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As Culturas do Trigo, Arroz e Batata Autores: Afonso Meireles Instituição: UTAD (Univ. Trás-os-Montes e Alto Douro) Data de Publicação: 10/03/2010 Resumo do Trabalho: O trabalho tem como objectivo principal dar a conhecer as culturas do Trigo, da Batata e do Arroz, dando um conhecimento pormenorizado de lacunas relacionadas com estas três culturas. Ver Trabalho Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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As Culturas do Trigo, Arroz e Batata AMeirelesa, CFlóridob, LMarcosc a
Aluno nº 30358 do curso de Engenharia Agronómica da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro Resumo O trabalho que se segue tem como objectivo principal dar a conhecer as culturas do Trigo, da Batata e do Arroz, dando um conhecimento pormenorizado de lacunas relacionadas com estas três culturas, mostrando as quantidades importadas, os locais de produção em Portugal, a produtividade, o preço praticado e o grau de auto-abastecimento. Palavras chave: Quantidades Importadas, Produção, Produtividade, Grau de Auto-abastecimento. 1. Introdução A agricultura sempre foi uma actividade de interesse económico em Portugal. Ao longo destes anos ocorreram mudanças, não só a nível económico, mas também a nível sociocultural, a nível de novos mercados emergentes e até de métodos e sistemas de agricultura utilizados. Essas mudanças afectaram produções como o trigo, a batata e o arroz, quer em termos de preço, como também de produção, produtividade e áreas cultivadas, e até o grau de auto-abastecimento nestas culturas. 2. Locais de produção Verificou-se que para a cultura do trigo, o Alentejo apresenta-se como a zona com a maior produção,228 718 toneladas,e apresenta um indice de produtividade de 40.3%, já o Algarve apresenta-se como a zona com menor produção, produção essa na ordem das 1 919 toneladas. O Norte do país acaba por ser a zona do país com maior indice de produtividade, indice esse na ordem dos 72%. Quanto à cultura do arroz verifica-se que o Alentejo é a zona do país com maior produção de arroz, produção essa que é de 104 517 toneladas, apresentando um indice de produtividade de 20,8%, sendo mesmo a zona do país com o maior grau de produtividade. O Norte é a zona do país com a menor produção, 0 toneladas. Já na cultura da batata adquire maior relevo no Centro do país sendo que a produção é de 273 093 toneladas, adquire menor relevo na zona Algarvia, sendo que a produção foi de 10 407 toneladas. Quanto ao indice de produtividade, o Norte do país adquire um maior indice, indice esse que é de 9%. Quadro 1: Zonas de Produção das culturas do trigo, arroz e batata em Portugal Continental
Fonte: Estatísticas Agrícolas 2007, Instituto Nacional de Estatística 3. Preços Quanto aos preços verificou-se uma diminuição do preço do trigo na ordem dos 43.4% passando a tonelada de 320€ para 236,3€. Já na cultura do arroz verificou-se um aumento na ordem dos 10.9% passando o custo por tonelada de 430,9€ para 506,6€. Na cultura da batata verificou-se uma diminuição do preço na ordem dos 6.3% sendo que o custo por tonelada passou de 1312,2€ para 12 80,7€ como o quadro que abaixo se segue nos demonstra. Quadro 2: Variação de preços nas culturas do trigo, batata e arroz.
Fonte: “Estatísticas Agrícolas 2007”, Instituto Nacional de Estatística 4. Área cultivada, produção e produtividade 4.4.1 Trigo Relativamente à cultura de trigo, a área cultivada tem vindo a diminuir, estando em 1980, 341 676 ha de Portugal cultivados com trigo enquanto em 2006 essa área diminui para menos de um terço (104 684 ha). Embora a área cultivada tenha diminuído, apesar das variações ao longo dos anos, tem havido um ligeiro aumento de produtividade. Em 1980 a produtividade era de 1 259 kg/ha, atingindo valores de 1 015 kg/ha em 1983, subindo novamente, embora com anos menos produtivos, atingindo valores inferiores a 1 000 kg/ha em anos climaticamente exigentes, como em 2003, atingindo o valor máximo de produtividade de 2 384 kg/ha. Apesar deste ligeiro aumento ao longo dos anos a área cultivada diminui bastante o que causou uma diminuição da produção, como podemos observar que em 1991 e 2006, anos com semelhante produtividade (2 098 kg/ha e 2 384 kg/ha, respectivamente), a produção foi consideravelmente diferente (618 697 toneladas em 1991 e 249 605 toneladas em 2006), devido á diminuição da área de cultivo, pois em 1991 a área cultivada era de 295 874 ha e em 2006 a área estava reduzida a 104 684 ha, dados que podemos observar no quadro 3. Quadro 3: Área de Trigo cultivada, produção e produtividade.
