Trabalhos de Estudantes do ensino Prof.  

Trabalhos de Nutrição e dietoterapia

 

Ficha do trabalho:

Terapia nutricional na doença Hepática

Autores: Ana Silva, Marta Monteiro

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 05/03/2014

Resumo: Trabalho sobre os vários factores que podem contribuir para uma doença hepática, realizado no âmbito da disciplina de nutrição e dietoterapia (10º ano). Ver Trab. Completo

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Terapia nutricional na doença Hepática

Introdução

As doenças hepáticas são causas muito comuns de morbilidade e de mortalidade;

A integridade hepática é fundamental para o aproveitamento de nutrientes.

Qualquer distúrbio neste órgão possui um impacto sobre o estado nutricional.

Os danos provocados no fígado compreendem três formas principais: fígado gordo, hepatite alcoólica e cirrose;

Um diagnóstico de doença hepática pode realizar-se com precisão através de um historial clínico cuidadoso, da realização de exames físicos e da aplicação de testes laboratoriais, num ambiente de cuidados de saúde primários.

 

Doenças hepáticas graves

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Ingestão dietética inadequada;

Alterações dos indicadores antropométricos, bioquímicos e clínicos;

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Evidenciam comprometimento nutricional importante

 

Esteatose Hepática

. Acumulação de gordura nas células do fígado;

. Ingestão de quantidades de gordura na dieta em excesso que o organismo não consegue processar;

. Fígado gordo quando a gordura corresponde a 5-10% da massa do fígado;

. Pode ser uma situação muito simples, que não causa lesão do fígado, ou pode evoluir para inflamação e lesão do tecido deste órgão. Estas formas mais graves podem evoluir para cirrose, com lesão permanente do fígado.

. Pode manifestar-se em pessoas sem consumo alcoólico, designando-se nesse caso por fígado gordo não alcoólico.

 

Sinais e sintomas

. Enjoo;

. Vómito;

. Dor e Inchaço Abdominal;

. Pele e olhos amarelados.

Estes sintomas só se tornam evidentes quando a doença se encontra avançada e há um comprometimento mais sério do fígado, pois na esteatose hepática inicial a doença é assintomática.

Insuficiência hepato-crónica

. Falência global do fígado provocada por vários agentes etiológicos como uso de etanol, infeção viral, acumulação de gordura citoplasmática ou doença auto-imune;

. Ocorre quando a redução da capacidade funcional do fígado ultrapassa 80%.

. O transplante do fígado é frequentemente indicado, com possibilidade de boa evolução em 94% dos pacientes;

. A insuficiência hepática está associada com o maior risco para desenvolvimento de encefalopatia hepática – síndrome neurosiquiátrica.

 

Sintomas

. Anorexia, náuseas, vómitos e desconforto no quadrante abdominal;

. Hipoglicemia, acidose lática, coagulopatia e insuficiência renal;

. Hemorragia gastrointestinal;

. Casos graves: insuficiência hepática fulminante (desenvolvimento de encefalopatia).

Doença hepática gordurosa não-alcoólica

 

. É uma inflamação gordurosa do fígado quando esta não é causada por consumo excessivo de álcool;

. Embora se associe com maior frequência à obesidade, diabetes mellitus e dislipidemia, pode também ter como fatores de risco produtos químicos, medicamentos e anabolizantes;

. Permite denominar normalidades hepáticas relacionadas com a infiltração de lípidos no citoplasma dos hepatócitos de pacientes com consumo < a 20g de etanol/dia;

. Esteatose hepática benigna, esteatohepatite não-alcoólica ou NASH, com necrose e regeneração nodular.

 

Cirrose

. Surge devido ao processo crónico e inflamações (hepatites), fibrose e ocorre a formação de nódulos;

. Considerada uma doença terminal do fígado para onde convergem doenças diferentes, levando a complicações decorrentes das células, da alteração da sua estrutura e do processo inflamatório crónico;

. Doença de alcoólatras.

