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Trabalhos de Química - 12º Ano

 

Exploração Mineira e Pilhas Comerciais

Autores: João Miranda

Escola: Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho

Data de Publicação: 20/06/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre exploração mineira e pilhas comerciais, realizado no âmbito da disciplina de Química (12º ano). Ver Trabalho Completo

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Exploração Mineira e Pilhas Comerciais

INTRODUÇÃO

Alessandro Volta não imaginava, à 200 anos atrás, as consequências da sua descoberta. Ao criar a primeira pilha eléctrica, mudou o rumo da história e o mundo evolui-o de tal forma que hoje não podemos viver sem ela, mas esta descoberta ao longo do tempo revelou-se dramática para o ambiente onde nos inserimos, a falta de reciclagem de pilhas, que essencialmente são compostas por metais pesados, contaminou solos e aguas que por sua vez, levaram a contaminação de cadeias alimentares inteiras.

Fig.1 – Primeira Pilha comercial de 1934.
 

Não só as pilhas contribuem para a destruição do ambiente, mas a exploração dos metais também o faz e há muito mais tempo. Desde a idade do Ferro, à milénios atrás que esta exploração decorre ininterruptamente, mas é com a revolução industrial que as matérias-primas metálicas, são exploradas largamente, provocando infiltrações de iões metálicos em lençóis freáticos, contaminando águas, populações e seres vivos e esta exploração também está relacionada com as Pilhas, pois muitos dos compostos destas são metais pesados que só podem ser obtidos através da explorado mineira de metais.

Nas últimas décadas temos assistido a diversas mudanças no que diz respeito a estas situações, na Europa essencialmente, começou a ser feita a reciclagem de pilhas e acumuladores, e já no que diz respeito a exploração de metais, normas e leis foram criadas para proteger o meio que as envolve.

Exploração Mineira de Metais

Historia:

A exploração de metais terá começado a mais de dez mil anos atrás como a utilização de Ouro e Prata, como motivos ornamentais, estes metais são raros mas são mais fáceis de encontrar na fórmula simples e não de minério.

Mais tarde o Cobre e o Bronze já eram produzidos através de fornos, mas é na Grécia antiga, que são exploradas as primeiras minas de Chumbo em 2 a.C., já nos tempos do Império Romano a mineração avança com os novos dispositivos de extracção de agua de dentro das minas.

Fig.2 – Mina de Ferro na Escócia (1867)

Na idade media, aparece o primeiro registo de exploração mineira, mas só no século XIX e que a mineração se torna uma indústria de peso, Alfred Nobel descobre a dinamite (1865), quase cem anos mais tarde é inventada a primeira escavadora para minas e atingimos a mineração dos dias de hoje.

Procedimentos de Exploração de Metais:

A vida de uma exploração mineira é composta por um conjunto de etapas que se podem resumir a:

. Pesquisa para localização do minério.

. Prospecção para determinação da extensão e valor do minério localizado.

. Estimativa dos recursos em termos de extensão e teor do depósito.

. Planeamento, para avaliação da parte do depósito economicamente extraível.

. Estudo de viabilidade para avaliação global do projecto e tomada de decisão entre iniciar ou abandonar a exploração do depósito.

. Desenvolvimento de acessos ao depósito que se vai explorar.

. Exploração, com vista à extracção de minério em grande escala.

. Recuperação da zona afectada pela exploração para que tenha um possível uso futuro.

Relativamente ao modo de escavação as minas podem dividir-se em dois tipos principais: minas subterrâneas e minas a céu aberto.

Fig.3 – Mina de Chuquicamata (Chile) é a maior mina a céu-aberto de cobre do mundo.

Consequenciais Ambientais da Exploração de Metais

Actualmente as companhias mineiras são obrigadas a cumprir normas ambientais, de encerramento e de funcionamento bastante restritas, de forma a assegurar que a área afectada pela exploração mineira regressa à sua condição inicial, ou próxima da inicial e em alguns casos até melhor que a inicial.

Alguns métodos de exploração antiquados tiveram, e continuam a ter em países com fraca regulamentação, efeitos devastadores no ambiente e na saúde pública.

Pode ocorrer contaminação química grave do solo nas áreas afectadas, a qual pode ser ampliada e alastrada por exemplo pela água, criando situações de contaminação maciça.

Muitos dos minérios explorados, são minérios de metais pesados que em contacto com a água, tornam-na muito perigosa para a saúde humana e animal, pois os metais pesados acumulam-se nos organismos vivos, e podem provocar cancros, morte por envenenamento entre outras desgraças.

