Rochas – Características, Génese e Classificação

PROCESSOS E MATERAIS GEOLÓGICOS IMPORTANTES EM AMBIENTE TERRESTRE

ROCHAS – CARACTERÍSTICAS, GÉNESE E CLASSIFICAÇÃO

1. ROCHAS MAGMÁTICAS

As rochas magmáticas ou ígneas são aquelas que resultam da solidificação ou cristalização do magma – mistura complexa de matérias fundidos, principalmente silicatados, e com uma componente gasosa variável.

CLASSIFICAÇÃO COM BASE NO MAGMA QUE ORIGINOU AS ROCHAS E NA SUA COR

Os magmas podem ser divididos em três tipos atendendo ao teor em sílica: ácido ou riolítico (cerca de 70% de sílica), básico ou basáltico (cerca de 50% de sílica) e intermédio ou andesítico (cerca de 60% de sílica). Posto isto, naturalmente, as rochas serão ácidas, básicas ou intermédias dependo do tipo de magma que as originou.

Intimamente ligada à composição química dos magmas está a cor das rochas, quanto maior é a quantidade de sílica presente num magma, mais claras são as rochas que origina. A cor das rochas relaciona-se com a quantidade relativa dos seus minerais constituintes, assim classificar-se-ão em:

A. Leucocratas – as rochas apresentam uma cor clara por predominarem na sua constituição minerais claros, félsicos, como o feldspato e o quartzo.

B. Melanocratas – as rochas apresentam cor escura pela quantidade elevada de minerais máficos que as compõem, são exemplo desses minerais a olivina, a piroxena e a biotite.

C. Mesocratas – as rochas têm uma cor intermédia, não é predominante qualquer um dos tipos de minerais.

CLASSIFICAÇÃO COM BASE NAS CONDIÇÕES DE CONSOLIDAÇÃO E NA TEXTURA

A textura de uma rocha corresponde ao seu aspecto e é resultado do seu grau de cristalização, disposição, forma e dimensões relativas dos seus minerais. É condicionada principalmente pelo modo como se deu o arrefecimento da rocha.

As rochas podem apresentar três tipos de textura diferentes:

A. Granular ou fanerítica – as rochas consolidam, lentamente, no interior da crusta e os seus cristais distinguem-se uns dos outros macroscopicamente.

B. Agranular ou afanítica - as rochas solidificam, rapidamente, à superfície ou perto dela e os cristais que as constituem apenas são visíveis microscopicamente.

C. Amorfa ou vítrea – as rochas formam-se de um modo extremamente rápido, não são observáveis quaisquer cristais.

2. ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas, quando em profundidade, podem ser alteradas quer na estrutura, quer na composição mineralógica, sem que entrem no estado líquido. Este processo é o metamorfismo e dá-se em locais com condições de temperatura e pressões específicas. São de notar os três principais factores de metamorfismo:

A. Pressão – as rochas, quando as sujeitas a tensões não litostáticas (dirigidas), sofrem uma reorientação dos seus minerais, geralmente, em planos paralelos.

B. Temperatura, quando os minerais de uma rocha atingem uma determinada temperatura a sua rede cristalina é rearranjada. Isto é chamado de recristalização e permite que se formem novos minerais a partir de outros pré-existentes e naturalmente, novos tipos de rocha.

C. Fluidos de circulação, a água e outros podem reagir com os minerais presentes nas rochas e deste modo originar minerais de composição diferente, por remoção ou introdução determinados elementos químicos.

CLASSIFICAÇÃO COM BASE NO TIPO DE METAMORFISMO E NA FOLIAÇÃO

Os tipos de metamorfismo definem-se em função da intensidade relativa dos três factores de metamorfismo associados aos diferentes ambientes metamórficos.

O metamorfismo de contacto é aquele em que os factores determinantes são o calor e a circulação de fluidos, ocorre junto às formações magmáticas onde as rochas encaixantes são alteradas. As rochas originadas não apresentam foliação pois este tipo de metamorfismo está associado a baixos valores de tensão.

Figura 6. Mármore (1), quartzito (2), corneana (3), rochas resultantes de um metamorfismo de contacto. Como a temperatura é o principal factor neste tipo de metamorfismo, as rochas não apresentam foliação. A rocha 1 é resultado do metamorfismo que actuou sobre um calcário, a 2 teve origem num arenito quartezítico e a rocha 3 é obtida através da alteração de rochas argilosas.

O metamorfismo regional actua em extensas áreas, normalmente ao longo dos limites tectónicos convergentes, desta forma, está relacionado com os processos orogénicos. Este tipo de metamorfismo resulta da acção combinada do calor, das tensões dirigidas e fluidos de circulação. Como a pressão não litostática é o principal factor de metamorfismo, estas rochas apresentam uma foliação evidente.

Figura 7. Xisto argiloso (1), filito (2), xisto (3), micaxisto (4) e gnaisse (5), rochas resultantes de um metamorfismo regional. Como a tensão dirigida se faz sentir, fortemente, neste tipo de metamorfismo todas as rochas apresentam foliação evidente. As rochas 1, 2 e 3 apresentam uma clivagem xistenta por resultarem de um grau baixo de metamorfismo. A rocha 4 apresenta xistosidade e está associada a um grau médio de metamorfismo, enquanto a rocha 5 possui bandado gnáissico resultante de um metamorfismo intenso.

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