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Trabalhos de Estudantes de Sistemas Informáticos Trabalhos de Sist. Inform. - 10º Ano |
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História da Televisão Autores: Augusto Rebelo, Umbelina Francisco, Marcelo Oliveira e Hugo Soares Escola: EPFT de Braga Data de Publicação: 28/01/2009 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre a História da Televisão, realizado no âmbito da disciplina de Sistemas Informáticos (10º ano). Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Introdução Todos nós gostamos de nos distrair, mas nem sempre sabemos como. A televisão é sempre uma boa opção. Sentamo-nos num sofá confortável, ligámos a televisão, até aqui é tudo muito simples. Mas não foi assim tão simples proporcionar a todos nós esse aparelho que monopoliza a atenção de milhões de pessoas pelo mundo fora. Para chegar aos dias de hoje a televisão precisou de muita ciência e anos de estudo. Hoje em dia nunca pensamos no trabalho que dá e o número de pessoas que passam horas a fio a trabalhar para que nós a possamos ver. Deste trabalho procuramos mostrar um pouco dessa trajectória de descobertas, tentativas, erros e acertos. Aparecimento da televisão O aparecimento da televisão deve-se em grande parte a cientistas, visionários e homens de ideias muito avançadas. Desde o inicio do século XIX, os cientistas estavam preocupados com a transmissão de imagens à distância. E foi com a invenção de Alexander Bain, em 1942, que se obteve a transmissão telegráfica de uma imagem (fac-símile), actualmente conhecido como fax. Mas já em 1817, o químico sueco Jons Jacob Berzelius descobriu o selénio. Mas só 56 anos depois, em 1873, é que o inglês Willoughby Smith comprovou que o selénio possuía a propriedade de transformar energia luminosa em energia eléctrica. Através desta descoberta conseguiu-se realizar a transmissão de imagens por meio da corrente eléctrica.
Em 1884, o alemão Paul Nipkow, inventou um disco com orifícios em espiral com a mesma distância entre si que fazia com que o objecto se subdividisse em pequenos elementos que juntos formavam uma imagem.
No ano de 1892 Julius Elster e Hans Getiel inventaram a célula fotoeléctrica. Em 1906 Arbwehnelt desenvolveu um sistema de televisão por raios catódicos, sendo que o mesmo ocorreria na Rússia por Boris Rosing. O sistema empregava a exploração mecânica de espelho somada ao tubo de raios catódicos. Em 1920 realizaram-se as verdadeiras transmissões, graças ao inglês John Logie Baird, através de um sistema mecânico baseado no disco de Nipkow. Quatro anos depois, em 1924, John Baird transmitiu contornos de objectos à distância e no ano seguinte fisionomias de pessoas. Já em 1926, John Baird, fez a primeira demonstração no Royal Institution em Londres, para a comunidade científica e logo após assinou contrato com a BBC para transmissões experimentais. O padrão de definição possuía 30 linhas e era mecânico.
Por volta desta altura, mais concretamente no ano de 1923, o russo Vladimir Zworykin patenteou o Iconóscopio, invento que utilizava tubos de raios catódicos. Também Philo Earsworth em 1927 patenteou um sistema dissecador de imagens por raios catódicos, mas com uma resolução pouco satisfatória. Zworykin foi convidado pela RCA para encabeçar a equipa que viria a produzir o primeiro tubo de televisão chamado Orticon, que passou a ser produzido à escala industrial a partir de 1945.