 

Fig. 4 - Precipitado de hidróxido de ferro num regato recebendo águas ácidas de uma mina de carvão (Missouri, Estados Unidos).
 

Outros problemas ambientais possíveis são a erosão, subsistência, abandono de resíduos perigosos, perda de biodiversidade e contaminação de aquíferos e cursos de água.

No entanto, as explorações mineiras modernas têm práticas que diminuíram significativamente a ocorrência destes problemas, sendo alvo de apertado escrutínio ambiental.

Caso de Portugal

Portugal, é geologicamente rico em metais não muito comuns, como Volfrâmio, Urânio, Ouro e Cobre, tendo varias minas a funcionar actualmente.

O nosso país representa um dos maiores exportadores de Urânio e Volfrâmio do mundo, através a exploração nas minas de Arouca (W) e das minas de da Cunha Baixa, Mangualde (U), contudo estas minas já não tem a importância que tiveram durante a 2º guerra mundial, estando muitas delas abandonadas.

As minas da Panasqueira, largamente exploradas no sec. XX e actualmente abandonadas representam agora um grande problema ambiental resultante da ma gestão de exploração, poços de agua a 16Km de distancia em Cabeço do Peão, apresentavam elevadas concentrações de Arsénico, Chumbo, Cobre e Zinco.

A lei portuguesa já estabelece normas para a exploração de metais e minérios, mas muitos danos já foram feitos no passado, estando agora a reflectir-se um bocado por todo a o pais, desde águas radioactivas, elevadas concentrações de iões de metais pesados à lixiviaçao das águas provenientes das minas, que afectam a saúde das populações.

Fig.5 – Tabela com a produção de minérios metálicos de Portugal. (1991-2000)

Utilizações das Pilhas Comerciais

Historia:

Muitos cientistas distinguiram-se na formulação de teorias sobre a electricidade, mas apenas um consegui criar a primeira pilha eléctrica do mundo.

Alessandro Volta, cientista Italiano, concebeu a primeira pilha do mundo, a chamada pilha de Volta que consta de uma sobreposição de discos de cobre e zinco, soldados dois a dois e dispostos na mesma ordem, ficando cada par separado do imediato por uma rodela de pano ou de cartão embebida em ácido sulfúrico. Volta notou entre as placas da base e as do alto, uma diferença de potencial que dava origem a fenómenos eléctricos.

O seu trabalho da época foi tão aclamado, que altas individualidades como Napoleão e o Imperador da Áustria lhe conferiram títulos e lugares em universidades de física conceituadas.

Como as pilhas eram feitas através de electrólitos líquidos e guardados em potes de cerâmica, tornaram-se muito pouco viáveis, mas no fim do sec. XIX com a invenção das pilhas secas, que utilizam uma pasta como electrólito, a industria das pilhas cresceu rapidamente ate aos dias de hoje.

 

Fig.6 – Pilha de Volta (1800)

O que é uma pilha?

Pilha é uma fonte portátil de energia, resultante de reacções químicas que ocorrem no seu interior.
Desde o início dos tempos, o homem sempre desejou dominar a energia disponibilizando-a quando e onde quiser.
Uma pilha, é portanto, uma fonte de energia portátil que se consome à medida que se utiliza.

Como funciona uma pilha?

A pilha é composta de três itens básicos: um ânodo, um cátodo e um electrólito.

Ânodo – Eléctrodo Negativo da Pilha (pólo negativo)
Cátodo – Eléctrodo Positivo da Pilha (pólo positivo)
Electrólito – Condutor iónico que envolve os eléctrodos de uma pilha, ou seja, solução condutiva entre os dois eléctrodos.

Estes três componentes podem ser feitos de muitos materiais diferentes e também podem ser combinados de várias formas. A escolha do material a ser usado, o tipo, e a qualidade destes materiais são importantes para determinar os níveis de energia e de desempenho da pilha.

Tipos de Pilhas:

Pilha Salina (1860) – os eléctrodos são zinco como ânodo, que serve também de caixa, e grafite como cátodo, a solução electrolítica e uma pasta de óxidos de magnésio, NH4Cl e ZnCl2.


 

Pilha Alcalina (1959) – essencialmente igual a pilha salina, mas em vez de ter NH4Cl, tem KOH ou NaOH, estas pilhas tem um tempo de via útil superior, pois o ânodo zinco sofre menos desgaste em condições básicas.
 

