Início » Trab. Estudantes » Filosofia » 11º Ano

Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Filosofia - 11º Ano

 

A Investigação Cientifica e os Interesses Económico-Políticos

Autores: André Oliveira, Flávio Soares, Paulo Lopes, Pedro Rocha, Rafael Carvalho.

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 27/06/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre a investigação cientifica e os interesses económico-políticos, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano). Ver Trabalho Completo

Comentar este trabalho / Ler outros comentários

Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.

 

 

 

A Investigação Cientifica e os Interesses Económico-Políticos

O que é a Ciência

A Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico. O conhecimento científico depende muito da lógica.

As áreas da ciência podem ser classificadas em duas grandes dimensões:

. Pura (o desenvolvimento de teorias) versus --Aplicada (a aplicação de teorias às necessidades humanas); ou

. Natural (o estudo do mundo natural) versus --Social (o estudo do comportamento humano e da sociedade).

O conceito de ciência

Porque não se aceitou cientificamente a existência de planetas até que não se detectar que parece que são planetas e se aceitou que a velocidade da luz é constante em todo o universo quando também não se pode comprovar?

Desde logo, a probabilidade de que existissem planetas fora do sistema solar pode decidir-se que era a unidade para as probabilidades que maneja o cérebro humano normalmente.

Para nós, as razões lógicas para a sua existência são muito mais potentes do que os novos descobrimentos que indicam a sua existência.

Imagino que com o conceito de ciência moderno não se podia aceitar como certo porque não era necessário nem urgente; mas na prática, a maioria dos humanos pensava que não existiam ou tinham dúvidas muito maiores do que as razoáveis, o que é bastante diferente de não ter a certeza completa. Por outro lado, pode-se sempre negar a possibilidade da certeza por influência da filosofia.

Com o conceito de ciência actual e a existência de vida orgânica acontece o mesmo, do ponto de vista lógico, não pode existir nenhuma dúvida razoável da sua existência fora do nosso planeta ou do sistema solar. Isto é assim pelo jogo de probabilidades puramente matemáticas.

A pesquisa cientifica

Os deslocamentos dos modos de lidar com o conhecimento, do plano epistemológico ao social, político e económico, terão consequências significativas. Podemos buscar indicações acerca dos principais paradigmas já vigentes, através das metáforas utilizadas para representar os conhecimentos. 

A pesquisa científica tem por objectivo a produção de hipóteses, modelos, teorias e leis, o que pode ser feito de diversas modos diferentes. Nesse contexto, as principais formas de classificação dos ensaios são:

. Segundo os Objectivos: É possível se realizar a investigação prática para somente depois teorizar acerca dos resultados (Análise Exploratória de Dados) ou então primeiro se elaborar uma explicação para os fatos para em seguida testar a eficácia de tal explicação (Construção Hipotético-Dedutiva;

. Segundo a Intervenção: Um estudo pode ser realizado intervindo-se o mínimo possível no evento sendo pesquisado (Estudo Observacional) ou realizando-se uma intervenção propositada para se verificar os seus efeitos (Estudo Experimental);

. Segundo o Tempo: Uma pesquisa pode ser feita analisando-se o fenómeno de interesse medindo-se cada variável apenas uma vez, ou seja, num único instante de tempo (Estudo Transversal) ou então medindo alguma variável mais de uma vez, isto é, em dois instantes de tempo ou mais (Estudo Longitudinal).

As três formas de classificação acima são completamente independentes entre si, de modo que existem oito combinações diferentes possíveis (2x2x2=8)

Naturalmente, cada uma das possibilidades acima apresenta implicações específicas em termos do alcance e do custo operacional do estudo, o que pode ser resumido de acordo com a tabela abaixo.

Naturalmente, o estudo mais eficaz em termos de valor e alcance dos resultados seria hipotético-dedutivo, experimental e longitudinal. Já o menos eficaz seria exploratório, observacional e transversal. Contudo, considerando-se a eficiência em termos de custo e viabilidade, tem-se exactamente o contrário. Assim sendo, a decisão final acerca de qual o tipo de investigação a ser realizado dependeria de uma análise custo-benefício.

O método cientifico

A expressão método científico utiliza-se com diferentes significados e, frequentemente, abusa-se dela para justificar uma determinada posição pessoal ou social com relativo desconhecimento da complexidade do conceito. Como o seu próprio nome indica representa a metodologia que define e diferencia o conhecimento da ciência de outros tipos de conhecimentos.

