Desenvolvimento das Redes de Comunicação

Desenvolvimento das redes de comunicação

Internet – rede de informação que transmite dados à distância, relativamente recente em Portugal que apresenta grande expansão desde 1994.

O desenvolvimento do fenómeno internet tem introduzindo alterações nos hábitos sociais e no relacionamento entre os cidadãos. Nos últimos anos, a internet divulgou-se largamente, sendo cada vez maior o número de cidadãos que dispõem deste serviço, ou que, pelo menos, têm possibilidade de acesso a ele. Este número de cidadãos passou de 21% do total, em 2002, para perto de 56% do total, em 2011.

Fibra ótica – cabo fabricado em fibra de vidro, através do qual se transmitem sinais sob a forma de impulsos de luz a grandes distâncias, que vem substituir o fio de cobre.

Portugal encontra-se ligado ao mundo através dos serviços internacionais de comunicação por satélite e de uma rede de cabos submarinos de fibra ótica que permite estabelecer contactos cada vez mais rápidos e mais baratos com a maior parte dos países do mundo. Tendo passado o número de utilizadores de cerca de 30.000 em 2009 para cerca de 240.000 em 2011.

A rede portuguesa “meofibra” foi nomeada a melhor rede de fibra ótica da Europa, o que demonstra o grande desenvolvimento que se tem verificado em Portugal neste tipo de redes de comunicação.

Rede de cabos submarinos de fibra ótica

Projetos de inserção nas redes europeias de comunicação

Iniciativa eEuropa - Iniciativa política destinada a garantir que a União Europeia tire partido da evolução associada à Sociedade da Informação, lançada a 1999 pela Comissão Europeia.

Baseada na premissa que a internet é essencial para o crescimento económico, para a criação de emprego e para a melhoria da qualidade de vida, pretende colocar em linha todos os cidadãos da UE, de modo a que a União Europeia adquira cultura digital (ver europa.eu/legislation_summaries/information_society/strategies/l24221_pt.htm).

A Comissão Europeia tornou assim prioritárias dez ações:

. Entrada da juventude europeia na era digital (eEnsino);

. Acesso mais barato à internet;

. Acelerar o comércio eletrónico;

. Internet rápida para investigadores e estudantes;

. Cartões inteligentes para acesso eletrónico seguro;

. Capital de risco para as PME de alta tecnologia;

. Eletrónica acessível aos deficientes;

. Cuidados de saúde em linha (eSaúde);

. Transportes inteligentes;

. Governos em linha (eGoverno).

Rede GÉANT2 – Rede de pesquisa e educação multi-gigabit, que fornece uma infraestrutura de rede de alta performance com tecnologia de ponta que é fundamental à visão da União Europeia de um Espaço Europeu de Investigação (EEI).

A rede fornece os serviços mais avançados e de mais vasto alcance geográfico que qualquer rede do seu tipo no mundo, com padrões vanguardistas de confiabilidade e inovação. Este programa conecta 30 redes de pesquisa e educação através de 34 países, fornecendo conectividade a mais de 30 milhões de utilizadores em mais de 3500 instituições em toda a europa (ver www.geant2.net).

Programa GALILEO – Programa europeu de radionavegação e de posicionamento por satélite, lançado pela Comissão Europeia e desenvolvido conjuntamente com a Agência Espacial Europeia.

Este programa provê a União Europeia de uma tecnologia independente em relação ao GPS americano e ao GLONASS russo.  

A navegação por satélite oferece vantagens evidentes para a gestão dos transportes e permite reforçar a segurança, melhorar a fluidez dos fluxos de tráfego, reduzir os congestionamentos e os danos ambientais e apoiar o desenvolvimento multimodal (ver europa.eu/legislation_summaries/internal_market/single_market_for_goods/motor_
vehicles/interactions_industry_policies/l24205_pt.htm)

Projetos concedidos para dinamizar diferentes espaços geográficos

Ligar Portugal – Programa de ação integrado no Plano Tecnológico do XVII Governo: Mobilizar a Sociedade de Informação e do Conhecimento (ver www.ligarportugal.pt). Procura:

. Promover uma cidadania moderna;

. Garantir a competitividade do mercado nacional das telecomunicações;

. Assegurar a transparência da Administração Pública;

. Promover a utilização crescente das TIC pelo tecido empresarial assim como assegurar o desenvolvimento de novas empresas de base tecnológica;

. Estimular o desenvolvimento científico e tecnológico (entre outras: criar condições para o desenvolvimento do teletrabalho e da telemedicina, assegurar o acesso interativo aos serviços públicos).

Programa Cidades e Regiões Digitais – Projeto que pretende desenvolver a Sociedade de Informação e do Conhecimento ao nível regional de forma a criar competências regionais aplicadas que criem valor económico para a região, aumentem a qualidade de vida dos seus cidadãos, diminuem a exclusão, diminuem a interioridade e promovam a competitividade das suas empresas e o seu desenvolvimento sustentado (ver www.cidadesdigitais.pt).

São por isso um agente importante de desenvolvimento económico e social das cidades e regiões do país e de combate aos desequilíbrios regionais tradicionais, pela boa utilização das novas tecnologias.

Exemplos: Algarve Digital, Açores Digital ou Médio Tejo Digital.

