Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Biologia - 12º Ano

 

Ficha do trabalho:

Imunidade

Autores: Daniela Brás

Escola: Escola Alfredo dos Reis Silveira

Data de Publicação: 30/01/2014

Resumo: Relatório de atividade experimental sobre a imunidade, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano). Ver Trab. Completo

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Doenças Alérgicas

Introdução

 

Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de biologia com o objetivo de observar as preparações definitivas de sangue humano e conhecer a sua constituição bem como criar e observar a nossa própria preparação com sangue humano.

O sangue é uma mistura de aspecto líquido e coloração vermelha, bombeada pelo coração, que circula dentro do sistema cardiovascular de todos os seres com um sistema circulatório fechado, exerce uma importante função vital, que consiste em transportar os nutrientes e o oxigénio para todas as células do corpo.

O sangue apresenta constituintes importantes como as hemácias, que transportam oxigénio, as plaquetas que também apresentam uma importante ação nos mecanismos de coagulação do sangue e ainda os leucócitos que são maiores que as hemácias mas em menor numero e que desempenham a função de defender o organismo contra os agentes patogénico, conferindo a imunidade ao sistema.  

Os leucócitos apresentam-se numa grande variedade de formas, tamanhos, número, e funções específicas, exemplos destes são os linfócitos, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 

Linfócitos

Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou linfócitos B. Estes são responsáveis pela defesa e inativação dos agentes patogénicos.

Monócitos

São leucócitos agranulares, é a maior célula encontrada na corrente sanguínea, sendo produzida na medula óssea. Os monócitos quando se deslocam para os tecidos, recebem o nome de Macrófagos. Estes macrófagos são responsáveis pela proteção dos tecidos.

Neutrófilos

Possui no seu interior granulações finas e delicadas, que não possuem afinidade com os corantes hematológicos. Essas células são responsáveis pela fagocitose de pequenos microrganismos.

Eosinófilos

São leucócitos com um diâmetro maior do que os neutrófilos, as suas granulações são cor de laranja e seu núcleo é bilóbular. Circulam no sangue por 8 horas, seguem para os pulmões, pele e trato gastrointestinal, onde serão eliminados.

Basófilos

Possuem uma forma esférica e um núcleo irregular. Apresenta um citoplasma levemente basofílico (cor azul) e quase sempre ofuscado pelos vários grânulos grosseiros corados de roxo. Os grânulos estão dispostos irregularmente cobrindo também o núcleo. Apresentam dois lóbulos e raramente três ou mais.

 

Fundamentação teórica

Para a realização desta atividade laboratorial foram necessários conhecimentos sobre o sistema imunitário bem como dos diferentes tipos de leucócitos.

Os seres vivos possuem mecanismos internos de defesa, que constituem o sistema imunitário, protegendo-os de doenças causadas por agentes patogénicos, conferindo imunidade.

O sistema imunitário é um conjunto de órgãos, tecidos e células capaz de reconhecer os elementos próprios (toxinas por ele produzidas) e estranhos ao organismo (agentes patogénicos) e de desenvolver mecanismos que o protegem permitindo assim o seu bom funcionamento.

As respostas imunitárias podem constituir uma defesa não específica, uma vez que promovem uma proteção geral contra os agentes patogénicos destruindo a maioria deles, ou uma defesa específica, que combate especificamente cada agente patogénico, é direcionada para um tipo particular de substância ou agente patogénico que tenha conseguido entrar no organismo.

As defesas não específicas protegem o organismo de grande parte dos agentes patogénicos e incluem as barreiras superficiais, as barreiras químicas e celulares, a fagocitose, a resposta inflamatória e as proteínas com ação antimicrobiana.

As barreiras superficiais, químicas e celulares constituem a primeira linha de defesa do organismo: a pele impossibilita a entrada dos agentes patogénicos quando intacta, o muco produzido pelas mucosas do sistema visual, respiratório, digestivo, excretor e reprodutor, as lágrimas e a saliva que funcionam também como barreira á entrada dos invasores, entre outros.

A fagocitose é usada quando os agentes patogénicos conseguem ultrapassar as barreiras superficiais, químicas e celulares, consiste na ingestão e digestão dos agentes patogénicos. As células promotoras deste mecanismo são os fagócitos, que correspondem a leucócitos com capacidade de realizar a fagocitose.

Quando a integridade dos tecidos é afetada e os agentes patogénicos entram no organismo, este desenvolve uma reação inflamatória os vasos sanguíneos dilatam aumentando o fluxo sanguíneo o que proporciona uma maior quantidade de leucócitos (nomeadamente fagócitos) na região afetada, para que estes atravessem os capilares por diapedese e ajudem no combate aos agentes patogénicos.

As proteínas com ação antimicrobiana ativam-se promovendo uma resposta sequencial e assim podem aderir às membranas dos agentes patogénicos, ativar a resposta inflamatória atraindo os fagócitos, auxiliar os fagócitos na destruição dos agentes patogénicos e também, em colaboração com os anticorpos, promover a lise das células invasoras.

Nesta experiência utilizamos o corante Wright, que consiste numa mistura de corantes, um corante básico (azul de metileno) e um corante ácido (eosinato de azul), permitindo a coloração simultânea do citoplasma e do núcleo das células. Enquanto o corante básico confere cor azul-violeta aos ácidos nucleicos, nucleoproteínas, grânulos basófilos e aos grânulos dos neutrófilos, a eosina confere cor vermelha alaranjada à hemoglobina e aos grânulos dos eosinófilos.