Fonte: “Portugal Agrícola 1980-2006”, Instituto Nacional de Estatística 4.4.2 Cultura de Arroz Na cultura de arroz, a área cultivada diminuiu cerca de 28.14% passando de 35 294 ha de área cultivada em 1980, para 25 392 ha de área cultivada em 2006, isto não tendo em conta os aumentos ou reduções da área cultivada ao longo dos restantes anos. Em termos de produtividade, apesar de ligeiras flutuações ao longo dos anos, subiu cerca de 34.7%, passando de valores que rondavam os 4 500 kg/ha na década de 80 para valores na ordem dos 5 797 kg/ha registados em 2006. Apesar da diminuição considerável da área cultivada de arroz, o aumento da produtividade permitiu obter níveis de produção bastantes semelhantes, havendo diferenças de pouco mais 3 000 t em anos agrícolas normais, sendo a produção em 1980 de 151 860 toneladas e em 2006 de 147 196 toneladas, conforme podemos observar no quadro 4. Quadro 4: Área de Arroz cultivada, produção e produtividade.
Fonte: “Portugal Agrícola 1980-2006”, Instituto Nacional de Estatística 4.4.3 Cultura de Batata A área de batata cultivada diminuiu cerca de 65.8% de 1980 para 2006, apresentando, respectivamente extensões de área cultivada de 120 923 ha e 41 350 ha. Esta diminuição verificou-se de forma gradual a partir de 1986, diminuindo continuamente até 2006. Em termos de produtividade não houve um grande aumento, aumentando de 13 882 kg/ha (valores registados em 1980) para 14 781 kg/há em 2006 (aumento de cerca de 6.5%). Com a grande redução da área de batata cultivada, apesar do aumento da produtividade de 6.5%, a produção nacional de Batata diminuiu 63.6%, registando-se valores de produção de 1 678 656 toneladas em 1980 e em 2006, valores de produção de produção de 611 179 toneladas. Quadro 5: Área de Batata cultivada, produção e produtividade
Fonte: “Portugal Agrícola 1980-2006”, Instituto Nacional de Estatística 5. Grau de Auto-Aprovisionamento Segundo os dados do quadro 6 retirados da publicação “Estatísticas Agrícolas 2008” do INE (Instituto Nacional de Estatística), relativamente à produção total de trigo em Portugal podemos constatar que ao longo dos anos, Portugal tem tido consumos muito superiores à produção nacional utilizável, sendo no ano agrícola 2006/2007 a produção nacional utilizável 1 046 000 toneladas de trigo quando a utilização total interna foi de 4 541 000 toneladas, sendo nesse ano o grau de auto-aprovisionamento (o mesmo que grau de auto-abastecimento) de 24.1%, importando apenas 3 662 000 toneladas perfazendo assim um total de recursos disponíveis de 4 338 000 toneladas, tendo um défice em relação á utilização interna total de 6 000 toneladas. Relativamente à cultura da batata, podemos observar novamente que o grau de auto-aprovisionamento é inferior a 100% (59% em 2006/2007) ou seja a produção interna utilizável foi inferior ao à utilização total interna no triénio 2004/2007, sendo necessário no ano agrícola de 2006/2007 importar-se 456 000 toneladas de batata para perfazer um total de recursos disponíveis de 1 014 000 toneladas para satisfazer um consumo total de 1 024 000 toneladas, havendo assim um défice de batata de 10 000 toneladas. Tendo em consideração a produção de arroz em casca e de arroz em película, podemos constatar que relativamente à produção de arroz em casca que existe novamente défice da produção total interna face à utilização interna, sendo no ano agrícola 2006/2007 produzidos 149 000 toneladas de arroz em casca e utilizadas 169 000 toneladas, sendo o grau de auto-aprovisionamento de 88.2%, importando-se assim 5 000 toneladas existindo ainda assim um défice de 15 000 toneladas. Já em relação ao arroz em película existe excesso face à utilização total interna, havendo um grau de auto-aprovisionamento de 200%, sendo a produção utilizável de 130 000 toneladas sendo a utilização total de 65 000 toneladas, embora se tenha importado 76 000 toneladas, havendo um excesso de 141 000 toneladas. As outras variedades de arroz com valores do balanço de aprovisionamento semelhantes ao caso do arroz em casca são o caso do arroz branqueado e semi-branqueado (longo ou médio e pequeno) enquanto o caso de trincas de arroz se assemelha ao do arroz de película. Quadro 6: Balanço de Auto-Aprovisionamento
Fonte: “Estatísticas Agrícolas 2007”, Instituto Nacional de Estatística 6. Conclusões A nível da extensão de produções podemos concluir que as áreas de produção destas três culturas têm vindo a diminuir, embora em alguns casos a produção não seja muito afectada, devido ao aumento da produtividade dessas culturas. Em relação á produção nacional satisfazer a utilização total podemos concluir que exceptuando algumas variedades de arroz, Portugal é deficitário nestas culturas, como assim estudado nas aulas. Podemos concluir com este trabalho que Portugal, a nível destas culturas tem muita dependência de importações de países com maior produção, estando também como consequência desta dependência associado a diminuição de áreas exploradas e a desvalorização do produto no mercado nacional, devido à importação de países onde os custos de aquisição são mais baratos. 7. Referências bibliográficas: 1-INE, 2008. Estatísticas Agrícolas 2007. Instituto Nacional de Estatística. 1, 42-115. 2-INE, 2008. Portugal Agrícola 1980-2006. Instituto Nacional de Estatística. 1, 1-121.
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