Em Março de 1935, a Alemanha foi o primeiro país a oferecer um serviço de televisão pública, adoptando um padrão de média definição com 180 linhas e 25 quadros por segundo. No mesmo ano, mas em Novembro a França iniciou as suas transmissões, sendo a torre Eiffel o posto emissor. A BBC foi inaugurada em 1936, na Inglaterra, com uma imagem composta por 240 linhas, padrão mínimo que os técnicos chamavam de “alta definição”, por garantir uma boa qualidade e nitidez. No espaço de três meses o seu sistema oficial já era de 405 linhas. No ano seguinte três câmaras electrónicas transmitiram a cerimónia da coroação de Jorge VI para cerca de 50 mil telespectadores. Televisão de 1936 Na Rússia a televisão começou a funcionar em 1938. Um ano depois nos Estados Unidos, onde a National Broadcasting Company (NBC) transmitia inicialmente para cerca de 400 aparelhos na cidade de Nova Iorque, utilizando uma resolução de 340 linhas com 30 quadros por segundo. Neste mesmo ano (1939) acontece no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira transmissão de televisão em circuito fechado, de que se têm conhecimento. Foi durante a Feira Internacional de Amostras e utilizando equipamentos de origem alemã. A segunda guerra mundial começou em 1939 e a Alemanha foi o único país da Europa a manter a televisão no ar durante esse período. Paris voltou com as transmissões em Outubro de 1944, Moscovo em Dezembro de 1945 e a BBC em Junho de 1946. No ano de 1950 já a França possuía uma emissora com definição de 819 linhas, a Inglaterra com 405 linhas, a Rússia com 625 linhas e os Estados Unidos e Japão com 525 linhas. Início das transmissões a cores As transmissões regulares a cores nos E.U.A, começaram em 1954. Mas já em 1929, Hebert Eugene Ives realizou, em nova Iorque, as primeiras imagens coloridas com 50 linhas de definição por fio, cerca de 18 frames por segundo. Peter Goldmark aperfeiçoou o invento mecânico fazendo demonstrações com 343 linhas, a 20 frames por segundo, em 1940. Vários sistemas foram criados, mas todos encontravam barreiras: se um sistema novo surgisse, o que fazer com aparelhos antigos a preto e branco que já eram por volta de 10 milhões no início dos anos 50. Criou-se nos Estados Unidos um comité especial para, no sentido literal colocar cor no sistema preto e branco. Esse comité recebeu o nome de National Television System Committee (também conhecido como National Television Standars Comittee), cujas iniciais serviam para dar nome ao novo sistema, NTSC. Em Portugal, as emissões a cores começaram a ser regulares em 1980, sendo o Festival RTP da Canção de 1980, o primeiro programa emitido a cores em Portugal. De onde vêm as imagens da televisão Para percebermos a magia da televisão, não é fácil, porque ainda precisamos de aprender muita coisa sobre ciências. O que sabemos é que antes da televisão foi preciso aparecer a fotografia e o rádio.
Tudo começa na lente da câmara que têm três espelhos, que dividem a luz e uma válvula que combina as cores e a transmite, transformando-a. Depois de captadas e decompostas em sinais eléctricos as imagens são mandadas para um centro electrónico, o modelador (aparelho que modula as ondas em um oscilador). Os sinais são enviados em forma de ondas por uma grande antena transmissora. Os transmissores estão quase todos nos satélites, que aumentam os sinais e permitem a transmissão a longa distância, que é encaminhada ao aparelho receptor que desfaz os sinais, recompondo-os na sua posição original, reproduzindo na televisão a imagem transmitida. A formação da imagem é instantânea. O dispositivo electrónico utiliza-se em pontinhos, ao invés de linhas, conseguindo desenhar a frame (imagem) inteira a cada 1/25 de segundo. Para transmitir a imagem de um lugar para o outro utilizou-se antenas, mas como as ondas são em linha recta ficou difícil transmitir para o outro lado do mundo devido à curvatura, procurando deste modo uma solução espacial. Em 23 de Julho de 1962 surgiu a primeira transmissão via satélite, o satélite artificial Telstar, lançado pela NASA dos E.U.A. O progresso da engenharia espacial e das telecomunicações permitiu lançar satélites em órbita à volta da Terra. São eles que garantem as transmissões televisivas e as comunicações telefónicas intercontinentais que permitem comunicar um mesmo sinal em todo o mundo ao mesmo tempo. Em suma, a televisão é sistema electrónico de transmissão de imagens instantâneas de objectos fixos ou em movimento, acompanhadas de som, pela análise e conversão da luz e do som em ondas eléctricas seguidas de reconversão, captadas num aparelho que tem um tubo de raios catódicos responsáveis pela construção de uma imagem. Como eram as primeiras televisões? Os primeiros aparelhos de televisão eram rádios com um dispositivo que consistia num tubo de néon com um disco giratório mecânico que produzia uma imagem vermelha do tamanho de um selo postal. O primeiro serviço de alta definição apareceu na Alemanha em Março de 1935, mas estava disponível apenas em 22 salas públicas. As primeiras televisões eram como a que se encontra na imagem e eram uns autênticos imóveis. Embora o ecrã fosse pequeno e as imagens de fraca qualidade, os componentes electrónicos necessários requeriam grandes espaços.
