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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Filosofia - 11º Ano |
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Perdidos em 4 paredes Autores: Micaela Oliveira Escola: Externato Dom Fuas Roupinho Data de Publicação: 12/09/2011 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre a vida nas prisões, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano). Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word através do Formulário de Envio de Trabalhos pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Introdução Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Filosofia, a pedido do professor x. O professor explicou-nos que neste período teríamos de fazer um trabalho. Este teria de conter uma apresentação oral e uma apresentação escrita em que o tema geral era "o Homem". Com base neste, o nosso grupo escolheu o subtema “Perdidos em 4 paredes”. Após a escolha do tema, foi sorteada a data de apresentação, que seria a 07-06-2011. Apesar do tema geral ser muito abrangente, a nossa escolha foi como que imediata, porque queríamos alcançar a descoberta de algo que não conhecemos, de perceber como é viver com poucas condições, pouca harmonia e felicidade, e a prisão é o local ideal da representação dessa vida «vazia». Início do Tema “Perdidos em 4 paredes” O subtema escolhido surgiu de uma conversa dos elementos do grupo, tendo ficado inicialmente com o nome “A vida na prisão”, surgiu mais tarde o tema do nosso trabalho apresentado: Perdidos em 4 paredes. Com este trabalho queremos perceber como os prisioneiros vivem o seu dia-a-dia limitados num único espaço, as condições em que vivem, as obrigações que têm a cumprir e os sentimentos que os invadem enquanto se encontram enclausurados.
Dificuldades Iniciais Inicialmente, a nossa imaginação não parava, tínhamos muitas ideias e pensámos em muitos sítios onde era possibilitada a recolha de muita informação crucial para a realização do trabalho. No entanto, encontrámos inúmeras dificuldades, que nos impediram de realizar o trabalho tal como prevíamos inicialmente. De entre os obstáculos que encontramos, é de destacar a falta de acesso a uma prisão. Esta negação foi muito prejudicial na medida em que não nos permitiu entrar em contacto com este lugar e com os prisioneiros. Ocorreu também a falta de disponibilidade de um agente de segurança pública, visto que na esquadra foi-nos negado o acesso e as filmagens de uma cela. Além disso, negaram-se a responder a uma pequena entrevista, que nos poderia ter sido muito útil. A nível de pesquisa, foi muito complicado encontrar informação disponível na Internet bem como noutros recursos. Além das dificuldades encontradas na realização do trabalho, é de notar a falta de tempo na sua concretização pois o 3ºperíodo é muito pequeno para a elaboração de um trabalho de qualidade e para fazer um teste. Facilidades Apesar de todos os imprevistos, encontrámos algumas pessoas dispostas a ajudar-nos na realização deste trabalho. De entre essas pessoas, podemos destacar os bombeiros voluntários da Nazaré, que nos cederam o espaço para as gravações efectuadas; o ex-recluso que nos proporcionou uma explicação muito detalhada de como se vive dentro de uma prisão e o conjunto de sentimentos que isso engloba; por fim, mas não menos importante, tivemos uma ajuda crucial de duas psicólogas criminais, que nos cederam pesquisa e às quais fizemos entrevistas, que nos auxiliaram na compreensão dos sentimentos dos reclusos. A Chegada à Prisão Quando um recluso chega a uma prisão é, normalmente, revistado, obrigado a tomar banho e a vestir o uniforme da prisão. Após este pequeno processo, o recém prisioneiro (peixe) é colocado numa cela específica (aquário) para novos reclusos, onde pode permanecer durante 30 dias. No decorrer dos 30 dias, o preso pode ser transferido para uma cela que é normalmente constituída por camas de ferro (o número de camas varia de cela para cela), uma casa de banho sem porta que possui unicamente uma sanita e um lavatório e pode possuir eventualmente uma janela gradeada com vista para o exterior. Os sentimentos iniciais de um recluso variam conforme o tipo de pessoa que o próprio é; para muitos, é um sentimento de muito