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Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Psicologia - 12º Ano

 

Teorias do Desenvolvimento

Autores: Diana Sousa

Escola: Escola Secundária de Paredes

Data de Publicação: 18/10/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho que apresenta as diferentes teorias do desenvolvimentos assim como uma breve biografia dos seus fundadores, realizado no âmbito da disciplina de Psicologia (12º ano).

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Teorias do Desenvolvimento

O objectivo da psicologia é o estudo científico do comportamento (reacções observáveis), dos processos mentais (sentimentos, emoções, fantasias – não podem ser observáveis directamente) e da relação que existe entre eles.

“Os psicólogos não se limitam à descrição do comportamento. Vão mais além: procuram explicá-lo, prevê-lo e, por último, modificá-lo para melhorar a vida das pessoas e da sociedade em geral.”

Wilhelm Wundt

Wilhelm Wundt, médico, filósofo e psicólogo alemão, nasceu a 16 de Agosto de 1832 em Neckarau, Alemanha. Descendente de uma família com fortes tradições intelectuais, faz um percurso escolar onde se regista uma reprovação. As suas capacidades não são reconhecidas, porque, com facilidade, se distraia nas aulas, sonhando vir a ser um escritor famoso, chegando a ser ridicularizado pelos professores e pelos colegas.

Entra na Universidade, aos 19 anos, tendo-se formado em Medicina na Universidade de Heidelberg. No decorrer do curso apercebe-se que a sua vocação não é propriamente a medicina e tira uma especialização em fisiologia. Em 1885, termina o doutoramento, e começa a leccionar fisiologia até 1874. Enquanto professor, investiga o modo como se processa a informação sensorial, o que o leva a orientar-se para a psicologia. Entre 1858 e 1862, publica a sua obra Contributos para uma Teoria das Percepções Sensoriais, onde usa pela primeira vez a designação de “psicologia experimental”.

A partir de 1875 vai leccionar na Universidade de Leipzig, onde ficara 45 anos.

Tomando como modelo as ciências experimentais, como a física e a química, propõe-se constituir a psicologia como uma nova área da ciência objectiva e experimental. Assim, em 1879, fundou o Instituto de Psicologia Experimental, em Leipzig. Foi aqui que se concentravam os investigadores e psicólogos para desenvolverem as suas pesquisas e treinarem as novas técnicas de exploração da consciência e das suas funções mentais.

Wundt organizou as suas aulas na obra Princípios de Psicologia Fisiológica publicada em 1874, esta obra foi considerada por muitos fundamental, visto que nela se estabelece os princípios da psicologia como ciência experimental independente.

Dotado de uma grande capacidade de trabalho, orientou a sua escrita para várias áreas: ética, lógica e filosofia sistemática. Durante 10 anos, dedicou-se a uma área da psicologia de que é também o primeiro investigador sistemático: a psicologia cultural. Numa obra monumental, constituída por 10 volumes - Psicologia Cultural -, abordou o desenvolvimento do pensamento humano manifestado na linguagem, nos mitos, nas artes, nos costumes, nas leis, na moral, etc. Defendeu uma concepção, ainda hoje vigente, segundo a qual o desenvolvimento dos processos cognitivos está muito influenciado pelas condicionantes sociais. Entre outros méritos, a obra Psicologia Cultural tornou clara a diferença entre a psicologia experimental e a psicologia social.

Wilhelm Wundt morreu em 1920, mantendo até ao fim da sua vida uma actividade intensa e muito disciplinada. Entre as várias actividades diárias a que se dedicava, escrevia mais de duas páginas de texto: no período entre 1853 e 18920 escreveu cerca de 54 000 páginas.

Adaptação do manual de Psicologia B “Ser humano” - 2ª Parte

Wundt e o Estruturalismo

A corrente da psicologia de Wundt ficou conhecida como estruturalismo/associacionismo, porque o seu objectivo consistia na descoberta da “estrutura” da mente ou da consciência. Adoptando uma perspectiva analítica, Wundt decompõe a mente em fenómenos cada vez mais simples, até chegar às sensações puras, consideradas como os elementos ou as unidades constitutivas de todos os fenómenos mentais. As sensações combinam-se de tal forma que o resultado final pressupõe: algo mais que os elementos constituintes. As sensações associam-se umas às outras segundo determinadas leis. Descobrir essas leis foi, um dos objectivos que levou a Wundt controlar a introspecção por processos laboratoriais.

A primeira tarefa psicológica deste psicólogo era, analítica, sendo a segunda sintética, pretendendo a reconstituição da estrutura global e dos processos mentais.

Wundt deparou-se com a dificuldade de tratar objectivamente os fenómenos psíquicos, que, sendo interiores, se mostravam inacessíveis para ele.