Como são hoje as televisões? Hoje as televisões não têm nada a ver com as primeiras, agora têm uma imagem bastante nítida e a cores e são perfeitamente móveis, existem vários tamanhos, uns mais pequenos e outros maiores como por exemplo os plasmas.
Televisão Digital A Televisão digital, usa um modo de modulação e compressão digital para envio de vídeo e áudio, bem como sinais de dados aos aparelhos compatíveis com esse tipo de tecnologia, proporcionando dessa forma, a transmissão e recepção de uma quantidade maior de conteúdo por uma mesma frequência, garantindo, assim, uma imagem de alta definição. Inovações Técnicas e Tecnológicas da TV Digital Qualidade Técnica de Imagem e Som Resolução de imagem – Actualmente um monitor analógico de boa qualidade apresenta entre 480 e 525 linhas. Na televisão digital de alta definição, chega-se a 1080 linhas com o padrão HDTV. Já há no mercado empresas de comercialização do serviço digital que possuem esse tipo de equipamento. Novo formato da imagem - A tela dos monitores digitais passará do formato 4:3, típico da TV analógica, para o formato 16:9, mais próximo do formato panorâmico. Qualidade do som - A televisão iniciou com som mono (um canal de áudio), evoluiu para o estéreo (dois canais, esquerdo e direito). Com a TV digital, passará para seis canais (padrão utilizado por sofisticados equipamentos de som. Sintonia do Sinal - A TV digital possibilita a sintonia do sinal sem a presença de “fantasmas” e com qualidade de áudio e vídeo ausentes de ruídos e interferências. Recepção Optimização da Cobertura – A tecnologia digital possibilita uma certa flexibilidade para o ajuste dos parâmetros de transmissão, de acordo com as características geográficas locais. Em zonas topograficamente acidentadas ou com muitos obstáculos (centro das cidades com muitos edifícios, por exemplo) pode ser utilizado o recurso da transmissão hierárquica. Com este recurso, um programa pode ser transmitido (com sinal menos robusto) de modo a ser recebido em locais mais favoráveis, através de antenas externas. Acessibilidade Gravadores Digitais Incluídos nos Receptores ou Conversores - Alguns modelos de aparelhos receptores ou mesmo os conversores poderão incorporar gravadores digitais de alto desempenho (semelhantes aos discos rígidos utilizados nos computadores, ou mesmo memória do tipo flash, tecnologia semelhante às actuais pens do tipo USB) que poderão armazenar muitas horas de gravação e permitir que o assinante escolha a hora de assistir ao programa que desejar, ou até mesmo congelar temporariamente a emissão que está a ser transmitida. Múltiplas Emissões de Programas - A transmissão de um mesmo programa em horários descontínuos (um filme por exemplo, iniciando de 15 em 15 minutos) em diversos canais permitirá que o assinante tenha diversas oportunidades para assistir ao programa desejado a um horário escolhido. Tal como a televisão do tipo analógica, convencional, o sinal digital viaja por diferentes meios que deverão continuar a coexistir após a adopção do padrão digital.
A história da televisão digital terrestre em Portugal é conturbada. Depois de um primeiro concurso abortado, adiou-se o lançamento de novo concurso devido, em primeiro lugar, às mudanças dos governos e, depois, à oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Sonaecom sobre a Portugal Telecom. Os concursos públicos para a introdução da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal foram lançados em Fevereiro de 2008. A TDT é uma plataforma alternativa de acesso à televisão digital, que se distingue tecnologicamente da televisão analógica terrestre e visa a sua substituição até 2012. Em Portugal, a televisão digital é já assegurada nomeadamente nos seguintes suportes: cabo, satélite, FWA (acesso fixo via rádio), xDSL/IP (linhas de assinante digitais) ou UMTS (sistema de terceira geração de serviços móveis). O Aparecimento da Televisão Pública em Portugal Em