frio, um vazio imenso e com o constante pensamento de que a sua vida está destruída. Porém, outros prisioneiros gostam de viver na prisão, pois para alguns a vida lá dentro é muito mais «luxuosa» que cá fora; eles usufruem de comida, roupa lavada, tabaco, medicamentos, etc. Existem muitos reclusos que têm pouco sentimento de culpa relativamente ao que fizeram, pensam que estão presos injustamente e criam uma grande revolta contra o sistema. Há também muita reincidência, ou por voltarem ao meio onde estavam e continuarem a praticar crimes ou por não quererem trabalhar e só querem ganhar dinheiro mais «fácil». Mas também existem os reclusos que, após a saída e o cumprimento da pena a que foram sujeitos, tentam que o facto de terem estado presos outrora não os impeça de continuar a sua vida, refazendo-a e corrigindo-se a eles mesmos. Instalações Para compor um estabelecimento presidiário, existem alguns espaços físicos onde os presidiários passam muito do seu tempo. Nesses estabelecimentos podemos encontrar, para além de celas e camaratas, os balneários, um bar para os reclusos, uma sala de convívio, uma biblioteca, uma sala de aula, o ginásio, a cantina e a respectiva cozinha, a lavandaria e um pátio exterior. No que diz respeito às celas, constatamos que são individuais e as camaratas têm capacidade para alojar entre oito a dezoito reclusos, distribuídos de acordo com vários critérios, principalmente a divisão entre condenados e preventivos, entre reclusos com e sem ocupação laboral e entre fumadores e não fumadores. A biblioteca possui diversos armários onde os livros são organizados pelas mais diversas categorias. A maioria das obras que encontramos na biblioteca são portuguesas, havendo também edições de livros noutras línguas. As obras podem ser requisitadas pelos reclusos e levadas para as suas celas. Existe ainda um espaço dedicado à leitura de revistas e jornais, que são trazidos pelas visitas. Além disso, a biblioteca está equipada com computadores, televisão e leitor de DVD. Na sala de convívio os reclusos podem-se distrair vendo televisão e jogando vários jogos que lhes são disponibilizados, como cartas e xadrez. O ginásio está equipado com várias máquinas e podem ser frequentados no máximo uma hora por dia por cada recluso. Existe um recluso responsável por cada espaço comum, sendo pela biblioteca, sala de convívio, ginásio e bar. No que diz respeito aos serviços de apoio, existe serviço médico e enfermaria. Há também um gabinete de direcção, uma sala de reuniões, uma sala de vigilância, gabinetes destinados aos guardas prisionais e a sala de visitas. Existem também as instalações de serviços administrativos. Nalgumas prisões, podemos encontrar instalações destinadas aos serviços de educação e ensino. Na entrada de um estabelecimento prisional encontra-se a portaria, onde os indivíduos alheios ao espaço (visitas, etc.) são revistados e registados. Na portaria também estão os cacifos para guardar os bens pessoais de cada recluso antes da respectiva entrada.
Horário Após uma longa pesquisa e da entrevista à psicóloga criminal, tivemos acesso ao horário de uma instalação presidiária, que não diferencia muito de prisão para prisão. Logo, pode ser interpretado como o horário de todos os reclusos.
Através deste horário podemos concluir que a vida dos prisioneiros está contida num horário que todos têm de cumprir. Apesar de tudo, os prisioneiros possuem certas horas ao longo do dia em que podem usufruir das instalações presidiárias como o ginásio, sala de convívio, recreio e biblioteca, o que os distrai da vida prisional. Para muitos, o grande problema destes espaços é o facto de terem de conviver com todos os reclusos, pois nenhum dos espaços é considerado privado. Formação dos Reclusos Os reclusos estão envolvidos em aulas onde alguns têm aulas de alfabetização, de Português e de Inglês. Outros reclusos têm formação profissional onde aprendem, por exemplo, Informática. Muitos reclusos exercem a sua profissão (que exerciam na sua vida normal) lá dentro. A ocupação laboral no estabelecimento prisional está essencialmente relacionada com a manutenção e limpeza. Existem ainda reclusos que exercem funções na cozinha, na lavandaria, no bar, no ginásio, na biblioteca e na sala de convívio.