Para Wundt o desenvolvimento do ser humano era tanto contínuo como descontínuo (gradual e abrupto). Acreditava que o “todo é mais do que a soma das partes” por isso examinando apenas o todo não iria conseguir obter informação acerca das partes. Por outro lado, fazendo o inverso, analisando meramente as partes, também não iríamos obter muita informação acerca do todo. Por isso é que a primeira tarefa de Wundt era analítica, e a segunda sintética, deste modo iria obter toda a informação necessária acerca do objecto de estudo. O indivíduo tal como o meio são activos, influenciando-se mutuamente ao longo do desenvolvimento.

Sigmund Freud

Sigmund Freud, médico neurologista austríaco e judeu, nasceu a 6 de Maio de 1856 em Freiberg, na Morávia, actualmente designada de Pribor, na República Checa. O seu pai era comerciante de lãs e a mãe, 20 anos mais nova que seu pai, tinha uma clara preferência por seu filho mais velho, Freud, que reconhece: “Um homem que foi sem dúvida alguma o preferido da sua mãe mantém durante a vida o sentimento de um conquistador e a confiança no êxito que muitas vezes induz à concretização do sucesso.”

A família muda-se para Viena de Áustria quando ele tem 4 anos. Reconhecendo as suas capacidades intelectuais desde cedo, procuraram apoiá-lo nos estudos, em que se revelou um excelente aluno. Em 1881, formou-se em Medicina, na Universidade de Viena, e desenvolveu trabalhos experimentais em biologia e fisiologia. Ao mesmo tempo interessava-se pelos clássicos gregos e latinos e pela literatura europeia. Esta formação humanística teve muita influência na sua obra e no modo como encarava os seres humanos. Ainda leccionou durante algum tempo uma disciplina que abordava as perturbações do sistema nervoso, mas as dificuldades económicas e o facto de ser judeu levaram-no a exercer clínica privada como neurologista.

Entre 1885-86 estudou em Paris, com o professor Jean Charcot, que recorria à hipnose para tratar uma doença, a histeria. Na época dominava a convicção de que a histeria era uma perturbação exclusivamente feminina. Manifestava-se por um conjunto de sintomas orgânicos, como paralisias, desmaios, perda de memória, da fala, cegueira, etc., mas que não tinham origem no sistema nervoso. São as experiências com Charcot que levam Freud a colocar a hipótese da existência do inconsciente, isto é, de uma instância de psíquico que se desconhece.

Esta hipótese é aprofundada com o trabalho que vai desenvolver com Breuer, que recorria à hipnose como terapia para os sintomas da histeria. Os dois consideram que a causa das perturbações teria de ser procurada no inconsciente do doente, onde estavam retidas recordações traumáticas. O carácter penoso dessas lembranças reprimidas impedia que se pudessem exprimir, manifestando-se em perturbações orgânicas.

Da colaboração conjunta nasce um livro – Estudos sobre a Histeria (1895) – e a partilha de uma experiência que vai ter bastante importância no desenvolvimento das concepções de Freud. Uma doente de Breuer, Anna O. (pseudónimo de Bertha Pappenheim), apresentava várias perturbações desde a morte do pai. Durante o sono hipnótico recordava cenas do seu passado que relacionava com os sintomas presentes. Constatam que a verbalização do ocorrido provocava melhoras significativas no estado de Anna, desaparecendo, durante algum tempo, os sintomas.

Em 1896, Freud abandonou a actividade conjunta com Breuer, por duas razões. Primeiro por considerar que a hipnose não era o método adequado para a cura: não se conseguia hipnotizar todos os pacientes e os resultados positivos eram pouco duráveis. Além disso, Breuer não concordava com a interpretação de Freud, para quem a histeria era de origem sexual. Sozinho, vai desenvolver um conjunto de concepções que vão constituir uma teoria sobre o psiquismo humano e uma técnica terapêutica: a Psicanálise. Para a elaboração das suas concepções fundamentou-se na sua experiência clínica, que lhe forneceu muitos dados recolhidos junto dos seus doentes. Além disso, desenvolveu ao longo de toda a vida uma auto-análise sistemática.

Para além de se dedicar à escrita, com a publicação de A Interpretação dos Sonhos, em 1900, considerava por muitos a sua obra principal, também dava aulas, consultava os seus doentes, participava em conferências. A sua actividade é fortemente ameaçada sobretudo depois da ocupação da cidade de Viena pelos nazis: os seus livros são queimados, a sua casa saqueada e os familiares e amigos temem a sua vida. Durante muito tempo recusou-se a abandonar a sua cidade, mas acabou por ceder depois de sua filha Anna ser presa. Foi com ela para Londres, onde acabou por falecer em 1939, com 83 anos, depois de um longo sofrimento provocado por um cancro no maxilar. Casa onde viveu os últimos anos é actualmente, um museu.

