Crianças e Jovens Institucionalizados

. CAT- Centro de Acolhimento Temporário

. Lar de Crianças e Jovens

Durante o período de acolhimento da criança deverá então ser colocada em prática nessa intervenção, devendo existir uma preocupação com a integração da criança no seu novo espaço, devendo ser-lhe incutidas disciplina, regras, hábitos, rotinas e supervisão escolar. Muitas das instituições não adoptam ainda os procedimentos correctos e muitos são os técnicos que se queixam de uma formação deficitária, sentindo a necessidade de realização de formação específica para um melhor cumprimento das suas funções, de partilha de conhecimentos e experiências profissionais num ambiente relacional interinstitucional e mesmo a contemplação da necessidade de um supervisionamento técnico.

Tempo em que a criança/jovem podem estar institucionalizados

 O acolhimento nas instituições pode ser de curta duração ou prolongado.

O acolhimento de curta duração tem lugar em casa de acolhimento temporário por prazo não superior a seis meses.

O acolhimento prolongado tem lugar em lar de infância e juventude e destina-se à criança ou ao jovem quando as circunstâncias do caso aconselhem um acolhimento de duração superior a seis meses.

Instituições de acolhimento que têm crianças e jovens institucionalizados

Principais motivos que levam à institucionalização

Quantas crianças existem  institucionalizadas em Portugal?

Em 2009 havia cerca de 11 000 crianças institucionalizadas. Nestas 11 000 crianças apenas 2 000 podiam ser adoptadas.

Das 2187 que tinham entrado no sistema de acolhimento, 1163 (53%) tinham mais de 10 anos.

O que é o projecto de vida de uma criança/jovem?

O projecto de vida das crianças e dos jovens passa actualmente pelo regresso à família ou à institucionalização em lares de acolhimento ou até mesmo em acolhimento familiar. O processo de delineamento do projecto de vida é então uma das funções das instituições de acolhimento das crianças e jovens, e passa por encontrar a melhor solução para o futuro das crianças em causa, tendo sempre em conta o seu supremo interesse.

Direitos das crianças

1 – Todas as pessoas com menos de 18 anos têm todos os direitos aqui representados.

2- Tens todos esses direitos seja qual for a tua raça, sexo, língua ou religião. Não importa o país onde nasceste, se tens alguma deficiência, se és rico ou pobre.

3- Quando um adulto tem qualquer laço familiar, ou responsabilidade sobre uma criança, deverá fazer o que for melhor para ela.

6- Toda a gente deve reconhecer que tem direito à vida.

7- Tens direito a um nome e a ser registado, quer dizer, o teu nome, o dos teus pais e a data em que nasceste devem ser registados. Tens direito a uma nacionalidade e o direito de conheceres e seres educado pelos teus pais.

9 – Não deves ser separado dos teus pais, excepto se for para o teu próprio bem, como por exemplo, no caso de os teus pais te maltratarem ou não cuidarem de ti. Se decidirem separar-se, tens de ficar a viver com um deles, mas tens o direito de contactar facilmente com os dois.

10- Se tu e o teu pai viverem em países diferentes, tens direito a regressar e viver junto deles.

11 – Não deves ser raptado, mas se tal acontecer, o governo deve fazer de tudo o que for possível para te libertar.

12- Quando os adultos tomam qualquer decisão que possa afectar a tua vida, tens direito a dar a tua opinião e os adultos devem ouvir seriamente o que tens a fazer.

13 – Tens direito a descobrir coisas e dizer o que pensas através da fala, da escrita, da expressão artística, etc., excepto se, ao fazê-lo, estiveres a interferir com os direitos dos outros.

14 – Tens direito à liberdade de pensamento e a praticar, a religião que quiseres. Os teus pais devem ajudar-te a compreender o que está certo e o que está errado.

15 – Tens direito a reunir-te com outras pessoas e a criar grupos ou associações, desde que não violes os direitos dos outros.

16- Tens direito à privacidade. Podes ter coisas como, por exemplo, um diário que mais ninguém tem licença para ler.

17 – Tens direito a ser informado sobre o que se passa no mundo através da rádio, dos jornais, da televisão, de livros, etc. Os adultos devem ter a preocupação de que compreendes a informação que recebes

18- Os teus pais devem educar-te, procurando fazer o que é melhor para ti. 

19 – Ninguém deve exercer sobre ti qualquer espécie de maus tratos. Os adultos devem proteger-te contra abusos, violência e negligência. Mesmo os teus pais, não têm direito de te maltratar.

20- Se não tiveres pais, ou se não for seguro que vivas com eles, tens direito a protecção e ajudas especiais

21- Caso tenhas de ser adoptado, os adultos devem procurar ter o máximo de garantias de que tudo é feito da melhor maneira para ti.

22- Se fores refugiado, tens direito à protecção e ajudas especiais.