A filosofia da ciência cria o método científico para excluir tudo o que tem natureza subjetiva e, portanto, não é susceptível de formar parte do que denomina conhecimento científico. Em última instância, aquilo que é aceite pelo sentido comum propriamente dito e, por isso, adquire caráter de geralmente aceite pela comunidade científica e pela sociedade.

Obviamente nem toda a gente estará de acordo com o parágrafo anterior, existem correntes diversas da filosofia da ciência que derivam, por sua vez, dos diferentes conceitos sobre realidade, percepção, teorias, etc.

Por outro lado, sabemos que existem coisas cuja natureza é precisamente subjetiva. A aproximação científica a estes elementos é complexa e normalmente efetua-se através dos métodos científicos menores, desenhados para ramos específicos do saber.

Trata-se daqueles que são distintos dos três métodos básicos (indutivo, dedutivo e hipotético-dedutivo ou de verificação de hipóteses) que se costumam aplicar às ciências naturais (física, química, biologia, etc.) em contraposição às chamadas ciências humanas (economia, política, etc.). Entre estes métodos podemos citar: hermenêutico, fenomenológico, dialético, funcionalismo, estruturalismo, etc.

Na realidade, apesar de receber a mesma denominação de métodos científicos estamos a referir-nos a coisas não diferentes, mas sim situadas numa escala diferente. Paradoxalmente, se falássemos do mundo da tecnologia do transporte, estes gêmeos nominativos referir-se-iam num caso a tipos de peças elementares como porcas ou parafusos e noutro tipo de veículos como motos, carros, caminhões, barcos, aviões, foguetes, etc.

Por outras palavras, existem três tipos básicos e os restantes são tipos compostos dos anteriores que tentam definir uma estrutura complexa e que, portanto, se encontram numa escala macroscópica em relação aos primeiros.

Da mesma forma, é óbvio que o conceito de tempo vai associado ao de vida, e por extensão ao de amor. Mas a existência do amor não é científica! Também não sabemos muito bem o que é isso da vida. E o que são os sistemas de impulso vital?

Aqui estamos chegando ao problema existencial de certos ramos da ciência, não querem ou não podem reconhecer que existem a vida e o amor com o correspondente exercício da sua liberdade. É como se a liberdade fosse o inimigo do conhecimento e da ciência, esta tenta descobrir leis que expliquem os acontecimentos e onde não consegue impõe ao seu deus particular a aleatoriedade.

Encontramos um protótipo de agnosticismo em Laplace (1749-1827) quando diz: “Se num instante determinado conhecêssemos a situação e a velocidade exatas de todas as partículas do universo, poderíamos deduzir por cálculos todo o passado e o futuro dele”. Para mim, esta afirmação necessita de um ato de fé maior do que a contrária; simplesmente porque ainda que a liberdade não seja muito científica sinto-a no meu interior.

Talvez vá sendo hora de mudar e aperfeiçoar o próprio conceito de ciência. Não por ser muito ortodoxo ou rígido teoricamente conseguem-se melhores resultados práticos; frequentemente, a relação é inversa quando se ultrapassa determinado limite.

O conhecimento científico

Uma característica do conhecimento pessoal é a dúvida metodológica, pois é mais saudável compreender as coisas que aprendê-las. Mas, claro, temos que colocar certos limites ao conhecimento pessoal, há coisas que não compreendemos mas que aceitamos porque são geralmente aceites, neste sentido o nosso conhecimento científico pessoal é mais reduzido que o geral.

O que quero expressar é a distinção entre as crenças gerais, ainda que sejam de carácter científico, e o que alguém pensa, crê ou aceita como válido firmemente, tão firmemente que anula a possível contradição com o conhecimento científico geralmente aceite.

Ao longo da minha vida de estudante, em muito poucas ocasiões me surgiram dúvidas razoáveis sobre a veracidade ou correcção do que estava a estudar quando a matéria fazia parte do conhecimento científico geralmente aceite.

A primeira que recordo foi a teoria da evolução por mutações aleatórias de Darwin e a dos genes dominantes e recessivos a que se referem as Leis de Mendel. Por sorte, pude desenvolver de forma estruturada um conjunto de ideias alternativas em linha com o meu conhecimento pessoal as minhas reflexões sobre a vida e expô-las no livro da Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida.