Adaptação do manual de Psicologia B “Ser humano” - 2ª Parte

Sigmund Freud – Psicanálise

A ideia de que o ser humano é racional e que através da introspecção conheceria o fundamental de si próprio - o consciente – vai ser negada por Freud. Para se compreender o ser humano, tem de se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões (forças de natureza sexual), tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual.

Freud imaginava o aparelho psicológico em torno de três conceitos: o consciente, o inconsciente e o pré-consciente. Chama-se a isto a 1.ª tópica de Freud. Freud considerava o psiquismo humano semelhante a um iceberg: a parte emersa corresponde ao consciente, constituído por noções, imagens e lembranças que a pessoa é capaz voluntariamente evocar e controlar segundo as suas necessidades, desejos ou exigências sociais, é possível aceder através da introspecção. A parte submersa corresponde ao inconsciente, formado por instintos, pulsões e desejos sociavelmente inaceitáveis, mas que a todo o momento exercem pressão para se manifestar. O pré-consciente faz a ligação entre o consciente e o inconsciente e corresponde à zona flutuante de passagem entre a parte visível e a oculta que varia o seu grau de emersão.

Freud considerava que a mente do ser humano era constituída por 3 estruturas, a que chamou instâncias do eu ou instâncias da personalidade: id, ego, superego – a 2ª Tópica de Freud.

Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por factores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tanatos, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição.

As pressões opostas exercidas pelo id e pelo superego geram um conflito susceptível de criar ansiedade. O modo como a pessoa lida com a ansiedade provocada pelo antagonismo interno constitui, para Freud, o aspecto que mais condiciona o desenvolvimento do ser humano. Para enfrentar a ansiedade, as pessoas recorrem a mecanismos de defesa do eu: recalcamento, regressão, compressão, racionalização, deslocamento e sublimação.

Para o fundador da psicanálise, o desenvolvimento da personalidade processa-se numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até á puberdade (estádio oral, estádio anal, estágio fálico, estádio de latência e estádio genital). A cada estádio psicossexual corresponde uma zona erógena. Aos diferentes estádios do desenvolvimento correspondem conflitos psicossexuais.

Depois de ter abandonado a hipnose como meio de explorar o inconsciente, Freud considera que seria necessário constituir um método próprio - método psicanalítico. O objectivo final é chegar às zonas inconscientes da mente e conseguir que os doentes tomem consciência das causas dos seus problemas e que se libertem deles. Para isso, Freud desenvolve uma série de processos, entre os quais a associação livre de ideias, a interpretação dos sonhos, a análise da transferência e dos actos falhados.

Acima foi referido que Freud defendia o desenvolvimento por estádios psicossexuais, estádios estes qualitativamente diferentes, ou seja trata-se de um desenvolvimento descontínuo. O teórico afirma uma análise do todo, pois na análise de apenas um estádio este não nos dirá grande coisa acerca do estádio anterior ou posterior. Nesta teoria o meio tem um papel passivo, visto que este apenas fornece os elementos necessários ao indivíduo. O indivíduo é inteiramente activo perante o meio, pois o ser humano nasce com uma curiosidade que o impulsiona para a exploração e compreensão do seu mundo. Tendo em conta todos estes factores concluo que a teoria psicanálise esta circunscrita na meta - teoria organicista.

Jonh Watson

John Watson nasceu a 9 de Janeiro de 1878, na Carolina do Sul, numa família com fracos recursos económicos. A mãe, muito religiosa, pretendia que o filho fosse pastor da igreja baptista; o pai, alcoólico e violento, abandona a família quando Watson tem 13 anos. Na escola, é considerado preguiçoso, impulsivo, não ultrapassando um rendimento escolar médio. Ingressa na Universidade de Chicago, onde faz uma pós-graduação em filosofia, mas acaba por reconhecer que são as áreas de biologia e da psicologia que efectivamente lhe interessam. Para suportar os seus estudos recorreu a vários empregos, entre os quais a limpeza dos gabinetes da Universidade e a vigilância dos ratos – brancos dos laboratórios de neurologia. Aos 25 anos é o mais novo doutorado da Universidade de Chicago, tendo defendido uma tese sobre a relação entre o comportamento dos ratos – brancos e o sistema nervoso central. Entretanto, casa com uma aluna, Mary Ickes.

Ao constatar que não consegue aplicar a técnica da introspecção, inicia um processo de investigação em que procura uma nova abordagem para a psicologia e um outro método de estudo. Em 1908, vai leccionar Psicologia Animal para a Universidade John Hopkins e, um ano depois, dirige a influente revista Pychological Review. É precisamente nesta revista que, em 1913, publica um artigo considerado o texto fundador da nova corrente em psicologia: o behaviorismo ou comportamentalismo. As concepções fundamentais serão aprofundadas um ano depois, na obra que publica: Comportamento: Uma Introdução à Psicologia Comparada. Watson defendia que a psicologia, para ser considerada uma ciência experimental e objectiva, teria de abandonar o seu objecto – o estudo da consciência – e o seu método – a introspecção. As suas experiências com animais podem ser objectivas e rigorosamente controladas.

