Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Geologia - 11º Ano

 

Ficha do trabalho:

Relação entre a cor de um mineral e a risca que este produz

Autores: João Miguel Pereira

Escola: Escola Secundária de Resende

Data de Publicação: 23/08/2013

Resumo: Relatório da atividade experimental de Geologia “RELAÇÃO ENTRE A COR DE UM MINERAL E A RISCA QUE ESTE PRODUZ", realizado no âmbito da disciplina de Geologia (11º ano). Ver Trab. Completo

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Relação entre a cor de um mineral e a risca que este produz

Objectivos

A experiência a seguir relatada teve como objetivos:

. Verificar as diferenças entre a cor de um mineral e a risca que este produz.

Introdução

Mineral é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da interação de processos físico-químicos em ambientes geológicos. Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o compõem.

Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (como por exemplo a grafite e o diamante.

Os minerais variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas. Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros compostos orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que idênticas em composição e estrutura a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes artificiais).

Propriedades físicas

As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e das suas características estruturais.As propriedades físicas mais óbvias e mais facilmente comparáveis são as mais utilizadas na identificação de um mineral. Na maioria das vezes, essas propriedades, e a utilização de tabelas adequadas, são suficientes para uma correta identificação. Quando não, tal não é possível, ou quando um elevado grau de ambiguidade persiste, como no caso de muitos isomorfos similares, a identificação é realizada a partir da análise química, de estudos de ótica ao microscópio petrográfico ou por difração de raios X ou de neutrões. São as seguintes as propriedades físicas macroscópicas, observáveis sem necessidade de equipamento sofisticado (por vezes designadas, por essa razão, por propriedades de campo):

. Cor — É uma característica extremamente importante dos minerais. Pode variar devido a impurezas existentes em minerais como o quartzo, o corindo, a fluorite, a calcite e a turmalina, entre outros. Noutros casos, a superfície do mineral pode estar alterada, não mostrando sua verdadeira cor. A origem da cor nos minerais está principalmente ligada à presença de iões metálicos, fenómenos de transferência de carga e efeitos da radiação ionizante. Eis alguns exemplos:

. Jade — esverdeado;

. Augite — verde-escuro a preto;

. Cassiterite — verde a castanho;

. Pirite — amarelo-ouro.

. Brilho — O brilho depende da absorção, refração ou reflexão da luz pelas superfícies frescas de fratura do mineral (ou as faces dos seus cristais ou as superfícies de clivagem). O brilho é avaliado à vista desarmada e descrito em termos comparativos utilizando um conjunto de termos padronizados. Os brilhos são em geral agrupados em: metálico e não metálico ou vulgar. Diz-se que o brilho é não metálico, ou vulgar, quando não é semelhante aos dos metais, sendo característico dos minerais transparentes ou translúcidos. Dentro das grandes classes atrás apontadas, o brilho de um mineral pode ser descrito como:

. Brilhos não metálicos

. Acetinado — brilho não metálico que faz lembrar o brilho do cetim; é característico dos minerais fibrosos;

. Adamantino — brilho não metálico que, pelas suas características, nomeadamente a intensidade, se assemelha ao do diamante (são exemplos a pirargirite e a cerusite;

. Ceroso — brilho não metálico que lembra o da cera (é exemplo a variscite); Nacarado — brilho não metálico semelhante ao das pérolas (é exemplo a caulinite);

. Resinoso — brilho não metálico que lembra o observado nas superfícies de fartura das resinas (é exemplo a monazite);

. Vítreo — brilho não metálico que lembra o do vidro (são exemplos a fluorite, a halite e a aragonite);

. Brilhos metálicos:

. Metálico — brilho que se assemelha ao dos metais, sendo característico de minerais opacos como a galena, a calcopirite e a pirite;

. Submetálico — brilho que faz lembrar o dos metais, mas não tão intenso, sendo característico dos minerais quase opacos como a cromite.

. Traço ou Risca — A cor do traço de um mineral pode ser observada quando uma louça ou porcelana branca é riscada. A clorite, a gipsite (gesso) e o talco deixam um traço branco, enquanto o zircão, a granada e a estaurolite deixam, comummente, um traço castanho avermelhado. O traço de um mineral fornece uma importante característica para sua identificação, já que permite diferenciar materiais com cores e brilhos similares.

