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Relatório do Filme "Les Uns et les Autres" Autores: Vera Castro Escola: Escola Secundária/3 de Oliveira do Douro Data de Publicação: 26/02/2012 Resumo do Trabalho: Relatório sobre o filme “Uns e os Outros”, realizado no âmbito da disciplina de Área de Expressões (11º ano). Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word através do Formulário de Envio de Trabalhos pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Relatório do Filme “Uns e os Outros” O filme desenrola-se no século XX, nos anos 1939-1945. Afinal, somos todos iguais? Bem, mas uns mais iguais que outros, já diz a canção do filme... Durante mais de 40 anos, quatro países são unidos por duas forças tão poderosas quanto opostas na sua mais pura essência: a guerra e a música. Poder-se-ia falar de amor, mas o amor romântico em “Les Uns et les Autres” supera-se a si próprio pela sensibilidade extrema que compõe a aura magnética de todo e cada protagonista, desde a doce Tatiana ao acordeonista cego, que são, na sua pequenez, elementos da frágil teia de quem respira Arte como vida. O filme inicia e acaba com uma mesma sequência que o havia de tornar famoso – e até influenciar a tradução que o título sofreu em diversos países, que o chamaram simplesmente “Bolero” – conseguindo transformar as quatro narrativas principais, que correspondem aos quatro países onde o filme tem lugar. Em vésperas da 2ª Guerra Mundial, as Folies Bergères prosperam, a orquestra de Jack Glenn – uma homenagem a Glenn Miller – anima os Estados Unidos, um jovem e brilhante pianista alemão toca para um espectador importante – o Führer, que lhe havia de encomendar trabalho como compositor, e duas meninas dançam ao som do tal Bolero numa sala do Bolshoi, perante o júri que havia de selecionar uma delas para ser bailarina da companhia. É o romance entre a resignada preferida, Tatiana, e um dos membros do júri, Boris, que parece começar a colorir o filme, enquanto que o nascimento de Sarah, o casamento de Simon e Anne e a gravidez de Magda ilustram a universalidade da condição humana. Rebentada a 2ª Guerra, tudo se torna repentinamente muito mais escuro – até as cores parecem mudar subitamente e a voz de Evelyne enquanto canta suavemente “Paris des autres” numa véspera de Ano Novo (1940-1941) que ninguém parece ter muita vontade de comemorar. À deportação de Simon, Anne e o bebé destes para os campos de concentração junta-se a ida de Boris para a frente de batalha – e o magnífico bailado de caráter que Tatiana oferece aos soldados russos, a desacreditação de Karl e Magda pelo regime Nazi e a entrada dos Estados Unidos na guerra fazendo Jack Glenn partir também. A invasão de Paris pelas tropas alemãs é acompanhada pela música composta por Karl e encomendada por Hitler, mas na qual, segundo Magda, se começam a ouvir «muitas notas desafinadas». O ponto de viragem do filme acontece não só quando Simon toma a iniciativa de deixar o bebé na linha do comboio durante uma paragem na ida para os campos de concentração, destroçando Anne mas sabendo que será provavelmente a única hipótese de sobrevivência do filho, mas também com um final de guerra onde não há vencedores nem vencidos; só perdas, mortes, destruição e dor… O erguer lento de cada um dos personagens de Lelouch assemelha-se ao segundo ato de um bailado quando no final do primeiro a bailarina morreu: é uma espécie de ressurreição, um regressar dos mortos, uma série de tentativas de regresso ao piano, ao acordeão, ao teatro, ao canto, à orquestra, à dança, etc. Mais tarde, a procura desesperada de Anne pelo filho acaba por deslocar o ponto central da narrativa francesa para Evelyne, que entretanto é humilhada nas ruas de Paris por estar grávida de um soldado alemão, regressando à sua terra de origem. Pouco depois de nascer a sua filha Edith – uma notável referência a Edith Piaf, Evelyne não aguenta a frieza dos pais e suicida-se. Gostei muito deste filme pois é apresentado como um filme simples, com pessoas como eu, mas que sofrem mais devido à sua sensibilidade. No fim, a Torre Eiffel surge como elemento unificador e cenário, simbolizando não só uma cidade Europeia mas também Paris das conversações de paz, das organizações humanitárias, das escolas de arte e do poder de centralização do Amor, do tal Amor maior que a própria humanidade, exibindo-se a performance final como uma metaforização da arma mais poderosa do mundo, e que só é passível de ser utilizada na sua total plenitude quando todos cooperam nessa mesma unificação!
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