| Vida e Obra Teixeira de Pascoaes nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado das Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito dada à contemplação nostálgica da Natureza. Inicia em 1883, os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se num curso de Direito da Universidade de Coimbra, durante esse período, ao contrário dos seus colegas, passa o seu tempo no quarto a ler, a escrever e a reflectir. Licencia-se em 1901 e estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. No final da sua vida tinha amigos como: Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último elegeu-o como poeta superior a Fernando Pessoa. Pascoaes morre aos 75 anos, em Gatão, de tuberculose pulmonar, alguns meses depois da morte de sua mãe, em 1952. Obras . Jesus Cristo em Lisboa — tragicomédia em sete actos 2007 . Marânus 2005 . Ensaios de Exegese Literária e Vária Escrita 2005 . Londres. Cantos Indecisos. Cânticos 2002 . São Paulo 2002 . Livro de Memórias 2001 . O Pobre Tolo 2000 . Senhora da Noite. Verbo Escuro 1999 . A Beira (num relâmpago). Duplo Passeio 1999 . Napoleão 1999 . Arte de Ser Português 1998 . A Saudade e o Saudosismo (dispersos e opúsculos) 1998 . Para a Luz. Vida Etérea. Elegias. O Doido e a Morte 1998 . Belo. À Minha Alma. Sempre. Terra Proibida 1997 . As Sombras. À Ventura. Jesus e Pã 1996 . Santo Agostinho 1995 . O Homem Universal 1993 . S. Jerónimo e a Trovoada 1992 . Os Poetas Lusíadas 1987 . Bailado 1987 . Regresso ao Paraíso 1986 . Epistolário Ibérico (Cartas de Unamuno e Pascoaes) 1986 . O Penitente (Camilo Castelo Branco) 1985 Poemas e Imagens Elegia do Amor Lembras-te, meu amor, Das tardes outonais, Em que íamos os dois, Sozinhos, passear Para fora do povo Alegre e dos casais, Onde só Deus pudesse Ouvir-nos conversar? Tu levavas, na mão, Um lírio enamorado, E davas-me o teu braço; E eu triste, meditava Na vida, em Deus, em ti… E, além, o sol doirado Morria, conhecendo A noite que deixava. Harmonias astrais Beijavam teus ouvidos; Um crepúsculo terno E doce diluía, Na sombra, o teu perfil E os montes doloridos… Erravam, pelo Azul, Canções do fim do dia. Canções que, de tão longe, O vento vagabundo Trazia, na memória… Assim o que partiu Em frágil caravela, E andou por todo o mundo, Traz, no seu coração, A imagem do que viu. Olhavas para mim, Às vezes, distraída, Como quem olha o mar, À tarde, dos rochedos… E eu ficava a sonhar, Qual névoa adormecida, Quando o vento também Dorme nos arvoredos. Olhavas para mim… Meu corpo rude e bruto Vibrava, como a onda A alar-se em nevoeiro. Olhavas, descuidada E triste… Ainda hoje te escuto A música ideal Do teu olhar primeiro! Ouço bem a tua voz, Vejo melhor teu rosto No silêncio sem fim, N a escuridão completa! Ouço-te em minha dor, Ouço-te em meu desgosto E na minha esperança Eterna de poeta! O sol morria, ao longe; E a sombra da tristeza Velava, com amor, Nossas doridas frontes. Hora em que a flor medita E a pedra chora e reza, E desmaiam de mágoa As cristalinas fontes. Hora santa e perfeita, Em que íamos, sozinhos, Felizes, através Da aldeia muda e calma, Mãos dadas, a sonhar, Ao longo dos caminhos… Tudo, em volta de nós, Tinha um aspecto de alma. Tudo era sentimento, Amor e piedade. A folha que tombava Era alma que subia… E, sob os nossos pés, A terra era saudade, A pedra comoção E o pó melancolia. Falavas duma estrela E deste bosque em flor; Dos ceguinhos sem pão, Dos pobres sem um manto. Em cada tua palavra, Havia etérea dor; Por isso, a tua voz Me impressionava tanto! E punha-me a cismar Que eras tão boa e pura, Que, muito em breve – sim! -, Te chamaria o céu! E soluçava, ao ver-te Alguma sombra escura, Na fronte, que o luar Cobria, como um véu. A tua palidez Que medo me causava! Teu corpo fino E leve (oh meu desgosto!) Que eu tremia, ao sentir O vento que passava! Caía-me, na alma, A neve do teu rosto. Como eu ficava mudo E triste, sobre a terra! E uma vez, quando a noite Amortalhava a aldeia, Tu gritaste, de susto, Olhando para a serra: - Que incêndio! – E eu, a rir, Disse-te: - É a lua cheia! E sorriste também Do teu engano. A lua Ergueu a branca fronte, Acima dos pinhais, Tão ébria de esplendor, Tão casta e irmã da tua, Que eu beijei, sem querer, Seus raios virginais. E a lua, para nós, Os braços estendeu. Uniu-nos num abraço, Espiritual, profundo; E levou-nos assim, Com ela, até ao céu… Mas, ai, tu não voltaste E eu regressei ao mundo. Bibliografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Teixeira_de_Pascoaes(06/2009) http://www.assirio.com/livraria.php?coleccao=6953&livrariaPage=3(06/02/2009) http://www.triplov.com/poesia/Teixeira-de-Pascoaes/Maranus/Elegia-do-amor.htm(06/02/2009) http://www.readinguponoldnotes.com/wp-content/uploads/2008/07/teixeira_de_pascoaes1.jpg(07/02/2009) http://www.geocities.com/brasilia_pt/index.teixeira-pascoaes-da-capa.jpg(07/02/2009) http://img.olhares.com/data/big/5/57213.jpg(07/02/2009) http://4.bp.blogspot.com/_VUnSHFS4Jyg/RypdVMHbHhI/AAAAAAAABZc/ 7ASaa-ZDTT4/ s400/_MG_0766a.jpg(07/02/2009) __________________________________ Outros Trabalhos Relacionados | Ainda não existem outros trabalhos relacionados | | |