Visitas As visitas são autorizadas pelos reclusos, ou seja, uma pessoa só poderá visitar um recluso caso este autorize. As mesmas são filmadas e podem ocorrer durante um hora, no máximo de duas vezes por semana. As visitas ocorrem dentro de uma sala das instalações presidiárias em que o visitante pode levar comer, jornais, revistas, livros, ou seja, todo o tipo de objectos que não possa ser utilizado como arma. As visitas são encaradas pelos reclusos como uma força para continuar em frente e pensar que nem tudo está perdido. Existem também reclusos que não recebem visitas pois muitos familiares cortaram relações com eles após os crimes cometidos. É ainda importante notar que um ex-recluso só poderá visitar alguém na prisão seis meses após a saída do estabelecimento prisional. É de destacar os objectos proibidos nas prisões, que possam constituir qualquer tipo de arma. Basicamente são proibidos quaisquer objectos cortantes, como as facas e garfos, que no interior da prisão são de plástico; as lâminas de barbear são também de plástico. Entrevistas Ex-recluso (áudio) 1-Qual a primeira sensação de estar preso dentro de quatro paredes? 2-Relate-nos um pouco de como é viver lá dentro. - Os objectos proibidos - Como passam o tempo - Quais os materiais que podem usar - Relações com colegas - Relações com os familiares - Como é possível suportar as saudades e a ausência de quem mais ama - Quantas vezes tinha visitas 3-Onde esteve preso? Quanto tempo? 4-Quais eram as obrigações que cumpria? 5-Quanto tempo livre tinha para estar no recreio/ sem obrigações? 6-Tinha uma cela individual ou partilhada? Se sim, com quantos reclusos? 7-Como fazem a higiene pessoal na prisão? 8-Tinham horas certas para a alvorada e o recolher? Quais? 9-Desempenhou algum trabalho enquanto esteve preso, sendo a nível comunitário ou mesmo uma profissão geral? 10-Conhece os recursos disponíveis para trabalhar enquanto recluso? Quais são? Psicóloga criminal (escrito) 1-Qual o papel do psicólogo nas prisões? 2-Qual é a disponibilidade de um psicólogo criminal em frequentar os estabelecimentos presidiários? 3-O atendimento psicológico é uma função obrigatória do recluso? 4-Há apoio psicológico após a saída do recluso da prisão? 5-Onde são feitas as consultas e por quanto tempo? 6-Como se dividem os prisioneiros dentro de uma prisão, em termos de relações de companheirismo e amizade? 7-Como reagem os reclusos perante o psicólogo quando recebem apoio? 8-Como funcionam as visitas na prisão? 9-Qual o valor que os reclusos dão à estadia na prisão? Respostas 1-O principal papel do psicólogo passa pelo atendimento psicológico com os objectivos de detecção precoce, diagnóstico e intervenção nos quadros clínicos psiquiátricos, nomeadamente atendimento psicológico visando abordagem psicoterapêutica individual e/ou de grupo e atendimento social. 2-Não existem psicólogos no quadro do pessoal, logo, o psicólogo vem do exterior (psicólogo clínico). Em casos de depressão, ansiedade ou problemas de comportamento é feita uma avaliação psicológica e posteriormente uma intervenção com o intuito de intervir no problema ou problemas em causa. 3-Não, a ida ao psicólogo, por parte do recluso, é livre. 4-Quando os reclusos saem deixam de ter acompanhamento por estes psicólogos. 5-As consultas são feitas num gabinete e com horário previamente estabelecido em discussão com o recluso. A consulta dura em média 1 hora, mas muitas vezes é difícil fazer com que eles saiam do gabinete. 6-Funcionam muito por raças, ou seja, os brasileiros e os de países de leste isolam-se muito e formam grupos entre si, sendo acolhidos pelos seus “conterrâneos”, são os “mauzões” da prisão. Os portugueses e africanos costumam estar “na boa” e muitas vezes misturam-se. Os espanhóis e muçulmanos são muito afáveis. Os reclusos mais velhos e com grau académico superior isolam-se muito. 7-Regra geral, independentemente da raça ou religião, são afáveis à excepção de um ou outro que é desagradável e até mesmo bruto. 8-As visitas são autorizadas pelos reclusos e são filmadas. O tribunal intervém na autorização das visitas em casos mais complicados, por exemplo abuso sexual de crianças no seio familiar. Um ex-recluso só pode visitar alguém na prisão 6 meses depois de ter saído de lá. 9-Dão muito valor à liberdade; existem alguns que gostam de estar lá dentro, devido à vida que levam e aos “luxos” (comida, roupa lavada, tabaco) que têm que nem sempre têm cá fora; muitos têm doenças e necessitam de medicamentos que quando saírem não irão ter acesso devido à falta de suporte social e familiar de que padecem e estas questões fá-los querer ficar lá dentro; têm pouco sentimento de culpa em relação ao que fizeram; acham sempre que estão a ser injustiçados e criam uma revolta grande contra o sistema; existe muita reincidência, seja porque voltam para o meio onde estavam seja porque não querem trabalhar, simplesmente ganhar dinheiro fácil; também existem muitos que quando saírem querem trabalhar, estar activos e lutam para procurar emprego. Inquéritos 1-Acreditas que há justiça no nosso país? 2-Conheces alguém que tenha estado preso? a) Se sim, foi difícil suportar a ausência? 3-Imaginas-te a viver atrás das grades? 4-Como achas que reagirias ao facto de estares limitado a 4 paredes? 5-Achas que será difícil recomeçar uma nova vida depois de se estar preso? 6-Será fácil (sem omitir a verdade): Arranjar emprego ___ Novas amizades ___ Relacionamento amoroso ___ Conviver com a sociedade ____ 7-O que achas que fazem os prisioneiros para ocuparem o seu tempo?
