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Trabalhos de Filosofia - 11º Ano

 

Teoria da Evolução das Espécies por Charles Darwin

Autores: A. Machado e C. Gonçalves

Escola: Escola Secundária de Avelar Brotero, Coimbra

Data de Publicação: 30/06/2012

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre, Teoria da Evolução das Espécies por Charles Darwin, realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano).

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Teoria da Evolução das Espécies por Charles Darwin

INTRODUÇÃO

Foi-nos pedido pela nossa professora de Filosofia que fizéssemos um trabalho sobre uma revolução científica, uma descoberta que tivesse alterado a sociedade em geral, bem como a religião e o senso-comum, não envolvendo uma específica região da Terra, mas sim o seu conjunto. Instantaneamente, pensámos em falar na Teoria Evolucionista. Apesar do que muitos pensam, não há só uma Teoria da Evolução das Espécies, mas sim um vasto leque delas, tal como o Darwinismo, o Lamarckismo, o Mendelismo, o Criacionismo, o Neodarwinismo, entre outras. Vamo-nos concentrar na Teoria de Charles Darwin (Darwinismo) porque, na nossa opinião, é a mais correcta do ponto de vista científico e porque foi a primeira (excepto o Criacionismo) a ser aceite pela comunidade científica.

Assim, neste trabalho, elaborado durante o mês de Maio de 2011, vamos apresentar aspectos pessoais do principal contribuidor desta teoria, Charles Darwin, bem como as suas cinco obras mais importantes. Iremos também explicar no que consiste o Darwinismo e referir as influências que este teve para a concretização da teoria. Por fim, vamos referir as reacções à obra A Origem das Espécies, pois foi com a publicação desta obra que ele «publicou» oficialmente a sua Teoria da Evolução das Espécies.

Biografia de Charles Darwin

Charles Robert Darwin foi um naturalista britânico que obteve grande prestígio e fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da selecção natural.

Infância

Charles Darwin nasceu no dia 12 de Fevereiro (actual dia de Darwin) de 1809 na pequena cidade de Shrewsbury, Inglaterra. Pertencente à abastada família Darwin-Wedgood, foi o quinto filho do médico Robert Darwin (1766-1848) e de Susannah Darwin (1765-1817), tendo esta morrido quando ele tinha apenas oito anos. Com 10 anos, Darwin passou três semanas no litoral e viu insectos que o fascinaram. A sua tentativa de coleccionar insectos foi frustrada pela irmã Susan que o repreendeu, dizendo que era errado matar insectos para coleccioná-los.

Charles Darwin com 7 anos

Educação (Básico-Secundário, 1818-1825)

No ano seguinte à morte de sua mãe, Darwin foi enviado para o internato de Shrewsbury, onde permaneceu durante 7 anos, sendo o seu principal interesse coleccionar minerais, insectos e ovos de pássaros, entre outras coisas.

Como ele próprio afirmou anos mais tarde, “enquanto meio de educação, a escola foi para mim um simples vazio.”

Educação (Universidade, 1825-1831)

Em 1825, depois de passar o verão ajudando o seu pai no tratamento dos pobres de Shropshire, Darwin foi estudar medicina na Universidade de Edimburgo, juntamente com o seu irmão Erasmus, com a intenção de seguir a profissão de médico. Não conseguindo suportar a vista de sangue, rapidamente negligenciou os seus estudos médicos. Desta forma, em 1827, seu pai propôs-lhe a igreja como uma boa alternativa, matriculando-o então num curso de Bacharelado em Artes na Universidade de Cambridge (foto à esquerda) para que ele se tornasse um clérigo. A grande vantagem de tomar tal opção, tal como Darwin iria posteriormente evidenciar, seria a liberdade de se dedicar ao seu crescente interesse na história natural. Matriculou-se no dia 26 de Fevereiro de 1828 (não em Janeiro, como muitas biografias sugerem).

No entanto, Darwin preferia cavalgar e caçar, bem como coleccionar besouros com o seu primo William Darwin Fox. Este apresentou-o ao reverendo John Stevens Henslow (1796-1861), professor de botânica e especialista em besouros. Mais tarde, Darwin ingressou no curso de história natural deste mesmo reverendo, tornando-se num dos seus alunos preferidos.

Em Fevereiro de 1831, nas suas provas finais, teve boas notas em teologia, matemática e física, tendo sido o décimo colocado entre 178 aprovados.