Este psicólogo concorda com a teoria evolucionista de Darwin: Watson considerava que todas as espécies tinham evoluído por selecção natural a partir de um tronco comum. Haveria, portanto, uma continuidade entre os seres humanos e os outros animais que justifica a abolição da divisão entre a psicologia humana e a psicologia animal. Para constituir-se como uma ciência autónoma, objectiva e experimental, a psicologia humana deveria adoptar o objecto e o método da psicologia animal: o estudo do comportamento pelo método experimental.

As suas concepções vão ganhando seguidores, que reconhecem as virtualidades da nova concepção e a sua dimensão prática: Watson aplica as suas ideias em empresas de publicidade, na psicologia industrial, na selecção de pessoal, etc. Integrou o exército norte-americano, onde desenvolveu testes de aptidão motora e perceptiva para a selecção de pilotos. Em 1919, publica o livro A Psicologia segundo um behaviorista, onde reforça as suas concepções: uma psicologia una, recorrendo ao método experimental para estudar o comportamento.

O envolvimento afectivo com uma assistente da pós-graduação, Rosalie Rayner, provoca um verdadeiro escândalo numa América muito puritana, acabando por ser obrigado a demitir-se da Universidade. Casará mais tarde com Rosalie, desenvolvendo juntos várias pesquisas. Afastado do meio académico, Watson integrou uma agência de publicidade tendo-se dedicado ao estudo do comportamento dos consumidores. Grande parte das suas conclusões permanece com a actualidade.

Faleceu em 1958, em Nova Iorque. Um ano antes, a Associação Psicológica Americana reconheceu a importância do seu trabalho decisivo para a psicologia moderna.

Adaptação do manual de Psicologia B “Ser humano” - 2ª Parte

JohnWatson – Comportamento

Como foi referido na biografia de Watson, este não nega a existência da consciência, nem a possibilidade de o indivíduo se auto-observar. Defende, contudo, que a análise dos estudos de espírito, bem como a procura das suas causas, só pode interessar ao sujeito no âmbito da sua vida pessoal.

“Creio ser possível criar uma psicologia (…) jamais usando os termos consciência, estados mentais, mente, conteúdo, verificável por introspecção, imagem e outros afins (…) A definição pode ser feita em termos de estímulo e resposta, formação de hábitos, integração de hábitos e outros.”

Watson, J., Psychology as the behaviorist views it, 1913

E vai ser precisamente em termos de estímulo - resposta que Watson orienta a sua concepção: para ter o estatuto de ciência rigorosa e objectiva, a psicologia terá de definir como objecto de estudo o comportamento que é precisamente a resposta (R) de um indivíduo a um estímulo (E) ou a um conjunto de estímulos do meio ambiente (situação). O objectivo do comportamentalismo é então estabelecer relações entre os estímulos e as respostas, entre as causas e efeitos, como qualquer outra ciência. E para isto Watson recorre ao método experimental em que isola as variáveis, observando dois ou mais grupos com apenas uma variável distinta entre eles, e por fim confronta o comportamento dos vários grupos. Partindo deste método, Watson formula leis explicativas:

Para o mesmo estímulo, obtemos sempre a mesma resposta

E R

A resposta está condicionada pela situação ou estímulo

R = f (S)

Watson não nega que entre o estímulo e a resposta se passe algo no interior do sujeito. Considerava, contudo, que tal não é objecto da psicologia.

Embora não negue a existência de factores hereditários – para ele, são irrelevantes na formação da personalidade do indivíduo.

Para Watson o meio é o factor determinante na personalidade e atitudes, isto é, condiciona o indivíduo.

Segundo os behavioristas, o comportamento do ser humano e o seu desenvolvimento dependem totalmente do meio em que o sujeito se encontra inserido. O sujeito tem um papel passivo no processo de conhecimento e desenvolvimento. Tendo em conta isto, podemos dizer que esta teoria enquadra-se no contexto mecanicista.

No entanto a teoria de Watson sofreu algumas críticas, visto que este deixa de lado a hereditariedade, e porque na fórmula que ele apresenta muitas condutas ficam por explicar. Por exemplo, a reacção desencadeada pela sede, eu não bebo porque vejo água mas porque à uma situação interna do meu organismo que desencadeia um conjunto de comportamentos que me permitem atingir o objectivo: beber.

É importante salientar o facto de que Watson foi influenciado pelos trabalhos de Pavlov nomeadamente com experiência utilizando um cão, em que chegou a conclusão de que não só os animais mas também os humanos tinham reflexos inatos e que podiam desenvolver reflexos aprendidos.