Os dados apresentados em cima são dos inquéritos aos alunos do ensino superior das turmas de Ciências e Tecnologias bem como de Humanidades. Este inquérito teve como principal objectivo perceber o que pensam os alunos sobre o dia-a-dia de um prisioneiro mas também fazer os alunos pensar sobre o que sentiriam se estivessem no papel dos reclusos. Após a análise do inquérito pudemos constatar que em relação à primeira pergunta que questiona a existência de justiça no nosso país, a resposta foi maioritariamente “não” em ambos os sexos. Na segunda questão prevaleceu novamente o “não” em ambos os sexos tal como na pergunta relacionada com essa, uma vez que muitos alunos não conheciam ninguém que tivesses estado preso. Quando questionámos os estudantes sobre se imaginavam a viver atrás das grades, mais uma vez as respostas em ambos os sexos foi “não” na maioria. Em relação aos sentimentos que lhes iam invadir após serem presos, tanto os rapazes como as raparigas evidenciaram que reagiriam mal e acharam que entrariam em estado de loucura e depressão. As respostas dos alunos que referiram que reagiriam bem foram principalmente fundamentadas pelo facto de merecerem estar na prisão e, consequencialmente, merecerem o sofrimento passado. Em relação à vida depois da prisão, não houve unanimidade nos sexos. Os rapazes acharam que seria fácil a integração na sociedade, a criação de novas amizades e relacionamentos amorosos bem como arranjar emprego. Já as raparigas acham que todas as opções seriam difíceis. A sétima questão, sobre a ocupação do dia-a-dia dos prisioneiros foi a mais interessante de analisar, pois muitos dos alunos revelaram não ter qualquer noção de como é viver atrás das grades. Muitos pensam que os reclusos passam 24h sobre 24h fechados na cela, o que revela ser ridículo. No entanto, houve alguns alunos que mostraram ter algum conhecimento sobre a ocupação do tempo livre. Guião do Retrato de uma vida Prisional Melânia - psicóloga Mónica - filha Íris - prisioneira Micaela - prisioneira João (irmão da Melânia) - filho 1ºCena > Micaela já está presa, Íris é empurrada lá para dentro e Micaela olha-a de cima abaixo e faz má cara. Íris está assustada e pergunta qual é a sua cama. De seguida as duas reclusas falam sobre as penas que estão a cumprir, Íris diz-se inocente, vítima de uma confusão que a levou para a prisão. Micaela ri-se na sua cara e diz-lhe que ninguém está ali por ser santinho e dá-lhe uma chapada nas costas. Micaela explica brevemente como são as coisas lá dentro, sempre com um tom agressivo. Íris sai da cela e vai falar com a psicóloga. 2ºCena > Melânia está sentada e Íris chega. I - Os meus filhos? M - Maria não se preocupe, os seus filhos estão a cargo dos avós não se preocupe. I - Mas eu não fiz nada, tire-me daqui. M - Tenha calma, com o tempo tudo se irá resolver. I - Isto é horrível, a minha companheira trata-me mal eu não quero estar aqui! Eu não mereço isto! Ajude-me por favor, eu não consigo estar longe dos meus filhos! M - Tenha calma Maria, estou aqui para a ajudar. (segunda conversa com a psicóloga) M - Então Maria, como se sente hoje? I - Sinto-me mal, é muito difícil estar longe dos meus filhos, não os ver crescer e vê-los sofrer por esta injustiça. Diga-me, para quando é o julgamento? M - Está para breve, em princípio será na próxima semana. O seu advogado vai defendê-la, tem de ter calma e esperança Maria. I - Obrigada por tudo, você tem sido um grande e o meu único apoio. 3ºCena > Íris está ansiosa porque vai ter a primeira visita dos seus familiares. Micaela diz que já não recebe visitas há mais de um ano, pois não quer ver ninguém da sua família. Assim que Íris sai, Micaela pensa alto dizendo que é a única que não recebe visitas. 4ºCena > Íris recebe a visitas dos dois filhos e, emocionada, diz que tem saudades e chora, explica que vai começar um curso na prisão, mas afirma sempre a sua inocência e que vai fazer de tudo para sair em liberdade o mais rápido possível. 