Pilha de Mercúrio (1945) – são muito utilizadas em calculadoras e relógios, pois são muito pequenas, utilizam zinco como ânodo e óxido de mercúrio (altamente tóxico) como cátodo e KOH como electrólito.
 

Pilha de Níquel-Cádmio (1899) – os eléctrodos são o cádmio e o óxido de níquel. Estas pilhas são recarregáveis por aplicação de uma tensão inversa para inverte ro sentido da reacção.
 

Acumulador de Chumbo (1859) – Os eléctrodos são o chumbo e os óxidos de chumbo, e o electrólito é o Acido Sulfúrico. São vulgarmente utilizados nos automóveis e dão para recarregar.
 

Pilha de Lítio (1991) – Esta pilha utiliza solventes orgânicos como electrólito, combinado com o Lítio faz uma pilha com capacidades energéticas muito maiores. São largamente utilizadas nos telemóveis e máquinas fotográficas.

Consequências da Utilização das Pilhas Comerciais

Dos constituintes das pilhas aqueles que apresentam maiores problemas para o ambiente, principalmente pelo seu elevado tempo de permanência, são os metais pesados. A perspectiva ambiental define os metais pesados como elementos traço ¾ que ocorrem na litosfera abaixo de 0,1% em massa ¾ que dão origem a reacções biogeoquímicas com libertação de substâncias radioquímicas.

Quando as pilhas são depostas no solo e ao longo do tempo vão-se deteriorando, os seus componentes espalham-se e infiltram-se provocando a contaminação dos solos e podendo mesmo atingir os lençóis freáticos. O tempo de permanência dos metais pesados no solo é elevadíssimo, dando-se ao longo de muitos anos a incorporação na cadeia alimentar com consequências, por exemplo, ao nível da toxicidade dos metais.

Fig.8 – Rio no Brasil após descarga ilegal duma indústria de mercúrio.

Particularmente, no processo de compostagem, a presença das pilhas reduz significativamente a qualidade do adubo orgânico, podendo inclusivamente inviabilizar a sua utilização para a agricultura devido ao excesso dos metais pesados.

Aquando da deposição na água, dá-se a absorção dos metais pelos sedimentos de matéria orgânica e da argila presentes na água. Este meio torna-se então equivalente ao solo em termos de tempo de permanência. Os metais decompõem-se em tóxicos bioacumulativos com incorporação na cadeia alimentar (moluscos, peixes,…).

O mercúrio por exemplo, quando incorporado no corpo humano provoca problemas ao nível do sistema nervoso central com consequências aos níveis sensorial, motor e psicológico). Por seu turno o Cádmio provoca problemas a nível ósseo com deformação e facilidade de fractura. O lítio liberta gases inflamáveis, o chumbo também se acumula no organismo levando mesmo ao cancro ou envenenamento.

Reciclagem das Pilhas:

Caracterização da reciclabilidade:

Quanto à reciclabilidade das pilhas a situação divide-se em:

a) Pilhas que podem ser recicladas de acordo com processos actualmente existentes, como os processos aplicados a pilhas de botão (de óxido de prata e óxido de mercúrio) e também os que se utilizam na recuperação dos metais dos acumuladores de Níquel-Cádmio.

b) Pilhas cuja reciclagem depende de processos de «alta tecnologia»:

. Tecnologia de reciclagem das pilhas alcalinas e de Zinco-Carvão. É altamente custosa devido à eliminação obrigatória do mercúrio ( a sua presença inviabiliza o processo).

. Tecnologia necessária à reciclagem de pilhas que não foram sujeitas a triagem prévia.  

c) Pilhas para as quais a reciclagem é actualmente inviável. Por exemplo, as pilhas de lítio não contêm na sua composição materiais de valor que justifiquem a sua recuperação.

Outros problemas se verificam na recuperação dos produtos constituintes das pilhas: o mercúrio e o zinco recuperados pelos processos existentes apresentam sempre contaminação por cádmio. Este é um factor limitante da comercialização destes produtos a não ser que sejam sujeitos a tratamento adicional com implicações nos custos globais. Por outro lado, existem ainda actualmente algumas dúvidas quanto às aplicações de alguns dos produtos recuperados nos processos referidos.

