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Trabalhos de História da Cultura e das Artes - 11º Ano

 

O Rocaille no Brasil

Autores: Paula Fariña

Escola: Escola da Apel

Data de Publicação: 22/06/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre o movimento artístico Rococó, realizado no âmbito da disciplina de História da Cultura e das Artes (11º ano). Ver Trabalho Completo

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O Rocaille no Brasil

Introdução

O que é o Rocaille?

O Rococó é um movimento artístico Europeu que se desenvolveu essencialmente no sul da Alemanha e Áustria e principalmente na França, a partir de 1715, após a morte de Luís XIV (entre o Barroco e o Neoclássico - é visto por muitos como a variação “profana” do Barroco).

Surge a partir do momento em que o Barroco se liberta da temática religiosa e começa a incidir na arquitectura de palácios civis, por exemplo. Literalmente, o Rococó é o Barroco levado ao exagero.

É também conhecido como "estilo regência"-reflecte o comportamento da elite francesa de Paris e Versailles, empenhada em traduzir o fausto e a agradabilidade da vida. Ou como “estilo da luz” devido aos seus edifícios com amplas aberturas.

O nome vem do francês Rocaille (concha), um dos elementos decorativos mais característicos desse estilo, não somente da arquitectura, mas também de toda manifestação ornamental e de adereços.

O estilo conheceu grande desenvolvimento entre 1715 e 1730, durante a regência de Filipe de Orléans.

Existe uma alegria na decoração carregada, na teatralidade, na refinada artificialidade dos detalhes, mas sem a dramaticidade pesada nem a religiosidade do barroco.

Tenta-se, pelo exagero, comemorar a alegria de viver, um espírito que se reflecte inclusive nas obras sacras, em que o amor de Deus pelo homem assume agora a forma de uma infinidade de anjinhos rechonchudos.

Tudo é mais leve, como a despreocupada vida nas grandes cortes de Paris ou Viena.

O Rococó é essencialmente caracterizado pelas linhas curvas, delicadas e fluidas, arabescos, frescos, cores suaves, tons pastéis e dourados, representação de alegorias, o carácter lúdico e mundano dos retratos e das festas galantes, em que os pintores representavam a vida profana da aristocracia, os costumes e as atitudes duma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver e dos prazeres sexuais.

Um Pouco da História

O Rocaille no Brasil

No Brasil o estilo Rocaille revelou-se tardiamente, já no século XIX:

 Na escultura de madeira e de «pedra-sabão», na pintura mural e na arquitectura, com José Pereira Arouca, Francisco Xavier de Brito, Manuel da Costa Ataíde e António Francisco Lisboa, o Aleijadinho, cujas obras estarão presentes ao longo do trabalho.

Neste país, o Rococó foi introduzido pelos colonizadores portugueses e a sua manifestação artística deu-se principalmente no mobiliário, conhecido por “estilo Dom João V”.

As primeiras obras barrocas construídas foram na época da colonização.Tinham o objectivo de assegurar o domínio português e evitar as invasões estrangeiras.

São erguidos colégios e igrejas em Salvador, Olinda e no Rio de Janeiro, marcados por este estilo e de forte influência jesuítica – devido aos Jesuítas que foram enviados em missão, simultaneamente com os colonos, para cristianizar o povo nativo)

A economia açucareira do século XVII impõe um novo padrão de vida e faz surgir a casa-grande e a senzala, que exigem um aprimoramento técnico das construções.

O estilo foi directamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo características próprias.

A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidades auríferas (douradas - devido às minas de ouro) de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas cidades eram ricas e possuíam uma intensa vida cultural e artística em pleno desenvolvimento.No caso do Brasil, observa-se a forte penetração do Rococó na arquitectura religiosa desde meados do século XVIII no Rio de Janeiro, em diversas cidades mineiras (Ouro Preto, São João Del Rey, Congonhas do Campo etc.), em Pernambuco, Paraíba e Belém. No entanto, no final do século XVIII o barroco ainda estava pujante, embora diversos artistas já se tivessem orientado para o rococó com um aligeiramento de formas e cores, por força de influência francesa;

Contudo o barroco tradicional perpetuava na maior parte do Brasil, e permaneceria praticado até bem dentro do século seguinte, mormente em áreas afastadas da nova capital da colónia, o Rio de Janeiro, onde mais rapidamente as novas tendências se afirmavam.

