Introdução

No âmbito da disciplina de Economia A, foi-nos proposto um trabalho de projecto relacionado com a disciplina. O tema escolhido pelo nosso grupo foi “Portugal - um País de turismo? ”; a escolha deste tema deveu-se ao facto de ser um tema actual, em constante crescimento e com uma importância significativa tanto nacional como internacionalmente.

 Com este trabalho pretendemos dar a conhecer um pouco mais sobre o turismo em Portugal e no estrangeiro, e a sua importância na economia Portuguesa.

No nosso trabalho iremos abordar temas como o desenvolvimento do turismo ao longo dos tempos, os vários tipos de turismo e os factores determinantes de cada um.

Iremos comparar o nosso turismo com o turismo de outros Países da união Europeia.

Iremos também referir o turismo nacional por Nacionais e por internacionais, em Portugal.

Evolução do turismo nos últimos 50 anos

O turismo português tem cada vez maior relevância no nosso pais, representando actualmente um forte contributo para a economia portuguesa.

Porém nem sempre foi assim, até á década de 50 e princípios dos anos 60, o movimento turístico era muito pouco significativo, devido às dificuldades provocadas pela 2ª guerra mundial e devido à guerra civil espanhola, que provocou um grande decréscimo na vinda de turistas espanhóis. Á excepção do eixo Lisboa-estoril a rede hoteleira portuguesa e as infra-estruturas de apoio eram bastante precárias, com poucas condições e pouco desenvolvidas. Houve um elevado número de refugiados a vir para o nosso país o que foi bastante benéfico para o turismo do Estoril. Foi a partir desta altura que se registou um aumento expressivo, quer na entrada de turistas, quer na capacidade hoteleira nacional, também o ramo da navegação aérea que se desenvolveu bastante com a modernização do aeródromo de Sintra, a construção do aeroporto de Lisboa e a criação da TAP(1945), tendo existido desta forma uma facilitação á entrada e saída de turistas em Portugal.

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Na década de 60 que Portugal afirmou-se  como destino de turismo internacional. Nesta época deu-se o aparecimento do avião comercial, as estradas e vias-férreas foram reparadas e houve uma crescente utilização do automóvel que se tornou mais barato e acessível ao geral da população. Foi também nesta época que houve uma maior utilização do denominado ‘’turismo barato’’ como parques de campismo, caravanismo, pousadas da juventude, entre outros. Mas as principais receitas relacionadas com o turismo verificam-se ao nível do turismo de luxo, devido ao facto das  instalações turísticas dirigidas à classe média/baixa ainda não estarem suficientemente desenvolvidas e por estas classes sociais preferirem as casas familiares e apartamentos e residências alugadas.

Na década seguinte apesar do abalo no turismo interno provocado pela revolução dos cravos, pelos seus vários sobressaltos políticos e sociais e pela crise económica mundial derivada, entre outros  factores, pelo choque petrolífero(1973).  Portugal à semelhança de outros países litorais e mediterrânicos decidiu dar a devida importância ás belas praias Portuguesas  verificando-se o crescimento  do, então em voga, turismo balnear, principalmente na zona algarvia que se tornou região de turismo prioritário devido não só à qualidade das suas praias mas também ao clima e ao investimento em infra-estruturas balneares e turísticas. O turismo termal foi progressivamente reduzindo a sua importância.

A 23 de Dezembro de 1975 o turismo é declarado como «actividade privada e prioritária».

Na década de 80 verifica-se uma melhoria e recuperação no sector turístico, através da  renovação da politica de incentivos estatais, imprescindível ao crescimento e melhoria da qualidade das estruturas e produtos turísticos. Em 1983 foi iniciado o PNT (plano nacional de turismo), que foi aprovado 3 anos depois.

É nesta década que surge o conceito de turismo rural, criado em 1986 com a regulamentação do Decreto-Lei n.º 256/86 de 27 Agosto, sendo composto por três modalidades, turismo habitação, turismo rural e agro-turismo. Existe também uma maior aderência ao campismo, pousadas e turismo ecológico.

“Em 1998, Portugal ocupou o 15.º lugar do ranking mundial dos principais destinos turísticos com cerca de 11,2 milhões de turistas, o que representa 2% do total mundial e quase 10% dos visitantes estrangeiros na Europa meridional.”

Nos dias de hoje assistimos a um crescimento da actividade turística, cada vez maior. Podemos verificar que no nosso País predomina o turismo balnear, nas zonas litorais, sendo este, o sector de mercado turístico de maior significado económico e de maior relevância geográfica, principalmente na costa Algarvia. Nota-se por isso uma maior aderência a este tipo de turismo tanto por nacionais como por internacionais.

