Introdução A alergia é um estado de hipersensibilidade imunitária traduzido por reações em relação a Qualquer espécie animal, para manter a sua continuidade e assegurar o desenvolvimento de novas gerações, necessita de se reproduzir. Para que exista sucesso na procriação é necessário a produção e libertação em número suficiente de espermatozóides sãos, produção e libertação de oócitos II viáveis, capacidade dos espermatozóides de fecundarem os oócitos, entre outros. É a partir do desejo de homens e mulheres de exercer a paternidade que o sonho de ter um filho apesar de qualquer restrição biológica se tornou possível e está cada vez mais acessível e seguro. Os métodos de reprodução medicamente assistida são uma opção a ser considerada em casos de infertilidade tanto masculina quanto feminina. As diferentes variantes técnicas podem ser agrupadas em: As mais antigas e mais simples - nas quais a fecundação se dá dentro do corpo da mulher - chamadas de Inseminação Artificial. Caso os gametas utilizados sejam do próprio casal, chamamos de inseminação homóloga, caso um ou ambos os gametas sejam obtidos a partir de doadores anónimos, chamamos de inseminação heteróloga. As técnicas mais modernas - nas quais a fecundação se dá fora do corpo da mulher - que passam pelo procedimento de fertilização in vitro (FIV). Existem diversas variantes técnicas da FIV. Inseminação intra-uterina (IIU) O que é? Na inseminação intra-uterina ou inseminação artificial os espermatozóides selecionados são inseridos diretamente na cavidade uterina. Desta forma, ficam mais perto do local de fertilização. Os casais poderão recorrer à IIU se a qualidade ou a quantidade dos espermatozóides for reduzida, se o muco cervical for hostil ao esperma ou se existirem anticorpos anti esperma e ainda em situações de infertilidade inexplicadas. Pré - Procedimento (feminino) Deve ser realizado por altura da ovulação. Para melhorar a probabilidade de gravidez, a IIU é frequentemente combinada com uma terapêutica farmacológica destinada à mulher (ligeira estimulação ovárica com vista à produção de dois ou três óvulos, a fim de aumentar a probabilidade de sucesso). A probabilidade de engravidar são aproximadamente de 10-20% em cada ciclo de IIU. Pré – Procedimento (masculino) O esperma sobre um pré-tratamento no laboratório para separar os espermatozóides do líquido seminal. Embora este pré-tratamento resulte numa redução do número de espermatozóides, possibilita a utilização dos “melhores espermatozóides” numa forma altamente concentrada. Procedimento Insere-se um fino tubo flexível no útero através de um espéculo e deposita-se lentamente o esperma no útero. Este procedimento é geralmente indolor e não demora mais do que 5 minutos. São geralmente realizados três a seis tratamentos. Fertilização in vitro O que é? A FIV é uma técnica de reprodução medicamente assistida que consiste na colocação, em ambiente laboratorial, (in vitro), de um número significativo de espermatozóides, 50 a 100 mil, ao redor de cada ovócito II, procurando obter pré-embriões de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, para a cavidade uterina. Inicialmente restrita às mulheres com obstruções das trompas, hoje a FIV é utilizada como opção terapêutica para casais com fatores masculino, imunológico, ovariano e com endometriose, entre outras causas. Fases . Estimulação do ovário - envolve o uso de medicamentos para ovulação ou para fertilidade. O citrato de clomifene é um indutor da ovulação de uso por via oral. A sua ação anti estrogénica faz com que os níveis de FSH e LH aumentem, provocando um maior recrutamento folicular. O médico utiliza a ultra-sonografia ou um exame ao sangue para determinar quando os óvulos estarão prontos para serem retirados. Quando os óvulos estiverem quase maduros, a ovulação é induzida artificialmente através de uma injeção da hormona HCG (gonadotropina coriónica humana) que estimula a fase final do processo de maturação dos óvulos e são então expelidos pelos folículos. Os óvulos são extraídos 36 horas após a injeção. . Extracção do óvulo - O médico realiza uma aspiração transvaginal por ultra-sonografia. Esse é um procedimento cirúrgico simples em que se anestesia a paciente e os óvulos remove-os com a ajuda de uma seringa por sucção. Se não conseguir encontrar os óvulos com a ultra-sonografia o médico recorre a cirurgia por