E é verdade que uma mudança estética mais nítida, classificante, já se fazia sentir em diversos pontos do país desde meados do século, especialmente em outras áreas artísticas como a música e a arquitectura – por exemplo, a escola mineira de compositores, que já tem uma sonoridade perfeitamente classicista, e a arquitectura de Landi e Mestre Valentim.

Com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, começou um novo ciclo cultural no Brasil, especialmente com a vinda também de diversos artistas estrangeiros atraídos pelas perspectivas de progresso que a presença da corte inspirava.

Dentre as várias providências tomadas por Dom João VI para melhorar a vida na colónia constam a fundação de escolas, museus e bibliotecas, mas sobretudo teve profundo impacto na institucionalização, uniformização e estabilização do ensino da arte a criação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios em 1816, que depois evoluiria para formar a Imperial Academia e Escola de Belas-Artes.

A criação desta Escola se deve à influência do Conde da Barca, a quem foi proposta a fundação de um estabelecimento de ensino superior de arte através de um comunicado enviado logo após a chegada do grupo que se conheceria como a Missão Artística Francesa, por Joachim Lebreton.

A Missão era composta por Jean-Baptiste Debret, pintor histórico, Nicolas-Antoine Taunay, pintor de paisagens e batalhas, Auguste-Henri Victor Grandjean de Montigny, Charles de Lavasseur e Loius Ueier, arquitetos, Auguste-Marie Taunay e François Bonrepos, escultores, e Charles-Simon Pradier, gravador, além do próprio Lebreton como organizador geral e uma série de artífices coadjuvantes. A Missão foi acolhida oficialmente pelo Rei através de Carta Régia de 12 de agosto de 1816, mas os motivos de sua vinda são controversos .

Caso Brasileiro

Pintura Rocaille

A Pintura Rocaille Brasileira demorou mais no seu processo de transição do Barroco para o Rococó, pois estava historicamente muito ligada à Igreja, sendo tradicionalista na decoração dos seus templos religiosos, e tendo a obra profana com menor importância.

Uns poucos pintores, não obstante, já criavam formas mais definidas e luzes mais claras, em composições de planos mais limpos e equilibrados, características que também pertencem ao classicismo, indicando uma mudança nos ares.

O impulso para uma transição definitiva seria a chegada da Missão Francesa (tema desenvolvido na página anterior, referente à missão formada por vários artistas -de nacionalidade francesa ou que se haviam fixado nesse país- com o propósito de vingar no ramo da arte nesta nova economia em ascenção que era o Brasil), como se verá, a qual, associando-se ao Estado laico, introduziu novas temáticas, uma nova estética e uma metodologia de ensino inédita e revolucionária.

Joachim Lebreton fundou a Escola de Belas-Artes no Brasil e de lá saíram vários artistas com ideias inovadoras e bilhantes para a altura. Assim, com estes novos artistas influenciados pelos professores da Missão Francesa, os quais já haviam respirado alguns ares Rocailles, deu-se o início da cultura Rocaille no Brasil. Lentamente, contudo com a puajança a que nos habituamos neste estilo.

É neste sentido que irei desenvolver a análise das obras pictóricas Rocailles: nos artistas provenientes da escola de Lebreton e da Missão Francesa.
 

Manuel Dias de Oliveira: Alegoria de Nossa Senhora da Conceição, 1813. Oliveira foi dos primeiros pintores nativos a pintar em linhas neoclássicas no Brasil.Museu Nacional de Belas Artes.

Nesta Obra, é notável o claro-escuro nos panejamentos da Virgem; A Luz em volta da sua cabeça que dá uma tonalidade dourada a toda a pintura. Podemos reconhecer os movimentos nos panejamentos e a composição complexa e teatral que decorre aos pés na Virgem e à sua volta. São visíveis Anjos alados e pequenos querubins que a acompanham na sua jornada.

 

Henrique José da Silva: Dom Pedro I

Nesta obra pictórica realizada pelo artista da Escola de Belas-Artes, Henrique da Silva, podemos observar a grande variedade cromática que está presente; os tons garridos e contrastantes que nos prendem o olhar. Em primeiro plano temos a figura real de Dom Pedro I, Imperador do Brasil e que concedeu a Autonomia a este país; veste-se com trajes ricos e coloridos, próprios da Nobreza da altura. Podemos ainda ver a Coroa Real assente sobre uma almofada simbolicamente de cor encarnada num fundo verde-prado. No último plano podemos observar, a partir da janela aberta propositadamente, a baía brasileira.
 