Verificamos também que o termalismo, outrora caído em desuso está a ressurgir, o turismo religioso(no caso de Fátima) apresenta um crescimento cada vez maior. Verificamos também uma grande aderência ao turismo em espaço rural, ao turismo cultural, turismo de aventura e ao turismo de eventos.

Participação no PIB

O turismo é um dos principais sectores da economia Portuguesa, tendo a crescer cada vez mais nos últimos anos.

As receitas do Turismo representam 13% do PIB nacional, onde apresenta uma tendência crescente.

As receitas do turismo atingiram em Dezembro de 2009, 497 milhões de euros, e representam face ao mesmo mês de 2008, um aumento de 15%, ou seja, mais de 7 milhões de euros.

Na globalidade do ano 2009, o valor das receitas do turismo nacional ascendeu a   6.913 milhões de euros.

O aumento da contribuição do sector do turismo para a economia portuguesa, constitui um dos principais motores do crescimento da economia portuguesa.

Em relação à evolução da contribuição do Turismo para a economia, a despesa do turismo deverá em 2015, representar cerca de 15% do PIB nacional.

População activa -  representa um indicador da força de trabalho de uma determinada economia num determinado momento e corresponde ao conjunto de todos os indíviduos que exercem uma actividade remunerada (os chamados empregados).

População inactiva - Conjunto de indivíduos, qualquer que seja a sua idade que não são considerados economicamente activos, isto é, não são empregados nem desempregados. São indivíduos com menos de 15 anos, estudantes, domésticos e inválidos.

Turismo Interno de Nacionais

O turismo nacional dentro do território Português representa 48% da sua totalidade. O turismo interno tem vindo a ganhar maior importância face ao turismo externo. Em 2005 gozaram férias em Portugal 2,4 milhões de Portugueses, um crescimento de 7,1% em relação a 2004.

Os hóspedes nacionais têm vindo a aumentar a um ritmo superior comparativamente aos estrangeiros. Em 2002, os hóspedes estrangeiros representavam 53,6% do total, ou seja, 5,7 milhões de hóspedes. Em 2005, este valor sofreu um acréscimo de 1,8% face ao crescimento de 4,0% dos hóspedes nacionais.

Em 2007, o número de Portugueses que efectuaram pelo menos uma viagem e que tenham dormido, pelo menos uma noite fora do seu “ambiente natural”, ascendeu a 2,9 milhões, ou seja, cerca de 27,5% da população residente em Portugal.

Segundo um estudo efectuado pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), cerca de 60% dos turistas portugueses que fazem ferias dentro do seu território encontram-se na faixa etária dos 25 aos 64 anos.

Turismo de estrangeiros em território nacional

O turismo estrangeiro dominou sempre o ramo em Portugal, mas a realidade é que, apesar de continuar em evolução, esta diminui ao longo dos anos, sendo já menor do que o turismo de nacionais em Portugal. Portugal é um dos 20 principais destinos mundiais mas tem vindo a perder terreno ao longo do tempo.

2006 Foi um ponto de viragem em termos do crescimento dos hóspedes estrangeiros, face ao ano anterior, Portugal apresentou um crescimento de 8,8%.

O turismo internacional em Portugal está dependente de quatro mercados emissores:

. Reino Unido

. Espanha

. Alemanha

. França

Estes quatro países, representam 60% dos hóspedes estrangeiros e cerca de 67% das receitas do turismo Português. Sendo o Reino Unido o país que mais contribui para esse valor sendo que representa cerca de 25% do Turismo nacional.

Com vista a um crescimento futuro, o governo português tem como alvos, desenvolver mercados como Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega, Itália, Estados

Unidos da América, Japão, Brasil, Holanda, Irlanda e Bélgica, estes tem um potencial de receita de entre 100 a 250 milhões de euros. Pretende-se assim, uma evolução nos mercados que concentram a procura na época baixa.

Em Portugal, a distribuição do turismo nacional concentra-se principalmente em três regiões:

                   Algarve                                              Lisboa                                          Madeira

Estas, Representam 85% das Dormidas dos turistas Estrangeiros

Mas na verdade, as regiões de Portugal, mesmo as que referimos anteriormente, apresentam taxas de ocupação inferiores quando comparadas com as regiões similares Espanholas. Como se pode comparar no seguinte gráfico:

O mercado do turismo português representa apenas 4% do total do mercado Ibérico. Prevê-se que esse valor evolua nos próximos anos para 4.6%. Valores realizados por um inquérito em Madrid, demonstra que os Espanhóis afluem ao nosso país devido ao clima e a população e que a maior parte consideram que a sua cultura é mais atractiva culturalmente em relação à Portuguesa e que o custo de vida é mais caro no nosso país como demonstra o gráfico em baixo.

