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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de História - 11º Ano |
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Literatura do Romantismo Autores: Inês Santos Escola: [Escola não identificada] Data de Publicação: 09/06/2011 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre a literatura durante a época do romantismo, realizado no âmbito da disciplina de História (11º ano). Ver Trabalho Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Introdução O tema que decidi abordar para realizar este trabalho foi a literatura durante a época do romantismo. Irei falar das características que a literatura adquiriu neste período e o impacto que teve em alguns países do mundo, assim como os escritores que em cada zona tiveram uma influência superior, dando especial atenção a Portugal. Tentarei ser explícita, procurando esclarecer, embora de uma forma clara e objectiva, os pontos mais importantes e interessantes que podem ser incluídos e que surgem na exploração deste tema. Espero que seja suficientemente esclarecedora e que ao mesmo tempo consiga motivar uma leitura atenta deste projecto. Contexto Geral Se tentarmos definir o conceito de romantismo, iremos descobrir que foi um movimento cultural que apareceu primeiramente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como oposição ao culto da razão ideado pelas ideias Iluministas, um pouco mais tarde também em França, nos países do sul e na Escandinávia espalhando-se depois por toda a Europa e finalmente pelos Estados Unidos da América. Este período caracteriza-se por ser o estado da sensibilidade europeia entre finais do séc. XVIII e dos princípios do séc. XIX. A palavra romantismo deriva de "romance", usualmente subjacente a histórias de aventuras medievais, que possuíram uma grande propagação no final de setecentos, correspondendo ao interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média que ia crescendo. Avançou como um movimento de carácter revolucionário que seguiu as ideias políticas e filosóficas ideadas pelo século das Luzes: livre expressão da sensibilidade e afirmação dos direitos do indivíduo. Contudo, o romantismo, para além da sua contradição à estética clássica, quer sobretudo mostrar a parte do homem escondida pelas convenções estéticas e sociais da altura. Excessivamente variada nas suas demonstrações, principalmente a nível da literatura e das artes plásticas, esta linha equilibrava-se filosoficamente em três pontos: o individualismo – que era tendência do homem para se libertar de todas as obrigações de solidariedade para pensar só em si, um certo egoísmo; o subjectivismo – tendência para declarar a prioridade do subjectivo sobre o objectivo; e a intensidade. Contrariamente à ordem e à rigidez intelectual clássica, os artistas do romantismo gravaram maior importância quanto à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais puderam alcançar o sublime e o genial. Características do Romantismo Individualismo Tendência na qual os românticos se libertam da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo portanto espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes fixa em emoções e sentimentos. O individualismo por também servir para uma pessoa individual, sem sequer critérios que generalizam o seu estado. Subjectivismo Segundo esta linda, o romancista resolve os seus assuntos de forma pessoal, de acordo com sua própria opinião sobre o mundo. Pode ser mais facilmente identificado através do uso dos verbos na primeira pessoa. O subjectivismo trata-se sempre de uma opinião parcelada, dada por um indivíduo que baseia a sua perspectiva naquilo que as suas sensações captam do exterior. Com uma absoluta liberdade de criar, o artista romântico não se acanha nada em expor as suas emoções pessoais e fazer delas a temática sempre retomada na sua obra. Nesta tendência o “eu” é o foco principal, o “eu” é egoísta, e torna-se a sua forma de expressar as suas razões. Idealização Impulsionado sobretudo pela imaginação, o autor idealiza alguns temas, exagerando em várias de suas características. Desta maneira, a mulher é uma virgem bastante frágil, o índio é dominantemente um herói nacional, e a pátria é sempre perfeita aos olhos dele. Esta característica é marcada por uma grande rede de descrições pormenorizadas e de muitos adjectivos. Sentimentalismo Exacerbado É praticamente possível encontrar o sentimentalismo nos poemas românticos, visto que essa escola literária é conduzida sobretudo através da