

. Eczema constitucional: É um tipo crónico de eczema que se pode formar na infância ou mesmo na idade adulta, estando ligado a uma alergia semitardia. Também pode ter origem hereditária.

· Eczema de contacto: Tem origem num alergénio fixo à pele ou a uma mucosa. De início, encontra-se localizado. Todavia, tem tendência a alastrar.

 

 

. Urticária: É uma erupção cutânea súbita. Apesar de poder ser confundida com o eczema, a comichão é distinta, a urticária provoca uma sensação de dor aguda, semelhante à picada de urtiga.

 

Asma: Divide-se em dois tipos:

· Asma atópica – Imunologicamente, é uma hipersensibilidade semi-tardia a anticorpos circulantes, manifestando-se após a fixação de um determinado alergénio.

· Asma não atópica – Surge em indivíduos de idade mais avançada e pode não ter a alergia como causa inicial.

DIAGNÓSTICO

Talvez sejam necessários testes de alergia para determinar se os sintomas são realmente alérgicos ou se são causados por outros problemas. Por exemplo, ingerir alimentos contaminados (intoxicação alimentar) pode causar sintomas similares às alergias a alimentos.

 

O teste feito na pele é o método mais comum para testar as alergias. Um dos tipos de testes feitos na pele é o teste por puntura, neste teste, são colocadas na pele pequenas quantidades das substâncias suspeitas de causar as alergias e, em seguida, são feitas pequenas picadas na região para que a substância penetre. A pele será observada atentamente para verificar o surgimento de sinais de reação, como inchaço ou vermelhidão.

Um método semelhante envolve injetar uma pequena quantidade do alergénico na pele e observá-la à espera de uma reação. Este teste é chamado teste intradérmico e é provável que seja mais usado quando o objetivo é descobrir se você é alérgico a algo específico, como veneno de abelha ou penicilina.

Cada tipo de teste cutâneo tem suas vantagens e desvantagens. Os testes por escarificação/puntura permitem que o médico teste um grande número de alérgenos de uma vez. Os testes intradérmicos proporcionam mais precisão na determinação de certos alérgenos. Os dois tipos de testes são usados para determinar alergias comuns, como a pêlos de gato, esporos de fungos e plantas. Mas nem sempre são válidos para alergias a alimentos ou produtos químicos.

O teste de contato é um método para diagnosticar reações alérgicas na pele. Possíveis alergénicos são colados na pele com adesivo durante 48 horas. O médico irá observar a área afetada em 24 horas, e novamente passadas 48 horas. Os testes cutâneos são mais úteis para diagnosticar alergias alimentares, ao bolor, ao pólen, animais ou a venenos.

A imunoterapia, também chamada de vacinação antialérgica é o único tratamento para alergia que pode diminuir a longo prazo a sensibilidade aos alérgenos. O conceito baseia-se no mesmo princípio das imunizações para gripe ou poliomielite. Doses pequenas e controladas de um alérgeno são introduzidas no corpo para que se possa desenvolver tolerância. As injeções levam ao desenvolvimento de uma resposta imuno-protetora através do aumento das células T supressoras e do aumento de anticorpos. Quanto mais tolerante se tornar o corpo, menos sintomas surgirão. A imunoterapia proporciona uma melhora significativa em mais de 90% dos pacientes com rinite alérgica.

As vacinas antialérgicas são sugeridas quando há uma resposta incompleta aos medicamentos, ou tem efeitos secundários excessivos, quando não é possível evitar o alérgeno, ou ainda quando há um desejo de diminuir o uso dos medicamentos a longo prazo, como no caso de uma mulher que deseja engravidar.

Tratamento

Existem diversos tipos de medicamentos disponíveis para prevenir e tratar as alergias. O medicamento recomendado pelo seu médico vai depender do tipo e da gravidade dos seus sintomas, da sua idade e da sua saúde geral.

Reações alérgicas graves (anafilaxia) precisam ser tratadas com um medicamento chamado epinefrina, que pode salvar vidas se for administrada imediatamente.

