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Trabalhos de Psicologia - 12º Ano

 

O Cérebro Humano

Autores: Andreia Rodrigues, Vanda Fitas, Joana Carolino, Rita Silva

Escola: Escola Secundária Marquesa de Alorna

Data de Publicação: 02/01/2012

Resumo do Trabalho: Trabalho que aborda as várias vertentes do cérebro humano, desde a sua constituição até à História do seu estudo, realizado no âmbito da disciplina de Psicologia (12º ano).

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O Cérebro Humano

Introdução

Escolhemos este tema para o trabalho porque nos pareceu o mais interessante. Esperamos perceber o que o Homem pensava do cérebro antigamente, e a forma como esse pensamento evoluiu, ao longo dos tempos.

Sabemos que ao longo dos tempos o Homem pensou muitas coisas erradas acerca do nosso organismo, e por isso queremos pesquisar invenções humanas que demonstrem isso mesmo, bem como perceber quem foram os pensadores que defenderam cada teoria.
Posteriormente queremos analisar o funcionamento do cérebro, a sua constituição em termos de hemisférios. Sobre estes analisaremos as respectivas funções.

Mais adiante no trabalho iremos pesquisar sobre uma constituição mais específica do cérebro: os lobos cerebrais. Pretendemos identificar as suas funções bem como os efeitos das lesões correspondentes. Para isso iremos referir casos específicos de pessoas que sofreram lesões a nível cerebral.

Funcionamento sistémico do cérebro

Actualmente sabemos que os nossos comportamentos são dominados pelo cérebro, assim como temos conhecimento de que esse órgão é a sede de todos os nossos pensamentos e da nossa consciência.

No entanto, esta noção das funções do cérebro é recente.

Uma prova de que antigamente não se tinha noção das funcionalidades e da importância do cérebro, é o processo de mumificação no Egipto antigo.

Este processo incluía o embalsamamento do corpo, respeitava crenças religiosas e a esperança de uma vida eterna, na qual o morto poderia desfrutar das maravilhas do paraíso celestial. Os egípcios acreditavam que, após a morte, a alma embarcava numa viagem pelo submundo, onde seria julgada pelo deus Osíris. Uma sentença positiva daria-lhe a oportunidade de ser recolocada junto ao corpo, para então viver a redenção prometida. A mumificação era feita, assim, para que o corpo se mantivesse tal como fora em vida, de modo a facilitar o seu reconhecimento pela alma. Para que isso acontecesse eram necessárias técnicas avançadas de conservação dos corpos, as quais, realmente, existiam.

De seguida iremos referir algumas das etapas da mumificação, por as considerarmos úteis e relacionadas a este trabalho.

Etapas da Mumificação

. o corpo era levado para um local conhecido pelos egípcios como 'ibu' (ou também designado por eles por 'lugar da purificação'). Nesse local os embalsamadores (que eram sacerdotes) lavavam o cadáver com essências aromáticas e com as águas do Nilo, e depilavam-no de seguida.

. um gancho era introduzido na narina com propósito de retirar o cérebro do morto. Por não ser considerado importante para o além-morte, este era descartado.

. os órgãos vitais eram retirados e colocados em vasos apropriados, que ficariam posteriormente ao lado do sarcófago. Apenas o coração (considerado o centro da inteligência e da força) permanecia no corpo.

Ao analisar estas etapas concluímos que realmente, para os egípcios, o cérebro não tinha importância (etapa 2); e que eles julgavam que era o coração que tinha as funções que na realidade, como hoje sabemos, pertencem ao cérebro (etapa 3). Segundo os egípcios era no coração que residiam todos os pensamentos, os sentimentos, os desejos, as paixões, ou seja, basicamente, a alma de cada um.

Como já foi referido anteriormente o cérebro era subvalorizado, e esse foi, curiosamente, o único órgão para o qual os egípcios não encontraram uma forma de conservação. Ele era deliberadamente destruído, por ser consideravelmente aquoso.

Esta noção distorcida que os egípcios tinham do cérebro, foi, mais tarde, defendida por Aristóteles (384-322 a.C).

Ele próprio confrontou as convicções dos seus contemporâneos, e afirmou que o coração era o órgão do pensamento, das percepções e do sentimento, enquanto que o cérebro seria importante apenas para a manutenção da temperatura corporal, agindo como um agente refrigerador. Segundo ele, os nutrientes subiriam pelos vasos sanguíneos, e uma parte deles seria arrefecida no cérebro, transformando-se em líquido.