5ºCena > Melânia fala com os filhos da Maria. Fº - Tire a minha mãe daqui, eu quero a minha mãe. Fª - Tem calma mano, a mãe não fez nada ela tem de sair! M - A tua irmã tem razão querido, a tua mãe vai sair só temos de esperar um pouco. E vocês sabem que algo que precisem eu estou aqui. E a escola, meninos, como vai? Fª - Tenho descido muito as notas, não me consigo concentrar. M - Tens de te esforçar, é difícil, mas tudo vai passar. 6ºCena > Íris, após o julgamento, sai em liberdade. Ocorre a união de toda a família. Locais de filmagem > Sala 22 do Externato Dom Fuas Roupinho
> Bar do Externato Dom Fuas Roupinho
> Bombeiros Voluntários da Nazaré
Base de Informação http://pessoas.hsw.uol.com.br/presidios1.htm Quando uma pessoa é presa pela primeira vez e colocada em uma cela para esperar o pagamento da fiança, ela é apenas revistada em busca de armas. Mas quando alguém é condenado e sentenciado, tem de passar por um processo mais complexo quando chega na prisão onde vai passar os próximos meses, anos ou décadas. Os recém-chegados podem ser levados de táxi, por amigo ou parente. A outra opção é ser pego na delegacia local pelo autocarro da prisão. O autocarro, que geralmente é desconfortável, irá fazer muitas paradas em outros departamentos policiais e prisões, pegando e deixando presos. Isso é o que os presos chamam de passeio. Quando os novos presos chegam à prisão, eles geralmente são despidos, banhados e inspeccionados de maneira rigorosa para garantir que não estão contrabandeando nada. Suas posses são catalogadas e colocadas em caixas. Não é permitido que os presos tragam muitas coisas de fora. Normalmente, só são permitidos óculos, alguns livros e documentos. As prisões estaduais podem ser mais tolerantes do que as federais nesse ponto. Normalmente, os presos (e muitas vezes os guardas) chamam os recém-chegados de peixe. Algumas partes do processo inicial podem acontecer na frente de outros presidiários que estão em suas celas, em uma secção específica da prisão reservada para os novos presos, que é conhecida como aquário dos peixes. Os presos são mantidos nesse local por pelo menos 30 dias, enquanto os oficiais da prisão preparam suas fichas, encontram lugar no presídio e designam trabalhos para eles. A grande maioria dos trabalhos domésticos na prisão, como lavagem de roupas, manutenção, limpeza, cozinhar e cuidar do jardim, é feita pelos presidiários por apenas 10 centavos a hora. Uma cela típica tem cerca de 2,5 m por 1,8 m, com uma cama de metal (presa na parede ou com pés de metal), uma pia e um vaso sanitário. Também pode haver uma janela com vista para fora da prisão. A superlotação das prisões faz que muitas delas sejam obrigadas a manter dois presidiários em cada cela. Nesse caso, uma outra cama de metal é colocada. Em casos mais graves, três presos são colocados em uma cela. Algumas celas maiores possuem dormitórios com várias camas e acomodam oito ou mais prisioneiros, mas isso não é comum. Uma típica prisão de segurança máxima é dividida em alas ou secções. Cada uma delas possui sua própria equipa e pode ser separada do resto da prisão. Uma secção pode ter várias partes. As celas são distribuídas ao redor de um espaço aberto central que possui uma cabine de segurança, que é um quiosque protegido por metal e vidro para um empregado/guarda que vigia os presidiários. Outros guardas armados podem estar posicionados em cubículos de vidro (bolhas), em postos de observação dentro de cada secção de cela. Normalmente, os guardas que entram em contacto com os presos não usam revólver porque algum prisioneiro pode roubá-lo. http://www.hmprisonservice.gov.uk/adviceandsupport/prison_life/ A prisão de ofertas de serviço com os presos de todos os tipos de fundos. Every prisoner has different problems and there