Iniciativa Nacional para os Cidadãos com Necessidades Especiais – Iniciativa criada pelo Conselho de Ministros que procura usufruir das potencialidades das tecnologias de informação enquanto fator promotor da integração na comunidade de cidadãos com necessidades especiais sejam eles portadores de qualquer deficiência, idosos ou acamados de longa duração e que procura estabelecer condições para que o desenvolvimento da sociedade de informação contribua inequivocamente para melhorar as condições de vida e de bem-estar destes cidadãos (ver www.acessibilidade.gov.pt/acesso/res96_99.htm).

Exemplo: Rede Solitária – constituída por mais de 240 organizações não-governamentais.

Iniciativa e-U – Iniciativa lançada pelo governo através da UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento) que envolve o desenvolvimento de serviços, conteúdos, aplicações e redes de comunicações móveis para estudantes, professores e investigadores do ensino superior. Este programa procura incentivar e facilitar a produção, o acesso e a partilha de conhecimento.

Através de uma rede sem fios, que permite a transmissão de dados em banda larga, é possível ter acesso a aulas, artigos, trabalhos, notas, serviços, a qualquer hora e a partir de qualquer lugar com acesso à internet. Mais de 87% da comunidade académica portuguesa tem acesso à rede sem fios e-U e a um conjunto de serviços e conteúdos online (ver www.e-u.pt).

Espaços Internet – A criação destes espaços de acesso público, servidos por monitores, é uma medida prioritária da Iniciativa Internet. A experiência positiva já adquirida de que, entre outros, aponta para a importância de estender a todo o país a oferta de espaços públicos se socialização dos cidadãos às tecnologias de informação e à internet (ver www.espacosinternet.pt). Tem como objectivos, entre outros:

. Promover o uso das TIC e as actividades de inclusão social;

. Estabelecer um quadro colaborativo, de âmbito nacional, para o Espaços Internet.

Factores Estruturais que dificultam o desenvolvimento das TIC e da SI

Em Portugal têm sido desenvolvidos muitos projectos e iniciativas que procuram desenvolver a sociedade de informação, mas este revela-se insuficiente quando comparado com o nível de desenvolvimento de outros países. Sendo assim existem alguns factores estruturais que dificultam um desenvolvimento mais notável como é o caso:

. Baixa taxa de penetração da Internet relativamente à média europeia, particularmente associada a níveis de infoexclusão;

. Fraca penetração dos computadores pessoais nos agregados familiares;

. Mercado nacional de telecomunicações ainda pouco competitivo, no que respeita à oferta de banda larga.

Implicações das TIC na melhoria da qualidade de vida da população

Telemedicina – uso de informação médica trocada de um site para outra via eletrónica de comunicação para melhorar o estado de saúde de um paciente, proporcionando cuidados de saúde mesmo quando a distância separa os participantes do processo. Videoconferência, transmissão de imagens estáticas, saúde em linha (incluindo portais para pacientes), monitorização remota dos sinais vitais, continuação de educação médica e centros de atendimento de enfermagem são todos considerados parte da telemedicina. Os produtos e serviços relacionados com a telemedicina são normalmente parte de um grande investimento por instituições de cuidados de saúde (ver www.americantelemed.org).

Teletrabalho – Atividade profissional realizada à distância, habitualmente com recurso a equipamentos informáticos, que permitem que o trabalho tenha efeito num lugar diferente do que é ocupado pela pessoa que está a realizá-lo. Este tipo de trabalho reflete os esforços de aplicação de novos meios de produção que permitem melhorar a produtividade, melhoria esta baseada numa troca rápida e eficaz da informação, para além de criar mais oportunidades de inserção na vida ativa para as pessoas com necessidades especiais, contribuir para a diminuição dos movimentos pendulares, da poluição e do stress a eles associados.

Telecomércio ou e-comércio – Realização de negócios e transações comerciais à distância, que vem evidenciar a maior mobilidade e facilidade de comunicar à distância proporcionadas pelo desenvolvimento dos transportes e das tecnologias de informação e comunicação. Podemos diferenciar diversos tipos deste tipo de comércio:

 - B2B – Business-to-Business – engloba as transacções electrónicas efectuadas entre empresas ou entre produtores e grossistas no comércio tradicional;

- B2C – Business-to-Consumer – relações comerciais entre as empresas e os consumidores finais. É a secção a retalho do comércio electrónico;

- B2A – Business-to-Administration – transacções efectuadas electronicamente entre as empresas e a Administração Pública;

- C2A – Consumer-to-Administration – transacções efectuadas entre os indivíduos e a Administração Pública.

Utilizadores do e-comércio

Serviços públicos em linha - O número de serviços disponíveis através da internet tem vindo a crescer, o que, além de aumentar a sua acessibilidade por parte dos cidadãos, dinamiza a utilização dos próprios serviços, reduzindo os custos e aumentando a sua rendibilidade.

Em Portugal, os serviços públicos dirigem-se a um conjunto alargado de utentes, cidadãos e empresas, estando Portugal representado nos primeiros lugares do ranking europeu de e-government.

Constituem exemplos de serviços públicos em linha: a apresentação da declaração de imposto sobre o rendimento e a procura de emprego (ver www.portaldasfinancas.gov.pt)

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