Nesta experiência utilizamos também uma solução tampão. As soluções tampão reduzem a variação dos valores de pH, mantendo-o aproximadamente constante, mesmo com adição de pequenas quantidades de ácidos ou bases. Assim, são usadas sempre que se necessita de um meio com pH aproximadamente constante, podem ser formadas por um ácido fraco e um sal formado pela reação desse ácido com uma base forte, ou, então, por uma base fraca e um sal formado pela reação dessa base com um ácido forte.

O pH do sangue é de aproximadamente 7,4 e a solução tampão mais utilizada é um equilíbrio entre o ácido carbónico e o seu ião associado, o bicarbonato. Esta solução evita variações de 0.3 unidades de pH, por isso utilizamos este tipo de soluções para podermos observar os leucócitos no sangue.

 

 Protocolo experimental

Material Biológico

. 1 gota de sangue

Material de laboratório

. Álcool 70°

. Água destilada

. Água tamponada (pH 6,8)

. Algodão hidrófilo

. Papel de filtro

. Lanceta descartável

. Microscópio ótico composto

. Lâminas de bordo esmerilado

. Tampa da caixa de Petri

Corantes

Corante de Wright

Procedimento

. Desinfetou-se a polpa de um dedo indicador.

. Com a lanceta descartável picou-se a polpa do dedo desinfetado.

. Deixou-se cair uma gota de sangue sobre a extremidade da lâmina.

. Realizou-se um esfregaço sanguíneo procedendo do seguinte modo:

. Assentou-se a lâmina de bordo esmerilado, com um inclinação de 45º, sobre a que contem a gota de sangue;

. Deixou-se o sangue estender-se, por capilaridade, ao longo da linha de encontro das duas lâminas;

. Fez-se deslizar a lâmina, exercendo uma ligeira pressão sobre a lâmina horizontal, arrastando assim a gota de sangue para que possa estender em camada uniforme;

. Executou-se esta operação com um movimento rápido até estender toda a gota;

 

 

Agitou-se imediatamente a lâmina, com movimentos rápidos, para secar o esfregaço.

Colocou-se 3 gotas de corante de Wright no esfregaço e deixou-se atuar durante 3 minutos.

Adicionou-se igual quantidade de água tamponada e deixou-se atuar por 10 minutos.

Escorreu-se o corante e lavou-se com água destilada.

De seguida, secou-se suavemente a lâmina com papel de filtro.

Por fim, registou-se e esquematizou-se as observações.

Resultados

Através do trabalho prático realizado pôde-se observar com clareza os diferentes tipos de leucócitos.

Fig.2 – Fotografia da preparação definitiva de sangue humano.

Fig.3 – Observação ao M.O.C da preparação definitiva de sangue humano.

Fig.4 – Fotografia de um neutrófilo.

Fig.5 – Observação ao M.O.C de um neutrófilo.

Fig.6 – Fotografia de um basófilo.

Fig.7 – Observação ao M.O.C de um basófilo.

Fig.8 – Fotografia de um linfócito.

Fig.9 – Observação ao M.O.C de um linfócito.

Discussão

 

A fagocitose é um mecanismo de defesa não específica contra agentes patogénicos que ultrapassam as barreiras superficiais de defesa. Este processo ocorre com o auxílio dos fagócitos.

Os fagócitos circulam na corrente sanguínea e podem atravessar os capilares sanguíneos até aos tecidos envolventes, através de um procedimento designado por diapedese, que implica a capacidade de os leucócitos mudarem de forma, sendo importante possuírem essa capacidade para conseguirem deslocar-se até aos locais onde se encontraram os agentes patogénicos.

Já no local onde se encontram os agentes patogénicos, os fagócitos reconhecem as glicoproteínas presentes nas membranas das células invasoras, aderem à sua superficie e fagocitam-os com o auxílio de enzimas proteolíticas presentes em lisossomas, que se fundem com as vesículas de endocitose.

Quando um indivíduo tem uma infecção interna ou ainda em estágio inicial o número de leucócitos presentes no sangue é superior ao de um indivíduo saudável. Assim, uma das formas de detetar infecções internas ou estágios iniciais de infecção é realizar um leucograma, que quantifica os leucócitos presentes numa amostra de sangue.

Para podermos adquirir informações sobre doenças que um indivíduo possa ter ou ainda sobre o estado dos orgãos, realizamos análises sanguínea pois destas podemos fazer uma rica e rápida avaliação em estados normais ou de emergência, contando-se ainda com a vantagem de que a colheita de sangue é uma técnica considerada não invasiva.

É por isso importante que realizemos analises sanguineas periodicamente, para sabermos o nosso estado de saúde e podermos resolver a tempo algum problema de saúde caso este seja detectado. As analises sanguineas refletem o estado de saúde em que o paciente se encontra no momento da colheita, porém para uma boa avaliação, o clínico responsável fará uma comparação com os dados obtidos e os valores de referência.

Na amostra de sangue observada nesta experiência foi possível observar e identificar 3 tipos de leucócitos: um neutrófilo, um linfócito e um basófilo. Na realização desta experiência observámos também 30 hemácias num oitavo da circunferência de observação, o que indica que numa observação de sangue humano com ampliação de 150x se encontram aproximadamente 240 hemácias presentes.

Fig.10 – Origem dos diferentes tipos de células sanguíneas, com destaque para os diferentes tipos de leucócitos.

Conclusão

Nesta atividade experimental, a principal dificuldade foi a de visualizar e distinguir os leucócitos pois o número de hemácias é muito superior ao dos leucócitos o que dificulta a sua visualização pois encontram-se mais dispersos que as hemácias.

Face à interpretação dos resultados obtidos, esta atividade laboratorial permitiu-nos ficar a perceber quais e como se processam os vários mecanismos de defesa constituintes do sistema imunitário do nosso organismo e a saber distinguir visualmente cada um dos vários leucócitos que circulam na corrente sanguínea alem das suas características e papeis desempenhados.

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