Simplício de Sá: Dom Pedro I, ca. 1830.Museu Imperial

Nesta obra, tal como na anterior, a variedade cromática e a luminosidade, tal como o claro-escuro, são as características mais importantes da Obra que se trata, mais uma vez, de um retrato de El-rei Dom Pedro I, o qual enverga de novo trajes ricos e de cores galantes.
 


 

Augusto Müller: Retrato da Baronesa de Vassouras, Museu Imperial

Augusto Müller foi um pintor Alemão que emigrou para o Brasil ainda criança e se inscreveu na Escola de Belas Artes, sendo um dos mais distintos discípulos de Debret.

Nesta pintura podemos observar a mancha pictórica harmoniosamente tonificada, a vegetação e  a natureza que se estendem em volta da baronesa. Trata-se dum retrato do início da época rocaille no Brasil 
 

Eduardo de Martino: Fragata Constituição, 1872. Museu Histórico Nacional

Martino nasceu em Londres de onde partiu para Nápoles e fixa-se na marinha de guerra italiana(o que explica a temática desta obra). De Nápoles parte para o Uruguai de onde viaja até ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro onde divulga as suas obras e ministra aulas de pintura. Nesta obra podemos reconhecer o contraste cromático, o movimento, a pujança dos ventos nas velas, o céu carregado e as cores e piceladas que enfatizam o cenário já de si emocionante.

 

Vítor Meirelles: A primeira Missa no Brasil,1861, Museu Nacional de Belas Artes

Nasceu em Florianópolis, no Rio de Janeiro. Pertenceu a um Rocaille mais tardiu, mas ainda assim em toda a sua glória. Nesta obra podemos observar a temática ligada à religião, a composição complexa e algo teatral, o movimento, as cromatização variada, os contrastes luz/sombra e a luminosidade excessiva em certos pontos, assim como a natureza que envolve toda a cena no seu esplendor.

Escultura Rocaille

Devido ao grande desenvolvimento decorativo que decorreu aquando da chegada da elite artística francesa ao Rio de Janeiro e à fundação da Escola de Belas Artes, a escultura ganhou importância durante este período.

Os escultores do rococó abandonam totalmente as linhas do barroco. As suas esculturas são de tamanho menor e embora usem o mármore, preferem o gesso e a madeira, que aceitam cores mais suaves, características do Rocaille.

Os motivos são escolhidos em função da decoração, por exemplo, numa igreja, as esculturas teriam temas religiosos como santos, anjos etc; numa casa particular era mais comum vermos esculturas com temas profanos como a mitologia, o erotismo, a ironia, etc..

Até artistas famosos, principalmente ligados a manufactura de Sèvres (A Manufatura Nacional de Sèvres é um estabelecimento público de manufactura de cerâmica, cuja tradição remonta ao século XVIII) apressam-se a preparar, desenhos e modelos. Em função de lembrança, do souvenir, os pequenos grupos representam cenas de género e narram, com linguagem espontânea e cores luminosas, episódios galantes, brincadeiras e jogos infantis.

A maioria dos escultores brasileiros, tal como os pintores, foram produto do ensino da Missão Francesa que os educou artisticamente.

O centro artístico mais significativo é o das Minas Gerais, que nasceu em função da descoberta de ouro e diamantes na região de Ouro Preto, Diamantina, Sabará e Congonhas do Campo.

Nesta cidade e em muitas outras do estado foram erguidos inúmeros templos, já num estilo rococó, célebres pela sua decoração extraordinariamente rica e sofisticada. e ali apareceu o primeiro escultor brasileiro de estatura artística realmente elevada, o Aleijadinho, um dos marcos da arte nacional e maior representante da escultura barroca no Brasil.

A sua obra escultórica denota grande expressividade (santos de mãos expressionisticamente deformadas e rostos emagrecidos, com os ossos a romperem a pele) provocando a piedade.

Foi escultor, arquitecto e entalhador. Deixou trabalhos de um estilo inconfundível em várias cidades mineiras. Sua maior criação é o ciclo da Paixão de Cristo, com 66 figuras

em cedro que reproduzem o caminho do Gólgota, instaladas em capelas ao pé do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo.

Esculpiu ainda, em pedra-sabão, um grupo escultórico representando 12 profetas, que é uma das maiores obras-primas da escultura nacional de todos os tempos.

Se por um lado a riqueza extraída das minas favoreceu o florescimento de todas as artes, por outro, fez com que continuasse e aumentasse a importação de imagens estrangeiras, consideradas mais perfeitas e desejáveis. Neste contexto compreende-se o facto da escultura ter-se direccionado mais à esfera privada e de tamanho menor. Já para o fim do século são registados alguns nomes de escultores creditados: Mestre de Piranga, Francisco Xavier de Brito e Francisco Vieira Servas.