emoção, sendo as mais comuns: a saudade, a tristeza e a desilusão. Normalmente os poemas expressam o sentimento do poeta, as suas emoções, são como que um relato sobre uma vida, a vida do poeta. Sobre esta tendência, o romântico analisa e expressa a realidade utilizando como meio os sentimentos, acreditando que só sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo relatado, utiliza a emoção acima de tudo. Egocentrismo Como é possível decifrar no nome, é a colocação do ego no centro de tudo, nada mais ganha importância. São vários os artistas românticos que colocam, nos seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os na obra. Pode até dizer-se, talvez, que o egocentrismo é um subjectivismo um pouco mais exagerado. Natureza interagindo com o “eu” lírico No Romantismo, a natureza é o que expressa aquilo que o “eu” lírico está a sentir no momento que narra. A natureza pode estar presente desde as estações do ano às tempestades, ou dias solarengos. De uma forma diferente do Arcadismo, por exemplo, em que a natureza é simplesmente uma mera paisagem. No Romantismo, a natureza interage com o “eu” lírico, funcionando quase sempre como a expressão mais pura do estado de espírito do poeta. Grotesco e Sublime Nesta tendência existe a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo em que visa a idealização do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto A Bela e o Monstro, no qual uma jovem idealizada pelo sujeito poético, se apaixona por uma criatura horrenda. Medievalismo Alguns românticos interessavam-se pela origem de seu povo, da sua língua e do seu próprio país. Na Europa, acharam no cavaleiro fiel à pátria uma óptima forma de retratar as culturas do seu país. Esses poemas decorrem em eras medievais e retratam grandes guerras e batalhas travadas nessas mesmas épocas. Indianismo O indianismo é o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Devido aos brasileiros não terem um cavaleiro para idealizar, os escritores adoptaram o índio como o ícone para a origem nacional e colocaram-no como sendo um herói. O indianismo resgatava portanto o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum contacto com a sociedade europeia. Byronismo Totalmente inspirado na vida e na obra de Lord Byron, um poeta inglês que levava um estilo de vida boémio, voltado para vícios, bebida, fumo e sexo, e que estava representado na personagem ou na própria vida do autor romântico. O byronismo é principalmente caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo e ainda pela angústia. Aparecimento do Romantismo na Literatura O Romantismo surge na Literatura portuguesa com a publicação dos poemas Camões no ano de 1825 e D.Branca em 1826, de Almeida Garrett. O ambiente político que circulava entre as lutas de liberais contra absolutistas na altura e o retiro deste, o seu carácter e a época em que viveu, transformaram o árcade que durante muito tempo se afirmou em obras como Catão, na Lírica de João Mínimo, no Retrato de Vénus, devido ao seu conteúdo, e nos poemas Camões e D. Branca, na sua linguagem, no grande romântico das Folhas Caídas e no grande pioneiro de uma linguagem coloquial e moderna, em Viagens na Minha Terra. Contudo, será Alexandre Herculano o grande tradutor do Romantismo em Portugal com a poesia de carácter historial marcadamente actual, Harpa do Crente e com o romance histórico O Bobo - O Monge de Cister, decorrente na Idade Média, que constituirá o auge do grande movimento literário. Difusão do Romantismo na Literatura Mais tradicionalista, está a Inglaterra na sua origem; depois, surge a Alemanha com a peça dramática Sturm und Drang, visto por todos como um grito de revolta contra o imperialismo napoleónico da altura e uma rígida afirmação de nacionalismo e, como tal, o medievalismo, o regresso ao passado, o subjectivismo e, consequentemente, o sentimentalismo. Os filósofos alemães Kant, Fichte, Schelling e Schlegel, com o seu genúino subjectivismo, conduzem as pessoas a um novo antropocentrismo. No entanto, o sentimentalismo afirma-se também como sendo o domínio do coração nos românticos sobre o domínio da razão, que era a principal força dominadora nos clássicos. Da Inglaterra surge o gosto por paisagens solitárias, lunares, saudosas, com as ruínas musgosas e evocadoras a um ambiente mais sombrio mas no entanto romântico. As Estações de Thompson, abrem o caminho para a descrição da natureza saudosista, solitária, povoada de ruínas e sombrios cemitérios. O passado com a sua poesia e as suas tradições, serviu como