Dezembro de 1955 é fundada sob o controle estatal a Rádio Televisão Portuguesa (RTP), após a criação de uma comissão de estudo e execução de projecto, com o objectivo de exploração exclusiva de emissão de TV em Portugal. Inicialmente emitia a preto e branco, com autorização para a comercialização do espaço publicitário, e a venda, aluguer e reparação de receptores. Desde logo foi criada uma taxa de forma a custear as necessidades da empresa, taxa essa aplicada a todos os que tivessem um aparelho de TV. Em Setembro de 1956 começam a ser realizadas as primeiras emissões experimentais, a partir do recinto da Feira Popular. Jornais influentes na época, como o Século, noticiam esse evento, tido como um acontecimento histórico. Cabe ao locutor da então Emissora Nacional (EN), Raul Feio a apresentar esse evento. A primeira locutora televisiva é Maria Armanda Falcão, que mais tarde torna-se cronista social sob o pseudónimo de Vera Lagoa, com a introdução da “Revista Desportiva”, com o popular relator Domingos Lança Moreira, que entrevista Alves Barbosa, vencedor na época da Volta a Portugal em bicicleta. Nesses dias houve uma invasão popular à Feira Popular para presenciar as primeiras emissões, com reacções que variavam desde o deslumbramento às críticas quanto à qualidade da programação. A estação passa então a emitir com regularidade em 07 de Março de 1957 (com cinco meses de atraso em relação à Espanha), a partir dos estúdios improvisados do Lumiar, em Lisboa, onde funcionara, em tempos, um estúdio cinematográfico. Todos os programas em estúdio eram transmitidos em directo, com incidentes decorrentes da falha de algum equipamento, bem como a falta de preparo de alguns apresentadores. Por vezes, muitas destas situações implicavam punições aos funcionários ou responsáveis da RTP, que viam os seus salários mensais substancialmente reduzidos, quando se tratava de alguns anúncios publicitários, dado que a mensagem era passada em directo e ao vivo. Erros, marcas que estivessem à vista quando não deviam, enganos ou referências à concorrência das marcas anunciadas, eram situações que ocorriam com frequência. Nessa altura é coberta uma área onde vivia aproximadamente 60% da população no Continente. Foi também em 1957, nomeadamente em Junho, que o então presidente da República, Craveiro Lopes (eleito seis anos antes com o então candidato da União Nacional (UN)), procede, a uma visita oficial ao Brasil. Em Novembro, a mesma UN ganha todos os mandatos nas eleições Legislativas. É também em 1957 que é fundada Comunidade Económica Europeia (CEE) pela Bélgica, França, Holanda, Itália, Luxemburgo e Alemanha Ocidental, Em 1959 cria-se o Telejornal (RTP), ao mesmo tempo em que são abertos os estúdios no Norte, em Vila Nova de Gaia. É por essa altura nomeado Camilo Mendonça como o primeiro presidente da RTP, um dos responsáveis da UN (por acaso amigo de Marcelo Caetano) e de um integralista, Domingos Mascarenhas, como director de programas. Com isso apareceram também os “consultores literários”, que nada mais era que não os censores, com o objectivo principal zelar pelo bom comportamento da empresa, devendo, segundo directivas da administração, “(...) decidir sobre a comunicação de todos e quaisquer textos e programas sob os aspectos moral e político-social, bem assim, combinar com o chefe dos Serviços de Produção, quais as condições em que poderão levar-se a efeito programas mais ou menos improvisados, tais como entrevistas, mesas redondas, etc.” (fim de citação). Um exemplo flagrante desse fenómeno foi a transmissão do primeiro discurso de Salazar ao país, transmitido em directo para a campanha eleitoral de 1958 para a Presidência da República, facto que foi liminarmente vedado aos partidos da oposição. No fim desse mesmo ano já havia aproximadamente 32 mil televisores, octuplicando a previsão inicial. Gradualmente a televisão foi ocupando o seu espaço junto aos lares dos portugueses.