Pouco tempo depois, recomendado por Henslow, recebeu um convite para ser o acompanhante de Robert FitzRoy (1805-1865), capitão do barco inglês H.M.S. Beagle, numa expedição de dois anos. Esta iria tornar-se numa expedição de quase cinco anos que teria profundo impacto em muitas áreas da Ciência, assunto que passaremos a explicar posteriormente.

Casamento e filhos

Em 29 de Janeiro de 1839, Darwin casou com sua prima Emma Wedgwood (foto à direita) (1808-1896) em Maer. O casal teve dez filhos, três dos quais morreram prematuramente, evento que minou definitivamente a crença de Darwin em um Deus benevolente. Apresentamos agora uma lista dos nomes dos seus dez filhos, bem como respectivas datas de nascimento e morte:

. William Erasmus Darwin (27 de Dezembro de 1839 – 1914);

. Anne Elizabeth Darwin (2 de Março de 1841 – 22 de Abril de 1851);

. Mary Eleanor Darwin (23 de Setembro de 1842 – 16 de Outubro de 1842);

. Henrietta Emma Darwin (25 de Setembro de 1843 – 1929);

. George Howard Darwin (9 de Julho de 1845 – 7 de Dezembro de 1912);

. Elizabeth Darwin (8 de Julho de 1847 – 1926);

. Francis Darwin (16 de Agosto de 1848 – 19 de Setembro de 1925);

. Leonard Darwin (15 de Janeiro de 1850 – 26 de Março de 1943);

. Horace Darwin (13 de Maio de 1851 – 29 de Setembro de 1928);

. Charles Waring Darwin (6 de Dezembro de 1856 – 28 de Junho de 1858).

Bibliografia de Charles Darwin

Cada um dos livros de Darwin desempenhou o seu papel no grandioso e coerente esquema do trabalho da sua vida, demonstrando a realidade da evolução e defendendo a selecção natural como o seu mecanismo primário. As suas principais obras publicadas são:

. The Expressions of the Emotions in Man and Animals (1872)

. The Origin of Species (1859)

. The Power of Movements in Plants (1880)

. The Variations of Animals and Plants under Domestication (1868)

. Zoology of the Voyage of H.M.S. Beagle (1838-1843)

«De onde viemos?»

Desde os tempos mais remotos da espécie humana, nos questionamos sobre a origem dos seres vivos, incluindo nós mesmos e, durante mais de 99% dos nossos quase 250 mil anos na Terra, obtemos as nossas respostas na forma de fantasias, lendas, mitologias e religiões (imagem à direita, representando Jesus) que foram transmitidas de geração após geração e que, até há alguns anos, eram aceites pela comunidade científica como inquestionáveis.

Há cerca de 2500 anos atrás, na Grécia Antiga, surgiu a Filosofia (foto à esquerda, representando O Pensador) e com ela a razão, que tentou encontrar essa resposta, abrindo caminho para algo além dos mitos e crenças. No entanto, essa Era seria por cerca de 1000 anos obscurecida pelas sombras da Idade Média e os seus dogmas de fé baseados na antiga mitologia judaico-cristã.

Apenas há pouco mais que dois séculos, outra área do potencial humano amadureceu e se consolidou: a Ciência (foto à direita), junção do a priori com o a posteriori, da razão com a experimentação. Esta é tão eficiente que, apenas com 250 anos, os seus resultados práticos e materiais foram tão marcantes, ou mais (na nossa opinião) do que as dezenas de milhares de anos de magia, lendas e religião.

Darwinismo

O Darwinismo defende que as espécies existentes na Terra evoluíram a partir de formas ancestrais mais simples, através do principal (não o único, como vários cientistas mal informados assumem) processo que originou a grande variabilidade existente entre as actuais espécies: a selecção natural.

Decidimos dividir o paradigma evolutivo de Darwin em cinco teorias, podendo certamente outros preferir uma divisão diferente. Requer então, as seguintes condições:

. Evolução → o mundo não é imutável nem foi criado recentemente, bem pelo contrário. O seu «nascimento» data de aproximadamente 4,6 biliões de anos atrás, estando desde então em constante evolução.

. Gradualismo → a mudança evolutiva ocorre através da mudança gradual das populações, evoluindo muito lentamente durante milhões de anos e não por mudanças repentinas como se afirmava antes.

. Multiplicação das Espécies → todas as espécies, sem excepção, são caracterizadas por um factor de multiplicação, isto é, dividem-se em espécies-filhas.

. Descendência Comum → todos os seres-vivos descendem de um antecessor comum.

