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Trab. de Ciências Naturais - 9º Ano

 

Recursos Hídricos

Autores: Inês

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 04/08/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre os Recursos Hídricos numa perspectiva de desenvolvimento sustentável, realizado no âmbito da disciplina de Ciências Naturais (9º ano).

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Recursos Hídricos

Objectivos

. Referir a importância da água;

. Alertar para os gastos e o consumo de água;

. Mostrar como podemos reutilizar e reciclar a água;

. Indicar medidas para prevenir os gastos de água.

Introdução ao recurso hídrico (a água)

O que é a água?

A água é o principal componente de toda a matéria viva!

A água é uma composição de átomos: um de oxigénio para dois de hidrogénio.

No seu estado natural, é um líquido transparente, sem sabor e sem cheiro. Apresenta uma tonalidade azul-esverdeada em locais profundos, mas regra geral é incolor. Tem uma densidade máxima de 1g/cm3 aos 4ºC.

Ao observarmos a Terra do Espaço vemos maioritariamente água. Vivemos num planeta onde um quarto da superfície é coberta por ela e é graças á água que a vida é possível, pois nenhum ser vivo sobrevive ou pode substitui-la.

Qual a sua importância?

Tendo como base o que Saint-Exupéry disse “Não é culpa minha se o corpo humano não pode resistir três dias sem beber”. Logo a partir daí, podemos concluir que a água é muito importante para o sustento do homem.

Outro dos factos que comprovam a importância da água para o homem é o facto do homem primitivo ter reconhecido que dependia da água tanto para sobreviver como para obter produtos e utensílios.

Em que é que a água intervém?

A água intervém em quase tudo o que nos rodeia. A nível de seres vivos irracionais intervém na fotossíntese das plantas, na sobrevivência dos animais quer nos terrestres (alimentar a sede, ), quer nos aquáticos (para respirar). Nos seres humanos a água é importante porque mantém-nos hidratados e ajuda no dia-a-dia (saneamento, agricultura, indústria, etc.). É também importante referir que todos os alimentos que consumimos têm uma percentagem de água, o que nos ajuda a hidratar.

Tipos de água

Na Terra existem dois tipos de água: água salgada e água doce.

Água salgada: encontra-se armazenada em mares e oceanos que contêm uma grande quantidade de sais minerais. A concentração de salinidade não é exactamente igual em todos os locais de água salgada sendo o Mar Vermelho o depósito onde se concentram mais sais por litro. De todos os sais minerais contidos na água, o cloreto de sódio é o mais abundante (77%) e comunica á água do mar o seu sabor salgado, enquanto que o cloreto de magnésio proporciona-lhe o seu sabor amargo (11%). A densidade de água salgada é superior á da água pura. Em terra, também é possível encontrar depósitos de água salgada, que provêm de antigos mares.  

A água doce pode dividir-se em três tipos: Água de Nascente, Águas Minerais Naturais e Água termal.

. Água de Nascente: águas provenientes do subsolo, do domínio privado, próprias para consumo, e com propriedades físico-químicas variáveis.

. Águas Minerais Naturais: águas bacteriologicamente próprias de que resultam propriedades terapêuticas. Têm propriedades físico-químicas estáveis, daí terem no rótulo, as quantidades de cada mineral.

. Águas Termais: águas usadas para fins terapêuticos e relaxantes (diminuição do stress e aumento de bem-estar). Têm normalmente uma temperatura superior á temperatura da água da região.

Valores mundiais e desperdícios

Da totalidade de água existente na terra, 97,23% é água salgada proveniente dos mares e oceanos. Os outros 2,77% pertence á água doce, que se subdivide em: 2,14% para os glaciares, 0,61% para água subterrânea e os restantes para a água que se encontra á superfície, no solo e na atmosfera.

Visto de outra maneira, podemos considerar que o total de água existente na Terra é de 100L, sendo apenas 3L o total de água doce. Mas apenas 0,5L de água estão disponíveis e só 0,003L, o equivalente a meia colher de chá, é que estão utilizáveis.

Essa meia colher de chá de água corresponde a uma quantidade limitada, que é permanentemente reciclada no ciclo hidrológico desde que não a poluamos e não a utilizemos a um ritmo superior ao da sua reposição. Infelizmente fazemos ambas as coisas. 

Da água doce existente, a actividade onde se gasta mais água é na agricultura, seguido da indústria, depois do sector doméstico. O uso total destes três sectores, em 2000, foi de 5200 km3.

A partir do século XX o uso de água foi aumentando continuamente e na Europa aumentou cerca de 18 vezes devido ao crescimento demográfico e á forte industrialização. Com o crescimento actual prevê-se que o consumo de água duplique a cada 21 anos.

O consumo de água varia de local para local. Existem cerca de dois mil milhões de pessoas com falta de água. A escassez da mesma, associada a grandes secas mata cerca de vinte e quatro mil pessoas por ano. A escassez de água leva também muitas pessoas a abandonar as suas casas ou a percorrer grandes distâncias para a obter.

Enquanto que muitas pessoas vivem em zonas com escassez de água, a indústria e a agricultura utilizam quantidades significativas de água muitas vezes desperdiçando quando se podia reaproveita-la (como demonstra a imagem ao lado)

“Viagem da água”

Antes da água chegar ás nossas casas, passa por um longo processo. Primeiro, é retirada de um reservatório de água passando por uma ETA (Estação de Tratamento de Águas) onde sofre um processo de limpeza e desinfecção. Depois é armazenada num depósito de água tratada e é daí que vem a água de cada vez que “abrimos a torneira”. Algumas casas dispõem de um depósito de água cinzenta que é utilizada para os sanitários e, se for devidamente cuidada (não despejar óleos) pode ser usada para regar plantas. Depois, volta para a estação mas passa a ter outro nome: ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais). Aí, é devidamente tratada (remoção de areias, sedimentação, remoção de bactérias) e posta novamente no curso de água.