Num outro estudo realizado no Reino Unido a pessoas com mais de 50 anos, apenas 19% afirmam ter visitado o nosso país nos últimos 10 anos, valores que constatam os 45% que visitaram a Espanha e 42% a França.

Pode se no entanto ver que, dos países que os indivíduos inquiridos visitaram, Portugal lidera a lista na intenção de possivelmente se reformarem em território português.

Factores determinantes na evolução registada no turismo

Há dois tipos de elementos para classificar a qualidade do que o nosso país pode oferecer a quem vem de fora, estes podem ser diferenciadores ou qualificadores.

Os elementos diferenciadores que destacam o nosso País dos destinos concorrentes são:

O clima e a luz.

Portugal é um país do sul da Europa com temperaturas amenas a maior parte do ano, com pouca precipitação fora do Inverno e que tem o maior número de horas de sol de toda a Europa.

História e Cultura.

Portugal é marcado pela preservação da sua cultura como se pode comprovar através do fado, trajes populares (como por exemplo o caso das nazarenas),

festas populares, romarias etc.

Hospitalidade.

Muitas vezes conquistados pelo estômago, os turistas estrangeiros encontram em Portugal uma grande diversidade de gastronomia e vinhos. Exemplo disso são os conhecidíssimos pasteis de Belém e famoso vinho do Porto.

A qualidade dos serviços e a receptividade dos portugueses aos estrangeiros são factores também muito importantes para uma recepção hospitaleira aos turistas estrangeiros.

Diversidade concentrada.

Portugal foi muito influenciado culturalmente por povos como os celtas, os romanos e os mouros. Essas influencias hoje são visíveis como por exemplo em aquedutos, e outras obras arquitectónicas.

Temos também uma grande variedade de Subculturas regionais (Lisboa, Algarve, Minho, Douro)

Esta diversidade está visível por exemplo no tipo de paisagens, onde no Alentejo se encontra os típicos montados, tradicionalmente caracterizados pela sua paisagem plena, e depois mais a norte se pode encontrar o Douro, um paisagem com relevo caracterizada pelos socalcos.

Também a diversificada oferta de realidades e ofertas é muito importante para este elemento. Exemplo: Praias, Casinos, Golfe, Ruralidade, florestas etc.

Em relação aos elementos qualificadores que destacam Portugal, eles são:

Modernidade.

Portugal é um país europeu moderno e que apresenta sofisticação nos seus serviços.

Segurança.

Portugal é considerado um país com taxas de criminalidade reduzidas.

Qualidade acessível.

Serviços com bastante qualidade mas com preços competitivos.

Os mais diversificados factores atractivos do turismo português estão Geograficamente separados, tendo cada região as suas atracções.

A dimensão das empresas no turismo em Portugal

Ao falarmos de dimensão das empresas, verificamos que o tecido empresarial Português é constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas representando as mesmas cerca de 97,3% do total das empresas (INE 2005) e apresentam um volume de negócios de 170,3 mil milhões de euros, geram 75,2% do emprego total e realizam 56,4% do volume de negócios nacional. Segundo dados fornecidos pelo INE, relativos a 2005, a dimensão média das empresas portuguesas é muito reduzida , apresentam 9,3 trabalhadores e 1012,6 mil euros de volume de negócios por empresa, valores que descem para 7 trabalhadores e para 573,6 mil euros de volume de negócios por empresa no caso das PME.

Assim ao referirmos o factor dimensão temos de enquadrar o mesmo em termos do regulamento da Comissão Europeia de 2005 que define os limiares das PME ( Micro-empresas menos de 10 efectivos e  menos de 2 milhões de euros de facturação e de balanço; Pequenas Empresas com menos de 50 efectivos menos 10 milhões de euros de facturação e balanço; e as empresas médias menos de 250 efectivos, volume de negócios até 50 milhões de euros e 43 milhões de balanço).

Em suma, concluímos que no sector do turismo as PMES representam 84,6% do volume de emprego e 82,3% do volume de negócios, o que justifica a forte predominância das PME’s neste sector que por sua vez representa 9,5% do total das PME’s.

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