23 – No caso de seres deficiente, tens direito a cuidados e educação especiais, que te ajudem a crescer do mesmo modo que as outras crianças.

24 – Tens direito à saúde. Quer dizer que, se estiveres doente, deves ter acesso a cuidados médicos e medicamentos.

27 – Tens direito a um nível de vida digno. Se os teus pais não tiverem meios suficientes para estas despesas, o governo deve ajudar.

28 – Tens direito à educação. O ensino básico deve ser gratuito e não deves deixar de ir à escola. Também deves ter possibilidade de frequentar o ensino secundário.

29 – A educação tem como objectivo desenvolver a tua personalidade, talentos e aptidões mentais e físicas.

30 – Se pertenceres a uma minoria, tens o direito de viver de acordo com a tua cultura, praticar a tua religião e falar a tua própria língua.

31 – Tens direito a brincar.

32- Tens direito a protecção contra a exploração económica, ou seja, não deves trabalhar em condições ou locais que ponham em risco a tua saúde ou a tua educação. A lei Portuguesa diz que nenhuma criança com menos de 16 anos deve estar empregada.

33- Tens direito a ser protegido contra o consumo e tráfico de droga.

34- Tens direito de ser protegido contra abusos sexuais. Quer dizer que ninguém pode fazer nada ao teu corpo como, por exemplo, tocar-te, tirar-te fotografia contra a tua vontade ou obrigar-te a dizer ou fazer coisas que não queres.

35 – Ninguém te pode raptar ou vender.

37-Não deverás ser preso, excepto como medida de ultimo recurso, e nesse caso, tens direito a cuidados próprios para a tua idade e visitas regulares da tua família.

38- Tens direito a protecção em situação de guerra.

39- Uma criança, vítima de maus tratos ou negligência, numa guerra ou em qualquer outra circunstância, tem direito a protecção e cuidados especiais.

40- Se fores acusado de ter cometido algum crime, tens direito a defender-te. No tribunal, a polícia, os advogados e os juízes devem tratar-te com respeito e procurar que compreendas o que está a passar contigo.

42- Todos os adultos e crianças devem conhecer esta convenção.

Situações problema

As crianças e jovens devido à sua institucionalização apresentam baixa auto-estima, necessidade de afecto, desanimo, pouca alegria, alguma revolta,etc.

Existe a falta de dimamização de actividades lúdico-pedagógicas, principalmente nas férias escolares e nos seus tempos livres.

Existe uma falta de Técnicos que ajudem na dinamização de actividades para as crianças e jovens.

Propostas de intervenção

Propomos a realização de um projecto de voluntariado que se poderá realizar ao longo do ano, nos tempos livres das crianças e jovens. Assim iremos de encontro do problema de falta de Tecnicos para as dinamizações de actividades para as crianças e jovens.

Nesse projecto de voluntariado, propomos realizar algumas dinâmicas de grupo e outras actividades ludico-pedagógicas com o grupo alvo com o intuito de ocupar os seus tempos livres com actividades divertidas e diferentes. Por outro lado, através da realização destas actividades pretendemos tambem melhorar a auto-estima , dar algum afecto, animar e proporcionar momentos de alegria e de convivio.

Dinâmica do nome

Esta dinâmica propõe um "quebra gelo" entre os participantes. Ela pode ser proposta no primeiro dia em que um grupo se encontra. Em círculo, sentados ou de pé, os participantes vão um a um ao centro da roda dizem o seu nome completo, juntamente com um gesto qualquer . Em seguida todos devem dizer o nome da pessoa e repetir o gesto feito por ela. No final de todos se apresentarem todos devem de fazer tudo de seguida.

Dinâmica da qualidade

Cada um anota em um pequeno pedaço de papel a qualidade que acha importante numa pessoa. Em seguida todos colocam os papéis no chão, virados para baixo, ao centro da roda. Ao sinal, todos devem pegar num papel e em ordem devem apontar rapidamente a pessoa que tem esta qualidade, justificando.

Conclusão

No decorrer das nossas visitas às instituições, o grupo sentiu-se um pouco abatido pelas condições que as crianças e os jovens tinham. Também começamos a sentirmo-nos um pouco mal, pois nós não damos muito valor aquilo que temos, como bens materiais ou mesmo a própria família, enquanto as crianças e jovens da instituição sofrem por não ter família e por não possuírem quase bens materiais nenhuns.

No decorrer deste trabalho, o grupo além de ter aprendido a dar valor aos seus familiares e aos bens essenciais que possui, aprendeu também que as crianças que vivem nas instituições são umas grandes guerreiras pois vivem muitos mais do que era suposto alguma vez viverem. Nestas instituições as crianças e jovens tornam-se grandes pessoas em termos de experiencias de vida pois passam por muitas coisas desde muito novos que nunca passaria na vida pela cabeça de um adulto.

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