. Selecção Natural → características favoráveis a um certo meio ambiente que são hereditárias tornam-se mais comuns em gerações sucessivas de uma população de organismos que se reproduzem, tornando-se menos comuns as características desfavoráveis ao mesmo meio ambiente (imagem à esquerda).

Influências do Darwinismo

Durante a formulação da sua teoria, Charles Darwin teve como influências certos aspectos usualmente não referidos, tal como a Teoria de Charles Lyell, a Viagem do Beagle (Ilhas das Galápagos) e a Teoria de Thomas Malthus.

Teoria de Charles Lyell

Charles Lyell foi uma das personalidades que mais influenciou Darwin, pois este geólogo admitiu que:

. As leis são constantes no espaço e no tempo;

. Se deve explicar o passado a partir de dados do presente;

. Na história da Terra decorreram evoluções geológicas lentas e graduais.

Ilha das Galápagos

Por volta de Setembro de 1835, Darwin chegou às Ilhas das Galápagos, onde encontrou uma flora e uma fauna peculiares. Contudo, os animais que mais o fascinaram foram as tartarugas e os tentilhões, que ficaram conhecidos posteriormente como os tentilhões de Darwin.

As tartarugas-das-galápagos (Geochelone nigra spp.) (foto à direita), também conhecidas como tartarugas gigantes por poderem medir mais de 1,80 metros, apresentam sete sub-tipos diferentes, correspondendo cada um destes a uma ilha ou parte dela.

Os tentilhões de Darwin são pequenas aves que se sub-dividem em 14 espécies. Estas, apesar de muito semelhantes, distinguem-se pela forma e tamanho do bico, associado ao que cada uma destas come (foto à esquerda).

Desta forma, Darwin concluiu que as características particulares de cada ilha condicionaram a evolução de cada espécie e daí a sua diferenciação.

Teoria de Thomas Malthus

De acordo com o economista e teólogo Thomas Malthus (foto à esquerda), a população humana tende a crescer para além das possibilidades do meio para a sustentar. Desta forma, se os factores externos, como doenças e falta de alimento, não limitassem o crescimento da população humana, esta duplicaria de 25 em 25 anos. Darwin utilizou as ideias de Malthus relativamente à população humana e adaptou-as às populações animais.

Na enorme diversidade do mundo vivo, e devido à escassez de recursos, existe uma luta pela sobrevivência e, como resultado dessa competição, eventualmente a mortalidade compensa a natalidade e o crescimento da população estabiliza.

Publicação e Reacção à Teoria

Consciente de que outros cientistas antes dele tinham sido severamente castigados e banidos por sugerir ideias contra o Criacionismo, ele confiou a sua teoria apenas a amigos próximos durante anos.

Publicada em 1858, no livro A Origem das Espécies, a teoria de Charles Darwin abalou consciências, modificou pensamentos e consagrou os princípios universais da competição entre as espécies e da selecção natural. No entanto, também iniciou uma controvérsia pública que ele acompanhou minuciosamente, obtendo recortes de jornais, críticas, artigos e caricaturas. Muitos críticos foram rápidos em apontar as implicações de que «E se os homem fossem descendentes de macacos?», o que levou a um ainda maior alvoroço porque sentiam que a visão de Darwin da natureza acabava com a importante distinção entre homens e animais.

Esta teoria ia contra tudo o que a igreja defendia, portanto foi imediatamente refutada pelo corpo científica da Igreja da Inglaterra, incluindo os antigos professores de Darwin em Cambridge (Sedgwick e Henslow), embora ele tenha sido bem recebido por uma nova geração de jovens naturalistas.

O confronto mais famoso ocorreu num encontro da Associação Britânica para o Avanço da Ciência em Oxford. O professor John William Draper fez uma longa apresentação sobre Darwin e sobre o progresso social e, então, Samuel Wilberforce (caricatura à direita), o bispo de Oxford, atacou as ideias de Darwin. Neste mesmo debate, Joseph Hooker defendeu Darwin com unhas e dentes e Thomas Huxley (caricatura à esquerda), o mais vigoroso defensor de Darwin no palco Vitoriano, declarou «I am Darwin’s bulldog».

Tendo sido contestado por Wilberforce se ele descendia de macacos por parte de pai ou de mãe, Huxley respondeu que «preferia ser descendente de um macaco que de um homem educado que usava sua cultura e eloquência a serviço do preconceito e da mentira». Rapidamente se espalhou pelo país a história de que Huxley preferia se um macaco a um bispo.

Curiosidades:

Em criança, os professores de Darwin consideravam-no um aluno com inteligência abaixo da média.