O Aparecimento da Televisão Privada em Portugal SIC A SIC (Sistema Independente de Comunicação) iniciou as suas transmissões a 6 de Outubro de 1992, como o primeiro canal de televisão privado, independente e comercial a operar em Portugal, pondo fim a 35 anos de monopólio estatal no mercado televisivo Português, proveniente da IMPRESA - SGPS,SA, o maior grupo privado de média em Portugal liderado por Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro de Portugal. A SIC trouxe ao espaço audiovisual português um valioso contributo para a pluralidade e independência da Informação, sendo já hoje reconhecida em todos os Fóruns Internacionais como o canal de televisão que em menor tempo conseguiu melhores resultados de audiências. A Informação foi uma das grandes apostas da SIC e a primeira a fixar um espaço claro no panorama televisivo. O "estilo SIC" tornou-se rapidamente sinónimo de independência, rigor, qualidade e irreverência. Ao longo destes 15 anos de actividade, o Universo SIC tem vindo a ganhar expressão e importância no meio audiovisual português. TVI Televisão Independente (TVI) é a segunda estação de televisão privada nacional. As suas transmissões iniciaram-se a 20 de Fevereiro de 1993 como o quarto canal generalista. Em 2007 tornou-se líder de audiências pelo terceiro ano consecutivo. A TVI era inicialmente controlada por empresas da Igreja Católica (Rádio Renascença, Universidade Católica, Editorial Verbo e a União das Misericórdias) e tinha um considerável peso nas suas emissões. No início, alguns grupos estrangeiros (RTP Group e Antena 3 Televisión) e um grupo português (Lusomundo Audiovisuais) foram investidores parceiros da TVI. Neste momento, a Televisão Independente é administrada por um grupo de comunicação social denominado Media Capital, que detém várias marcas nacionais a nível da rádio, imprensa, outdoor e Internet. O seu capital é, maioritariamente Espanhol (90,1%). Até ao ano 2000, a TVI transmitiu muita produção importada e com raros momentos de produção nacional. A partir desse ano, as audiências da TVI aumentaram, precisamente quando começou a apostar em programas de ficção nacional como "Jardins Proibidos". A partir daí, muitas novelas e séries seguiram este exemplo como "Anjo Selvagem", "Super Pai" e o sucesso "Olhos de Água". A televisão privada apostou também em programas infantis, como por exemplo "Batatoon", novos noticiários, e em reality shows, iniciando esta geração com o Big Brother. Na direcção de programas está actualmente José Eduardo Moniz, que tinha estado na RTP até 1994. Moniz foi o maior responsável por essa reviravolta que levaria a estação à liderança do horário nobre (20-24 horas) de 2001 até hoje. Em 2004, a TVI tornou-se pela primeira vez líder de audiências no cômputo geral, tendo ultrapassado a SIC, que ganhava à concorrência há dez anos consecutivos. Para isso, muito contribuíram os resultados da ficção nacional, nomeadamente as novelas "Ninguém como Tu" e "Mundo Meu", "Morangos com Açúcar" e os reality shows "Quinta das Celebridades" e "1ª Companhia". A empresa lançará em 2008/2009, na TV Cabo, o TVI24, um canal dedicado à informação 24 horas por dia. Prevê ainda lançar outro canal, este de ficção/entretenimento. Os benefícios e malefícios do uso da Televisão A Televisão (do grego tele – distante, e do latim visione - visão) é um sistema electrónico de recepção de imagens e som de forma instantânea. Funciona a partir da análise e conversão da luz e do som em ondas electromagnéticas e de sua reconversão em um aparelho (o televisor) que recebe também o mesmo nome do sistema ou pode ainda ser chamado de aparelho de TV. Esse aparelho capta as ondas electromagnéticas e através de seus componentes internos as converte novamente em imagem e som. A televisão parece ser o verdadeiro monstro da sociedade actual. Vários estudos garantem que a velhinha caixa mágica, venerada por ter mudado o Mundo, é também responsável por todos os males, desde a obesidade infantil, perda de sono, até puberdade. Um estudo realizado por uma universidade norte-americana salienta que alguma programação infantil e o excesso de tempo a ver televisão contribui para o aumento da obesidade nas crianças. Uma das recomendações, para combater a situação, passa por utilizar personagens queridos às crianças, em campanhas de sensibilização, apelando a uma alimentação mais saudável. Outra investigação concluiu que a variação de luz nas imagens televisivas pode antecipar o surgimento da puberdade. A elevada exposição a essa alteração de luminosidade interfere na segregação da hormona que ‘controla’ o relógio interno dos