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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Filosofia - 11º Ano |
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Terrorismo Autores: Inês Salgado Escola: [Escola não identificada] Data de Publicação: 29/07/2011 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre o Terrorismo (causas e consequências), realizado no âmbito da disciplina de Filosofia (11º ano). Ver Trabalho Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Terrorismo é um método que consiste no uso de violência, física ou psicológica, por indivíduos, ou grupos políticos, contra a ordem estabelecida através de um ataque a um governo ou à população que o legitimou, de modo que os estragos psicológicos ultrapassem largamente o círculo das vítimas para incluir o resto do território. Costumam incluir assassinatos, sequestros, atentados suicídas ou lançamento de bombas, etc. Muitas vezes acontece sem se estar à espera, mas geralmente atinge onde terá mais impacto, como em grandes eventos internacionais. A intenção mais comum do terrorismo é causar um estado de medo em sectores específicos da população, com o objectivo de provocar num inimigo (ou no seu governo) uma mudança de comportamento, e não prejudicar ou envolver pessoas inocentes. Esta foi a definição que encontrei de terrorismo, que desde o dia 11 de Setembro se tornou num tema muito banal e usual. Mas haverá realmente uma definição para terrorismo? Será que existe realmente um limite assente entre terrorismo e não terrorismo? Se o ataque atingir apenas coisas materiais e não pessoas, é terrorismo? E será que o que na televisão no dizem que é terrorismo é mesmo terrorismo? Porque serão terroristas os que, de armas na mão, lutam pela expulsão dos que ocupam o seu país? O terrorismo será mesmo uma arma apenas dos ”oprimidos”? O que é o terrorismo realmente? Este é um tema realmente muito vasto, podia escrever um livro sobre ele. Mas vou apenas realçar alguns aspectos: causas, consequências, influência dos média, e a minha própria reflexão sobre o assunto (que vai estar ao longo de todo o trabalho). Vou começar por enumerar algumas das causas que considero mais importantes. . O desespero . A guerra (causa e consequência) . Xenofobia e racismo . Fanatismo religioso . Luta contra um regime opressor . Nacionalismo E agora analisemo-las mais em pormenor. Quando a vida só oferece dor e sofrimento, e uma pessoa já não vê sentido nela, o desespero leva a um sentimento de vingança e morte. Normalmente as causas para este desespero é a desigualdade (económica, social, étnica, etc.) que actualmente se vive todos os dias, pois um mundo injusto torna-se um mundo inseguro. Por exemplo no dia 30 de Abril, na Holanda um homem num carro, durante a cerimónia do Dia da Rainha, tentou fazer um atentado contra a comitiva real. O homem morreu, apenas se sabe que não tinha cadastro, registo de doenças mentais, nem armas ou explosivos em casa. Tinha sido despedido há alguns dias, e tinha uma ordem de despejo da casa que habitava. Podemos ver então um homem normal que já não sabia para onde se virar e sabia que já não tinha nada a perder além da vida (que naquele momento só lhe trazia problemas), decidiu fazer um atentado suicida contra a própria rainha, como uma forma de atentado aos que lhe provocaram toda aquela situação; sabemos que directamente não foi a rainha que o despediu e o pôs naquela condição, mas ela é como o símbolo de todo o sistema desigual e injusto que lhe causou tantos problemas. Bem sabemos que isto não é politicamente correcto, pois o que o homem fez não só o prejudicou a si, como a outras pessoas. Mas também não sabemos qual a sensação de estar numa situação de desespero tal, que o nosso estado psicológico é uma arma que não podemos controlar. No meio de uma guerra, uma secção da população que se vê sem meios para entrar directamente nela tenta atingir as forças opressoras com pequenos ataques terroristas. Veremos então um caso histórico. Na 2ª Guerra Mundial, o exército nazi ocupou uma grande parte da França. Nesta altura criaram se vários pequenos grupos de resistência, um chamava-se “Maquisards”que, sem armas ou maneiras de entrar na guerra directamente, preparou uma resistência que envolvia vários atentados aos nazis directa ou indirectamente, como por exemplo destruírem barcos alemães, colocarem explosivos nos locais onde as mulheres dos generais se encontravam para lanches e afins, etc. Ou seja a guerra, neste caso, provocou a revolta de uma parte da população que através de pequenos golpes, tentava dificultar e atacar o exército alemão. E já como dizia Leon Uris: "O terrorismo é a guerra do pobre e a guerra é o terrorismo do rico." O racismo é um tema muito falado actualmente. O lema “todos diferentes, todos iguais” não é ainda mundialmente aceite. Muitas pessoas consideram pessoas de outras etnias inferiores, achando que não deviam partilhar os mesmos direitos e deveres. Aliás até