Aleijadinho: Cristo orando no horto das Oliveiras, Congonhas. A Via Sacra de Aleijadinho em Congonhas representa o ápice da escultura Rocaille no Brasil.

Nesta obra podemos observar a expressividade dos panejamentos, os movimentos teatrais, a expressão da face, o curvar dos cabelos e as cores garridas.
 

 

 

Aleijadinho: grupo escultórico representando 12 profetas do Antigo Testamento- pedra-sabão.

Nesta obra podemos analizar o realismo das formas movimentadas em linhas harmoniosas e que montam um cenário perfeito e teatral, próprio do Rocaille, assim como as cores garridas, características do Aleijadinho.
 

Aleijadinho morreu em 1814, e com ele uma era, mas a tradição barroca e rocaille, em descompasso com o que acontecia na Europa e mesmo no centro do país, perpetuou-se no Brasil até o início do século XX em vilarejos isolados alheios ao movimentos progressistas, e prosseguiu com certa força especialmente na Bahia, mas também no Rio Grande do Sul, Goiás e outros pontos nordestinos. No Rio Grande, no século XIX, foram erguidos alguns templos Rocailles belamente decorados com entalhes e estátuas nas cidades de Porto Alegre, (a antiga Igreja do Rosário, desaparecida; a antiga Matriz, que teve o mesmo destino, a Igreja de Nossa Senhora das Dores e a de Nossa Senhora da Conceição, ambas já com influência neoclássica), Viamão (Igreja da Conceição), um pouco anterior, e Triunfo.

Significativamente, a madeira, material preferido no barroco, vai sendo abandonada pelo mármore e pelo bronze, e a partir de 1850 é introduzida a técnica dos moldes em gesso, iniciando o processo industrial em larga escala de reprodução de estatuária, com sensível queda na qualidade geral..
 

Interior da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Viamão, RS

 

 

 

 

 

Sagrado Coração de Maria, na igreja de Nossa Senhora das Dores em Porto Alegre. Exemplo de estatuária sacra Brasileira

Nestas duas obras podemos observar a clara influencia Rocaille presente através das cores, das formas exageradas, tal como a decoração com douramentos, cores claras, contudo, contrastantes; a simetria de formas côncavas-convexas\reentrantes-salientes; linhas em S e em C, etc. 

 

 

Arquitectura Rocaille

Quanto à Arquitectura Rocaille Brasileira, temos magníficos exemplos em várias partes do Brasil, especialmente em Salvador, Recife e no estado de Minas Gerais, onde brilhou o já referido  arquitecto e escultor Aleijadinho, oferecendo soluções originais como plantas em elipse, fachadas curvas e torres circulares. Alguns templos Rocailles de grande significado são:

    * No Recife: a Igreja de Santo António, a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, cuja fachada é discreta mas cujo interior tem uma das mais exuberantes decorações rococós do país, a Matriz de Santo António, igualmente com esplêndida talha nos altares.

    * Em Salvador: Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

    * Em Minas Gerais: a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a originalíssima Igreja de São Francisco, talvez a obra máxima de Aleijadinho, todas estas em Ouro Preto. Diversas outras cidades mineiras possuem exemplares significativos de arquitetura rococó, entre elas Sabará, Serro, Mariana, e sobretudo Congonhas, onde existe o grande complexo arquitetônico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.

    * No Rio de Janeiro: Igreja do Carmo, e a discreta mas mui graciosa Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.

Na arquitetura civil o Rocaille deixou relativamente poucos edifícios de maior vulto. As residências se caracterizam por apresentarem fachadas de um ou dois pavimentos (em alguns centros importantes como Salvador e São Luís podendo chegar a quatro pavimentos), com aberturas simples em arco abatido ou rectangulares, emolduradas em madeira, mais raramente em pedra, e um telhado igualmente simples com beiral, às vezes com alguma ornamentação discreta como uma suave curvatura, tectos em duas águas e telhas em bico nos cantos do telhado e sacadas com grandins ou varandas de ferro trabalhado\ forjado. Por exemplo: O Museu da Inconfidência em Ouro Preto.