Jean Piaget

Jean Piaget, epistemológico suíço, nasceu em 1896, em Neuchâtel, na Suíça. Seu pai, Arthur Piaget, foi um professor de literatura medieval na Universidade de Neuchâtel. Piaget foi uma criança precoce, tendo publicado seu primeiro artigo sobre um pardal albino aos 11 anos de idade. Piaget mostrou desde muito cedo, um grande interesse pela observação e análise da Natureza, que se reflecte no estudo que desenvolveu sobre os moluscos dos lagos suíços. Frequentou vários cursos: Química, Geologia, Biologia e Matemática. Aos 21 anos, faz um doutoramento em Ciências. Estuda, ao mesmo, tempo, Filosofia, Lógica e Epistemologia. Dedica-se á psicologia e à psiquiatria, vindo a trabalhar com Binet na aplicação de testes de inteligência para crianças. Esta actividade, que desenvolveu ao longo de 11 anos, aprofunda o seu interesse pelo estudo do desenvolvimento intelectual da criança, permitindo-lhe a recolha de dados fundamentais para as hipóteses que irá levantar. Em 1921, casa-se e tem três filhos. A observação do desenvolvimento dos filhos forneceu-lhe material para produzir as suas obras e para esboçar a sua teoria sobre o desenvolvimento cognitivo. Compreende que a diferente forma de pensar das crianças mais velhas, por comparação com as mais novas, não é apenas quantitativa, mas qualitativa. Em 1923, publica o seu primeiro livro de psicologia, A Linguagem e o Pensamento na Criança, e dois anos depois vai leccionar Filosofia para a Universidade de Neuchâtel. Em 1933, dirige o Instituto Jean-Jacques Rousseau, onde trabalha com vários colaboradores, destacando-se Barbel Inhelder, com quem publicará vários livros ao longo da sua vida.

Funda, na década de 50, o Centro Internacional de Epistemologia Genética, que dirige até morrer. Colaborou activamente com o Centro Internacional de Educação da UNESCO. Ensina Psicologia e Epistemologia em várias universidades, entre as quais a Sorbonne, Paris.

A sua obra é muito vasta: escreveu mais de 50 livros e de 500 artigos, onde explora os mecanismos do desenvolvimento intelectual da criança. Analisa minuciosamente a forma como a criança resolve os problemas, o que conduz à distinção das diferentes operações intelectuais características de cada estágio de desenvolvimento.

De entre a sua vasta obra podemos referir: Seis Estudos de Psicologia, A Construção do Real na Criança, A Epistemologia Genética, O Desenvolvimento da Noção do Tempo na Criança, Da Lógica da Criança à Lógica do Adolescente, A Equilibração das Estruturas Cognitivas.

Faleceu em Genebra, com 85 anos, tendo deixado o Centro Internacional de Epistemologia Genética, que fundou, em plena actividade.

Adaptação do manual de Psicologia B “Ser humano” - 2ª Parte

Jean Piaget – Cognição

Piaget vai incidir os seus estudos na área do comportamento intelectual e cognitivo da criança e do adolescente, como já foi mencionada anteriormente.

Este teórico defende uma posição interaccionista/construtivista que supera a dicotomia inato/adquirido, para ele o sujeito é um elemento activo no processo de conhecer, isto é, é um elemento decisivo nas mudanças que ocorrem nas estruturas do conhecimento, da inteligência. Assim, o conhecimento depende da interacção entre as estruturas inatas do sujeito e os dados provenientes do meio. Este processo de interacção decorre em etapas sequenciais que Piaget designa por estádios de desenvolvimento cognitivo (sensório-motor que vai desde o nascimento até aos 18 meses; o pré-operatório que começa com a linguagem e vai até aos 7 anos; o das operações concretas vai dos 7 aos 12 anos, a criança é capaz de raciocinar sobre objectos manipuláveis e por fim o das operações formais que surge por volta dos 12 anos em que a criança é capaz de raciocinar sobre hipóteses, sobre proposições). No entanto Piaget aponta a existência de alguns factores que condicionam o desenvolvimento cognitivo como são o caso da hereditariedade, da transmissão social, da experiência física e da equilibração. A compreensão dos estádios de desenvolvimento cognitivo é facilitada com o conhecimento de alguns conceitos sendo eles: esquema / estrutura, adaptação, assimilação, acomodação, coordenação /equilibração, organização /estruturação e estádio /fases.

O método aplicado por Piaget foi o método clínico por ser um método compreensivo, que estuda o ser como uma personalidade total que se forma e construi em interacção com o meio, assim sendo é um estudo de casos e um estudo global, este teórico utiliza também a observação naturalista para observar naturalmente as pessoas no seu meio, isto é, no meio em estão habituadas a frequentar.