há bem pouco tempo, no séc. XX na África do Sul havia um regime denominado de Apartheid que subjugava e maltratava os negros. Um grupo de revolta - ANC - tendo como um dos líderes Nelson Mandela, lutava contra esse regime, para que a igualdade de todas as etnias pudesse instituir-se. Era uma revolta armada, havendo vários atentados para infligir nas estruturas do regime. É engraçado que Nelson Mandela desde essa altura até ao ano passado estava na lista dos terroristas mais procurados dos E.U.A. e agora é considerado um dos maiores heróis internacionais. Esta era uma luta contra o racismo. Eticamente a luta de Nelson Mandela pela liberdade pode não ser considerada uma coisa boa, pois “os meios não justificam os fins”, mas será que o sofrimento que essa acção armada provocou foi alguma coisa comparada com que os negros sofreram durante anos no apartheid? Penso que nem tem comparação, por isso se repararmos que os fins destes atentados foram o melhor para os indivíduos e a sociedade, eticamente foi uma acção boa. Pois como diz Stuar Mill: "a melhor acção é a que procura a maior felicidade para o maior número de indivíduos", se seguirmos um ponto de vista utilitarista. Por outro lado, há exemplos de grupos que não fazem atentados contra o racismo e a xenofobia, mas devido a estes. Como um conjunto racista chamado Ku Klu Klan (E.U.A.) que luta pela expulsão e extermínio de pessoas de outras etnias, nomeadamente os negros. Uma organização bastante agressiva, pois mata pessoas e destrói casas, etc. Na minha opinião é deprimente que numa sociedade tão desenvolvida, haja ainda ideias tão primitivas. Até por que cientificamente está provado que somos todos iguais e por isso todos devemos ter os mesmos direitos e deveres. E vão contra alguns artigos da Declaração dos Direitos Humanos, que passo a referir: Artigo II Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo V Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Vê-se assim que, nem sempre, as pessoas mais instruídas são as melhores pessoas. O fanatismo religioso sempre foi um dos principais motivos para a morte de milhões de pessoas durante toda a história da humanidade. Muitas pessoas não percebem que para uma boa convivência não precisamos de acreditar e aceitar todos na mesma doutrina. O intercâmbio entre culturas e crenças é o que faz uma sociedade evoluir, ser dinâmica. Mas ao longo dos anos, muitas organizações religiosas tentaram forçar o contrário, criando doutrinas dogmáticas. Claro que estas organizações armadas eram e são criadas não só com objectivos religiosos, mas políticos, económicos e territoriais. Normalmente lutam contra um opressor ou para serem os “opressores”. No caso das cruzadas, era uma luta pela terra santa. Agora actualmente o terrorismo islâmico é uma forma dos países do médio oriente mostrarem aos países ocidentais que não querem que eles interfiram nos seus governos e países, fazendo atentados contra estes. Luta contra um regime opressor Quando um povo é ocupado ou chefiado por um regime opressor, cria-se um sentimento de revolta muito grande. Por vezes sem meios para atingir o sistema de outra forma, são criados grupos armados que atacam o regime com pequenos atentados nas suas infra-estruturas. Um caso pouco conhecido é o caso da ARA (Associação Revolucionária Armada), uma secção do PCP (Partido Comunista Português), que no tempo em que o fascismo imperava em Portugal tentava através de pequenos ofensas armadas afectar o regime e lutar pela liberdade. Poucas mortes foram registadas, pois o objectivo não era matar pessoas nem criar terror na população, mas sim atingir o governo. Ou seja, esta opressão leva a um descontentamento que provoca uma necessidade de revolta e mudança para atingir os objectivos pretendidos. Mas por vezes essa luta pela liberdade não deve ser confundida por terrorismo, e aqui se põe a questão: quando admitimos que é terrorismo? Um dia o já falecido Yasser Arafat disse: “a diferença entre revolucionário e terrorista está no motivo pelo qual cada um deles luta. Isso porque quem quer que assuma posição por uma causa justa e batalhe pela liberdade e pela libertação de sua terra jugo de invasores, assentadores e colonizadores não pode de modo algum ser chamado de terrorista.” O nacionalismo está muitas vezes relacionado com a causa referida anteriormente (Luta contra um regime opressor). Um povo quer a sua independência e/ou libertação de alguma nação que o ocupou anteriormente. Casos como a IRA que luta pela separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e pela igualdade de religiões visto que a maioria da população da Irlanda do Norte é protestante. Anteriormente recorria às armas e a ataques bombistas, chegando a matar milhares de pessoas. Existe também a ETA que quer a independência da região do País Basco da Espanha e por isso fez e faz vários atentados bombistas. Esta foi criada no tempo em que a Espanha estava sob a ditadura de Franco. No início era uma