Sintomas

. No início não existe praticamente nenhum sintoma, o que a torna de difícil diagnóstico precoce, pois a parte ainda saudável do fígado consegue compensar as funções da parte lesada durante muito tempo.

. Numa fase mais avançada pode surgir icterícia, edema, coagulopatia, hipertensão portal, ascite e encefalopatia hepática.

. É o resultado final de agressões ao fígado, sendo caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por nódulos e tecido fibroso.

 

Carcinoma hepatocelular

. São os tumores primários do fígado mais comuns, altamente malignos e de crescimento mais invasivo;

. Quando diagnosticados já são, geralmente, irreversíveis;

. Mais comum nos homens do que nas mulheres.

. Surge, normalmente, num fígado já com cirrose;

. A cirrose hepática é o principal fator de risco para o aparecimento do carcinoma hepatocelular

 

Avaliação Nutricional – doença hepática crónica

A obtenção de medidas antropométricas adequadas e dosagens bioquímicas específicas é importante para garantir um diagnóstico que reflita o estado nutricional do paciente.

Uma terapia nutricional eficaz proporciona um aumento da qualidade de vida e diminui a morbilidade na doença.

Nestes casos, a desnutrição é muito comum, causando transtornos graves na função do fígado, como diminuição na síntese de albumina, dos fatores de coagulação, da gluconeogénese, da metabolização de medicamentos e diminuição da produção de ácidos biliares.

 

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL - CIRROSE

 

. A avaliação do edema é extremamente necessária para desmascarar possíveis falhas na interpretação do Índice de Massa Corporal - IMC (Peso/Altura²).

 

Na presença de edema significativo, deverá analisar-se  a anasarca ou ascite

 

Avaliação nutricional - Encefalopatia hepática

. O paciente pode demonstrar-se agressivo e/ou confuso e não consegue relatar a sua ingestão alimentar diária. O acompanhante deverá ser consultado sobre os hábitos atuais de alimentação;

. Deverão apresentar certos cuidados nutricionais (hábito intestinal) pois estes apresentam trânsito inestinal mais longo do que os pacientes cirróticos sem encefalopatia, apresendo estes, um trânsito intestinal parecidos com indivíduos saudáveis;

. A terapia nutricional deverá ser discutida com a equipa médica sempre que alguma restrição dietética ou inclusão de suplemento for realizada segundo as recomendações para a doença hepática em cada caso.

Consequências nutricionais das alterações metabólicas dos macronutrientes na doença hepática crónica

. Redução da ingestão dietética, má absorção intestinal de gorduras, hipermetabolismo, hipoglicemia, resistência insulínica, esteatose e hipertrigliceridémia, consequências neurológicas.

. Relativamente ao metabolismo proteico, com exceção da albumina, todas as proteínas transportadores de origem hepática sofrem alteração nos micronutrientes.

. Relativamente ao metabolismo energético, podem surgir deficiências em zinco e magnésio, provocando ageusia (falta de paladar), ação hipotalâmica dos níveis elevados de serotonina e um aumento das citocinas, particularmente do fator de necrose tumoral (FNT) e interleucina 1 (IL-1).

Terapia nutricional

Evitar consumo de álcool

Manter ou recuperar o peso adequado

Ter uma alimentação saudável, equilibrada e variável

Prebióticos, probióticos e simbióticos são indicados na prevenção e no tratamento da encefalopatia hepática

Evitar refeições de alta densidade energética

Suplementos de ácidos gordos ómega-3

Consumo frequente de suplementos vitamínicos  e de minerais

Conclusão

 

É fundamental ter em conta alguns cuidados, como evitar o consumo de álcool, ter uma alimentação saudável, equilibrada e variada, evitando refeições de alta densidade energética.

A partir do momento em que apareçam doenças, é imprescindível o controlo médico, para prevenir que a situação se agrave a um ponto irreversível ou com poucas probabilidades de se reverter, como no caso da cirrose ou de carcinomas hepatocelulares, e o controlo nutricional.

 

 

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