reacção ao Classicismo aristocrata. É este ambiente que proporciona o clima ideal para que floresça a poesia e o romance de Walter Scott e é nele que se realiza a obra poética do insaciável aventureiro, revolucionário e sentimental Byron. Wordsworth, Macpherson, Coleridge e Shelley, são nomes ainda de destaque no que toca ao movimento romântico na Inglaterra. Do desencontro entre as formas espartilhadas do Classicismo e a ansiedade de evadir dos românticos afirma-se no sentido da liberdade na Arte e, daí, o individualismo com Victor Hugo, o “escuta-te a ti próprio”. Com esta influência o artista desiste de ser o imitador, colocando a sua imaginação a trabalhar, cria uma sub-realidade e comunica com o resto do mundo os seus sentimentos e os seus pensamentos; de simples imitador passa a ser um complexo criador. O Romantismo foi considerado a grande revolução literária moderna. É, também, uma atitude reanimadora em favor da pequena burguesia que orienta o Contrato Social de Rousseau em 1762 e, depois, Emílio no ano de 1762; e, em Julie ou La Nouvelle Héloise onde se esboça o passionalismo romântico. Embora a França só se tenha aberto a partir de 1830, ao Romantismo, não há dúvida de que Rousseau pode considerar-se o seu primeiro ensaio na escola. Seguidamente, temos Chateaubriand com Atala e o Génio do Cristianismo, Lamartine, Musset, Victor Hugo, que escreve o prefácio do drama Cromwell a proclamar a liberdade na arte, em guerra aberta com as normas do Classicismo. Herder, Goethe, Hegel, Schiller e Schlegel são os principais padrões sugestivos na Alemanha. Mas já os irmãos Grimm tinham explorado a cultura popular: Wieland, no seu Oberon, pondo o maravilhoso popular no lugar da mitologia e Klopstock, em Messíada, que também a rejeita. A inserção da liberdade na arte define a criação de novas formas – o drama, o poema narrativo e o romance histórico. Na poesia também aparecem diversas estruturas estróficas que acompanham o pensamento com maleabilidade; a linguagem, com um poder de transmissão mais significativo, enriquecendo-se com uma simbologia nova e com um vocabulário mais sugestivo e mais actual; afirma-se ainda o gosto pelo exotismo. Ao equilíbrio do Classicismo opõe-se, agora, a ansiedade da descoberta metafísica, quer se perca no domínio horizontal das afeições humanas (Garrett), quer se dirija verticalmente na busca de Deus (Herculano, Soares de Passos, Antero de Quental). Os interesses principais do Romantismo tornam-se os temas mais grandiosos. Porém, por vezes, essa ansiedade pelo infinito debate-se dolorosamente e dramaticamente, com as suas limitações humanas, o que dá lugar ao desânimo. A mesma ânsia de liberdade artística estende-se pela busca ansiosa de um mundo muito melhor, um mundo onde os homens podem sentir o domínio da justiça e onde podem encontrar-se como meros irmãos. Todas as circunstâncias que propiciaram a nova corrente carregaram consigo uma acentuada tendência para a insegurança, para a inquietação e para o desajustamento que os mergulha, ora num estado de melancolia, a qual, com Schopenhauer, conduz ao pessimismo niilista, ora num estado de revolta, com Byron. Daí, portanto, um mundo literário cheio de paixões exaltadas, de traições, de malfeitores, de ambientes terríficos e mórbidos, ou um mundo de sonho, vivido na solidão, em contacto com uma natureza turbulenta, alvoroçada, sombria, ao pôr do sol, durante a noite, nas estações românticas (Outono e Inverno), povoada de receios, de fantasmas, de visões terríficas, em oposição à natureza resplendente dos clássicos, com ninfas e faunos. De fundo de cenário que era, no Classicismo, a natureza, nos românticos, participa, determina estados de alma. O "locus amoenus" cede lugar ao "locus horrendus". O romantismo caracteriza-se, então, pela sua oposição ao classicismo antigo, pagão e meridional. Vai buscar a inspiração aos poemas de Ossion, ao teatro de Shakespeare, aos romances de Richardson. A imaginação é celebrada; a razão substituída pela emoção e pelo sentimento. O espírito romântico baseia-se na descoberta da subjectividade, o que lava a um florescimento de géneros aotubiográficos na primeira metade do séc. XIX. O romântico exalta o culto do eu, analisa as diversas facetas da sua personalidade, cuja unidade procura conquistar («El Desdichado», poema das Chimères, de Nerval). Procurando a evasão no sonho, no exotismo (o Oriente) ou o passado (a Idade Média cristã), exalta o gosto do mistério e do fantástico. Romantismo na Grã-Bretanha - Principais Representantes O