As famílias ricas podiam construir solares mais amplos e ornamentados, com azulejos na fachada, arcadas e alguma estatuária decorativa, como exemplificam o Palácio do Conde dos Arcos e do Solar do Saldanha em Salvador. Também nas fazendas do interior sobrevivem alguns casarões senhoriais de grande interesse, alguns de grandes dimensões, como a casa-grande do Engenho da Freguesia, no Recôncavo Baiano, embora sua arquitectura em linhas gerais seja bastante simples, com um prédio principal de residência do proprietário e outros anexos para a senzala, depósitos de ferramentas e alimentos, abrigos para animais e casinhas para os lavradores. Caso singular de um género diverso é o Aqueduto da carioca, uma grande obra civil para condução de água erguido entre finais do século XVII e XVIII, localizada no Rio de Janeiro.

Dos prédios oficiais poucos sobreviveram sem alterações. Um dos mais significativos é a antiga Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto, hoje o Museu da Inconfidência, com uma rica fachada onde há um pórtico com colunas, escadaria de acesso, uma torre, estátuas ornamentais e estrutura em cantaria. Também importante é o Paço Imperial no Rio, antiga residência da família real.

Cidades como Salvador, Olinda, São Luís no Maranhão, Goiás Velho, e diversas em Minas Gerais, notadamente Ouro Preto e Diamantina, ainda preservam numerosos exemplares de arquitectura civil e religiosa típicas do barroco colonial em seus centros históricos, que foram declarados Património Mundial pela UNESCO em vista de sua importância histórica e arquitectónica.
 

Basílica de Nossa Senhora do Carmo – Recife- Maurício de Nassau

A sua construção foi finalizada em 1767. A imagem da santa pode ser contemplada em tamanho natural no altar da basílica, além da pinacoteca no anexo da igreja, com pinturas do século XVIII. Na fachada podemos observar um estilo barroco tardio já com influencias Rocailles; a torre sineira, a simetria, os janelões e os diversos portais. Como é obvio, a aquitectura rocaille pode ser observada em todo o seu auge e esplendor no interior da casa sagrada.
 

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia esta situada na cidade de Salvador, Bahia (Brasil),

É a terceira construída no mesmo local sobre o assentamento da primitiva ermida erguida em 1549.  Em 1623 o templo é finalizado e em 1736 decidem reedificá-lo. O projecto, atribuído a Manoel Cardoso de Saldanha é enviado de Portugal para ser executado em lioz. Inaugurada em 1765, mas as obras só são concluídas em 1849.  A igreja veio pronta de Portugal construídas pelo mestre Gabriel Saldanha e sua equipe, as peças já vinham talhadas. No entanto  o navio naufragou ele e talharam de novo outras pedras. Vamos tirar o chapéu ao mestre Gabriel, por que naquela época não existiam  equipamentos para levar as pedras da torre da Conceição da Praia até em cima. E os  encaixes perfeitos que vemos na igreja mostra a competência de quem foi capaz de executar tal feito. Esta igreja é um dos maiores monumentos Rocailles construídos no Basil e devido a isso, concentrei a minha atenção nela, abstendo-me de análises acerca de outros tempos, não de menor interesse, mas de características semelhantes. Assim, observando esta magnífica obra, podemos observar o auge da arquitectura Rocaille no Brasil.

Conclusão

Resultados

Com este trabalho pude alargar os meus horizontes em relação ao Período Rocaille numa parte do mundo tão ligada a Portugal, como é o Brasil.

Neste país o Rocaille deu-se muito mais tarde, sendo por vezes ignorado e reconhecido apenas por “Barroco Tardio”, por alguns historiadores que o ignoram, passando directamente a sua análise para o período Neoclássico neste país.

Graças a esta curta análise ao período Rocaille no Brasil, as obras Barrocas são muitas vezes confundidas com obras de características claramente Rocailles, levando o pesquisador, neste caso, eu, a ter que fazer uma análise pormenorizada das características das obras para concluir a que período pertencem – disto não me queixo, pois agora sinto-me muito mais apta para fazer esta distinção e também extremamente agraciada por ter tido oportunidade de trabalhar em tais termos.

O Rocaille no Brasil foi uma época áurea da história, coincidindo com o inicio da exploração mineira e a economia crescente que se deu nesta altura, agraciada por grandes pintores, escultores, arquitectos e todo o tipo de artistas; por grandes professores provenientes da Missão Francesa; por aristocratas e colonos endinheirados que investiam na arte inovadora que se desenvolveu neste país e, já referidos, mas acima de tudo, maravilhosos artistas que foram os protagonistas desta história que tive a oportunidade de descobrir nestes dias de pesquisa.

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