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Trabalhos de Português - 8º Ano

 

Entrevista a Brites de Almeida

Autores: Lara Sousa

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 20/10/2008

Resumo do Trabalho: Entrevista exclusiva a Brites de Almeida, realizado no âmbito da disciplina de Português (8º ano).
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Entrevista a Brites de Almeida

Entrevista Exclusiva a Brites de Almeida

O relato do dia à dia da Padeira e ainda o relato em que Aljubarrota passou de calma cidade a “Tudo ao molho e fé em Deus”

 

Entrevistador: Laura Sousa

Entrevistado: Brites de Almeida

 

L.S.: Bom dia, eu sou a Laura Sousa e tenho aqui comigo Brites de Almeida, que para quem não saiba, foi a padeira de Aljubarrota, que deu “pauladas” com a pá do forno na cabeça de sete castelhanos, que estavam escondidos dos portugueses no forno desta padaria. Não é verdade, D. Brites?

B.A.: É, sim senhora! E, não me trate por Dona, pois eu não tirei o curso de Tia, mas sim o nobre curso de manejamento de armas. No meu tempo não se queria franganotes, magricelas no exército, queria-se pessoas com um pulso firme, braços fortes... está a acompanhar-me?

L.S.: Sim, sim. Por favor, pode continuar a relatar a sua vida.

B.A.: Pois era eu uma coisa pequena, daquelas traquinas, casmurras como o caraças, que só fazia barulho...

L.S.: Uma criança?!

B.A.: Sim, uma coisita imprestável, dessas que se pede à Virgem Maria. Tinha eu nascido em Faro, numa família po...

L.S.: Se você nasceu em Faro, como é que veio parar a Aljubarrota?!

B.A.: Calma mulher! Como diziam no meu tempo, aguente a vaca. Estava eu a dizer que tinha nascido em Faro, numa família pobre e humilde, onde os meus pais trabalhavam numa discoteca, para ganhar o pão de cada dia, enquanto eu andava à pancada com os rebentos da bófia. Às vezes, o meu cota chegava a casa totalmente drogado.

L.S.: Totalmente drogado? O que é que a sua mãe dizia?

B.A.: Essa? Essa apenas dizia para a próxima trazer um pouco para ela. Bem, alguns anos depois os meus cotas deram o badagaio, eu arrumei as minhas tralhas e bazei. Tratei de aprender a manejar uma arma. Digo-lhe que apanhei logo o jeito. Tinha a fama de Brites, a Terrível, mas mesmo assim ouve um caramelo lá do exército que me pediu em casamento, ora eu não queria perder a independência e impus-lhe uma condição.

L.S.: Qual era a sua condição?

B.A.: Ora, a condição era lutarmos antes do casamento!

L.S.: Quem ganhou? Sendo o seu pretendente do exército, a luta deve ter sido renhida...

B.A.: Olhe, por acaso não. O bicho ficou tão ferido que depois de quinze minutos foi visitar os anjinhos. E eu tive de bazar para Castela, antes que a bófia me apanhasse.

L.S.: Mas deixou o seu pretendente deitado no chão?!

B.A.: Claro! No exército não andamos com coisinhas aqui, coisinhas ali. Alguns anos depois regressei a Portugal e instalei-me na Ericeira, mascarando-me de homem, não fossem os bófias reconhecer-me. Aceitei o trabalho de padeira em Aljubarrota e casei-me com um honesto lavrador.

L.S.: Tudo muito interessante, mas a Batalha de Aljubarrota?...

B.A.: Ah! Isso aconteceu em 1385. Vinham de Castela aqueles kosovares, armados em bolo rei, pensando que iam ganhar uma batalha contra o meu Nuno Álvares Pereira e a técnica do quadrado, mas enganaram-se, pois lá na zona já andavam a treinar essa técnica à bastante tempo, o Mourinho também lá andava a dar instruções.

L.S.: O Mourinho?!

B.A.: Sim, mas ele agora foi dispensado, andava chateado por causa do ordenado. Voltando a casa depois da batalha deu-me uma larica e fui trincar um pão à minha padaria. Os meus empregados já tinham fechado a loja - sabe nestes dias de batalha vende-se muito pão. Não é que eu fui encontrar sete bichinhos daqueles castelhanos encolhidos no meu forno a comer pão quente, ainda por cima sem pagar! Mandei-os sair e cada um levou com duas pauladas na moleirinha...

L.S.: Muito interessante. Julgo que é tudo, obrigado, Brites de Almeida e... adeus.

B.A.: Mas, mas eu ainda queria....

L.S.: Adeus!

 

 

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