Aristóteles generalizou erradamente a noção, que já era bastante antiga em todas as civilizações (como referirmos anteriormente, no exemplo dos Egípcios), de que, pelo menos a sede das emoções, seria o coração.

Esta ideia vigorou durante bastante tempo, e é fácil entender porquê, se analisarmos bem o assunto. Vejamos: quando somos confrontados com alguma coisa que nos afecta emocionalmente, a resposta mais evidente do nosso corpo é a aceleração dos batimentos cardíacos. Ou seja, dá muito mais nas vistas o coração, do que o cérebro. Neste último é muito mais difícil reconhecer as reacções aos estímulos exteriores.

Curiosamente, na actualidade continuamos a ser um pouco influenciados por essa noção, quando nos referimos ao coração como símbolo do amor, quando dizemos que estamos de "coração partido" ou de "coração pesado", que gostamos de algo "de coração", ou até que "decoramos" alguma coisa (esta palavra vem de "saber de cór", do latim para coração).

Descartes (século XVI) acreditava que o pensamento não tinha muito a ver com o corpo, nem, consequentemente, com o cérebro propriamente dito. Segundo o que defendia, a única coisa que estabelecia ligação entre a alma (imaterial) e o corpo (físico) era a glândula pineal.

Esta noção predominou até o final do século XVIII. Até lá alguns estudiosos duvidaram da sua veracidade, mas as suas dúvidas não marcaram de maneira determinante a história da ciência, nem da medicina.

Depois disto, no início do século XIX, surgiram aqueles que eram chamados frenologistas.

Frenologia é uma teoria que reivindica ser capaz de determinar tanto o carácter, como as características da personalidade, como o grau de criminalidade das pessoas pela forma das suas cabeças. Esta determinação era feita através da análise de protuberâncias existentes no crânio. Os crânios examinados eram os de pessoas condenadas à morte, os de pessoas com doentes mentais, e os de homens célebres (através dos seus bustos).

A frenologia foi desenvolvida pelo médico alemão Franz Joseph Gall por volta de 1800, e tornou-se muito popular no século XIX.

Franz Gall chegou mesmo a fazer um mapa no qual o cérebro era dividido em áreas correspondentes a determinada características humanas, tal como: o amor maternal, o prazer, a arrogância, a vaidade, o amor, etc.

Os “Consultórios frenológicos" nasceram rapidamente na Europa e nos EUA, no ápice deste movimento, entre 1820 e 1842. Nessa altura as pessoas usavam a frenologia para tudo, incluindo situações tão mundanas como: contratar empregados, escolher um parceiro para casar, diagnosticar certas doenças mentais ou descobrir a origem de determinados problemas psicológicos.

Nesta altura era comum ver-se frenologistas a circular pelo interior dos países, munidos com tabuleiros portáteis ou bustos com os mapas inventados por Gall. Discursavam eloquentemente sobre as maravilhas da frenologia, a grupos de pessoas ingénuas, as quais certamente acreditavam na maior parte das coisas que ouviam. Depois de falarem com as pessoas, os frenologistas ainda se dispunham a diagnosticar e aconselhar curiosos voluntários, e em troca, a única coisa que exigiam, eram modestos honorários.

Herbert Spencer (1820-1903), foi um adepto da frenologia na juventude, tendo chegado a inventar um aparelho para dar maior precisão às medidas do crânio, ao qual ele denominou de cefalômetro.

Para ser examinado, o paciente só tinha que se sentar numa cadeira e colocar um capacete de metal sobre a sua cabeça. Dentro do capacete, haviam vários sensores conectados a pequenos circuitos, os quais sentiam as saliências do crânio e as mediam. A informação liberada pelos circuitos era então traduzida em comandos para uma impressora que tinha 160 declarações gravadas numa tira de borracha. Era assim que era produzido um impresso sobre a personalidade do paciente.

Este aparelho, a máquina frenológica, está exposta actualmente no Museum of Questionable Medical Devices (Museu de Dispositivos Médicos Questionáveis), em Minneapolis, Estados Unidos da América.

Este museu foi fundando por Robert McCoy, um céptico profissional, que coleccionou cento e cinquenta exemplos de dispositivos médicos que não faziam absolutamente nada, apesar de se acreditar (na altura em que foram inventadas) que tinham alguma função.