A segunda vez que duvidei do conhecimento científico geralmente aceite, que pelas suas características está muito relacionada com a anterior, refere-se ao suposto carácter não hereditário da inteligência defendido pela doutrina oficial da psicologia e da sociologia económica. Eu, pelo contrário, sempre pensei que existe uma grande influência da herança genética na inteligência pela minha educação, experiência e natureza.

Também neste segundo caso pude escrever uma quatrilogia sobre os meus conhecimentos do pensamento intitulada Teoria Cognitiva Global no qual se inclui em anexo um trabalho estatístico que, a meu ver, demonstra de forma científica o carácter fundamentalmente hereditário da inteligência relacional ou inteligência no sentido amplo e da própria existência de uma evolução teleológica ou finalista.

A relatividade do tempo de Albert Einstein foi a terceira coisa que não tinha clara quando a estudei e muito menos clara quando, posteriormente, tentei compreender as explicações elementares de outros livros de física moderna. O problema não é que não tenha claro, mas sim que tenho claro que me parece que não sabem do que estão a falar. Perdão pela expressão!

No final, além de compreender perfeitamente o conceito de relatividades do tempo da física moderna, não gosto e parece-me vontade de complicar o desconhecido. Digo problema, porque a mim ocorreram-me outras ideias que acho que pode ser interessante expressá-las e, logicamente, socialmente tem os seus riscos de integridade psíquica porque a física é uma área do conhecimento com características muito especiais, ainda que haja que ter presente que também a biologia, a genética e as neurociências avançaram muito na sua técnica ultimamente.  

Não obstante, devo reconhecer que os meus problemas com a relatividade quando não a compreendia eram muito mais comuns do que seria de esperar de uma teoria supostamente baseada no conhecimento científico.

Já que falei das dúvidas que me surgiram na busca do conhecimento pessoal na minha juventude, não quero acabar sem mencionar uma mais, visto que creio que foram quatro as dúvidas de maior transcendência por estar ligadas a conceitos essenciais da nossa vida como o amor, o tempo, a evolução, a inteligência e a herança.

A última grande dúvida metodológica refere-se à famosa expressão do Século de ouro da literatura castelhana, para mim nunca teve sentido pensar que a literatura castelhana posterior fosse inferior. Eu diria que o famoso século de ouro corresponde a uma etapa adolescente e de rápido crescimento, mas não de máximo esplendor.

Dito de outra forma, espero não ficar com vontade de escrever um livro sobre o crescimento e características principais das línguas como sistemas de impulso vital.

“O campo científico, enquanto sistema de relações objectivas entre posições adquiridas (em lutas anteriores), é o lugar, o espaço de jogo de uma luta concorrencial. O que está em jogo especificamente nessa luta é o monopólio da autoridade científica definida, de maneira inseparável, como capacidade técnica e poder social; ou, se quisermos, o monopólio da competência científica, compreendido enquanto capacidade de falar e agir legitimamente ( isto é, de maneira autorizada e com autoridade), que é socialmente outorgada a um agente determinado.” (BORDIEU,1982, 122-123)

Interesses económico-políticos

Da ferramenta á automação

Há séculos que a ciência goza de estatuto privilegiado relativamente aos demais aspectos da cultura. A admiração pelo conhecimento científico foi aumentando à medida que, com o seu contributo, surgiu toda uma gama de produtos facilitadores da vida do homem. A aplicação prática da ciência fez-lhe granjear crescente prestígio e impô-la à consideração do grande público.

Segundo Arnold Gehlen, o fascínio pela ciência e tecnologia deve-se ao facto de elas virem de encontro a determinadas tendências básicas do homem, nomeadamente a tendência para diminuir o esforço. Assim, compreende-se que, ao longo do tempo, o homem fosse produzindo meios técnicos que se prestassem a tal objectivo. A história dessa produção é assinalada por três etapas cruciais que, em traços largos, resumem a evolução da técnica:  

1. Etapa da ferramenta

As ferramentas são valiosos auxiliares nas tarefas humanas, mas elas implicam ainda esforço intelectual para conceber e orientar o trabalho e força física para o realizar.

