Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Biologia - 12º Ano

 

Ficha do trabalho:

Fertilização in Vitro

Autores: Daniela Brás

Escola: Escola Alfredo dos Reis Silveira

Data de Publicação: 31/01/2014

Resumo: Trabalho sobre a várias tecnicas de fertilização in vitro, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano). Ver Trab. Completo

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Fertilização in Vitro

Introdução

A alergia é um estado de hipersensibilidade imunitária traduzido por reações em relação a

Qualquer espécie animal, para manter a sua continuidade e assegurar o desenvolvimento de novas gerações, necessita de se reproduzir. Para que exista sucesso na procriação é necessário a produção e libertação em número suficiente de espermatozóides sãos, produção e libertação de oócitos II viáveis, capacidade dos espermatozóides de fecundarem os oócitos, entre outros.

É a partir do desejo de homens e mulheres de exercer a paternidade que o sonho de ter um filho apesar de qualquer restrição biológica se tornou possível e está cada vez mais acessível e seguro. Os métodos de reprodução medicamente assistida são uma opção a ser considerada em casos de infertilidade tanto masculina quanto feminina. 

As diferentes variantes técnicas podem ser agrupadas em:
As mais antigas e mais simples - nas quais a fecundação se dá dentro do corpo da mulher - chamadas de Inseminação Artificial.

Caso os gametas utilizados sejam do próprio casal, chamamos de inseminação homóloga, caso um ou ambos os gametas sejam obtidos a partir de doadores anónimos, chamamos de inseminação heteróloga.

As técnicas mais modernas - nas quais a fecundação se dá fora do corpo da mulher - que passam pelo procedimento de fertilização in vitro (FIV). Existem diversas variantes técnicas da FIV.

Inseminação intra-uterina (IIU)

O que é?

Na inseminação intra-uterina ou inseminação artificial os espermatozóides selecionados são inseridos diretamente na cavidade uterina. Desta forma, ficam mais perto do local de fertilização.

Os casais poderão recorrer à IIU se a qualidade ou a quantidade dos espermatozóides for reduzida, se o muco cervical for hostil ao esperma ou se existirem anticorpos anti esperma e ainda em situações de infertilidade inexplicadas.

Pré - Procedimento (feminino)

Deve ser realizado por altura da ovulação. Para melhorar a probabilidade de gravidez, a IIU é frequentemente combinada com uma terapêutica farmacológica destinada à mulher (ligeira estimulação ovárica com vista à produção de dois ou três óvulos, a fim de aumentar a probabilidade de sucesso). A probabilidade de engravidar são aproximadamente de 10-20% em cada ciclo de IIU.

Pré – Procedimento (masculino)

O esperma sobre um pré-tratamento no laboratório para separar os espermatozóides do líquido seminal. Embora este pré-tratamento resulte numa redução do número de espermatozóides, possibilita a utilização dos “melhores espermatozóides” numa forma altamente concentrada.

Procedimento

Insere-se um fino tubo flexível no útero através de um espéculo e deposita-se lentamente o esperma no útero. Este procedimento é geralmente indolor e não demora mais do que 5 minutos. São geralmente realizados três a seis tratamentos.

Fertilização in vitro

O que é?

A FIV é uma técnica de reprodução medicamente assistida que consiste na colocação, em ambiente laboratorial, (in vitro), de um número significativo de espermatozóides, 50 a 100 mil, ao redor de cada ovócito II, procurando obter pré-embriões de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, para a cavidade uterina.

Inicialmente restrita às mulheres com obstruções das trompas, hoje a FIV é utilizada como opção terapêutica para casais com fatores masculino, imunológico, ovariano e com endometriose, entre outras causas.

Fases

. Estimulação do ovário - envolve o uso de medicamentos para ovulação ou para fertilidade. O citrato de clomifene é um indutor da ovulação de uso por via oral. A sua ação anti estrogénica faz com que os níveis de FSH e LH aumentem, provocando um maior recrutamento folicular.

O médico utiliza a ultra-sonografia ou um exame ao sangue para determinar quando os óvulos estarão prontos para serem retirados.

Quando os óvulos estiverem quase maduros, a ovulação é induzida artificialmente através de uma injeção da hormona HCG (gonadotropina coriónica humana) que estimula a fase final do processo de maturação dos óvulos e são então expelidos pelos folículos. Os óvulos são extraídos 36 horas após a injeção.