Propriedades mecânicas

. Clivagem — É a forma como muitos minerais se quebram seguindo planos relacionados com a estrutura molecular interna, paralelos às possíveis faces do cristal que formariam. A clivagem é descrita em cinco modalidades: desde pobre, como na bornite; moderada; boa; perfeita; e proeminente, como nas micas. Os tipos de clivagem são descritos pelo número e direção dos planos de clivagem.

. Fratura — Refere-se à maneira pela qual um mineral se parte, exceto quando ela é controlada pelas propriedades de clivagem e partição. O estilo de fracturação é um elemento importante na identificação do mineral. Alguns minerais apresentam estilos de fracturação muito característicos, determinantes na sua identificação.

. Dureza — Expressa a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela reflete a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas que formam a estrutura. A escala de dureza mais frequentemente utilizada, apesar da variação da dureza nela não ser gradativa ou proporcional, é a escala de Mohs.

Fig. 1 – Escala de Mohs

 

Densidade — É a medição direta da densidade mássica, medida pela relação direta entre a massa e o volume do mineral.

 

3- Material Utilizado

Material de Laboratório:

- Placa de porcelana;

 

Material Geológico:

- Pirite;

- Malaquite;

- Hematite;

 

- Geso;

- Calcite;

 

 

- Quartzo (rosa, incolor)

Procedimento Experimental               

Determinação da dureza relativa dos diferentes minerais:

. Preparou-se a bancada de trabalho de forma organizada;

. Com cada mineral riscou-se na placa de porcelana e anotou-se a cor do risco;

. Comparou-se a cor do risco com a cor dos seguintes matérias: pedaço de seda, vela de cera, placa de vidro, metal polido;

. Verificou-se a cor do risco dos minerais metálicos;

Resultados

Resultados da risca dos minerais a sua semelhança com alguns objetos comuns o tipo de brilho e de clivagem que apresentam:

 

Mineral:

Cor do mineral

Cor da risca

Semelhança

Brilho

Pirite

Prateado

Preto

Metal polido

Metálico

Hematite

Cinzento-escuro

Vermelho escuro

Metal polido

Submetálico

Gesso

Incolor

Branco

Placa de vidro

Não metálico (Vítreo)

Calcite

Branco

Branco

Vela de cera

Não metálico (ceroso)

Quartzo Incolor

Incolor

Branco

Placa de Vidro

Não metálico (Vítreo)

Quartzo Rosa

Rosa

Branco

Placa de Vidro

Não metálico (Vítreo)

Malaquite

Verde

Verde claro

Ceda

Submetálico

 

Discussão dos resultados

Observaram-se alguns minerais com propriedades óticas iguais ou semelhantes mas com propriedades mecânicas bastante diferentes. Por exemplo: os quartzos, as calcites e os gessos têm risca igual, cores dentro das mesmas tonalidades, brilho não metálico (embora que diferente), mas possuem durezas muito diferentes. Pôde observar-se também que há minerais que se apresentam sempre na mesma cor (idiocromáticos) e outros que variam muito na sua cor dependendo da composição (alocromáticos). Por vezes a risca nada tem que ver com a cor do mineral, como por exemplo a hematite que tem cor cinza escuro e faz uma risca vermelha. Sem certezas de relação, os dados indicam que os minerais mais duros de um modo geral apresentam fartura e não clivagem.

 

Conclusão

 

Com esta atividade laboratorial foi possível verificar que os minerais não produzem uma risca sempre com cor igual a cor característica do mesmo. Concluímos ainda que os minerais com brilho não metálico analisados têm todos risca branca, enquanto que os de brilho metálico diferem tanto na cor da risca de uns para os outros como da relação entre a cor do mineral e a cor da risca.

 

Bibliografia

 

Dias da Silva, etal, Terra Universo de Vida, 2ª Parte - Biologia, Biologia e Geologia - 11ºano, Porto: Porto Editora 2012.

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