A teoria de Jean Piaget inscreve-se na meta - teoria organicista, pois tal como Freud, Piaget defende o desenvolvimento da personalidade do sujeito por estádios qualitativamente diferentes, em que o comportamento é uma resposta que varia em função da interacção entre o sujeito e a situação. O teórico afirma que o desenvolvimento do ser deve tratar-se de uma análise do todo, pois a análise de uma parte não nos dirá muito acerca das restantes. Nesta teoria o meio é claramente passivo, como já foi enunciado anterior, e o sujeito é activo.

Erik Erikson

Erik Homburger Erikson nasceu a 15 de Julho de 1902, em Frankfurt, na Alemanha. Filho de pais Dinamarqueses foi abandonado à nascença pelo pai, sendo educado por Theodor Homburger, um pediatra judaico - alemão, que pensava ser o seu verdadeiro progenitor. O seu interesse pela identidade começou por ser desenvolvido com base nas suas próprias experiências da escola. At his temple school, the other children teased him for being Nordic because he was tall, blonde and blue-eyed. Na sua infância as outras crianças provocavam-no para ser nórdico, alto, loiro e de olhos azuis. At grammar school, he was rejected because of his Jewish background. Na escola primária, foi rejeitado por causa da sua origem judaica.

Em 1927, depois de estudar e viajar pela Europa, passou a leccionar, não só as matérias convencionais, mas algo que muito lhe agradava como a pintura, o desenho e a história de diferentes culturas, tudo isto em Viena. A convivência que Erikson mantinha com a família Freud levou-o a que este se submetesse à psicanálise, tornando-se ele próprio um psicanalista. Contudo apontou algumas criticas quanto à psicanálise, pois esta não tinha em conta as interacções entre o indivíduo e o meio, assim como pelo facto de privilegiar os aspectos patológicos e defensivos da personalidade. No início da sua carreira enquanto psicanalista, o interesse de Erikson esteve predominantemente na adolescência, fase para ele considerado muito importante pois ocorre a formação da identidade.

Em 1933 emigrou para os Estados Unidos onde iniciou a prática da psicanálise infantil em Boston, associando-se à faculdade de medicina de Harvard. A partir desta altura Erikson começou a preocupar-se com o estudo da forma como o Ego ou a consciência operam de forma criativa em indivíduos considerados sãos. Na década de 1930, tendo habitado na reserva dos índios Sioux, as suas experiências pessoais em antropologia, muito referidas nas suas obras, deram-lhe uma perspectiva social marcante. Em 1936 transferiu-se para um centro de estudos de relações humanas e começou a estudar a influência de factores culturais no desenvolvimento psicológico.

Em 1938 deu início aos seus primeiros estudos sobre as influências culturais no desenvolvimento psicológico, estudando crianças índias no Pine Ridge Reservations. Em 1939, transferiu a sua prática clínica para São Francisco e em 1942 começou a trabalhar como professor de psicologia na Universidade da Califórnia.

Erikson concebe oito estádios de desenvolvimento, cada um deles confrontando o indivíduo com as suas próprias exigências psicossociais, que prossegue até à terceira idade. O desenvolvimento da personalidade, segundo Erikson, atravessa uma série de crises que têm que ser ultrapassadas e interiorizadas pelo indivíduo como preparação para o estádio seguinte de desenvolvimento.

Erikson morreu em Maio de 1994 deixando um legado teórico vasto.

Obras:

1950- Childhood and Society
1958- Young Man Luther
1969- Gandhi's Truth on the Origins of Militant Nonviolence
1975- Life History and the Historical Moment
1982- A Review
1986- Vital Involvement in Old Age

Erik Erikson – Psicossocial

Para Erikson o desenvolvimento da personalidade do indivíduo processa-se ao longo de 8 estádio de desenvolvimento psicossocial, que ocorrem desde o nascimento até aos fins dos dias do sujeito. Sempre que há transição de um estádio de desenvolvimento para outro ocorre uma crise, cuja sua resolução está muito dependente do meio envolvente. Caso a superação desta crise seja bem sucedida vai ocorrer um desenvolvimento de certas virtudes em cada estádio, mas caso esta crise não seja superada o indivíduo vai adquirir algumas desadaptações. Fundamentando-se no princípio epigenético, Erikson afirma a existência de uma evolução gradual ao longo dos estádios marcados por êxitos e fracassos vividos em estádios anterior. Tais acontecimentos contribuem para a formação da identidade de uma forma específica, permanecendo a sua importância mesmo depois de ter sido ultrapassado.

Erikson e Freud estavam de acordo em vários aspectos, como por exemplo o facto de o desenvolvimento se processar por estádios e ser influenciado, e ser influenciado em cada um deles pelos aspectos maturativos, no entanto, Erikson considerava as influências culturais e sociais no desenvolvimento humano mais relevantes que as influencias sexuais.