2. Etapa da máquina e da energia

A força física é posta de lado, pois a máquina trabalha por si, mas o homem continua a despender energias mentais para planear e dirigir as operações.

3. Etapa da automação

Nesta fase, correspondente à época actual, os meios técnicos substituem o homem no que respeita não só ao trabalho físico mas também ao esforço intelectual.

Esta última fase é a mais avançada e só foi possível depois de o homem trans­por para a máquina determinados princípios organizativos existentes no seu próprio organismo.

A partir daí, o caminho está aberto para inúmeras realizações cujo alcance nunca fora tão longo e cujas consequências nunca assumiram tamanha margem de imprevisibilidade. Pela ciência, hoje em dia inseparável da técnica, o homem aper­cebe-se da ampliação do seu poder, podendo adoptar inéditos estilos de vida simplificadores das suas actividades. Estamos no dealbar de um mundo novo.

Será admirável o nosso mundo novo? A quem serve esta civilização que se diz moderna e funcional e, ao aparato das técnicas, sacrifica o espírito? ... O espírito, considerado realidade menor, o espírito tolerado quando não repri­mido ... Qual o lugar do homem numa sociedade dominada pela máquina?

Qual o caminho para o indivíduo que reivindique a liberdade interior e o direi­to à sua ... individualidade, à sua singularidade? Para o indivíduo que queira caminhar pelos próprios pés?

(. . .) O universo que o grande romancista inglês anima pertence, de certo modo, aos nossos dias. Quase já não pode considerar-se uma ameaça: tomou corpo. (. . .) Mundo novo? Mundo intolerável? Mundo inabitável? Mun­do de onde se deve fugir de qualquer maneira? Ou mundo a reconstruir ­pedra por pedra? Com uma pureza reconquistada?

Aldous Huxley deixa-lhe este montinho de problemas que o leitor poderá, se quiser e souber... resolver

Do Saber ao Poder

Grande número de pessoas considera, talvez de modo simplista, a evolução científica como a única responsável pela instabilidade vivida e pelos problemas que actualmente se colocam. Mas talvez não seja bem assim.

Neste capítulo teremos oportunidade de reflectir um pouco sobre isso, clarificando conceitos que nos ajudarão a concluir que tal­vez o homem esteja a ser vítima de si mesmo e não pro­priamente da ciência.

Porquê culpabilizar a ciência? Que representação fazemos do saber científico e do cientista?

A ciência não é vista por um prisma meramente optimista. A imagem que dela fazemos é algo de dilemático, contrabalançando os aspectos que nos fascinam com outros que, de certo modo, nos atemori­zam. Esta imagem vem-nos do passado, tendo sido gradualmente construída com pressupostos característicos da mentalidade de dadas épocas históricas.

A ciência como saber revelador da novidade e do progresso

O conceito de ciência como manifestação reveladora do que é novo e como potenciadora de progresso é uma herança do Renascimento. Do século XV ao XVII, o conhecimento científico passa por um surto de expansão que possibilita novos conceitos nas áreas da geografia, biologia, astronomia, sociologia e epistemologia, cujos efeitos se traduzem na descoberta de mundos até então ignorados. Contudo, a euforia do conhecimento não é imune a um certo sentimento de insegurança e de receio, em virtude de se destronarem importantes referenciais com que as pessoas estavam habituadas a contar.

A ciência como instrumento de domínio da natureza

Na Modernidade, a aplicação de modelos mecânicos à experimentação a partir de Galileu e a sistematização do método experimental efectuada por Francis Bacon impulsionam fortemente a ciência. Esta, por sua vez, apresenta-se como ingrediente essencial do desenvolvimento técnico que atingirá o seu ponto culminante na revolução industrial, com todas as consequências daí decorrentes. Com a máquina, o homem começa a ver concretizado o seu velho sonho de dominar a natureza e de a controlar de modo eficiente.

A ciência como saber "superior"

O iluminismo do século XVIII e o Positivismo do XIX enaltecem a razão e o saber científico, transformando a ciência numa quase religião, separada do conhecimento vulgar pelos conceitos que domina e pela linguagem que utiliza. A especialização que a ciência exige, a complexidade das suas teorias e a linguagem de que se serve, que poucos podem entender, geram uma imagem de ciência como algo de inacessível ao comum das pessoas, e uma visão do cientista como um ser superior, diferente, afastado dos outros homens.