 

. Extracção do óvulo - O médico realiza uma aspiração transvaginal por ultra-sonografia. Esse é um procedimento cirúrgico simples em que se anestesia a paciente e os óvulos remove-os com a ajuda de uma seringa por sucção. Se não conseguir encontrar os óvulos com a ultra-sonografia o médico recorre a cirurgia por laparoscopia. Essa técnica, em que os médicos fazem uma pequena incisão no abdomem da paciente e localizam os ovários com minúsculas lentes de fibra óptica, requer um anestésico mais forte.

 

. Inseminação - os médicos examinam os óvulos e decidem quais deles possuem maior potencial para uma gravidez bem-sucedida. A amostra de esperma é lavada com uma solução nutritiva especial para isolar os espermatozóides com maior mobilidade. Os espermatozóides e os óvulos são colocados em meios de cultura com soluções nutritivas especiais para maximizar as probabilidades de fertilização. No prazo de 18 horas, o embriologista poderá determinar se ocorreu ou não a fertilização.

 

. Fertilização e cultura de embrião ou embriões - geralmente, no prazo de algumas horas, um espermatozóide penetra o óvulo e fertiliza-o. No dia seguinte, a fertilização é confirmada se os médicos conseguirem ver dois pronúcleos. Esses pronúcleos são as bases da formação do embrião. Eles irão unir-se para formar o núcleo do zigoto, que se divide para se tornar um embrião. Cinco dias após a fertilização, o embrião pode ser chamado de blastocisto, que mais tarde origina o córion/placenta, saco amniótico e o embrião. Mas muitos embriões não são observados durante todo este tempo porque podem ser colocados no útero dentro de um a seis dias após a fertilização.

 

. Transferência do embrião – O embrião é colocado num tubo comprido, fino e flexível que possui uma seringa na ponta. Recomenda-se à paciente que fique em uma posição de repouso durante uma hora ou duas para prevenir qualquer desconforto ao corpo. No prazo de 24 a 72 horas, o embriologista poderá determinar se os embriões se estão a desenvolver.

 

Riscos

Durante a estimulação do ovário poderá verificar-se uma reação excessiva dos ovários assim as mulheres podem adquirir a síndrome da hiperestimulação do ovário (SHO), que pode levar a sintomas como desconforto abdominal, náuseas e vómitos. 

Quando mais que um embrião é transferido, existe sempre o risco de gravidez múltipla, o risco mais comum é o parto prematuro. Cerca de 5% das gravidezes por FIV são ectópicas, o que significa que o óvulo fertilizado se desenvolveu fora do útero, geralmente nas trompas de Falópio, essa complicação requer a eliminação imediata do feto.

 

Desvantagens

Cerca de 70% em procedimentos de FIV são repetidos até três vezes, e com riscos baixos e controlados. O FIV tem desvantagens como por exemplo, o procedimento não ser totalmente indolor, os custos elevados, os seguros e subsistemas de saúde não cobrem na integridade o tratamento e a  FIV é um tratamento invasivo, pode ser muito exigente em termos físicos por causa das injecções diárias, das consultas regulares e dos possíveis efeitos secundários da utilização dos fármacos, e também em termos psicológicos.

 

A taxa de sucesso da FIV é de 20 a 30% por cada ciclo de tratamento.

 

Candidatos elegíveis

Poderão ser candidatos elegíveis para este tratamento, indivíduos nas seguintes situações:

. Patologia nas trompas de Falópio.

. Endometriose (doença em que a ovulação ocorre fora do útero)

. Infertilidade masculina

. Apenas quando outros tratamentos não tenham conduzido a uma gravidez.

. Infertilidade inexplicada

 

Injecção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI)

 

O que é?

A injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) é utilizada em conjunto com a FIV para melhorar a probabilidade de fertilização nos casos em que o esperma apresenta anomalias graves.

Num tratamento de FIV, várias dezenas de milhares de espermatozóides, no mínimo, são colocados juntamente com o óvulo na esperança de que um deles o consiga penetrar. Na ICSI, é selecionado um único espermatozóide para ser injetado diretamente no óvulo, assim as probabilidades de fertilização são, de facto, maiores.

 

Procedimento

Para o homem, a preparação é um pouco maior, dado que, frequentemente, é necessário realizar espermogramas e poderá ser necessária uma análise ao sangue para a realização de testes genéticos. A preparação da mulher e os prazos de fecundação e do desenvolvimento são iguais aos da FIV. 

