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Trabalhos de Estudantes do Ensino Superior Trabalhos de Engª Agro-Alimentar |
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Marketing Agro-Alimentar - Caract. Cadeia de Distribuição Autores: Cláudio Carvalho, Hugo Costa e Pedro Cardoso Instituição: Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Data de Publicação: 11/03/2010 Resumo do Trabalho: Caso de estudo relativo à Germen - Moagem de Cereais S.A., que assenta o seu negócio em parcerias verticais, que vão desde a produção agrícola de cereais até ao consumidor final. Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Sumário A cadeia de comercialização é um dos pontos mais importantes do marketing das empresas, fundamentalmente a partir da década de 80, quando o mercado agro-alimentar sofreu fortes mudanças. O caso em estudo é relativo ao mercado industrial onde Germen - Moagem de Cereais S.A. se enquadra e, que assenta o seu negócio em parcerias verticais, que vão desde a produção agrícola de cereais até ao consumidor final, passando por intermediários: indústrias de transformação, distribuidores e retalhistas, todos devidamente consertados e organizados para satisfazer o consumidor final, apresentando serviços eficazes, procurando maximizar os lucros e diminuir as despesas. A boa coordenação da cadeia traz inúmeras vantagens das quais se destacam a eficiência, o retorno financeiro, a segurança e maior expansão da rede de distribuição mas também tem contras, dado que falhas de comunicação e conflitos podem ocorrer, assim como outros problemas, que não são controláveis pela cadeia como o clima. Verifica-se também que quanto maior a cadeia maior é o risco de erros, que possam prejudicar o negócio transversalmente. Concluímos também que a cadeia, de facto, funciona, visto que traz satisfação ao cliente, fruto do sucesso de empresas conceituadas com quem a Germen colabora. Palavras-Chave: Cadeia, Comercialização, Indústria, Parcerias, Germen Introdução Desde que a revolução neolítica teve lugar há 10 mil anos, em que o homem passou de recolector a produtor, tem-se vindo a verificar que os locais de consumo se vêm distanciando dos locais de produção[1]. Com as grandes mudanças, ocorridas essencialmente, a partir dos anos 80, na estrutura do mercado agro-alimentar, com as alterações do comportamento e das necessidades do consumidor e, ainda com o desenvolvimento exponencial do comércio, da comunicação e da tecnologia aumentaram as razões para a necessidade do estabelecimento de uma cadeia de parcerias agro-alimentares com vista à comercialização de produtos para consumo. O nosso objecto de estudo está relacionado com os cereais, nomeadamente trigo, centeio e arroz e, toda a sua cadeia de comercialização inerente, onde está envolvida no processo de moagem a empresa Germen - Moagem de Cereais S.A. com fábrica na Senhora da Hora, em Matosinhos[2]. Discussão e conclusões A Germen - Moagem de Cereais S.A. opta por vender as matérias-primas transformadas, como farinha de trigo, farinha de centeio, farinha de arroz e sêmeas[3], a outras empresas da indústria agro-alimentar (ver esquema abaixo) que necessitam dos seus produtos como ingredientes para desenvolverem por sua vez, os seus produtos, como é o caso de pão, bolachas, doces e demais produtos de pastelaria e de panificação. O número de compradores é reduzido, todavia estes têm grande poder financeiro permitindo rendimentos bastante avultados.
Mas a Germen também vende directamente ao consumidor final, em quantidades menos expressivas, como é óbvio. A logística, que envolve toda a cadeia, tem como objectivo, fornecer o máximo valor aos consumidores-alvo e a Germen - Moagem de Cereais S.A. opta, como podemos observar, por negociar fundamentalmente com os produtores agrícolas de países da Europa e do Continente Americano[3] adquirindo trigo, centeio e arroz, transformando-os depois em farinhas de diversos tipos e dos três cereais em causa, para depois fornecer os seus produtos a grandes empresas como a Nestlé, Panrico, Panike, entre outras[2]. Veja-se a gama de produtos transformados por esta indústria de base: Farinha de Trigo T55 Força (para pastelaria), Farinha de Trigo T55 (para pastelaria), Farinha de Trigo T65 Aveirense (para panificação), Farinha de Trigo T65 Corrigida (para panificação), Farinha de, Trigo T65 Corrigida Especial (para panificação), Farinha de Trigo T65 Composta (para panificação), Farinha de Trigo T55 (para bolachas), Farinha de Trigo T80 (Para panificação), Farinha de Trigo T150 (para panificação), Farinha de Centeio T70 (para panificação), Farinha de Centeio T85 (para panificação), Farinha de Centeio T130 (para panificação), Farinha de Centeio T170 (para panificação), Farinha de Arroz (para panificação), Farinha de Trigo de 5Kg (para usos culinários), Farinha de Trigo T55 sem fermento de 1Kg, Farinha de Trigo T55 com fermento de 1Kg, Sêmea de Trigo Grossa e Sêmea de Trigo Fina[4]. A empresa facilita ainda, o processo de fabrico dos Industriais de Panificação, através de um produto especial denominado Unipan, comercializando até quatro formatos diferentes