Desenvolvimento sustentável da água

O desafio que o desenvolvimento sustentável nos lança, para o caso da água é: preservarmo-la de maneira a que as gerações futuras tenham as mesmas quantidades, visto apenas podermos consumir 0,003% da água existente. Ora, para fazermos uma boa gestão dos recursos hídricos precisamos de os reciclar (usando as estações de tratamento de águas) e de os reutilizar (depósitos de água cinzenta). Outra das maneiras de o conseguir é, por exemplo, ter uma rede pública de esgotos eficiente, onde as águas residuais (resultantes da actividade humana) são usadas para outros fins, como:

. Na Agricultura: Rega de culturas e viveiros

. Nas Zonas Verdes: Rega de parques, campos de golfe, margens das estradas, recintos de áreas presidências

. Na Indústria: Arrefecimento e caldeiras

. Nas Zonas urbanas: Combate a incêndios, ar condicionado, lavagem de pavimentos.

Melhoramentos no sector agrícola e doméstico

Para além do tratamento de águas residuais, é importante intervir noutros aspectos de, pelo menos, dois sectores. O sector agrícola e o sector doméstico.

No sector agrícola, os métodos tradicionais de irrigação usados são muito dispendiosos pois ela ou é feita por canais que percorrem grandes distâncias ou a água é atirada para grandes distâncias perdendo-se muita por evaporação. Uma das inovações na irrigação agrícola é a microirrigação que consiste em usar finas mangueiras com pequenos furos que levam a água próximo das raízes, poupando assim até 60% de água!

Sempre que possível deve regar-se ao anoitecer, para não se perder tanta água por evaporação!

A utilização de águas residuais para fins agrícolas é também um dos métodos para poupar água, mas apenas se as águas estiverem devidamente tratadas pois caso contrário contamina os solos e a água não se podendo remediar. Tal descuido prejudica também a saúde pública.

No sector doméstico, todos nós podemos intervir para economizar água. Para fazermos uma gestão sustentável da água em casa podemos sempre reutilizá-la. Para isso, alguns edifícios têm o depósito de água cinzenta que acumula água proveniente dos lavatórios e reutiliza essa água na lavagem de carros e descargas de autoclismo. Outra das maneiras de reduzir o consumo de água passa também pela adopção de medidas como:

Preferir:

. Autoclismos que em cada descarga não utilizem mais de seis litros;

. Chuveiros e torneiras com redutores de caudal;

. Máquinas de lavar roupa e loiça que utilizem menos água;

. Sistemas que purifiquem e reutilizem a água;

. Economizar papel e outros produtos que necessitam de muita água para o seu fabrico;

. Tomar duches rápidos;

. Lavar menos vezes o automóvel e preferir lavagem manual.

Evitar:

. Deixar torneiras a pingar pois gastam muitos litros de água)

. Tomar banhos de imersão;

. Ligar a máquina de lavar roupa ou loiça sem que esteja convenientemente cheia;

. Deixar correr a água enquanto nos ensaboamos, lavamos as mãos, alimentos, loiça, etc.

O que consome a nossa escola?

Ano 2006

Volume em água em m3

Janeiro

107

Fevereiro

473

Março

198

Abril

170

Maio

194

Junho

229

Julho

69

Agosto

37

Setembro

60

Outubro

152

Novembro

136

Dezembro

132

Total

1957

No ano de 2006, como evidencia o gráfico, o mês em que se consumiu mais água foi em Fevereiro. Esse valor muito acima da média não se deve ao facto de se ter consumido assim tanta água. Deve-se à acumulação de água resultante dos meses de Verão, pois os números do consumo de água nessa estação não são mais que uma mera estimativa. Segundo o Conselho Executivo, esse valor acima da média (a média é cerca de 163,08 m3) vem sempre registada ou nos primeiros meses do ano ou em Dezembro. Alguns dos valores mais elevados devem-se a fugas de água. Uma delas foi causada por um aluno e outra por uma ruptura que deixou água a correr durante um fim-de-semana. De seguida apresentamos o consumo de água na nossa escola visto noutra perspectiva, desta vez em euros, com uma média de 91,65 euros por mês:

Ano 2006

Valor efectuado em euros

Janeiro

119,35

Fevereiro

512,80

Março

217,18

Abril

187,08

Maio

212,88

Junho

250,50

Julho

95,51

Agosto

53,27

Setembro

83,63

Outubro

205,07

Novembro

183,95

Dezembro

178,67

Total

2.299.89

Conclusão

A água tem um valor ecológico inegável e é um factor determinante na produção agrícola e industrial. É na água que todos os processos vitais ocorrem, é onde se dissolve os nutrientes e é através dela que a maior parte dos animais regula a temperatura do seu corpo e remove as excreções. As plantas não sobrevivem sem água e sem elas os ecossistemas entram em colapso. A água garante a nossa sobrevivência, mas também a nossa conveniência (cozinhar, lavar, pescar, deslocar, etc.).

O seu gasto excessivo leva à sua falta e temos de cada vez mais poupá-la.

Existem variadas maneiras de poupar, reutilizar e reciclar água e essas medidas não deviam ser opção mas sim obrigação pois a escassez de água aumenta.  

Todos os nossos objectivos foram cumpridos.

Bibliografia

Silva, A.; Gramaxo, F.; Mesquita, E.; Baldaia, L.; Félix, J. (2006), Planeta Vivo, Sustentabilidade na Terra; Porto: Porto editora, pag.109-118

Burrel, G.; Franauet, N.; Carneiro, R.; Tecnologia e ciências experimentais; Projectos editoriais, Lda.

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