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Trabalhos de Estudantes do Ensino Superior

Trabalhos de Relações Internacionais

 

Título: O FMI e a Crise Financeira Internacional

Autores: Carlos A. Videira, Carlos Palabra, Hugo Venda, João P. Peixoto

Instituição: Universidade do Minho

Data de Publicação: 22/03/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho sobre o papel do FMI na Crise Financeira Internacional, realizado no âmbito do curso de Relações Internacionais.

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O FMI e a Crise Financeira Internacional

 

Universidade do Minho

Escola de Economia e Gestão

Licenciatura em Relações Internacionais

Unidade Curricular de Economia Política Internacional

Introdução

Este trabalho é realizado no âmbito da Unidade Curricular de Economia Política Internacional, leccionada no 1º semestre do 2º ano da Licenciatura de Relações Internacionais na Universidade do Minho, e serve como elemento de avaliação da mesma.

Foi sugerido pelo docente, o Prof. Carlos Alberto Páscoa Machado, que os alunos se juntassem em grupos de 3 ou 4 pessoas e escolhessem um dos temas presentes numa lista elaborada pelo professor.

O nosso grupo, depois de uma profunda reflexão, escolheu o tema “O FMI e a crise financeira internacional”. Esta escolha deveu-se sobretudo à actualidade desta temática.

Nos últimos tempos, FMI tem sido uma das siglas mais presentes nos discursos dos responsáveis políticos e nas notícias que vêm a público através dos meios de comunicação social.

Com a falência do banco Lehman Brothers em 2008, que precipitou a actual crise financeira internacional que ainda nos atinge, várias economias sofreram danos graves entrando em declínio acentuado ou até mesmo em situações de falência técnica em alguns casos.

Nesse contexto, vários países com economias frágeis e contas públicas desequilibradas, foram obrigadas a recorrer ao Fundo Monetário Internacional, no sentido de ultrapassar as dificuldades a que se viam obrigadas a fazer face. São exemplos recentes, os casos da Grécia e da Irlanda, países periféricos da Zona Euro.

Actualmente, fala-se também de uma “iminente” chegada do FMI ao nosso país, sobretudo depois dos juros da dívida pública terem atingido em Novembro os 7%, valor que o Ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, definiu como “máximo de juros suportáveis por Portugal”[1].

Neste contexto, o FMI recuperou a sua importância e é hoje das instituições económicas mais em voga com o advento da crise financeira internacional.

            Ao longo deste trabalho iremos procurar explicar melhor como surgiu o Fundo Monetário Internacional, qual a sua função e objectivos, bem como abordar a sua actuação nos últimos tempos em alguns países, nomeadamente a Islândia, a Grécia e a Irlanda, fazendo também por fim uma pequena referência à possibilidade de uma intervenção em Portugal.

O Fundo Monetário Internacional

Foi em 1944, em Bretton Woods, que foi criado o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esta organização internacional tem como objectivo ajudar a resolver situações de desequilíbrios na Balança de Pagamentos dando assistência aos países cujas economias estão em dificuldades, de modo a evitar a adopção de medidas que de certo modo sejam restritivas ao comércio.

Na altura da sua criação, os países membros comprometiam-se a manter fixas as suas taxas de câmbio, sendo que os Estados Unidos da América ficavam responsáveis pela conversão do dólar em ouro de forma a evitar as consequências negativas que antes tiveram lugar entre a I e a II Guerra Mundial, em que se deu a ruptura do sistema do padrão-ouro.

O FMI tem como função dar assistência monetária aos seus países membros. Os Estados em dificuldades solicitam a concessão de créditos ao FMI, que disponibiliza a sua ajuda financeira através da aplicação de certas “políticas e mecanismos de crédito em função da natureza dos problemas macroeconómicos ou estruturais e também consoante as modalidades e o grau de condicionalidade”[2].

O FMI também tem como função o aconselhamento técnico e a supervisão económica e financeira dos seus estados-membros.