Fig.10 – A pilha reciclada;

Processos de reciclagem

A reciclagem de pilhas envolve geralmente três fases: a triagem, o tratamento físico e o tratamento metalúrgico. O tratamento físico consiste na moagem e posterior separação de constituintes. O tratamento metalúrgico consiste de um de dois processos, consoante a tecnologia adoptada pela unidade de reciclagem:

Processo Pirometalúrgico – após a moagem, o ferro é  separado magneticamente. Os outros metais são separados tendo em conta os diferentes pontos de fusão. Uma queima inicial permite a total recuperação do mercúrio e do zinco nos gases de saída. O resíduo é então aquecido acima de 1000ºC com um agente redutor, ocorrendo nesta fase a reciclagem do manganésio e de mais algum zinco. Trata-se portanto de um processo térmico que consiste em evaporar à temperatura precisa cada metal para recuperá-lo depois, por condensação.

Processo Hidrometalúrgico – opera geralmente a temperaturas que não excedem os 100ºC. As pilhas usadas, sujeitas a moagem prévia, são lixiviados com ácido hidroclórico ou sulfúrico, seguindo-se a purificação das soluções através de operações de precipitação ou electrólise para recuperação do zinco e do dióxido de manganésio, ou do cádmio e do níquel. Muitas vezes o mercúrio é removido previamente por aquecimento.

Caso de Portugal  

Portugal tem recolha de pilhas desde 1993, mas só apenas em 2002 é que surgiu o sistema integrado de recolha de pilhas e acumuladores, Ecopilhas. 

A Ecopilhas foi licenciada como Entidade Gestora do Sistema Integrado de Pilhas e Acumuladores Usados, no dia 14 de Outubro de 2002 por decisão do Ministério das Cidades e Ordenamento do Território e Ambiente.  

Desde a publicação da lei, os operadores económicos são responsáveis pela gestão das pilhas e acumuladores usados, pela sua recolha selectiva, e valorização ou eliminação em unidades legalizadas para o efeito.

Fig.11 – Gráfico da evolução da recolha de pilhas em Portugal.

Curiosidade: A pilha de Bagdad

Apesar de Volta ser aclamado em Itália como o inventor das pilhas modernas (Prata-Zinco), antigas baterias foram encontradas em ruínas numa vila de Bagdad chamada Khujut Rabu, em 1936, datado de 250 a.C.

É feita de um pequeno vaso de argila no qual reside um tubo de chapa de cobre, com diâmetro aproximado de 2,5 cm por 10cm de comprimento, a sua base é selada por um disco de cobre, e do interior sai uma barra de ferro, aparentemente corroída por ácido, com uma tampa de asfalto.

Inicialmente foi catalogado como um simples objecto de culto e posto na secção de arqueologia religiosa do Museu de Bagdad, até que o arqueólogo alemão Wilheim Konig examinou o objecto e chegou a uma conclusão inacreditável: se o vaso fosse realmente preenchido por alguma solução ácida, poderia de fato ter funcionado como uma bateria eléctrica rudimentar. Outra hipótese é de que a pilha era usada por comerciantes para galvanizar objectos metálicos com ouro, para que pudessem ser vendidos a um preço maior

Fig. 13 – Pilha de Bagdad

Conclusão

Pode-se concluir que as pilhas comerciais foram uma das grandes invenções da humanidade, contudo esta invenção traz consigo problemas graves, que podem ser resolvidos, evitando a destruição do meio ambiente em redor, através da reciclagem das pilhas poupamos o ambiente e as nossas vidas.

Da mesma forma a exploração mineira de metais que também esta relacionada com as pilhas, pois é ela que faculta as matérias-primas que virão a compor uma pilha, é poupada se reciclarmos e se todas as medidas e normas referentes as minas de metais forem cumpridas não haverá aquíferos contaminados, nem solos, nem pessoas doentes.

Assim a nossa missão dos dias de hoje é tentar evitar que estas desvantagens ocorram a nossa volta, se o fizermos estamos a salvar-nos a nos mesmos dum fim triste e duro.

Fig.12 – Mina de Ferro a sul de Paris

Bibliografia

Internet:

. www.google.com

. www.ecopilhas.pt

. http://nelsonfq.blogs.sapo.pt/4285.html

. http://www.ecopilhas.pt/portal/index.php?id=69

. http://en.wikipedia.org/wiki/Battery_(electricity)

. http://www.batteriesplus.com/t-battery-recycling-process.aspx

. http://en.wikipedia.org/wiki/Baghdad_Battery

. http://www.windsun.com/Batteries/Battery_FAQ.htm

. www.wikipedia.pt

Livros:

. Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Lisboa: Editorial Verbo, 2000;

. Diciopédia 2004, Porto Editora.

. 12Q, Química 12ºano – Texto Editores 2007

. Preparar para os Testes, Química 12ºANO – Areal Editores, 2007

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