O avô paterno de Charles Darwin, Erasmus Darwin, era uma das maiores autoridades médicas da Inglaterra. Era também um inventor, poeta e filósofo e as suas ideias inspiraram Mary Shelley a escrever o romance «Frankenstein».

Os dois avôs de Darwin, Josiah Wedgwood e Erasmus Darwin, reuniam-se com um grupo de cientistas em todas as luas cheias, auto-apelidando-se de «Lunáticos».

Inicialmente, Darwin não duvidava da verdade literal da Bíblia, bem pelo contrário. Estava plenamente convencido do argumento de William Paley de que o projecto perfeito da natureza era uma prova inequívoca da existência de Deus. No entanto, tais crenças começaram a mudar durante a sua viagem no Beagle e, com a morte da sua filha Annie em 1851, Darwin finalmente perdeu toda a sua fé no cristianismo.

Quando partiu das Ilhas Galápagos, Darwin levou consigo quatro tartarugas gigantes juvenis. Já de regresso a Inglaterra, duas acabaram por morrer e as outras duas foram enviadas para a Austrália em 1841. Uma delas morreu em 1929 no Jardim Botânico de Brisbane e a restante, de nome Harriet (foto à direita), viveu 175 anos, tendo morrido no Jardim Zoológico de Beerwah em Julho de 2006. Era o animal mais velho da Terra e até tem a sua própria página na wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Harriet_%28tortoise%29

Nas Ilhas Galápagos, Darwin lutou para encontrar uma namorada para “Lonesome George”, como chamou a tartaruga gigante da Ilha Pinto, última sobrevivente conhecida da sua subespécie e considerada a criatura mais rara à face da Terra. Agora, 30 anos de solidão depois, George encontrou não uma, mas duas fêmeas de outra subespécie.

Diz-se que Darwin converteu-se ao cristianismo mesmo antes de morrer, embora tais afirmações tenham sido negadas pelos seus filhos e sejam consideradas falsas por historiadores.

Foi uma das cinco pessoas não ligadas à família real inglesa a ter um funeral de Estado no século XIX.

Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster (foto à direita), perto de Charles Lyell, William Herschel e Isaac Newton.

Em reconhecimento à importância do seu trabalho, Darwin foi homenageado com uma Medalha Real em 1853, uma Medalha Wollaston em 1859 e uma Medalha Copley em 1864.

No ano 2000, a Inglaterra homenageou novamente Darwin lançando uma moeda comemorativa de 10 libras com a sua estampa.

Actualmente, ainda há alguns países que ensinam o Criacionismo nas escolas, nunca sequer mencionando a Teoria da Evolução das Espécies.

Conclusão

“Penso que esta questão sobre a Criação é demasiado profunda para o intelecto humano. Deixemos que cada homem acredite no que quiser.”

Pensamos que achará interessante este vídeo sobre a evolução num episódio do The Simpsons: http://www.youtube.com/watch?v=faRlFsYmkeY

Referências Bibliográficas

Google, www.google.com

Wikipedia:

. http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin

. http://pt.wikipedia.org/wiki/A_priori

. http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o

NotaPositiva - Darwin e Darwinismo, http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/
biologia_trabalhos/darwin.htm

Marxismo e Darwinismo, http://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/darwinismo/cap01.htm

Teorias da origem do homem: Criacionismo, lamarckismo e darwinismo, http://www.molwick.com/pt/evolucao/595-teorias-origem-do-homem.html

biociencia.org - O que é Darwinismo?, http://biociencia.org/index.php?option=com_content&task=view&id=103&Itemid=83

Darwinismo - Brasil Escola, http://www.brasilescola.com/biologia/darwinismo.htm

Bule Voador » A Teoria da Evolução de Charles Darwin, http://bulevoador.haaan.com/2011/02/17/a-teoria-da-evolucao-de-charles-darwin/

Biografia de Charles Darwin | Darwin, http://www.psicoloucos.com/Darwin/biografia-de-charles-darwin.html

Darwin Online: Biography,
http://darwin-online.org.uk/biography.html

TEORIA DA EVOLUÇÃO,
http://www.xr.pro.br/teoria_evolucao.html

Mingau Digital,
http://www.mingaudigital.com.br/article.php3?id_article=3031

O Polegar do Panda – por Stephen Jay Gould, W. W. Norton & Company (publicado em 1980)

Feira dos Dinossáurios – por Stephen Jay Gould, W. W. Norton & Company

 

 

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