A vigilância monetária é outra das suas responsabilidades, sendo normalizada por um “código de boa conduta”. De princípio, o FMI actuava como guardião da disciplina monetária dos países membros com o objectivo de manter estáveis as suas taxas de câmbio. Os governos, por sua vez, estavam responsáveis por assegurar a convertibilidade das suas moedas e eliminar de forma gradual as restrições às trocas comercias, através do respeito pelo código monetário mínimo.

O FMI está ainda responsável pela emissão de uma moeda escritural internacional. São os Direitos de Saque Especiais (DSE).

Cada estado membro tem um voto que é proporcional à sua quota no Fundo, sendo que a quota é um certo volume de Direitos de Saque Especiais. Dessa forma, o sistema de votação assenta num critério de proporcionalidade que é definido em função da quota de cada um dos seus membros.

A quota é determinada por um sistema de ponderação de vários elementos, dos quais se destacam o Produto Nacional Bruto no Produto Mundial e o peso do país no comércio internacional.  

Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha, França e Japão são os países que detêm as quotas de capital mais elevadas, sendo donos de mais de 40% dos votos.

O FMI é constituído por uma Direcção Executiva, liderada actualmente pelo francês Dominique Strauss-Kahn, e que é responsável pela sua gestão corrente. É composta por 24 administradores, sendo que oito dos quais são nomeados pelos Estados com maiores quotas. China, Rússia e Arábia Saudita têm igualmente direito a um administrador. Quanto aos outros administradores, estes são eleitos para mandatos com a duração de dois anos, por grupos de países com afinidades linguístico-culturais.

Este método de constituição da Direcção Executiva faz com que o FMI seja alvo de muitas críticas, sobretudo por parte dos países menos desenvolvidos, que o consideram um instrumento dos países ricos e desenvolvidos.

A Crise Financeira Internacional

A crise financeira internacional foi desencadeada pela falência do banco norte-americano Lehman Brothers, cujo colapso provocou um efeito dominó na economia internacional com grandes instituições financeiras a entrarem em bancarrota, num processo que ficou conhecido internacionalmente como a “crise dos subprimes”.

A quebra das instituições norte americanas deveu-se à concessão de empréstimos a clientes sem comprovação de renda, trabalhadores sem contrato efectivo e com um péssimo historial de crédito, indivíduos que não possuíam valores que serviam como garantias aos empréstimos. Esta sobreposição de dívidas só era obtida devido a permanência do valor dos imóveis em alta.

Entretanto, a valorização sucessiva dos imóveis possibilitava obter novos empréstimos, cada vez maiores de forma a liquidar os anteriores que estavam em atraso, atribuindo o mesmo imóvel como garantia, renovando a sua hipoteca.

A queda do preço dos imóveis arrastou diversos bancos para um estado de insolvência. A subida das taxas de juros provocou o aumento do pagamento das hipotecas e com isso o volume de negócios com imóveis diminuiu e a actividade financeira desacelerou.

Após a queda do Lehman Brothers, deu-se a falência técnica da maior agência seguradora dos Estados Unidos da América, a AIG (American International Group).

Em poucas semanas, a crise financeira atravessou o Atlântico e a Europa foi contagiada pela crise financeira, dado que muitos bancos europeus possuíam expressivas quantidades de títulos financeiros dos bancos que entraram em colapso nos Estados Unidos da América. Várias instituições europeias anunciaram perdas colossais que provocaram um maior clima de desconfiança a nível global.

Na tentativa de evitar o efeito dominó, os bancos centrais foram obrigados a injectar liquidez no sistema bancário, de modo a evitar mais casos de insolvência e de bancarrota.

