Início » Trab. Estudantes » Português » 10º Ano

Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Português - 10º Ano

 

Mario Cesariny

Autores: Joana Santos

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 27/06/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre o pintor e poeta português Mario Cesariny, realizado no âmbito da disciplina de Português (10º ano). Ver Trabalho Completo

Comentar este trabalho / Ler outros comentários

Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.

 

 

 

Mario Cesariny

Vida do autor

Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu a 9 de Agosto de 1923 em Lisboa.
Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e também a Académie de la Grande Cheumiére, em Paris onde contactou com o Surrealismo. Tornou-se assim o maior poeta português surrealista porque assumiu o surrealismo de forma mais plena: não como método ou escola, mas sim como algo permanente na arte e na vida.
 Em 1947 participa, junto com Alexandre O'Neill e António Pedro no Grupo Surrealista de Lisboa. Algum tempo depois, por não concordar com a linha ideológica do grupo, afasta-se de maneira polémica e funda o "Grupo Surrealista Dissidente.”
Foi autor de uma poesia extraordinária, que manifesta afinidades com a de Álvaro de Campos, Mário de Sá-Carneiro, António Maria Lisboa e a dos surrealistas franceses Breton e Artaud. Os seus poemas, e a forma como os escreve, inspirou a maior parte dos poetas.
O seu livro que apresenta mais marcas surrealistas, foi publicado em 1950 e chama-se “Corpo Visível”.
A pintura e a poesia foram sempre aliadas em Cesariny: muitas obras incluem palavras recortadas, conjugações de textos e imagens, e outras formas experimentais.

Alcançou as duas maiores superioridades da sua carreira: o Grande Prémio Vida Literária APE/CGD e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, facultada pelo Presidente da República Jorge Sampaio.
Nos últimos anos, Cesariny quase desapareceu da vida pública. Deixou de escrever poesia. Os amigos e antigos companheiros da aventura surrealista foram morrendo; a Lisboa dos cafés, que era o habitat do seu quotidiano e da sua poesia (‘nunca escrevi um poema em casa’, diz o poeta também em Autografia), desapareceu.

Faleceu no ano de 2006.

Obras mais importantes

• Corpo Visível - 1950;

• Discurso sobre a Reabilitação do Real Quotidiano - 1952;

• Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos -1953;

• Manual de Prestidigitação -1956;

• Pena Capital-1957;

• Alguns Mitos Maiores e Alguns Mitos Menores Postos à Circulação pelo Autor -1958;

• Nobilíssima Visão -1959;

• Poesia -1961;

• Planisfério e Outros Poemas -1961;

• Um Auto para Jerusalém -1964;

• Titânia e A Cidade Queimada -1965;

• Burlescas, Teóricas e Sentimentais -1972;

• Primavera Autónoma das Estradas -1980;

• Titânia -1994.

Corrente literária: Surrealismo

O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20 e posteriormente expandido para outros países. Os seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magrite e Salvador Dali no campo das artes plásticas; André Breton  na literatura e Luis Buñuel no cinema.
Este estilo caracteriza-se por uma combinação do representativo, do abstracto, e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve-se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos.
Os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária.
Uma das principais ideias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Ainda segundo esta ideia, a arte não é produto de génios, mas de cidadãos comuns.

Da sua obra escrita sobre a temática do surrealismo, que analisou e teorizou em vários textos, fazem parte:

• A Intervenção Surrealista (1958);

• Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito (1961);

• Antologia Surreal-Abjection(ismo) (1963);

• Do Surrealismo e da Pintura (1967);

• Primavera Autónoma das Estradas (1980);

• O Castelo Surrealista (1984).

«Em todas as ruas te encontro»

Em todas as ruas te encontro

em todas as ruas te perco

conheço tão bem o teu corpo

sonhei tanto a tua figura

que é de olhos fechados que eu ando

a limitar a tua altura

e bebo a água e sorvo o ar

que te atravessou a cintura

tanto    tão perto    tão real

que o meu corpo se transfigura

e toca o seu próprio elemento

num corpo que já não é seu

num rio que desapareceu

onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro

em todas as ruas te perco

Outros Trabalhos Relacionados

Ainda não existem outros trabalhos relacionados

Início » Trab. Estudantes » Português » 10º Ano