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Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Português - 9º Ano

 

Biografia de Fernando Pessoa

Autores: Maria Teixeira

Escola: Escola EB 2,3/S de Pinheiro

Data de Publicação: 18/04/2010

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre a Vida e Obra do poeta português Fernando Pessoa, realizado no âmbito da disciplina de Português (9º ano). Ver Trabalho Completo

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Biografia de Fernando Pessoa

 

Poeta português, nasceu em Lisboa. Órfão de pai aos 5 anos, pelo segundo casamento da mãe com um cônsul de Portugal na África do Sul, Pessoa fez neste país os estudos primários e secundários. Em 1903, no exame de admissão à Universidade do Cabo, é-lhe atribuído um prémio pelo melhor ensaio de redacção em inglês. Regressa a Lisboa em 1905 e, no ano seguinte, entra no Curso Superior de Letras, de que desiste decorrido um ano (1907). Dedica-se à elaboração da correspondência estrangeira para casas comercias, sobretudo em inglês. Com vida instável, sujeito a grandes depressões psíquicas, opta pela evasão nas criações literárias e no álcool – que o vitimaria, através de uma cirrose hepática. Recusou o convite para leccionar literatura inglesa na Universidade de Coimbra, foi tradutor e editor (publicando alguns dos seus poemas em inglês e autores como Almada Negreiros e António Botto). Deixou inédita a maior parte da sua obra literária (facto que conduziu a que, em 1968, se procedesse ao inventário dos manuscritos pessoanos, actualmente na Biblioteca Nacional, tendo-se catalogada 27 543 documentos). Teresa Rita Lopes considerou que “nunca pessoa se empenhou a escrever um livro com alguém que constrói uma obra – de cimento ou de papel – assumindo depois da sua propriedade. Ele escreveu-se, seguindo a inspiração e incarnando-se na pessoa dos outros em que a sua vida se desdrobou”. Com o efeito, o recurso de Pessoa à heteronímia (o primeiro nome inventado conhecido é de 1894, data em que, com 6 anos, o poema já criara um Chevalier de Pas) é a faceta que mais estudos tem originado.

O único livro de poemas em português publicado em vida foi Mensagem (1934), tendo ainda editado três livros em inglês: 35 Sonnets e Antinous (1918) e English Poems (1921). Após internamente hospitalar, Pessoa morreria em 1935, tendo a sua última fase escrita ter sido em inglês, redigida no hospital: “ I know not what tomorrow will bring”. Ainda em vida, cedo foi reconhecida o seu estatuto de poeta: em 1927, no terceiro número da Presença, José Régio diz de Pessoa que “tem estofo de Mestre, e é o mais rico em todas as direcções dos nossos chamados modernistas”.

A “obra completa” de Pessoa começou a ser publicada em 1942 por Luís de Montalvor, tendo depois, várias editoras procedido à divulgação da obra pessoana. Entre os títulos editados, refiram-se: Poesias de Fernando Pessoa (1942) e de Álvaro de Campos (1944), Poemas de A. Caeiro (1946), Oldes de R. Reis (1946), Poemas Dramáticos (1952), Poesias Inéditas (1973), Poemas ingleses (1974), na área da poesia; Cartas a João Gaspar Simões (1957), Páginas íntimas e de auto-interpretação (1966), Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias (1966), Textos Filosóficos (1968), Cartas de Amor (1978), Sobre Portugal (1979), Da República (1979), Ultimatum e Páginas de Sociologia Política (1980), O Banqueiro Anarquista (1981), Livro do Desassossego por B. Soares (1982) e Lisboa: O que o Turista Deve Ver (1992), na área da prosa.

Fernando Pessoa, que tem deixado marcas em muitos poetas de língua portuguesa, tem merecido, nos últimos anos, atenções de vários quadrantes, materializadas em diversas manifestações: no cinema, João Botelho realizou, em 1981, Conversa Acabada, sobre as relações entre Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, e Dórdio Guimarães realizou, em 1985, Todas as Cartas de Amor Ridículas; em 1983, na Universidade Vanderbilt foi organizado o 2º Congresso Internacional de Estudos Pessoanos (com publicação das respectivas actas em 1985); José Saramago levou o nome de Pessoa ao romance, ao publicar O Ano da Morte de Ricardo Reis, em 1984; uma exposição designada “Fernando Pessoa – Poète Pluriel” foi apresentada no centro Georges Pompidou (Paris) em 1985; um prémio com o nome do poeta, de atribuição anual, patrocinado pelo semanário Expresso e pela Unysis, foi instituído em 1987.

 

Liberdade

 

Ai que prazer

Não cumprir um dever,

Ter um livro para ler

E não o fazer!

Ler é maçada,

Estudar é nada.

O sol doira

Sem literatura.

 

O rio corre, bem ou mal,

Sem edição original.

E a brisa, essa,

De tão naturalmente matinal,

Como tem tempo não tem pressa...

 

Livros são papéis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta

A distinção entre nada e coisa nenhuma.

 

Quanto é melhor, quando há bruma,

Esperar por D. Sebastião,

Quer venha ou não!

 

Grande é a poesia, a bondade e as danças...

Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca

Só quando, em vez de criar, seca.

 

O mais do que isto

É Jesus Cristo,

Que não sabia nada de finanças

Nem consta que tivesse biblioteca...

 

Fernando Pessoa

 

 

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