A sua criação e o seu desenvolvimento O Museu de Alberto Sampaio situa-se em pleno centro histórico, no local onde a condessa Mumadona, no século X, mandou construir um mosteiro. Sendo inicialmente um mosteiro dúplice, nos alvores do séc. XII, transformou-se em Colegiada, tendo então sofrido obras de renovação. Ilustração 1 - Museu Alberto Sampaio Fonte: Google É um museu estatal, dependente do Instituto Português de Museus. Foi criado em 1928, para albergar o espólio de extintas instituições religiosas locais então na posse do Estado, tendo sido aberto ao público em 1931, está instalado em edifícios de valor histórico e artístico que pertenceram à Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, e que se desenvolvem em torno de um claustro. O programa museográfico actual data, no essencial, dos anos 60. Estão expostas valiosas colecções de arte antiga, em que avulta o legado dos séculos XIV, XV, e XVI, e cuja peça de maior significado histórico é o loudel do rei D. João I (séc. XIV). Um dos traços mais característicos do Museu é a harmonia entre as peças e os espaços em que são apresentadas. A escolha de Alberto Sampaio como patrono do Museu constituiu uma homenagem aquele historiador vimaranense, que se dedicou sobretudo à história regional (1841 - 1908).O conjunto de relíquias do Museu de Alberto Sampaio é diversificado, mas coerente na sua diversidade e homogéneo na qualidade. É constituído pelas seguintes colecções: ourivesaria, pintura, escultura, talha, têxteis, cerâmica e azulejaria. Colecções – Ourivesaria Ilustração 2 - Tríptico de Prata Dourada Fonte: Google A ourivesaria é a mais importante coleção do Museu, integrando o tesouro da Igreja da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. Entre as alfaias litúrgicas expostas encontram-se cálices, patenas, custódias, cruzes e relicários. São peças de tipologia e função variadas permitindo acompanhar a evolução do gosto desde o século XII até ao séc. XIX. De entre as peças da coleção que merecem destaque, refira-se o Tríptico de Prata Dourada oferecido a Colegiada por D. João I. Ilustração 3 - Relicário Fonte: Google Ilustração 4 - Cofre Relicário Fonte: Google Colecções – Têxtil A coleção têxtil, composta por diversas vestes litúrgicas e por um significativo núcleo de amostras de tecido, é essencialmente conhecida e referida pela existência no seu percurso expositivo da veste militar trecentista, o loudel, que D. João I envergou durante a batalha de Aljubarrota e que, posteriormente, ofertou a Santa Maria de Guimarães, em agradecimento por ter vencido a dita batalha. Ilustração 5 - Loudel de D. João I Fonte: Google O loudel de D. João I pode ser descrito como uma veste com forma de colete cintado que se estende até aos joelhos, composta por várias camadas de linho e enchimento de lã, acolchoadas. Aperta-se na parte frontal através de vários botões pouco intervalados e na parte inferior termina com recortes em bico. Apesar do desgaste que a peça apresenta, são percetíveis vestígios do brasão de armas de D. João I na parte inferior direita. Quadrado de tecido egípcio do séc. IV dC, medindo 23 cm por 23 cm. É em linho bordado a fio de lã castanha com motivos geométricos, motivos de animais e figuras humanas, remanescência a um mosaico. Ilustração 6 - Tecido Egípcio Fonte: Google Colecções – Cerâmica A cerâmica, predominantemente de origem portuguesa, merece especial atenção. Há exemplares seiscentistas a azul, branco e vinoso, bem como peças provenientes das fábricas de Viana do Castelo, Porto, Gaia e Lisboa. Ilustração 7 - Galheteiro Fonte: Google Galheteiro do séc. XVIII composto por um suporte e quatro peças: dois pequenos potes com tampa e dois pequenos jarros de bico também com tampa com destino para o azeite e para o vinagre. Todo ele é decorado com motivos florais. Peça de louça representando uma mulher jovem em pé de cabeça ligeiramente inclinada para o lado direito. Usa um vestido comprido e um lenço que passa por cima do ombro esquerdo e por baixo do braço direito e que se amarra à frente na zona da cintura, cobrindo as duas mãos