A ciência como agente transformador de nossas vidas

Na primeira metade do século XX, as grandes Guerras Mundiais evidenciam, na prática, os aspectos bipolares e contraditórios da ciência que, de há longa data, nela se adivinhavam. A aviação, por exemplo, concretização da liberdade humana, permitindo ao homem realizar o sonho há muito tempo acalentado de voar, apresenta o seu lado negativo ao possibilitar o lançamento de bombas mortíferas endereçadas à população civil. Fritz Haber, prémio Nobel em 1918, demonstra que a mesma ciência química se presta ao fabrico de fertilizantes úteis na agricultura e ao fabrico de armas de enorme potencial destrutivo.

De geração em geração, as concepções foram-se transmitindo, adicionando, modificando, chegando a nós uma representação que, embora enalteça o conhecimento científico como imprescindível ao desenvolvimento do homem e progresso das comunidades, não deixa de, pelo poder que confere, trazer consigo o gérmen de certas inquietações.

Globalização e interesses económico políticos

A internet e outros recursos tecnológicos possibilitados pela informática estão a provocar uma revolução tão radical como a que foi operada pela máquina na revolução industrial. Com as novas tecnologias da comunicação, o mundo tornou-se mais pequeno, abarcável, ao alcance de todos. Estamos todos em cima dos acontecimentos, pois é-nos possível estar todos, em todo o lado, ao mesmo tempo.

A esta viragem civilizacional anda indissoluvelmente ligado o fenómeno da globalização.

Muito se tem discutido acerca da globalização, especialmente nas esferas políticas, sociais e económicas. Os meios de comunicação social a ela têm dedicado editoriais, comentários e artigos de opinião evidenciadores das suas vantagens e inconvenientes. A globalização constitui-se, pois, como um problema na medida em que não acarreta apenas benefícios para a humanidade, mas é também portadora de aspectos negativos. Entre eles, a possível perda das nossas raízes culturais e da nossa identidade nacional.

O sentimento nacional constituiu, desde sempre, um valor incentivado e todos os cidadãos se orgulham da pátria a que pertencem. Muitas vezes se mostra satisfação por fazer parte de determinada comunidade cultural unida por laços de tradição, pela língua, pelos usos, pelos modos de vida e, até, por projectos a realizar em comum e por valores a defender perante entraves ou ameaças externas.

Mas as nações não podem viver isoladas e voltadas apenas para si próprias. Elas são obrigadas a estabelecer acordos políticos, compromissos económicos, intercâmbios culturais que consideram vantajosos para a qualidade de vida dos cidadãos. Muitas pessoas vêem nestes acordos uma possibilidade de ingerência em assuntos internos que consideram pôr em risco a vida dos povos como entidades autónomas, dotadas de liberdade e de capacidade de autodeterminação.

O sentimento nacional terá, portanto, que ser repensado, na medida em que nos defrontamos com tendências que parecem entrar em colisão com ele, enfraquecendo-o ou, mesmo, aniquilando-o.

Perante esta situação, algumas questões se colocam: Sim ou não à globalização? Entre ser cidadão do mundo e pertencer à aldeia global ou estar exilado numa ilha, ancorado na sua própria cultura, qual será a alternativa mais conveniente? O que será preferível? Consciência nacional e consciência planetária serão valores inconciliáveis?

A Guerra e os interesses ecónomico-políticos

INTRODUÇÃO

Desde que os homens passaram a se organizar em grupos, as guerras foram utilizadas para adventos económicos. Até o desenvolvimento do capitalismo moderno, o símbolo de riqueza era o domínio territorial, e uma das formas de aquisição deste era a conquista armada, como Maquiavel descreveu em “O Príncipe” no Capítulo VI (Dos principados novos que se conquistaram com as armas próprias e virtuosamente) e no Capítulo VII (Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros). E como a história nos conta através dos exemplos do Império Romano, de Alexandre (o Grande), etc.

Nos dias de hoje, com a evolução do capitalismo e do direito internacional, as guerras são execráveis (após várias experiências), não obstante elas continuam e têm um impacto positivo sobre a economia, aliado a isto existe o interesse político fazendo com que as guerras continuem a existir.