No final de contas, a frenologia foi considerada uma protociência, por contribuir para a medicina com as ideias de que o cérebro é o órgão da mente e áreas específicas do cérebro estão relacionadas com determinadas funções do cérebro humano.

Apesar de estar errada em defender que as irregularidades do crânio tinham a ver com as características e capacidades humanas, a frenologia fez nascer a noção que hoje temos em termos de localização de diferentes funções cerebrais. Com a revolução científica que ela provocou, o estudo do cérebro tem dado fruto a impressionantes descobertas e avanços.

Como todos sabemos, o cérebro humano é diferente do dos outros animais, tanto em tamanho como em estrutura, como demonstra a imagem seguinte.

Analisando a ilustração, podemos concluir que o cérebro humano é maior que o de todos os outros animais representados. Podemos também perceber algumas diferenças na sua forma. Ele é o que tem mais circunvoluções, e é isso que lhe dá o tão famoso aspecto enrugado.

Para além disso o cérebro humano organiza-se segundo determinadas funções, o que o torna realmente único.

 Este é o ponto de partida para estudarmos a constituição que o nosso cérebro tem: dois hemisférios e quatro lobos.

Hemisférios cerebrais

Tal como em todos os mamíferos, o cérebro do ser humano está dividido em dois hemisférios, o direito e o esquerdo, unidos por vários feixes de fibras de comunicação, sendo o maior de todos denominado de corpo caloso.

Os hemisférios cerebrais controlam a parte oposta do corpo, porque os feixes nervosos que conduzem as instruções até aos músculos cruzam-se no percurso. O hemisfério esquerdo e o direito desempenham funções diferentes.

Nos seres humanos cada um dos hemisférios especializou-se em funções diversas: é o que se designa por lateralização hemisférica.

O hemisfério direito controla a formação de imagens, as relações espaciais, a percepção das formas, das cores, das tonalidades afectivas e o pensamento concreto. Processas as emoções mais negativas. As melodias são melhor percebidas no ouvido esquerdo, que é controlado por este hemisfério. Se houver uma lesão no hemisfério direito, é frequente as pessoas terem dificuldade em encontrar o seu caminho, em orientar-se.

O hemisfério esquerdo é responsável pelo pensamento lógico, pela linguagem verbal, pelo discurso, pelo cálculo e pela memória. Processa as emoções mais positivas e optimistas. Pessoas com o hemisfério esquerdo danificado têm dificuldade em reconhecer rostos.

É graças ao funcionamento integrado dos dois hemisférios que, por exemplo, atribuímos significado a uma expressão verbal, a uma conversa: quando desenvolvemos um diálogo, é o hemisfério esquerdo que permite a produção do discurso, mas é o direito que dá a entoação ao que se diz.

Nada é regulado só pelo hemisfério direito ou só pelo hemisfério esquerdo.

. A linguagem, o raciocínio lógico, determinados tipos de memória, o cálculo, a análise são próprias do hemisfério esquerdo.  Enquanto isso, o direito não usa palavras, é intuitivo, usa a imaginação, o sentimento e a síntese.

. O lado esquerdo do cérebro sabe situar-se dentro do tempo e procura situações seguras, já o lado direito abstrai-se do tempo e gosta de se arriscar. Para o hemisfério direito não existe a expressão "perder tempo".

. O esquerdo costuma imitar, representar, fingir;  o direito é criativo e autêntico.

. Por ser racional e crítico, o lado esquerdo do cérebro não se aventura a criar, inventar, sonhar.  Prefere a segurança do conhecido, do lógico, do aceito pela sociedade em que vive.  Já o lado direito solta a imaginação, viaja pelas asas do sonho, cria, inventa, recria e assume ser livre.

Lobos Cerebrais

O córtex cerebral é dividido em áreas denominadas lobos cerebrais, cada hemisfério do nosso cérebro tem 4 lobos e esses lobos são: lobo occipital, lobo temporal, lobo parietal e lobo frontal.

Cada um dos lobos tem funções diferenciadas e especializadas.

Na zona da testa temos localizado o lobo frontal, na área da nuca temos o lobo occipital, na parte superior da cabeça está o lobo parietal e sob a orelha podemos encontrar o lobo temporal.

Lobos occipitais: localizados na parte inferior do cérebro (nuca) e cobertos pelo córtex cerebral, os lobos occipitais processam os estímulos visuais, daí também serem conhecidos por córtex visual.
Esta área é constituída por várias subáreas que processam os dados recebidos do exterior depois de estes terem passado pelo tálamo, uma vez que há zonas especializadas na visão da cor, no movimento, na profundidade, na distância e por aí em diante.