deste produto: Biju, Pão de Forma, Pão de Centeio e Pão de Milho Amarelo[4]. É importante, ainda, referir que as Farinhas de Trigo para panificação dominam metade do volume de vendas desta empresa[2] e, a empresa pode criar produtos específicos a pedido dos clientes[5]. Além da variedade de produtos e da disponibilização de produtos específicos moldável aos interesses dos clientes, a satisfação das empresas-clientes é adquirida através da sua rastreabilidade e da devida certificação dos sistemas de segurança alimentar e de gestão de qualidade[2]. Toda a cadeia de comercialização falha, se cada um dos "patamares" da cadeia falhar, principalmente ao nível da segurança e qualidade dos produtores onde a indústria-base como a Germen toma um papel de grande importância. Portanto, torna-se um ponto-chave atender especialmente, aos processos de desenvolvimento, produção, processamento, armazenamento e transporte e é, por consequência, imperativo, que haja uma cooperação coordenada entre todos os “actores” da cadeia. Até ao consumidor final, os restantes sectores devem assegurar a qualidade dos seus serviços, nomeadamente: Os produtores, asseguram uma produção de qualidade e abastada das matérias-primas a usar pela indústria de base (Germen) e que sustentará toda a cadeia agro-alimentar. É importante referir que existem desvantagens potenciais associadas, como potenciais problemas climáticos ou de contaminações poderem influenciar a produção e o abastecimento da cadeia. As empresas da indústria transformadora, para onde são enviadas as matérias-primas transformadas pela Germen são, essencialmente aquelas ligadas às marcas que atraem os consumidores ou pelo menos as mais sonantes. Neste caso, a Nestlé, Panrico, Panike, Nutraco e Chipima[2]. Além de terem um papel fulcral no armazenamento, processamento e desenvolvimento dos seus produtos, têm que apostar fortemente no marketing optimizando os volumes de venda, que beneficiam toda a cadeia. Os distribuidores, devem assegurar a respectiva distribuição e armazenamento dos produtos fabricados segundo normas de qualidade de forma eficaz, fazendo a “ponte” entre a indústria transformadora e os retalhistas. Uma das desvantagens presentes e, verificada inclusive recentemente no seio da sociedade portuguesa, foi que o descontentamento do sector levando à greve dos seus trabalhadores, afecta toda a cadeia transversalmente. O caso em estudo não fugiu à regra. Os retalhistas, que são o grande (Jumbo, Continente, Intermarché, etc) e o pequeno comércio essencialmente, devem assegurar um armazenamento em condições de segurança, de higiene e de qualidade, segundo normas estabelecidas. Devem ainda, assegurar a divulgação dos produtos desenvolvidos pela cadeia e, a respectiva venda, demonstrando transparência e estabelecendo relações de confiança com o consumidor. Estes são o “rosto” de toda a cadeia. Se falharem, os produtores, transformadores e distribuidores arriscam-se a verem todo o investimento na produção de produtos em risco. Os retalhistas são ainda importantes, na medida que podem fornecer valiosas informações aos restantes sectores da cadeia sobre as necessidades dos consumidores. Portanto, como se pode observar, cada membro da cadeia tem um papel e é especializado em uma ou mais funções, com vista ao alcance do bem comum, que é maximizar os lucros da cadeia ao mesmo tempo que se procura satisfazer o consumidor [6]. Uma boa coordenação nesta cadeia, regida por profissionalismo, transparência e comunicação permite [1]: Maior qualidade de produtos; Riscos de segurança reduzidos; Aumento da eficácia dos recursos materiais e de informação; Maior eficácia de produção; Redução de custos de transacção; Maiores Lucros; Maior abrangência geográfica de mercado e maior expansão da rede de distribuição a baixos custos. Todavia, existem desvantagens potenciais, como as que já vimos anteriormente e também fundamentalmente, se falha a transparência, a comunicação entre as empresas da cadeia de comercialização e também conflitos recorrentes, que poderão ocorrer entre os parceiros. Estas falhas são especialmente comuns quanto maior forem os níveis da cadeia[6]. O sucesso de empresas como a Nestlé, Panrico e Panike, bastante conceituadas na indústria agro-alimentar, pertencentes à cadeia avaliada, permite-nos concluir que a cadeia funciona com grande sucesso satisfazendo o consumidor e gerando lucros transversalmente à cadeia. Bibliografia [1] Tijskens, L. et al. (2001). Food process modelling. 1ª edição, Woodhead Publishing Limited. Cambridge. p.448-462. [2] Empresa. Acedido em: 23, 03, 2009, em: http://www.germoagem.pt/. [3] Processo de Fabrico. Acedido em: 23, 03, 2009, em: http://www.germoagem.pt/. [4] Farinhas. Acedido em: 23, 03, 2009, em: http://www.germoagem.pt/. [5] Produtos. Acedido em: 23, 03, 2009, em: http://www.germoagem.pt/. [6] Kotler P. e Armstrong G. (2001). Princípios de Marketing. 9ª edição, Pearson Prentice Hall. São Paulo. p.307-311. [7] Earle, M. et al. (2001). Food product development. 1ª edição, Woodhead Publishing Limited. Cambridge. p.167.
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