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Trabalhos de Apoio Psicossocial

 

Eugénio de Andrade

Autores: Vera Castro

Escola: Escola Secundária/3 de Oliveira do Douro

Data de Publicação: 11/11/2011

Resumo do Trabalho: Biografia de Eugénio de Andrade, poeta português, realizado no âmbito da disciplina de Português (10º ano).

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Eugénio de Andrade

Biografia

19 de Janeiro de 1923: Nascimento de Eugénio de Andrade, em Póvoa de Atalaia, Fundão, no seio de uma família de camponeses.

Eugénio de Andrade adquiriu o pseudónimo de José Fontinhas.

1936: Começou a escrever os seus primeiros poemas.

1943: Mudou-se para Coimbra onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço.

1947: Tornou-se funcionário público, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde.

13 de Junho de 2005: Morre no Porto, após uma doença neurológica prolongada.

Obras (Poesia)

. Adolescente, 1942

. Pureza, 1945

. As Mãos e os Frutos, 1948, 21ª edição, 2000

. Os Amantes sem Dinheiro, 1950, 16ª edição, 2000

. As Palavras Interditas, 1951, 13ª edição, 2002

. Até Amanhã, 1956, 13ª edição, 2002

. Coração do Dia, 1958, 12ª edição, 1994

. Mar de Setembro, 1961, 12ª edição, 1994

. Ostinato Rigore, 1964, 11ª edição, 1997

. Obscuro Domínio, 1971, 8ª edição, 2000

. Véspera de Água, 1973, 6ª edição, Limiar, 1990

. Escrita da Terra, 1974, 7ª edição, 2002

. Homenagens e outros Epitáfios, 1974, 8ª edição, 1993

. Limiar dos pássaros, 1976, 7ª edição, 1994

. Primeiros Poemas, 1977, 10ª edição, 2000

. Memória Doutro Rio, 1978, 4ª edição, Limiar, 1985

. Matéria Solar, 1980, 5ª edição, 2000

. O Peso da Sombra, 1982, 3ª edição, Limiar, 1989

. Branco no Branco, 1984, 5ª edição, 19

. Vertentes do Olhar, 1987, 5ª edição, 2003

. O Outro Nome da Terra, 1988, 2ª edição, Limiar, 1989

. Contra a Obscuridade, 1988, 5ª edição, 1993

. Rente ao Dizer, 1992, 4ª edição, 2002

. Ofício de Paciência, 1994, 2ª edição, 2000

. O Sal da Língua, 1995, 4ª edição, Associação Portuguesa de Escritores, 2001

. Pequeno Formato, 1997, 2ª edição, 1997

. Os Lugares do Lume, 1998, 2ª edição, 1998

. Os Sulcos da Sede, 2001, 3ª edição, 2002.

(Antologias Poéticas)

. Antologia [1945-1961], Delfos, 1961

. Poemas (1945-1966), 3ª edição, 1971

. Poesia e Prosa (1940-1989), 4ª edição, O Jornal/Limiar, 1990

. Poemas de Eugénio de Andrade, select., est. e notas de Arnaldo Saraiva, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999

. Poesia, 2000.

(Prosa)

. Os Afluentes do Silêncio, 1968, 9ª edição, 1997

. Rosto Precário, 1979, 6ª edição, 1995

. À Sombra da Memória, 1ª edição, 1993.

(Antologias)

. Daqui Houve Nome Portugal, 1968, 4ª edição, Edições Asa, 2000

. Memórias da Alegria, 1971, 2ª edição, Campo das Letras, 1996

. Antologia Breve, 1972, 7ª edição, 1999

. A Cidade de Garrett, 1993, 3ª edição, 1997

. Fernando Pessoa, Poesias Escolhidas, 1995, 6ª edição, Campo das Letras, 2001

. Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões, 1972, 5ª edição, Campo das Letras, 1996

. Erros de Passagem, selecção e prefácio, 1982, 3ª edição, Campo das Letras, 1998

. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, 1999, 7ª edição, Campo das Letras, 2002

. Sonetos de Luís de Camões, Assírio & Alvim, 2000

. Poemas Portugueses para a Juventude, Edições Asa, 2002.

(Literatura Infantil)

. História da Égua Branca, 1977, 8ª edição, Campo das Letras, 2002

. Aquela Nuvem e Outras, 1986, 10ª edição, Campo das Letras, 2002.

(Tradução)

. Poemas de García Lorca, 1946, 5ª edição, 2000

. Cartas Portuguesas, 1969, 9ª edição, Assírio & Alvim, 1998

. Poemas e Fragmentos de Safo, 1974, 5ª edição, 1995

. Trocar de Rosa, 1980, 5ª edição, 1995.

Prémios

Eugénio de Andrade foi premiado com inúmeras distinções, entre as quais:

. Prémio Pen Clube (1986)

. Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986)

. Prémio D. Dinis (1988)

. Prémio Jean Malrieu (França, 1989)

. Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989)

. Prémio APCA (Brasil, 1991)

. Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz (República da Sérvia, 1996)

. Prémio vida literária da APE (2000)

. Prémio Celso Emílio Ferreiro (Espanha, 2001)

. Prémio Camões (2001)

. Prémio PEN (2001)

. Doutoramento "Honoris Causa" pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2005).

. Em Setembro de 2003 a sua obra Os sulcos da sede foi distinguida com o prémio de poesia do Pen Clube.

A poesia de Eugénio de Andrade

A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poesia de Eugénio de Andrade, aproximando-a do lirismo primitivo da poesia galego-portuguesa ou, mais recentemente, do simbolismo de Camilo Pessanha.

O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não apenas do “eu” individual, integrado num colectivo, com o qual se harmoniza (terra, campo, natureza - lugar de encontro) ou luta (cidade - lugar de opressão, de conflito, de morte, contra os quais se levanta a escrita combativa).

A figuração do tempo é, assim, igualmente essencial na poesia de Eugénio de Andrade, em que os dois ciclos, o do tempo e o do Homem, são inseparáveis, como o comprova, por exemplo, o paralelismo entre as idades do homem e as estações do ano. A evocação da infância, em que é notória a presença da figura materna e a ligação com os elementos naturais, surge ligada a uma visão eufórica do tempo, sentido sempre, no entanto, retrospectivamente. Os seus poemas, geralmente curtos, mas de grande densidade, e aparentemente simples, privilegiam a evocação da energia física, material, a plenitude da vida e dos sentidos.

Poemas de Eugénio de Andrade

1. Entre os teus lábios

Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.


Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

2. Passamos pelas coisas sem as ver

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

3. Poema, à mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Boa noite. Eu vou com as aves!

4. Não sei se é sonho, se realidade,

A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.

Bibliografia

(Informação Biografia) – Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=Eug%c3%a9nio%20de%20Andrade

(Informação Poemas) – Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://www.astormentas.com/poemas.aspx?t=autor&id=Eug%c3%a9nio%20de%20Andrade&tp=

(Informação Obras) – Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Obras_de_Eug%C3%A9nio_de_Andrade

(Imagem 1) – Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/e_andrade/

(Imagem 2) – Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://suggia.weblog.com.pt/arquivo/249472.html

(Imagem 3) – Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://chicailheu.blogs.sapo.pt/1217988.html

(Imagem 4) - Consultado em 29.12.2010; Disponível em: http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/01/arvore_recorda_eugenio_de_andrade_a_
partir_da_vocacao_animal_do_poeta.html

 

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