romantismo inglês, anunciado pelos poetas Blake e Burns, tem por principais representantes Wordsworth e Coleridge, que publicam as Lyrical Ballads (1798) e que abrem caminho a poetas como Southey, T.Moore, Keats, Shelly, Byron e W.Scott para o romance histórico. Quanto a Mary Godwin, esposa de Shelley, exalta por sua vez os direitos do homem, festejando a Revolução Francesa, e os da mulher, e abre uma nova via ao romance negro e filosófico com Frankenstein (1818). Romantismo na Alemanha - Principais Representantes No séc. XVIII, Klopstock e Lessing, são os artífices de uma renovação alemã e a sua influência está em parte na origem do movimento Sturm und Grang. Para além de Herder, aí encontramos Goethe e Schiller. Este período não é mais do que uma etapa da sua obra, cuja amplitude «clássica» ultrapassa o romantismo no sentido escrito. Este afirma-se largamente na geração seguinte com Holderlin e Jean-Paul. Sucedem-se duas escolas: a primeira, em Iena, reclama-se de Fichte e reagrupa entre outrso Tieck, Novalis e os irmãos Schlegel. A segunda, em Heidelberga, é constituída por Brentano, Arnim e os irmãos Grimm. Estes últimos voltam muitas vezes às fontes de uma cultura nacional. É na mesma época que se situam Kleist e E.T.AHoffmann. Romantismo na França - Principais Representantes Vítimas do famoso «mal do século», os escritores franceses recorrem ao autor de René e a M.me de Stael. Esta reuniu sob o Império, na sua mansão de Coppet, uma sociedade intelectual e cosmopolita. O seu ensaio De l’Allemagne (1810) estabeleceu uma tripla oposição: entre literaturas românticas do Norte e literaturas clássicas do Sul; entre a França conquistadora e uma Europa liberal e filosófica; entre o «génio do cristianismo» e o entusiasmo místico do protestantismo. Chateaubriand foi o primeiro a exprimir a «vaga» das paixões. O movimento organiza-se, por volta de 1820, em torno de Victor Hugo, que define a função do poeta e atribui uma missão nacional e social à literatura. A nova estética impõe-se na poesia com Lamartine, A. De Vigny, Gérard de Nerval, Musset. No tetrao, a célebre batalha de Hernâni, em 1830, marca a vitória dos românticos sobre os clássicos (abandono da regra das três unidades, fusão dos tempos e dos géneros, temas modernos). O romance encontra uma expressão brilhante com Balzac, Victor Hugo, Stendhal. Em 1843, o fracasso de Burgraves, de Victor Hugo, revela o esgotamento do movimento. Romantismo noutros Paises - Principais Representantes Na Itália manifesta-se um romantismo mais patriótico e nacional que luta contra o ocupante presente, austríaco. As suas grandes figuras são A.Manzoni, S.Pellico e G.Leopardi. Em Espanha, é sobretudo no teatro que se impõe a estética romântica com José Zorilla, enquanto que Almeida Garrett oferece a Portugal uma ilustração do ideal romântico europeu. Exemplo de obras poética tipicamente românticas O Anjo Caído
Era um anjo de Deus Que se perdera dos céus E terra a terra voava. A seta que lhe acertava 5 Partira de arco traidor, Porque as penas que levava Não eram penas de amor. O anjo caiu ferido, E se viu aos pés rendido 10 Do tirano caçador. De asa morta e sem splendor O triste, peregrinando Por estes vales de dor, Andou gemendo e chorando. 15 Vi-o eu, o anjo dos céus, O abandonado de Deus, Vi-o, nessa tropelia Que o mundo chama alegria, Vi-o a taça do prazer 20 Pôr ao lábio que tremia... E só lágrimas beber. Ninguém mais na terra o via, Era eu só que o conhecia... Eu que já não posso amar! 25 Quem no havia de salvar? Eu, que numa sepultura Me fora vivo enterrar? Loucura! ai, cega loucura! Mas entre os anjos dos céus 30 Faltava um anjo ao seu Deus; E remi-lo e resgatá-lo, Daquela infâmia salvá-lo Só força de amor podia. Quem desse amor há-de amá-lo, 35 Se ninguém o conhecia? Eu só, - e eu morto, eu descrido, Eu tive o arrojo atrevido De amar um anjo sem luz. Cravei-a eu nessa cruz 40 Minha alma que renascia, Que toda em sua alma pus, E o meu ser se dividia, Porque ela outra alma não tinha, Outra alma senão a minha... 45 Tarde, ai! tarde o conheci, Porque eu o meu ser perdi, E ele à vida não volveu... Mas da morte que eu morri Também o infeliz morreu. Almeida Garrett em Folhas Caídas
Características românticas presentes no poema: o mito do paraíso perdido (Milton, The Paradise Lost); o mito da mulher-anjo (vítima do tirano caçador); transgressão às regras dos modos literários (hibridismo que resulta da presença de características líricas e narrativas). Anexos
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