GUERRAS MUNDIAIS E SEUS BENEFÍCIOS

A primeira e a segunda grande guerra mundial tiveram como razão principal a expansão (desejos imperialistas), que nada mais é do que um desejo económico de apliar seus domínios.

As guerras ao destruírem cidades (as vezes países inteiros) criam espaço para que haja crescimento económico através da reconstrução, reactivando, assim, toda a economia da região.

Nas guerras há muitos mortos, isto faz com que o número de desempregados diminua. Reduzindo, consequentemente, os problemas e pressões sociais. Geralmente os soldados mortos fazem parte da mão-de-obra menos qualificada, portanto praticamente não tem impacto negativo na economia, salvo quando a mortalidade é tão alta que a população adulta não é o suficiente para reactivar a economia.

Como podemos ver no gráfico abaixo, que representa a percentagem de desempregados nos EUA.
 


 

Sempre que há guerra o número de desempregados diminui, seja por morte nos combates, ou pela reactivação da economia.
Durante os conflitos armados há um grande avanço nas técnicas e ciências, por exemplo: o computador teve propulsão durante a 2ª guerra mundial; a aeronáutica que teve maior impulso com a possibilidade de ser usada nas guerras, durante a guerra fria as ciências tiveram grande evolução, principalmente na corrida espacial.
Um dos principais benefícios da guerra são os gastos do governo com material bélico, criando um extraordinário aumento da demanda agregada.

GASTOS DO GOVERNO COM MATERIAL BÉLICO

O governo de um país envolvido em uma guerra necessita comprar armas e equipamentos de guerra, portanto aumenta seus gastos, e estes gastos têm um grande impacto sobre a renda, pois segundo o modelo mais simples, que é uma economia fechada com governo, a demanda agregada é dada por C+I+G.
Ou seja, a renda de equilíbrio depende directamente dos gastos do governo que, devido ao efeito multiplicador, altera o nível de renda de equilíbrio mais que proporcionalmente.
O multiplicador dos gastos do governo nos demonstra que um aumento destes faz com que a renda aumente ?G/(1-PMgC), sendo a PMgC  (propensão marginal a consumir) entre zero e um. Fazendo com que a renda nacional aumente.

AS CRISES TÊM AS MESMAS FUNÇÕES DA GUERRA

A economia capitalista se nos mostra desenvolvida através de ciclos económicos de desenvolvimento e crise, sendo este caracterizado pela destruição do capital e aquele pela ocupação dos espaços económicos.
A produção e a circulação (mercado) formam uma unidade de contrários da reprodução capitalista, pois existem ao mesmo momento e se excluem (ou um bem está em um lado ou no outro), porém, com o crédito e a evolução do sistema capitalista estas unidades estão cada vez mais separadas e a crise é uma forma violenta de restauração de sua unidade. Esta ocorre quando uma mercadoria chega na esfera da circulação e não materializa seu valor no dinheiro.

“Essa destruição não será uma simples destruição de mercadorias, será destruição de capital sob a forma mercadoria o que provocará a interrupção do movimento de circulação do capital, atingindo consequentemente a área da produção. A desorganização do movimento cíclico de um capital individual poderá propagar-se em cadeia bloqueando a circulação de outros capitais. Estaremos assim diante de uma crise” (Ribeiro, 2001, p. 48)

As mercadorias são unidades de contrário entre valor X valor de uso, ou seja, o valor e valor de uso devem existir simultaneamente e se excluírem. Para o vendedor é valor (mas não é valor de uso, senão ele as usava e não vendia), e para o comprador é valor de uso (porém não é valor, se o fosse ele revendia e não usava). Porém, o valor idealizado pelo vendedor tem que ser materializado pelo dinheiro, isto é o que se chama salto mortal da mercadoria. Pois quando chega no mercado o valor incrustado na mercadoria tem dois caminhos: se materializa no dinheiro; ou será destruído.