Depois de passarem pela chamada área visual primária, as informações são direccionadas para a área visual secundária onde são comparadas com dados anteriores, o que vai assim permitir ao indivíduo identificar, por exemplo, um gato, um carro, uma árvore.

A área visual comunica com outras áreas cerebrais que dão assim significado ao que estamos a ver tendo em conta a nossa experiencia passada e as nossas expectativas. Isto faz com que um objeto seja percepcionando de maneira diferente por diferentes sujeitos.

Lesões nesta área cerebral podem provocar agnosia que é a incapacidade de identificar objectos ou até pessoas conhecidas, cegueira cortical: perda de visão e ainda cegueira verbal ou alexia que é a incapacidade de reconhecer o significado de palavras escritas.

Lobos temporais: localizam-se acima das orelhas e têm como função processar os estímulos auditivos.

Assim como acontece nos lobos occipitais, as informações são processadas por associação e quando a área auditiva primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados para a área auditiva secundária que vai então interagir com outras áreas do cérebro para atribuir significado aos sons e assim permitir ao indivíduo reconhecer o que ouve.

Lesões cerebrais nesta área são a surdez cortical que é a perda de audição e a agnosia auditiva: incapacidade de reconhecer os sons comuns e ainda a surdez verbal.

É importante salientar ainda a área de Wernicke que se situa na zona onde convergem os lobos occipitais, temporal e parietal. Esta área é responsável pelo conhecimento, interpretação e associação das informações, faculta-nos a possibilidade de compreendermos o que os outros dizem e de organizarmos frases correctamente.

A lesão que pode ocorrer nesta zona é a surdez verbal: incapacidade de atribuir significado ao discurso oral.

Lobos parietais: localizam-se na parte superior do cérebro,  no córtex cerebral, sendo constituídos por duas subdivisões – a anterior e a posterior.

As habilidades matemáticas e da linguagem têm origem em alguma parte dessa área, e também das áreas adjacentes aos lobos temporais.

A zona anterior é uma área primária, designando-se por córtex somatossensorial e responsabiliza-se pela recepção de sensações como o tacto, a dor e a temperatura corporal. Esta área responsabiliza-se por todas as partes do nosso corpo, recebendo os estímulos vindos do exterior. São, no entanto, as áreas mais sensíveis do nosso organismo que recebem um maior espaço. Isto deve-se ao facto de serem elas a ter uma maior quantidade de informação para tratar. Estas áreas são: a garganta, os lábios e a língua.

A zona posterior é, ao contrário da zona anterior, uma área secundária, que se responsabiliza pela análise, interpretação e integração das informações recebidas pela área primária. Isto permite-nos localizar, por exemplo, o nosso corpo no espaço, e reconhecer os objectos através do tacto.

Lesões nesta área cerebral podem provocar anestesia cortical - perda de sensibilidade táctil, térmica e de dor, e, agnosia somatossensorial - incapacidade de reconhecer objectos pelo tacto, de discriminar pesos, de localizar sensações tácteis e térmicas.

Lobos frontais:

Localizam-se na parte da frente do cérebro, constituindo 1/3 do seu volume total.

Nestes lobos está situado o córtex motor, responsável pelos movimentos dos músculos. Aqui, tal como nos lobos parietais, os lábios e a língua ocupam uma área muito significativa, em comparação com outras partes do corpo, uma vez que a linguagem falada exige um conjunto muito grande de movimentos. Um outro exemplo é o polegar, que apesar de ser pequeno, tem que produzir movimentos muito específicos, e, por isso, ocupa um maior espaço do que por exemplo as costas.

Atrás do córtex motor está situada uma zona denominada por área de Broca, que se responsabiliza pela linguagem falada, ou seja, a produção do discurso. Existe uma relação entre esta área e a área de Wernicke, sendo que antes da produção de um qualquer discurso, é seleccionada a forma e as palavras que melhor se adequam pela área de Wernicke e, só, depois passadas para a área de Broca que as irá traduzir em sons que serão transformados em movimentos adequados à produção do discurso.