humanos, acelerando todo o processo, de desenvolvimento humano e psíquico. A revista finlandesa ‘Journal of Sleep Research’ publicou uma investigação, na qual se conclui que as crianças têm mais dificuldades em dormir quando assistem televisão durante muito tempo. Para este estudo o Departamento de Psiquiatria Pediátrica de Helsínquia, analisou 321 crianças com cinco e seis anos. Na sequência do texto 'Perigos graves da 'baby-sitter' electrónica', publicado por Clara Viana, na Pública de 26 de Setembro de 04, intitulado "O cérebro deles estará a mudar?". Optamos, por mencionar algumas passagens mais importantes do texto, que é, de certo modo, um alerta público, sobretudo quando se quer fazer passar a ideia de que a 'Baby TV' é um bem caído dos céus. “ (…) Os problemas de atenção passaram a ser a nova marca das crianças e jovens. Um estudo recente, ignorado em Portugal, põe em causa a explicação genética. A exposição muito precoce aos écrãs, sobretudo à televisão, com as suas muitas imagens rápidas e variadas, poderá estar a condicionar o seu cérebro a só aceitar um alto nível de estimulação. “Formatados" pela velocidade e pela fragmentação, existirá já um fosso irremediável entre eles e uma escola que lhes exige o que já perderam. Neste cenário intervém a omnisciente Ritalin (Ritalina, na gíria portuguesa), a anfetamina que, por receita médica, milhões de crianças em todo o mundo estão a tomar por conta da desatenção (…)” “ (...) nos Estados Unidos foi dada como testada uma relação entre a exposição precoce à televisão e os problemas de atenção que, nos últimos anos, parecem estar a tomar de assalto as crianças e jovens do mundo desenvolvido. "Não é possível saber se o crescimento da desordem por défice de atenção e hiperactividade é real, ou se é motivado pelo maior conhecimento da desordem. Mas existem razões para acreditar que, na primeira infância, os factores ambientais são importantes no desenvolvimento da desordem. Deste modo, a televisão pode muito bem ser um desses factores", comentou à Pública o pediatra norte-americano Dimitri Christakis. Foi ele que liderou o estudo do “Child Health Institut”, da Universidade de Washington, que veio dar uma primeira grande resposta afirmativa à questão, abanando assim a abordagem genética do chamado défice de atenção, ainda a preponderante nos EUA, em Portugal ou em mais meio mundo (…)” Não era por acaso que Michel Foucault dizia que a loucura era um 'facto de civilização'... Muito há, pois, a pensar, para além das 'razões' genéticas. Na conclusão do seu estudo, publicado na revista "Pediatrics": independentemente do que vê (os conteúdos não foram tidos em conta) uma criança antes dos três anos que veja duas horas de televisão por dia tem mais 20% de probabilidades de desenvolver problemas de atenção do que outra que não tenha sido tão exposta à mesma televisão. Sendo que, como também revela a sua investigação, nos EUA uma criança de um ano vê, em média, 2,2 horas de televisão por dia e uma de três chega quase às quatro horas. Em Portugal, esta contagem só tem sido feita a partir dos 4 anos. No ano passado, os que tinham entre esta idade e os 14 anos, despendiam a ver televisão uma média de 179 minutos por dia - quase três horas. Na Espanha, as crianças de seis a sete anos vêem uma média de duas horas de TV por dia, mas cerca de 36% delas assistem a mais de quatro horas diárias, de acordo com estudo apresentado no ano passado pela Associação Espanhola de Pediatria. O estudo da Universidade de Otago baseou-se em 1.037 crianças examinadas a cada dois anos dos cinco aos 15 anos, como parte de uma ambiciosa pesquisa sobre o desenvolvimento e saúde infantis. Entre outras perguntas, os pais e as crianças foram convidados a informar quanto tempo dedicavam à TV a cada dia. Para avaliar se sofriam de qualquer deficiência de atenção, as crianças, os seus pais e professores tiveram de responder se conseguiam se manter atentas por apenas um período curto, se a sua capacidade de concentração era baixa ou se terminavam por se distrair facilmente. Entre as perguntas feitas, por exemplo, estava "quando alguém fala contigo, é difícil ter atenção?", "frequentemente começas a fazer as tuas lições mas não as terminas?", "é difícil fazeres as lições se há ruídos, ou algum tipo de actividade no mesmo quarto?". Estudos anteriores haviam detectado que o abuso de televisão na infância gerava problemas de deficiência de atenção para as crianças na escola primária. Mas não havia um estudo de grande porte que analisasse se esses problemas perdurariam na adolescência, até agora. Alguns pesquisadores alertam contra o hábito de algumas