“A crise aparece como impossibilidade da venda das mercadorias produzidas, com a acumulação dos estoques, cancelamento das encomendas, aumento da capacidade ociosa, redução dos negócios, falência das empresas, queda do consumo, desemprego, etc. Tudo se apresenta como excesso da oferta sobre a procura.” (Ribeiro, 2001, p.87-88)

EXEMPLOS

Um dos exemplos de crescimento econômico decorrente da guerra foram os “trinta anos de ouro da economia” (1945-1973), pois graças a destruição ocorrida na segunda guerra mundial a economia pode crescer quase incessantemente, só em nível de comparação, veja as taxas de crescimento média durante este período e após:

Percebe-se que o primeiro período teve taxa muito maiores.
Outro exemplo ocorre actualmente, com a economia Norte Americana que estava em crise antes dos atentados terroristas. No dia 18/07/2001, na Gazeta Mercantil uma reportagem disse que: “desaceleração da economia leva a utilização da capacidade instalada a níveis baixo observados pela última vez em Agosto de 1983”.
Porém após os atentados do dia 11/09/2001, o governo passou a “ter motivo” para intervir na economia, e o The Wall Street Journal, no dia 17/10/2002 disse que:

“ A Casa Branca está aumentando a pressão sobre os congressistas, para o Congresso aprovar aumentos sobre os gastos do governo e planos de redução da tributação em resposta ao ataque terrorista”

E como pode-se ver, na mesma reportagem, havia na proposta um aumento do deficit de mais de US$ 50 bi. Além disso o Presidente Bush pediu ao Congresso para aumentar (dobrar) os gastos com segurança
Como resultado tivemos estampado na Folha de São Paulo do dia 29/03/2002
 


Percebe-se neste gráfico que no último trimestre (Outubro, Novembro e Dezembro) houve um grande aumento do PIB (variação de cerca de 3%). O único incidente ocorrido neste período foi o “contra-ataque” dos EUA.

CONCLUSÃO    

Com base nesta pequena análise, fica claro que uma guerra pode ser muito boa para uma economia, principalmente para os países ricos que podem financiar seus gastos. Na verdade o que há é uma intervenção do Estado na economia (como Keynes defendia), porém sem abalar o tese liberal do Estado não intervencionista.
No caso da guerra dos EUA contra o “terrorismo” por não haver um inimigo visível os gastos e impactos na economia são menores, foi o suficiente para tirar, por um trimestre, a economia da recessão, porém não terá fôlego.
As guerras, portanto, são boas para o sistema, faz com que haja uma reunificação das unidades do modo de produção capitalista, tendo o efeito saneador de uma crise. Porém, não põe em xeque a confiança.

Outros exemplos

O desenvolvimento da ciência  traz interesses económicos e políticos:

Os cientistas investigam em todas as áreas, e com as suas descobertas é possível desenvolver novos equipamentos, técnicas e conceitos, e estes facilitam, de um modo geral a população, dispêndio de tempo  e custos das tarefas.

Em exemplo disso é o Tractor (que foi inventado a partir da invenção do motor a diesel, pelo engenheiro francês de origem alemã Rudolph Christian Carl Diesel (1858-1913), no final do século XIX) este aparelho além de poupar muito tempo e mão-de-obra aos operários ainda faz com que haja maior produção e  facilidade nas tarefas realizadas.

Mas destes exemplos podem constar os mais simples como o exemplo anterior até aos mais complexos como a ida á lua.

No séc. XX,  os EUA e a URSS, duas potências mundiais disputaram entre si a corrida á lua. O país que atingiu esse feito (EUA), além de conseguir notoriedade e respeito, isto em termos políticos, também conseguiu benefícios monetários devido à venda dos seus protótipos e também das suas pesquisas, o que mostra claramente o beneficio do desenvolvimento na investigação cientifica.

Pelo contrário a URSS, perdeu notoriedade em termos económicos e políticos pois os compradores começaram a confiar mais nos produtos americanos, o que provocou uma queda em flecha da economia Russa e esta acaba, no fim da guerra fria totalmente “desmembrada”
 

Admitimos assim que o desenvolvimento da investigação cientifica traz bastantes beneficios tanto a nivel económico como politico.

Um exemplo desta situação é a diferença entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento; nesta situação nota-se a discrepancia entre estes, muito devido à aposta  do desenvolvimento da investigação científica.

Fontes

. http://www.cchla.ufpb.br/revistaprisma/n0/bradson2.htm

. http://www.molwick.com/pt/metodos-cientificos/543-metodos-investigacao.html

. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia

. Filosofia 11º ano, Um outro olhar sobre o Mundo

Outros Trabalhos Relacionados

Ainda não existem outros trabalhos relacionados

Início » Trab. Estudantes » Filosofia » 11º Ano