Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Português - 10º Ano

 

Ficha do trabalho:

Biografia de Camões e o Soneto Cá nesta Babilónia

Autores: xxx

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: xx/xx/20xx

Resumo:

Autores: Vasco Horta

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 01/03/2009

Resumo do Trabalho: Trabalho de compração entre a Biografia Camões e o Soneto "Cá nesta Babilónia", realizado no âmbito da disciplina de Português. Ver Trab. Completo

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Biografia de Camões e o Soneto Cá nesta Babilónia

Babilónia e Sião
A relação entre o percurso biográfico de Luís Vaz de Camões e o soneto Cá nesta Babilónia.

Não é vasta a documentação histórica referente à biografia de Luís de Camões. Deste modo, pouco se sabe sobre a sua passagem pela Índia e da vida que lá levou. No entanto, é conhecido que a sua estada no Oriente representou tempos negros do seu percurso.

Pensa-se que o que levou o poeta a seguir para o Ultramar tenha sido, não só o seu patriotismo, como também a sua vida pouco feliz em Portugal. A proibição social, na sua condição de fidalgo, de namorar com D. Catarina de Ataíde, membro destacado da corte, levou-o ao desterro para o Ribatejo, o que possivelmente o incentivou a ir combater em Ceuta em 1547. Também, a agressão a Gonçalo Borges, funcionário de baixa patente de D. João III, que o perdoou, pode ter influenciado a ida de Camões para a Índia em 1553, de sua livre vontade, sendo concedido o perdão real por este ir servir o Reino. Entre 1553 e1568 o poeta circulou entre Goa e Macau.

Ao longo do seu tempo no Oriente, Luís de Camões viveu graves dificuldades financeiras, chegando a endividar-se e a cumprir penitência por não amortizar as suas dívidas; combateu também na armada de D. Fernando de Menezes e, mais tarde, de regresso a Goa, naufragou no rio Mekong, onde perdeu a sua amada Dinamene.

O soneto Cá nesta Babilónia donde mana reflecte, de certo modo, a vida de Camões no Oriente, mais especificamente na cidade de Goa, na medida em que este se sente vítima de injustiças, tais como não ter o seu serviço militar e obra reconhecidos.

É exemplo do carácter autobiográfico deste soneto o seguinte verso: Cá, neste labirinto onde a Nobreza, / Com esforço e saber pedindo vão /Às portas da cobiça e da vileza. Pois, a Nobreza, referência ao próprio Camões e ao seu esforço patriótico, desconhece uma saída no labirinto do Mal que mana em Babilónia.

Segundo a Bíblia, Babilónia trata-se do local para onde o povo judeu terá procurado refúgio após a conquista de Jerusalém, cidade referida como Sião. Babilónia simboliza também a luxúria e predominância de bens materiais e sensíveis, portanto, o oposto aos valores Cristãos. Numa outra abordagem do soneto Babilónia pode significar também o amor profano e sensual, que de facto, se opõe à ideia bíblica do verdadeiro amor: Cá, onde o puro Amor não tem valia, / Que a Mãe, que manda mais, tudo profana. Babilónia é, de facto, local de desconcerto, pois nela prospera a injustiça, a tirania, o inverter dos valores bíblicos.

Uma possível interpretação de Sião é a pátria, ideia provida de pureza e dignidade, valores mais altos se alevantam. Na Bíblia o Sião é a terra prometida, local de felicidade. Neste sentido, há uma analogia axiológica e simbólica entre a leitura bíblica e a camoniana. Em ambas as interpretações são patentes os verdadeiros valores Cristãos, a pureza do amor e da alma, como também a mitificação de um lugar em que o Bem se afirma.

Sião é apenas um sonho, uma ilusão, pois Camões vê a sua pátria desconcertar-se com a mudança dos tempos e das vontades e talvez pela sua infeliz experiência de vida em Portugal. Tal nos descreve a seguinte transcrição: Ali, depois de acordado, / co rosto banhado em água, / deste sonho imaginado, / vi que todo o bem passado / não é gosto, mas é mágoa. E vi que todos os danos, / se causavam das mudanças / e as mudanças dos anos, /onde vi quantos enganos /faz o tempo às esperanças. / Ali vi o maior bem / quão pouco espaço que dura, / o mal quão depressa vem, / e quão triste estado tem / quem se fia da ventura.

Depois de uma análise do soneto Cá, nesta Babilónia é possível verificar uma projecção da vivência de Camões, como também dos temas que mais foram abordados pelo poeta: o desconcerto do mundo e a mudança. Este soneto constitui possivelmente uma crítica aos governantes portugueses contemporâneos de Camões e talvez ao Tribunal da Inquisição.

Bibliografia

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain, Dictionnaire dês Symboles, Éditions Robert Laffont, 1982, Paris.

COELHO, Jacinto Prado, Dicionário da Literatura, Tomo I, Figueirinhas, 1969, Porto

Na Internet: (entre 25/01/08 e 27/01/08)

http://www.vidaslusofonas.pt/luis_de_camoes.htm

http://oslusiadas.no.sapo.pt/biografia.html

http://www.revista.agulha.nom.br/camoes78.html#babilonia

http://faroldasletras.no.sapo.pt/sonetos_luis_camoes.htm

http://carreiradaindia.net/index.php?s=annel

http://fgc.math.ist.utl.pt/reltexts/camoes2.htm

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