are a range of services on offer to help them while in prison to prepare them for their eventual release. Cada prisioneiro tem problemas diferentes e há uma gama de serviços oferecidos para ajudá-los na prisão para prepará-los para a sua eventual libertação. Esta secção explica alguns dos serviços disponíveis. It sets out the differences between convicted and unconvicted prisoners and young offenders Estabelece as diferenças entre condenados e presos não condenados e jovens infractores. It also deals with female prisoners Também lida com presos do sexo feminino. Há uma série de maneiras em que as prisões são regulamentadas, certificando-se que as prisões são executados de forma segura e com segurança, o bem-estar dos dois presos e funcionários uma preocupação primordial. There are a number of ways in which prisons are regulated, making sure that prisons are run securely and safely, with the welfare of both prisoners and stafPesquisa cedida por psicólogas criminais INSTALAÇÕES O Estabelecimento é constituído por três edifícios principais. O edifício do bloco prisional, abarca a zona prisional e os serviços de apoio. Na zona prisional, para além das celas individuais e das camaratas, encontram-se os balneários, um bar para os reclusos, uma sala de convívio, a biblioteca, uma sala de aula, o ginásio, a cantina e respectiva cozinha, a lavandaria e dois pátios exteriores (um reservado à prática de desporto). As celas são individuais e as camaratas têm capacidade para alojar até dezoito reclusos, distribuídos de acordo com diversos critérios, procurando dividir condenados e preventivos, reclusos com e sem ocupação laboral e fumadores de não fumadores. A biblioteca possui diversos armários onde os livros são organizados pelas mais diversas categorias. Dispõe de 2283 obras em língua portuguesa e 1356 noutras línguas. Uma pequena parte destes livros pode apenas ser consultada na biblioteca, a maioria pode ser requisitada pelos reclusos e levada para as celas e camaratas. Existe, ainda, um espaço dedicado a revistas e jornais, que são trazidos pelas visitas e cedidos pelos reclusos para consulta na biblioteca. Este espaço está equipado, também, com computador, televisão e leitor de DVD. Conta com a colaboração da Biblioteca Municipal de Faro mediante a cedência mensal de livros e filmes em DVD. Na sala de convívio, os reclusos podem usufruir de uma televisão e de variados jogos, como cartas e tabuleiro de xadrez. O ginásio está equipado com cerca de oito máquinas e pode ser frequentado mediante inscrição. São constituídos cinco diferentes grupos por dia, com o máximo de onze elementos cada, que podem treinar durante uma hora. Este é um espaço muito procurado pelos reclusos, pelo que é frequente existirem reclusos em espera. Existe um recluso responsável pela biblioteca, um pela sala de convívio, outro pelo ginásio e outro que assegura o bar. No que diz respeito aos serviços de apoio, foram instalados neste edifício os serviços médicos e de enfermaria, que dispõem de sala de espera (com ligação à zona prisional), de três gabinetes e uma pequena sala destinada ao armazenamento de medicamentos. O gabinete de direcção, uma sala de reuniões e a secção de pessoal (responsável pelos funcionários do Estabelecimento) situam-se, igualmente, neste edifício. É no edifício do bloco prisional, no rés-do-chão, que está instalada a sala de vigilância, gabinetes destinados aos guardas prisionais e a sala de visitas. Num pavilhão exterior foram instalados os serviços administrativos, os quais incluem a secção de reclusos (responsável pelo acompanhamento da situação jurídica dos reclusos) e a secção de contabilidade (responsável pela contabilidade no que diz respeito ao Estabelecimento e aos próprios reclusos). Estão aqui instalados, ainda, os serviços de educação e ensino e as instalações para o pessoal da vigilância. Neste edifício