organização muito apoiada pela população, pois era contra o regime, e sem poder revoltar-se de outra maneira devido a ser oprimida pelo regime. Mas actualmente, mesmo lutando pelos seus objectivos de independência, podia recorrer a outros meios não armados para o conseguir. Podemos ainda considerar outras causas, como a luta pelos territórios, o choque de culturas, questões religiosas etc Seja qual a causa que provoque o ataque, traz sempre consequências físicas e psicológicas. O primeiro impacto é de terror, tal como a palavra diz. Depois dependendo dos casos, dos locais, e das causas, pode levar a muitos e diferentes efeitos. . Pode levar a guerras, ou seja, ser o ponto culminante para o inicio desta. Como por exemplo em 1914 o assassinato do herdeiro do império Austro-húngaro por membros de uma organização sérvia, foi a gota de água para o início de uma guerra que viria a ser conhecida com a 1ª Guerra Mundial. . Faz com que haja um sentimento de xenofobia contra a etnia ou nacionalidade do terrorista. Como o atentado do dia 11 de Setembro, que levou a um sentimento de revolta contra os povos árabes por parte de uma grande parte das populações ocidentais. . Destruição e mortes, como em atentados bombistas, assassinatos, etc. . Prejuízos . Sensação de insegurança
Como sabemos actualmente somos influenciados por um sistema de comunicação muito potente – os média. É através deste que conhecemos o mundo, que sabemos o que se passa em qualquer lado. Mas é importante, visto que não temos uma melhor forma de ter informação, filtrar essa informação, pois nem tudo o que nos diz pode ser verdade, pois eles (os que controlam a informação) só nos dizem o que querem e como querem. Pois hoje em dia aqueles que controlam os média controlam as pessoas, pois a ignorância sempre foi essencial para que os grandes reis, nobreza, etc. Pudessem alcançar os seus objectivos, sem que o povo pudesse intervir, visto que a imprensa já não é imparcial. Mais recentemente, nos conflitos que envolviam os E.U.A, os média detiveram um papel importante de manipulação e omissão de informações. Sempre se soube que os Estados Unidos lucravam com a guerra, que lhes era economicamente favorável, mas para que a guerra fosse vista como uma coisa boa dentro do país a imprensa teve de passar uma ideia de patriotismo e mostrar que os países que iriam atacar estavam mergulhados numa onda de terrorismo, um perigo para todo o mundo. Mas esta nunca passou as imagens de que esses países anteriormente já se encontravam em crises, em conflitos armados ou em recuperação dos mesmos, e por isso não tinham meios de combater contra uma tão poderosa potência, nem como o país que defende um ideal democrático utiliza a tortura como meio de extracção de informação e nas suas bases em quase todo o mundo (isto não será também terrorismo?) O “bom” do terrorismo na política, é que para alcançarmos certos objectivos económicos e políticos, os média só precisam de criar um inimigo de qualquer país, pois qualquer um em tempo de guerra pode ser considerado terrorista, pois a própria guerra é uma maneira de terrorismo. Concluindo, os média tem o papel de manipular a informação sobre as guerras, moldar a imagem do “terrorista”, e por fim colocar os “opressores” como salvadores de um povo escravo de algum mal qualquer, e que acima de tudo a guerra é necessária e estão numa luta contra o que chamam de terrorismo. Vemos deste modo, que os média têm sido mais do que um simples motivo, mas uma forma de continuar o terror na mente da sociedade, sendo os médias e o terrorismo interdependentes Com este trabalho o meu principal objectivo era responder a uma pergunta: “O que é o terrorismo realmente?”, entre outras, de uma perspectiva ética e política. Como já tinha referido não consigo encontrar uma definição certa para terrorismo, pois não há uma linha nítida, nem acho que actualmente a palavra seja usada da melhor forma, sendo manipulada por vários interesses em todo o mundo. Pois muitas vezes os meios de comunicação tratam indistintamente como terroristas todos os que lutam em defesa dos interesses de um povo, na luta pela liberdade de um país e pelos seus direitos. Julgo, então, que terrorismo é uma palavra que pode abranger muita coisa, ou seja tem um significado muito subjectivo, pois cada indivíduo tem a sua noção de terrorismo e este pode ser praticado por qualquer etnia ou nacionalidade. Mas em geral, o terrorismo é considerado “crime” a nível internacional e tenho a ideia que esta noção nunca desaparecerá, pois o terrorismo nos nossos dias nunca acabará, enquanto continuar a haver desigualdades, guerras e intolerância. . http://www.espacoacademico.com.br/051/51carvalho.htm . http://pt.wikipedia.org/wiki/Terrorismo
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http://pt.shvoong.com/social-sciences/1746471-que-%C3%A9-terrorismo- . Livro de História 9 Outros Trabalhos Relacionados
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