laparoscopia. Essa técnica, em que os médicos fazem uma pequena incisão no abdomem da paciente e localizam os ovários com minúsculas lentes de fibra óptica, requer um anestésico mais forte. . Inseminação - os médicos examinam os óvulos e decidem quais deles possuem maior potencial para uma gravidez bem-sucedida. A amostra de esperma é lavada com uma solução nutritiva especial para isolar os espermatozóides com maior mobilidade. Os espermatozóides e os óvulos são colocados em meios de cultura com soluções nutritivas especiais para maximizar as probabilidades de fertilização. No prazo de 18 horas, o embriologista poderá determinar se ocorreu ou não a fertilização. . Fertilização e cultura de embrião ou embriões - geralmente, no prazo de algumas horas, um espermatozóide penetra o óvulo e fertiliza-o. No dia seguinte, a fertilização é confirmada se os médicos conseguirem ver dois pronúcleos. Esses pronúcleos são as bases da formação do embrião. Eles irão unir-se para formar o núcleo do zigoto, que se divide para se tornar um embrião. Cinco dias após a fertilização, o embrião pode ser chamado de blastocisto, que mais tarde origina o córion/placenta, saco amniótico e o embrião. Mas muitos embriões não são observados durante todo este tempo porque podem ser colocados no útero dentro de um a seis dias após a fertilização. . Transferência do embrião – O embrião é colocado num tubo comprido, fino e flexível que possui uma seringa na ponta. Recomenda-se à paciente que fique em uma posição de repouso durante uma hora ou duas para prevenir qualquer desconforto ao corpo. No prazo de 24 a 72 horas, o embriologista poderá determinar se os embriões se estão a desenvolver. Riscos Durante a estimulação do ovário poderá verificar-se uma reação excessiva dos ovários assim as mulheres podem adquirir a síndrome da hiperestimulação do ovário (SHO), que pode levar a sintomas como desconforto abdominal, náuseas e vómitos. Quando mais que um embrião é transferido, existe sempre o risco de gravidez múltipla, o risco mais comum é o parto prematuro. Cerca de 5% das gravidezes por FIV são ectópicas, o que significa que o óvulo fertilizado se desenvolveu fora do útero, geralmente nas trompas de Falópio, essa complicação requer a eliminação imediata do feto. Desvantagens Cerca de 70% em procedimentos de FIV são repetidos até três vezes, e com riscos baixos e controlados. O FIV tem desvantagens como por exemplo, o procedimento não ser totalmente indolor, os custos elevados, os seguros e subsistemas de saúde não cobrem na integridade o tratamento e a FIV é um tratamento invasivo, pode ser muito exigente em termos físicos por causa das injecções diárias, das consultas regulares e dos possíveis efeitos secundários da utilização dos fármacos, e também em termos psicológicos. A taxa de sucesso da FIV é de 20 a 30% por cada ciclo de tratamento. Candidatos elegíveis Poderão ser candidatos elegíveis para este tratamento, indivíduos nas seguintes situações: . Patologia nas trompas de Falópio. . Endometriose (doença em que a ovulação ocorre fora do útero) . Infertilidade masculina . Apenas quando outros tratamentos não tenham conduzido a uma gravidez. . Infertilidade inexplicada Injecção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) O que é? A injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) é utilizada em conjunto com a FIV para melhorar a probabilidade de fertilização nos casos em que o esperma apresenta anomalias graves. Num tratamento de FIV, várias dezenas de milhares de espermatozóides, no mínimo, são colocados juntamente com o óvulo na esperança de que um deles o consiga penetrar. Na ICSI, é selecionado um único espermatozóide para ser injetado diretamente no óvulo, assim as probabilidades de fertilização são, de facto, maiores. Procedimento Para o homem, a preparação é um pouco maior, dado que, frequentemente, é necessário realizar espermogramas e poderá ser necessária uma análise ao sangue para a realização de testes genéticos. A preparação da mulher e os prazos de fecundação e do desenvolvimento são iguais aos da FIV. Com auxílio de um microscópio este espermatozóide é aspirado para uma fina agulha de vidro e é injetado num dos óvulos. O processo de injeção em si demora menos de 30 segundos, sendo repetido para todos os óvulos recolhidos que aparentemente estejam maduros e não apresentem anomalias. Vantagens