A actividade no lobo frontal aumenta nas pessoas somente quando temos que executar uma tarefa difícil em que temos que descobrir uma sequência de acções que minimize o número de manipulações necessárias. A parte da frente do lobo frontal, o córtex pré-frontal, tem que ver com estratégia: decidir que sequências de movimento activar e em que ordem e avaliar o seu resultado. As suas funções parecem incluir o pensamento abstracto e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, respostas afectivas e capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para acção e atenção selectiva.

Foi Alexander Luria, psicólogo russo, que após um estudo das bases cerebrais de memoria constatou que por todas as funções que os lobos frontais desempenham se podem considerar “a sede da humanidade”.
Lesões nesta área cerebral podem provocar paralisia cortical - incapacidade de produzir movimentos, apraxia -  incapacidade de coordenar movimentos numa sequência, por exemplo vestir-se. Também poderá provocar agrafia - incapacidade de escrever e afasia de Broca - dificuldade em formar palavras, expressão verbal lenta e incorrecta.

Caso de Phineas Gage

Phineas Gage (1823-1860) foi um mineiro americano que teve um acidente com explosivos. Acidente, esse, que levou o seu cérebro a ser perfurado por uma barra de metal, sobrevivendo apesar da gravidade do acidente.

Após o ocorrido, Gage, que aparentemente não tinha sequelas, apresentou uma mudança acentuada de comportamento, sendo objecto para estudos de caso muito conhecidos entre neurocientistas.

Gage, encarregue de vazar a pólvora para dentro de um profundo buraco aberto na rocha, no momento em que pressionou a pólvora para o buraco, o atrito fez uma faísca, fazendo-a explodir. A explosão resultante projectou a barra contra seu crânio a alta velocidade. Esta barra entrou pela bochecha esquerda destruindo-lhe o olho, atravessando a parte frontal do cérebro e saindo pelo topo do crânio, do outro lado. Phineas Gage perdeu a consciência imediatamente e começou a ter convulsões. Porém ele recuperou-a momentos depois sendo levado ao médico local - Jonh Harlow - que o socorreu.
Incrivelmente, ele falava e até caminhava. Perdeu muito sangue, mas depois de alguns problemas de infecção, não só sobreviveu à lesão, como também se recuperou fisicamente.

Contudo, Gage, tornou-se o contrário do que o que era antes do acidente. Transformou-se num homem de mau génio, grosseiro, desrespeitoso para com os colegas e incapaz de aceitar conselhos. Os seus planos futuristas foram abandonados e ele passou a agir sem pensar nas consequências.

A sua transformação foi tão grande que todos diziam que "Gage deixou de ser Gage".

Morreu em 1861, treze anos depois deste acidente, sem dinheiro e epiléptico.

Especialização e Integração sistémica

O cérebro funciona de uma forma sistémica porque é um conjunto muito complexo de elementos em que as componentes que o constituem são interdependentes, funcionando de uma forma integrada.

Por exemplo, o funcionamento da linguagem, da memória, entre outras capacidades, depende do funcionamento integrado de várias áreas cerebrais.

Podemos constatar também que uma função cerebral perdida devido a uma lesão pode ser recuperada por uma área vizinha à zona onde ocorreu a lesão, a isto chama-mos uma função vicariante. A plasticidade explica o facto de outras regiões do cérebro poderem substituir as funções afectadas por lesões.

Conclusão

Gostámos imenso que fazer este trabalho, uma vez que aprendemos imensas coisas acerca dos nossos cérebros. À medida que fomos fazendo a pesquisa, pensámos em casos específicos onde a matéria que estudámos se aplicasse. Por exemplo, para a apresentação procurámos vídeos de séries médicas (Anatomia de Grey), de modo a exemplificar na prática, a teoria que tentámos explicar á turma. Pensamos que, não só pelo tema estudado, mas também pelos desafios a nível de organização e de criatividade que este trabalho nos impôs, conseguimos evoluir. Foi, também, interessante ver como tudo na nossa vida depende do funcionamento do cérebro: desde as nossas atitudes, até aos nossos sentimentos... Estudando isto, percebemos melhor certos aspectos da nossa vida quotidiana.

Bibliografia & Webgrafia

MONTEIRO,  Manuela e  FERREIRA, Pedro. Ser Humano. Porto: Porto Editora, 2011

http://www.cerebromente.org.br/n16/history/mind-history.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Frenologia

http://www.cerebromente.org.br/n01/frenolog/frenquak_port.htm

http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=730

http://www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/

http://www.infoescola.com/anatomia-humana/lobos-cerebrais/

http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro_humano
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_Wernicke
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo_parietal

 

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