António Damásio

António Damásio nasceu em Lisboa, em 1944. Licenciou-se e fez o doutoramento em Neurologia, na Universidade de Lisboa, tendo começado a desenvolver as suas pesquisas no Centro de Estudo Egas Moniz, no laboratório de investigação da linguagem. Vai para os EUA como investigador do centro de Pesquisa da Afasia de Boston. Integra a Universidade de Iowa dirigindo o Departamento de Neurologia do Comportamento e Neurociência Cognitiva e o Centro de Investigação da Doença de Alzheimer desta universidade.

É o estudo do comportamento de muitos dos seus doentes, com lesões cerebrais, que o leva a colocar um conjunto de hipóteses inovadoras relativamente ao funcionamento do cérebro. Juntamente com a sua mulher Hanna Damásio e uma equipa de investigadores, desenvolveu trabalhos de pesquisa que o levam a analisar as consequências no comportamento de uma lesão nos lados pré-frontais de corrente de um acidente ocorrido em 1848. Já descrevemos o caso de Phineas Gage, nas aulas, e o papel que o seu estudo teve no conhecimento das funções do cérebro ao nível da dimensão pessoal e social do comportamento. O facto de processos cognitivos como a percepção, a memória, a inteligência e outros se manifestaram em pleno funcionamento, não asseguravam um comportamento social e pessoal equilibrados. Esta constatação vai levá-lo a novas áreas de trabalho.

Para além dos numerosos contributos em revistas científicas da especialidade, há três obras em que Damásio expõe suas concepções fundamentais: O Erro de Descartes, O Sentimento de Si e Ao Encontro de Espinosa. No primeiro livro, o subtítulo indica as questões que aborda: Emoção, Razão e Cérebro humano. É nesta obra, traduzida em 23 línguas que o autor desenvolve o fundamental da sua teoria: a importância da emoção no pensamento racional, na tomada de decisões. No segundo livro, usou os sentimentos para explicar a base do Si: as emoções desempenham um papel central no sentimento de si, por isso na construção da identidade. A consciência é uma função biológica que permite conhecer as emoções: sentir a dor e o prazer, a alegria e a tristeza e também a vergonha, o nojo e o orgulho.

No seu livro Ao Encontro de Espinosa, os sentimentos são o centro da sua reflexão, desvendando a biologia dos nossos mecanismos de sobrevivência. Parte do pensamento do filósofo Espinosa, para quem os afectos, sentimentos e as emoções eram elementos fundamentais para a sobrevivência da humanidade, e fundamenta esse princípio com os dados das neurociências. O subtítulo As Emoções Sociais e a Neurologia do Sentir indicia a sua orientação: os sentimentos e as emoções são instrumentos fundamentais de adaptação dos seres humanos ao meio. As regras sociais e a ética podem funcionar como instrumentos homeostáticos no contexto do grupo social.     

O rigor científico do discurso, associado a uma forma acessível, clara e sugestiva de escrita, tornaram os seus livros, simultaneamente, marcos na história das neurociências e grandes sucessos junto do público. Permite que se possa aceder às grandes descobertas das neurociências sem ser especialista na matéria. Por outro lado, não fica limitado pelas fronteiras da sua especialidade: procura estabelecer pontes com a filosofia, a literatura e, também, com quotidiano das pessoas.

Adaptação do manual de Psicologia B “Ser humano” - 2ª Parte

António Damásio – Razão e Emoção

Como foi mencionado anteriormente o objecto de estudo de António Damásio é a mente, investindo na compreensão dos processos mentais através do estudo do cérebro. Rejeitando a ideia de uma a mente separada do corpo, contrariando deste modo a ideia de Descartes, afirma que existe uma interligação mente - corpo declarando que o ser humano pensa e age racional e emocionalmente.

As suas pesquisas sobre vários casos de doentes cujos danos nas zonas pré-frontais do cérebro provocavam uma modificação na capacidade de decidir, especialmente em situações de carácter pessoal e social que envolvem risco e conflito, levou-o a concluir que, diferentemente do que se pensava, as emoções1 e os sentimentos2 não são um obstáculo ao funcionamento da razão; estão envolvidas designadamente nos processos de decisão.

Damásio defende que existem, nas pessoas comuns sem problemas neurológicos, mecanismos automatizados de decisão – marcador somático.

“Quando lhe sugere um mau resultado associado a uma dada opção de resposta, por mais fugaz que seja, sente uma sensação visceral desagradável. Como a sensação é corporal, atribui ao fenómeno o termo técnico de estado somático (em grego, soma quer dizer corpo); e, porque o estado “marca” uma imagem, chamo-lhe marcador: repare mais uma vez que uso somático na acepção mais genérica (aquilo que pertence ao corpo) e incluo tanto as sensações viscerais como às não viscerais quando me refiro aos marcadores somáticos.