A taxa média de sucesso por cada ciclo de ICSI é de aproximadamente 27-33%. A ICSI veio solucionar a maioria dos casos de infertilidade masculina e também alguns casos de infertilidade sem causa aparente. Transferência Intratubária de Gametas (Gift) Seguindo os mesmos procedimentos da técnica de fertilização in vitro, os óvulos e o esperma são coletados. No entanto, são recolocados nas trompas de Falópio por meio da técnica cirúrgica de laparoscopia (processo utilizado para a introdução do óvulo nas trompas de Falópio). Este tratamento está em desuso porque a FIV, além de ser uma técnica mais sofisticada, apresenta menos riscos por evitar a cirurgia. Uma vantagem da GIFT é que o embrião não é desenvolvido em laboratório. Candidatos viáveis: Infertilidade masculina, tentativas frustradas de inseminação e a obstrução das Trompas de Falópio. O GIFT é um bom método de reprodução assistida a vários níveis, economicamente, revela-se relativamente acessível a todos os casais. Enquanto técnica de concepção, permite a gravidez em caso de vasectomia, muco cervical muito espesso, baixa contagem de espermatozóides, entre outros. Desvantagens . Mulheres com trompas lesadas não podem realizar a GIFT. . O método requer cirurgia de laparoscopia. . A fertilização não pode ser confirmada visualmente como acontece na FIV. Transferência Intratubária de Zigoto (Zift) Utiliza a mesma técnica do Gift, porém aguarda-se a fertilização (zigoto) no laboratório para fazer a transferência por meio da cirurgia laparoscópica. Também é um método que vem sendo substituído pela FIV. São candidatos viáveis os casais com infertilidade sem causa aparente, casais que já tentaram seis ciclos de inseminação intra-uterina sem sucesso e mulheres com as trompas laqueadas ou com disfunção hormonal. Tem como desvantagem o facto de mulheres com histórico de doença tubária não puderem realizar este procedimento. As questões éticas da fecundação in vitro A grande questão ética sobre este procedimento médico é quanto ao fato de ocorrer a fecundação fora do corpo da mãe, o que, para alguns, contraria a lei natural da reprodução. É correcto recorrer a doadores para se ter um filho que geneticamente não vai ser seu? Existe ainda a questão da Maternidade de substituiçao: A maternidade de substituição é um processo dispendioso e desgastante emocionalmente, além disso, é acompanhada por uma série de obstáculos jurídicos mas para algumas mulheres este é o único processo possível para que possam ter filhos. Será necessário assinar muitos contratos e iniciar um processo de adopção para que a criança seja considerada, para todos os efeitos legais, filha do casal que recorreu à maternidade de substituição. Sabe-se que muitas vezes a mãe substituta cria com o feto um laço afectivo muito forte, por isso, já houve episódios em que se recusa a entregar o recém-nascido. O que fazer nesses casos? A quem deve ser dada a tutela do bebé? O que está a ocorrer a partir desta questão é a formação de novos conceitos de paternidade e de maternidade. A mãe, tradicionalmente, era a mulher que gerou e, após a gestação, deu à luz o filho. Hoje em dia pode-se falar de duas maternidades: a “maternidade genética” que pertence a dadora do óvulo e a “maternidade biológica” que pertence a quem suportou a gestação. Conclusão Pudemos verificar, a partir dos conceitos básicos de funcionamento de cada método, que estes vieram dar à humanidade soluções para muitos problemas relacionados com a dificuldade em originar descendência. A possibilidade de contornar estes obstáculos revelou-se muito benéfica para os casais, tanto a nível emocional e psicológico como a nível da relação dos mesmos, havendo também uma contribuição para o crescimento populacional. No entanto, toda esta revolução trouxe também realidades que colocam de parte a afirmação dos métodos da reprodução medicamente assistida como algo única e exclusivamente com benefícios - cada um deles apresenta as suas desvantagens, riscos e limitações, como verificamos e mencionámos durante a realização deste trabalho. É ainda de destacar que toda esta manipulação de um método antes exclusivamente natural levanta muitas implicações éticas e uma forte discordância da utilização destas técnicas entre a sociedade. __________________________________ Outros Trabalhos Relacionados | Ainda não existem outros trabalhos relacionados | |