 O tratamento sintomático é feito com anti-histamínicos e corticoides por via endovenosa ou intramuscular. Medicamentos sintomáticos são prescritos conforme a necessidade de cada pessoa. É necessário também afastar a pessoa do agente que está a causar a alergia.

 O tratamento curativo é a Imunoterapia Específica ou Dessensibilização, é uma forma de imunoterapia onde o paciente recebe doses inicialmente mínimas que gradualmente vão aumentando, com doses progressivas do produto alergénico em questão.

 Doenças específicas causadas por alergias (como a asma, a rinite alérgica e o eczema) podem exigir tratamentos adicionais.

Pessoas que têm alergia alimentar devem estar preparadas para ocorrer uma ingestão acidental. Para se proteger caso ingira por acidente algum alimento que cause alergia, pode-se tomar algumas precauções, como:

. Usar bracelete médica de alerta declarando que tem alergia alimentar e está sujeito a reações severas.

. Ter um aparelho de autoinjecção contendo epinefrina (adrenalina) para utilizar caso esteja a ter uma reação alérgica.

. Procurar ajuda médica imediatamente caso esteja a ter uma reação alérgica. 

Bioética

As alergias são um problema cada vez maior no mundo actual, muito disseminadas entre a população mundial e que, cada vez mais, e de forma mais violenta, afetam indivíduos mais jovens, principalmente, nas grandes cidades, onde os índices de respirabilidade do ar se têm vindo a degradar de ano para ano.

Esta epidemia da civilização moderna deve-se, em parte, à obsessão pela limpeza. Isto faz com que, desde a infância, o corpo não seja suficientemente exposto à sujidade (de modo a estimular o sistema imunitário) e responda de forma inapropriada perante qualquer substância estranha.

Será que se deve manipular geneticamente animais para produzir bens materiais ou alimentares de modo a estes produtos/alimentos não causarem reações alérgicas?

Até 3% das crianças são alérgicas ao leite de vaca no seu primeiro ano de vida. Assim, os cientistas modificaram geneticamente uma vaca, de modo a que o leite produzido fosse isento de beta-lactoglobulina, uma das principais proteínas do leite à qual muitas pessoas são alérgicas.

A beta-lactoglobulina está presente nos genes da vaca. Para interromper a sua produção, os cientistas adicionam material genético extra, utilizando a técnica intitulada RNA de interferência.

Mas este experiencia levante algumas questões éticas.

A vaca, de nome Daisy, utilizada nesta experiencia nasceu sem cauda, levantando uma questão:

Será que se deve manipular geneticamente animais para produzir bens materiais ou alimentares de modo a estes produtos/alimentos não causarem reações alérgicas?

Legislação da rotulagem:

Um dos hábitos que devem estar enraizados no quotidiano de alguém com uma alergia alimentar é ler cuidadosamente os rótulos dos produtos que pretende consumir pois um alérgico muito sensível pode ter um choque anafilático se ingerir acidentalmente um alergénio. É por isso extremamente importante a legislação em relação aos rótulos dos produtos alimentares pois pode até ajudar a salvar vidas.

Felizmente o Decreto-lei Nº126 de 2005 veio alterar significativamente a legislação em vigor, ao introduzir o conceito de alimentos com potencial alergénico. Passou a ser obrigatória a indicação do rótulo com todos os ingredientes e outras substâncias presentes nos alimentos, nomeadamente dos que são potencialmente alergénicos.

 

Conclusão

Após a realização deste trabalho podemos comprovar que uma grande parte das pessoas é afetada por alergias, através de alimentos, pó, produtos químicos entre outros. Assim sendo um assunto cada vez mais comum há que se saber como prevenir e como agir durante uma reação alérgica. Para isso devemos conhecer a que somos alérgicos, e que alimentos, equipamentos e produtos que contem este tipo de alergénio e consultar antes o rotulam daquilo que ingerimos.

Mesmo que ingiramos algo que pode ter um grande potencial para nos causar uma alergia e nada aconteça de imediato deve-se na mesma recorrer a um tratamento visto que existe casos como a hipersensibilidade tardia em que os sintomas só aparecem após algumas horas do contacto com o alergénio.

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