Qual a função do marcador somático? Imagine que faz convergir a atenção para o resultado negativo que a acção pode conduzir e actua como um sinal de alarme automático que diz: atenção ao perigo decorrente de escolher a acção que terá este resultado. O sinal pode fazer com que rejeite imediatamente o rumo de acção negativo, levando-o a escolher outras alternativas. O sinal automático protege-o de prejuízos futuros, sem mais hesitações, e permite-lhe depois escolher uma alternativa dentro de um lote mais pequeno de alternativas. A análise custos/benefícios e a capacidade dedutiva adequada ainda têm o seu lugar, mas só depois deste processo automático reduzir drasticamente o número de opções. Os marcadores somáticos podem não ser suficientes para a tomada de decisão humana normal, dado que, em muitos casos, mas não em todos, é necessário um processo subsequente de raciocínio e de selecção final. Mas os marcadores somáticos aumentam provavelmente a precisão e a eficiência do processo de decisão.”

Damásio, A., O Erro de Descartes, Europa - América, 1994

Por mais simples que seja a decisão, existe sempre uma emoção associada à escolha feita: o córtex cerebral apoia-se nas emoções para decidir. Sem emoção, ficaríamos impossibilitados de fazer as escolhas mais simples.

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1 - Relacionam-se com os mecanismos homeostáticos, permitindo uma série de condutas reactivas ajustadas ao meio externo; são biológicas e eficazes, pois permitem reagir adequadamente em favor do organismo. O cérebro aprende a marcar as que são mais importantes.

2 - Desenvolvem-se a partir das emoções, sendo estas de origem racional; permitem respostas ponderadas; capacidade de antecipação e previsão de problemas.

Jerome Bruner

Jerome Seymour Bruner nasceu em 1915, em Nova Iorque. Em 1937, formou-se na Universidade de Duke. Após ter-se doutorado em Psicologia pela Universidade de Harvard, desenvolver a maior parte da sua carreira como professor e investigador.

Com início da Segunda Guerra Mundial, Bruner desenvolveu a sua tese de doutoramento sobe as técnicas de propaganda nazi, direccionando o seu interesse para a psicologia social.

Depois de ter saído do exército, em 1945, regressou a Harvard, onde desenvolve uma teoria sobre a percepção, que será um dos elementos constitutivos da escola americana de psicologia cognitiva, sendo um dos fundadores do centro de Estudos Cognitivos da Universidade de Harvard. De recordar que nos EUA, dominava a tradição behaviorista e que, portanto, uma perspectiva que valorizasse qualquer componente subjectiva era rejeitada. Bruner ultrapassa as resistências: “Que fique bem claro: nós não queremos reformular o behaviorismo: nós queremos substitui-lo”. Por esta altura publica o livro O Processo da Educação, no qual desenvolve um conjunto de orientações sobre o papel da escola e dos professores.

Em 1956, publica o livro Um Estudo do Pensamento, em que aborda o processo de categorização da informação. Entretanto, o seu interesse direcciona-se cada vez mais para a influência dos factores da experiência e da cultura no desenvolvimento cognitivo, o que o leva a afastar-se da concepção cognitivista, por a considerar muito redutora. O extracto que transcrevo reflecte bem essa posição crítica: “Pouco a pouco, a ênfase desloca-se da significação para a informação e da construção da significação para o tratamento da informação. São coisas bem diferentes. Na origem desta deslocação está uma metáfora que se tornou dominantes, a do computador. (…) O interesse dos psicólogos passou da mente e da significação para o computador e a informação.” Chega a considerar que os cognitivismos acabaram por cair no reducionismo behaviorista, dando outros nomes aos conceitos.

Adaptação do manual de Psicologia B “Ser humano” - 2ª Parte

Obras:

1973 - O desenvolvimento da criança: saber dizer, saber fazer;

1983 - Como as crianças aprendem a falar;

1990 - Porque a cultura dá forma ao espírito: da revolução à psicologia cultural;

1996 - A Educação, entrada na cultura. Os problemas da escola à luz da psicologia cultural.

Bruner – Cognição

Bruner interessou-se pelo estudo das competências cognitivas das crianças e pela necessidade de estruturar os conteúdos educativos. Tal como Piaget, considerou que a maturação e o meio ambiente influenciavam o desenvolvimento intelectual.

O percurso de Bruner reflecte uma inquietação que o leva a colocar em questão as suas concepções num processo de progressiva crítica. Assim, teve um papel importante na sistematização da corrente cognitivista, que surge como reacção ao behaviorismo. Abandona o cognitivismo, por considerar que a busca de uma ciêntificidade conduziu esta corrente à adopção de um modelo explicativo dos processos da mente que não respeita o seu carácter criativo e dinâmico. Considerou a elaboração das representações mentais e da categorização da informação como processos fundamentais do pensamento humano. A criação de significados é o centro de processos cognitivos que são partilhados pela narrativa de cada cultura. Reflexo da importância que atribui à ligação entre o desenvolvimento cognitivo e a cultura é a criação da psicologia cultural.

 

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