Com auxílio de um microscópio este espermatozóide é aspirado para uma fina agulha de vidro e é injetado num dos óvulos. O processo de injeção em si demora menos de 30 segundos, sendo repetido para todos os óvulos recolhidos que aparentemente estejam maduros e não apresentem anomalias.

Vantagens

A taxa média de sucesso por cada ciclo de ICSI é de aproximadamente 27-33%. A ICSI veio solucionar a maioria dos casos de infertilidade masculina e também alguns casos de infertilidade sem causa aparente.

 

Transferência Intratubária de Gametas (Gift)

 

Seguindo os mesmos procedimentos da técnica de fertilização in vitro, os óvulos e o esperma são coletados. No entanto, são recolocados nas trompas de Falópio por meio da técnica cirúrgica de laparoscopia (processo utilizado para a introdução do óvulo nas trompas de Falópio). Este tratamento está em desuso porque a FIV, além de ser uma técnica mais sofisticada, apresenta menos riscos por evitar a cirurgia.

Uma vantagem da GIFT é que o embrião não é desenvolvido em laboratório.

Candidatos viáveis:

Infertilidade masculina, tentativas frustradas de inseminação e a obstrução das Trompas de Falópio.

O GIFT é um bom método de reprodução assistida a vários níveis, economicamente, revela-se relativamente acessível a todos os casais. Enquanto técnica de concepção, permite a gravidez em caso de vasectomia, muco cervical muito espesso, baixa contagem de espermatozóides, entre outros.

Desvantagens

. Mulheres com trompas lesadas não podem realizar a GIFT.

. O método requer cirurgia de laparoscopia.

. A fertilização não pode ser confirmada visualmente como acontece na FIV.

Transferência Intratubária de Zigoto (Zift)

 

Utiliza a mesma técnica do Gift, porém aguarda-se a fertilização (zigoto) no laboratório para fazer a transferência por meio da cirurgia laparoscópica. Também é um método que vem sendo substituído pela FIV.

São candidatos viáveis os casais com infertilidade sem causa aparente, casais que já tentaram seis ciclos de inseminação intra-uterina sem sucesso e mulheres com as trompas laqueadas ou com disfunção hormonal.

Tem como desvantagem o facto de mulheres com histórico de doença tubária não puderem realizar este procedimento.

As questões éticas da fecundação in vitro

 

A grande questão ética sobre este procedimento médico é quanto ao fato de ocorrer a fecundação fora do corpo da mãe, o que, para alguns, contraria a lei natural da reprodução. É correcto recorrer a doadores para se ter um filho que geneticamente não vai ser seu? 

 

Existe ainda a questão da Maternidade de substituiçao: A maternidade de substituição é um processo dispendioso e desgastante emocionalmente, além disso, é acompanhada por uma série de obstáculos jurídicos mas para algumas mulheres este é o único processo possível para que possam ter filhos.

 

Será necessário assinar muitos contratos e iniciar um processo de adopção para que a criança seja considerada, para todos os efeitos legais, filha do casal que recorreu à maternidade de substituição.

 

Sabe-se que muitas vezes a mãe substituta cria com o feto um laço afectivo muito forte, por isso, já houve episódios em que se recusa a entregar o recém-nascido. O que fazer nesses casos? A quem deve ser dada a tutela do bebé?

 

O que está a ocorrer a partir desta questão é a formação de novos conceitos de paternidade e de maternidade. A mãe, tradicionalmente, era a mulher que gerou e, após a gestação, deu à luz o filho. Hoje em dia pode-se falar de duas maternidades: a “maternidade genética” que pertence a dadora do óvulo e a  “maternidade biológica” que pertence a quem suportou a gestação.

Conclusão

Pudemos verificar, a partir dos conceitos básicos de funcionamento de cada método, que estes vieram dar à humanidade soluções para muitos problemas relacionados com a dificuldade em originar descendência.

A possibilidade de contornar estes obstáculos revelou-se muito benéfica para os casais, tanto a nível emocional e psicológico como a nível da relação dos mesmos, havendo também uma contribuição para o crescimento populacional.

No entanto, toda esta revolução trouxe também realidades que colocam de parte a afirmação dos métodos da reprodução medicamente assistida como algo única e exclusivamente com benefícios - cada um deles apresenta as suas desvantagens, riscos e limitações, como verificamos e mencionámos durante a realização deste trabalho. É ainda de destacar que toda esta manipulação de um método antes exclusivamente natural levanta muitas implicações éticas e uma forte discordância da utilização destas técnicas entre a sociedade.

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