pousadas sobre a cinta e a barriga. Esta peça tem a função de garrafa. Ilustração 8 - Peça de louça Fonte: Google Ilustração 9 - Azulejo séc. XVIII Fonte: Google Colecções – Pintura A pintura está bem representada por um conjunto de seis frescos destacados, provenientes de igrejas do Norte de Portugal. De entre os quais se destaca “A Degolação de S. João Batista”, proveniente da Sala do Capítulo da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco. Também por várias pinturas sobre tábua – o Tríptico da Lamentação, a Virgem do Leite entre S. Bento e S. Jerónimo, a Virgem com o Menino e o Pentecostes, este último proveniente da Capela do Senado, de Guimarães. “A Degolação de S. João Batista” é um fresco que representa o episódio da degolação de S. João Batista. Como pano de fundo, à esquerda, vê-se uma casa com torre. Há duas cenas em primeiro plano: uma interior e outra exterior. Ilustração 10 - Fresco “A degolação de S. João Batista” Fonte: Google Do lado direito, sentado a uma mesa com alguns alimentos (um cálice, um prato com um frango e pão) está Herodes de barbas compridas, com as mãos levantadas e os olhos fechados. À sua esquerda encontra-se Herodíade, a cunhada, com a cabeça inclinada para o lado direito agarrando a cabeça de S. João Batista pelos cabelos na mão esquerda e exibindo uma expressão de satisfação, também evidenciada pelo gesto da sua mão direita com dois dedos levantados em sinal de vitória. Em pé e à sua frente, Salomé apresenta-lhe a bandeja com a cabeça do santo. Do lado esquerdo do quadro, está o santo ainda ajoelhado e com as mãos em sinal de oração mas já sem cabeça. Aparece ladeado por dois soldados, um dos quais se encontra ainda de espada em riste. Colecções – Talha Na talha, que representa também um núcleo significativo do Museu, merece destaque quer o retábulo seiscentista que pertencia à Irmandade de S. Pedro, quer as ilhargas barrocas da igreja do Convento de Santa Clara, edifício actualmente ocupado pela Câmara Municipal de Guimarães. Ilustração 11 - Retábulo Seiscentista Fonte: Google Ilustração 12 - Convento de Santa Clara Fonte: Google Colecções – Esculturas A escultura de pedra está representada por estátuas em calcário, dos séculos XIV a XVI, por jacentes de granito dos séculos XV e XVI, por um alabastro inglês, por capitéis medievais destacados e por diversas pedras de armas. Escultura do séc. XV em alabastro, representando Nossa Senhora sentada com o corpo de Jesus Cristo seminu sobre o seu colo. Enverga um manto, cuja ponta segura com a mão esquerda, que oculta parcialmente o seu rosto. Ilustração 13 - Escultura em alabastro Fonte: Google Na escultura de madeira, merece destaque especial a imagem de Santa Maria de Guimarães, do século XIII, e que se encontrava ao culto na Igreja da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. Da coleção fazem também parte obras de influência flamenga, do séc. XVI e esculturas relevantes como “Nossa Senhora da Boa Morte”, séc. XVII, e a “A Fuga para o Egipto”, séc. XVIII. Ilustração 14 - Escultura em madeira Fonte: Google Escultura de madeira policromada, séc. XVIII, Nossa Senhora sentada de lado em cima de um burro. Leva nos braços o Menino Jesus nu. Nossa Senhora usa um vestido, onde predominam as rosas e, sobre o vestido, em um manto. Um véu envolve-lhe a cabeça e sobre este usa um chapéu com as abas laterais voltadas para cima. S. José conduz o burro com uma corda. Traz um chapéu pendurado às costas pelo pescoço. Usa um manto esvoaçante e enverga uma túnica decorada com ramagens. As botas de cano alto ostentam a mesma decoração. Webgrafia . http://www.geira.pt/museus/atrio/index.asp?id=13 . http://www.lifecooler.com/Portugal/patrimonio/MuseuAlbertoSampaio . http://www.guimaraesturismo.com/pages/119 . http://www.inwebonline.net/masampaio/ . http://topguimaraes.com/pt/museus-a-galerias-de-guimaraes/item/ 34-museu-alberto-sampaio.html . http://trajesdeportugal.blogspot.pt/2009/02/loudel-de-d-joao-i.html __________________________________ Outros Trabalhos Relacionados | Ainda não existem outros trabalhos relacionados | |