famílias em manter os aparelhos de televisão ligados para que as crianças fiquem tranquilas, por exemplo, durante o pequeno-almoço. Os dados desse estudo não esclarecem de que forma o excesso de TV afecta a capacidade de atenção, contudo os pesquisadores apontam para diversas hipóteses. As mais prováveis é que as imagens televisivas, com os seus estímulos constantes, podem fazer com que a vida real pareça monótona, de certa forma comparativa, dado que as crianças tendem a aborrecerem-se com actividades de ritmo mais lento, como assistir a aulas ou fazer os trabalhos de casa. Outra possível explicação é que o celebro infantil, ainda em formação, se desenvolva de forma inadequada quando estimulado em excesso pela rápida sucessão de imagens dos programas de TV. Depois de rever os resultados dos estudos científicos que alertam sobre os efeitos adversos do uso excessivo de televisão sobre a saúde das crianças e adolescentes, a Associação Norte-Americana de Pediatria aprovou algumas recomendações aos pais, tais como - Limitar em duas horas o tempo que as crianças dedicam a entretenimento audiovisual, incluindo computadores e jogos de vídeo, que no deve exceder esse limite de tempo, ainda que se trate de programação de qualidade. - Restringir o uso do televisor no quarto, conforme recomendação de pediatras conceituados. Segundo eles, convém evitar que crianças com menos de dois anos assistam a TV, e estimular actividades mais interactivas que promovam desenvolvimento cerebral adequado, como falar, cantar, brincar ou ler. Ao mesmo tempo, os pais deveriam fiscalizar os programas os assistidos pelas crianças e adolescentes, e estimular a escolha de programas educativos e de boa qualidade em detrimento dos que favorecem o conteúdo violento. - Conforme o caso, os pais deveriam procurar assistir a televisão em família, principalmente programas com as crianças e alguns lúdicos, que são os melhores para a sua educação. Como nos influencia a Televisão Como sabemos, a televisão tem o poder de proporcionar reacções às pessoas, induzindo-as de forma a mudarem, até mesmo, de opinião relativamente a qualquer tipo de assunto ou matéria. É, de facto, uma certa magia contagiante, proveniente de uma caixa. A caixinha mágica. Um exemplo flagrante é o que foi relatado, em tempos, por David Luís, no semanário “Jornal de Domingo”, publicado em Maputo. Segundo ele, parece não ser desconhecido o poder que a televisão. exerce no comportamento dos cidadãos. As televisões transmitem para os nossos lares tudo o que é bom, e também tudo que é mau. Ou, de outra forma, as imagens de televisão, vistas como as vemos, podem ser reais, ou não. O que nunca são é totais e, muito menos, objectivas. Elas são, em última análise, produto de decisão de uma qualquer pessoa, que seja tão-somente, chefe de redacção. Por isso, naturalmente, subjectivas. Para perceber o poder e a influência das imagens de televisão no nosso comportamento, vale a pena uma breve narrativa, de uma história verdadeira, acontecida há já muitos anos. Aconteceu que uma transportadora de passageiros nacional, operando no sul de Moçambique, era periodicamente, alvo de rasgados elogios em tudo quanto fosse jornal da terra. Porém, de um momento para o outro, o elogio deu lugar às críticas mais violentas. Interrogado, certo dia, um dos proprietários da empresa em questão sobre o que se estava a passar, respondeu que, simplesmente nada. Acrescentou que a razão e a culpa dessas críticas eram da televisão. De facto, a RTP Internacional havia começado a transmitir para Moçambique. E, as imagens que davam dos autocarros que circulavam em Portugal eram outra e diferentes dos autocarros que circulavam nas nossas estradas. Logo, e em, boa lógica, o desejo de ter por cá a qualidade do transporte colectivo de passageiros que existia lá, era “culpa” da televisão. Quem vê mais televisão Segundo os dados fornecidos pela Marktest, entre Janeiro e Setembro de 2008 cada português viu, em média, por dia, em sua casa, 3 horas, 34 minutos e 54 segundos de televisão, mais 5 minutos e 38 segundos do que no mesmo período do ano anterior. A idade e a situação no lar são as variáveis que mais influenciam o consumo de televisão, já que é aqui que se observam maiores diferenças de comportamento entre os indivíduos. Os maiores consumidores deste meio são:
Pelo contrário, os jovens dos 15 aos 24 anos e os indivíduos das classes sociais altas e média alta são os que apresentam os índices de audiência de televisão mais baixos. Este valor sobe, no entanto, para as 5 horas, 30 minutos e 51 segundos quando analisamos os indivíduos com mais de 64 anos, que são os maiores consumidores deste meio. Isto significa que os idosos têm um consumo de televisão superior à média em 52.2%.Uma análise mais profunda mostra uma tendência de crescimento nos anos mais recentes, passando das 4 horas, 48 minutos e 55 segundos em 2003 para o valor agora registado, cerca de mais 42 minutos por dia do que então. A RTP1 apresenta um perfil de audiência com maior peso de idosos do que a média, registando maior desvio em relação a este valor nos grupos de idade mais jovens (4/14 anos), que têm no canal um peso inferior à média do Universo e nos grupos de idade mais elevados (65 e mais anos), que têm no canal um peso superior à média. Também o peso da classe D e as Donas de Casa têm no canal um peso superior ao que têm no Universo. A RTP2, pelo seu lado, distancia-se da média sobretudo no que diz respeito ao maior peso que aqui têm os residentes no Litoral Centro e ao peso que os indivíduos da classe social A/B têm na sua audiência, um pouco acima da média do Universo. A SIC e a TVI, estações com níveis de audiência superiores aos destes canais para o período em análise, apresentam um perfil mais em linha com a média do Universo. Na SIC têm maior peso que na média os residentes no Interior Norte, bem como os indivíduos mais idosos, os que pertencem às classes sociais mais baixas e as Donas de Casa. Na TVI, os residentes no Litoral Centro e no Sul têm maior peso que no Universo, assim como as mulheres e os indivíduos com mais de 45 anos. Conclusão A televisão é, por excelência, um meio de comunicação audiovisual extremamente importante, em quase todos os aspectos. Por mais que queiramos não conseguimos evitar que a dita “caixinha mágica” exerça, de forma bastante vincada, alguma influência sobre o nosso quotidiano. É, de facto, uma caixinha mágica. Ou deveremos dizer, quem sabe, uma caixinha de “Pandora” mágica? A televisão tem o poder de informar, instruir, educar, e, algumas vezes, violar a privacidade das pessoas. O mais comum dos cidadãos pode tornar-se, de um momento para o outro, numa estrela e até mesmo numa celebridade. Não importa à opinião pública de massa, se o objecto de culto e importância seja, naquele momento mediático um doutor ou mesmo um simples operário fabril. Naquele momento passa do anonimato à alta ribalta. O que está correcto, por vezes, passa a estar incorrecto; o que está incorrecto, passa a estar correcto; o que é bom, passa a ser mal, e daí por diante. A imagem, aliada ao som e vários outros meios tecnológicos, cria-nos algumas ilusões, e, porque não, alguma nostalgia. Por vezes, é tão inconsciente a acto de ligar um aparelho de televisor, que nem sequer nos apercebemos o quão influente se pode tornar nas nossas vidas. Damo-nos por percorrer todos os canais a procura de algo que nos chame a atenção e que alimente, de certa forma, o nosso ego. Um exemplo flagrante disso foi-nos proporcionado com o aparecimento dos canais em circuito fechado (actualmente reconhecido como televisão por cabo). A abundância de canais temáticos faz-nos percorrê-los desenfreadamente com o objectivo único de tentarmos monopolizá-los ao mesmo tempo, sob pena de perdermos algo que eventualmente vai ser assistido por outro telespectador. Intuitivamente tentamos sempre estar à frente de tudo de todos. Não poderemos chamar à isso influencia? Contudo, nem tudo são espinhos. A televisão também constitui um meio de comunicação de utilidade muito significativa. Poder-se-á dizer mesmo de grande utilidade pública. Oferece-nos uma vastíssima quantidade de informações que nos permite estar actualizados quase que em tempo real. Quando ao ensino, permiti-nos conhecer um pouco de quase todos e mais variados temas. O poder da divulgação, transforma-se numa essencial arma de ajuda mútua entre os cidadãos, desde o mais nobre ao mais comum. Quanto à cultura, também nos permite instruirmo-nos acerca dos mais variados temas. Enfim, a televisão é um meio de comunicação, por excelência, importantíssimo para o desenvolvimento do país. Bibliografia/Webgrafia Portugal Século XX – Crónicas em Imagens 1950-1960 (Círculo de Leitores) História do Século XX – Década a Década (Círculo de Leitores) http://sic.aeiou.pt/online/homepage http://www.mediacapital.pt/contentBusinessT1.aspx?hMenuID=25&id=1 http://irrealtv.blogspot.com/2005/11/perigos-graves-da-baby-sitter.html http://antesedepoisld.blogspot.com/2007/07/publicado-em-maputo-moambique-no-jornal_1742.html www.pt.wikipedia.org www.antebolicas.com www.marktest.com http://irrealtv.blogspot.com/2005/12/televiso-os-seus-perigos-e-criana.html
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