foi, também, criada uma zona para receber reclusas, que se deslocam para diligências judiciais e uma camarata para reclusos em Regime Aberto. No piso inferior, encontra-se a sala de espera para visitas, o gabinete ocupado pela Directora Adjunta e uma sala onde são acolhidos os estagiários de psicologia. Num terceiro edifício encontra-se a portaria. Este espaço é o único local de entrada no E.P., é aqui que indivíduos alheios são revistados, registados e onde se encontram cacifos para guardar todos os bens antes da entrada. SAÚDE Os serviços médicos e de enfermaria do E.P. dispõem de sala de espera, farmácia e de três gabinetes, um de enfermagem e primeiros socorros, um gabinete médico e um de estomatologia. Este serviço é assegurado por uma enfermeira, do quadro do E.P., e por dois médicos, contratados através de uma empresa privada. Contam, ainda, com a colaboração de estagiários de enfermagem. Esta valência integra 6 horas semanais de clínica geral, 6 horas semanais de consulta de estomatologia e 35 horas semanais de enfermagem. As consultas de especialidade são dirigidas ao Hospital Prisional S. João de Deus. Os serviços de Psicologia são assegurados por uma psicóloga do GATO e uma do CAT que, uma vez por semana, fazem atendimento individual aos reclusos. São, ainda, asseguradas por estas instituições diversas dinâmicas de grupo, treino de competências e assertividade e resolução de conflitos. O acompanhamento e tratamento de toxicodependentes é feito em colaboração com o Grupo de Ajuda a Toxicodependentes (GATO), com o Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) de Olhão, estando disponíveis, entre outros, tratamento de substituição com metadona. O acompanhamento e tratamento de doentes seropositivos é feito em colaboração com o Hospital de Faro. O rastreio de HIV é feito pelo GATO. ALIMENTAÇÃO A alimentação é fornecida por empresa privada e confeccionada na cozinha do Estabelecimento, num trabalho conjunto entre os colaboradores da mesma empresa e reclusos. ENSINO E FORMAÇÃO Em parceria com a Escola Secundária Tomás Cabreira, no E.P. decorrem aulas de Alfabetização, com 8 reclusos inscritos; de Português para Estrangeiros, com 13 inscrições; e de Inglês, a serem frequentadas por 50 reclusos. O E.P. dispõe, ainda, de aulas de Artes Decorativas, que decorrem todas as quintas-feiras, durante todo o dia. Decorrem, também, cursos de certificação mediante o processo de R.V.C.C. Actualmente, decorre o 3.º R.V.C.C., frequentado por 14 alunos. A formação profissional no E.P. é desenvolvida pelo Centro Protocolar para o Sector da Justiça (CPJ). Através da parceria entre a DGSP em parceria com a Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE), decorreu com a formação “Empreender para a Empregabilidade”, na qual participaram 10 reclusos. Actualmente, decorrem aulas de Informática com conhecimentos prévios, com 12 reclusos inscritos, e sem conhecimentos prévios, frequentadas por 14 reclusos inscritos. Está a funcionar, ainda o curso “Manutenção de Edifícios”, onde estão inscritos 15 reclusos. OCUPAÇÃO LABORAL A ocupação laboral no E.P. passa, essencialmente, pela manutenção e limpeza, incluindo trabalho no exterior, no que diz respeito aos reclusos em regime aberto, a ser desenvolvido no recinto do estabelecimento. Conclusão Com este trabalho, conseguimos alcançar os objectivos pretendidos à partida, ou seja, ficámos a conhecer o dia-a-dia dos reclusos, bem como construímos um novo ponto de vista acerca de como se vive num estabelecimento prisional. Este trabalho enriqueceu a nossa cultura geral, pois é um tema interpretado como um tabu na nossa sociedade, visto que muitos ex-reclusos omitem como é a vida lá dentro. Posto isto, esperemos que seja tão agradável de visionar assim como foi para nós a sua concretização. Outros Trabalhos Relacionados
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