A 7 de Outubro de 2008, o Fundo Monetário Internacional anunciou que as perdas decorrentes das hipotecas do mercado imobiliário e do total dos créditos de “subprime” já se contabilizavam em 1.4 triliões de dólares e 12.3 triliões, respectivamente.[3]

A Crise Financeira Internacional e a Intervenção do FMI

Aquando da reunião do G-20 em Novembro de 2008 em Washington, o FMI elaborou um conjunto de documentos e de relatórios com a finalidade de retirar alguns ensinamentos e recomendações acerca das consequências da crise internacional para a regulação financeira e para a política macroeconómica. Ao todo, vieram a público quarenta e uma recomendações.

Destacam-se nas recomendações, a maior pro-actividade e cooperação dos reguladores financeiros, o alargamento do perímetro de actuação da regulação e o desejo de que os bancos centrais se deixem de preocupar apenas com a inflação, mas passem a prestar atenção ao impacto das suas políticas em aspectos como o preço dos imóveis.

Retiram como lição primordial da actual crise que incentivos e interacções erradas ou imperfeitas nos sistemas financeiros modernos podem ter consequências macroeconómicas enormes.

Apontam como caminho a seguir a eliminação da parte não regulada do sistema financeiro, o fim dos incentivos para com as instituições financeiras de envergadura demasiado elevada, uma vigilância dos sistemas de remuneração por incentivos e a ciclicidade das regras de regulação, uma maior preocupação dos bancos centrais com a estabilidade financeira, a elaboração de modelos a nível global de aviso sobre a acumulação de riscos sistémicos da economia e a reforma do modelo de governação do FMI procurando reequilibrar forças entre os países do Norte e países do Sul.

Muitas das reformas supra-citadas já haviam sido propostas por variados economistas e críticos da economia global no passado sendo constantemente ignoradas.

No entanto, foi necessário que uma crise desta dimensão se abatê-se sobre o sistema financeiro internacional, para que o Fundo Monetário Internacional, os Estados e as instituições internacionais as adoptassem e as tivessem em conta.

É certo que as consequências não se adivinhavam de tal forma catastróficas mas a responsabilidade poderá ser atribuída aos governos, aos bancos centrais e aos reguladores financeiros que promoveram um sistema especulativo de crescimento selvagem do capital, não dando a devida relevância às opiniões e previsões dos mais conceituados especialistas.

O forte abalo que a crise financeira internacional constituiu obrigou o Fundo Monetário Internacional a realizar reformas de modo a modernizar as suas actividades e aperfeiçoar a sua resposta às necessidades dos países membros.

Nesse sentido, o Fundo Monetário Internacional respondeu com prontidão definindo novos automatismos para a combater como o aumento do crédito para enfrentar a crise e a elaboração de previsões em política económica com base na experiência das crises anteriores.

As formas de concessão de crédito e de empréstimo foram adequadas às necessidades e às capacidades de cada estado membro, havendo novas normas e uma maior flexibilidade, anulando as condicionalidades rígidas da cedência de crédito. Houve também uma renovação da linha de crédito para mercados emergentes bem governados.

Foi ainda criada uma rede de protecção financeira para que a crise não se alastrasse.

Por fim, houve uma tentativa de aperfeiçoar as redes de protecção social, através do apoio às populações mais pobres.

Já em Novembro de 2010, o FMI afirmou que foi o fosso entre ricos e pobres que esteve na origem da crise financeira internacional defendendo que as políticas redistributivas são as mais eficientes, dado que foram as desigualdades na distribuição dos rendimentos que levaram à explosão da crise financeira no ano de 2008.

Essa foi igualmente, segundo os técnicos dos FMI, a causa da Grande Depressão.

Michael Kumhof e Romain Rancière afirmam que o grande aumento dos rendimentos por parte da fracção mais rica da sociedade, bem como o aumento do recurso ao crédito e a subida contínua do endividamento têm graves consequências na economia mundial, pois geram fragilidades financeiras.

O estudo recomenda a aplicação de políticas redistributivas preventivas, de modo a impedir o endividamento excessivo, que caracterizou o período anterior à explosão da crise financeira internacional, com o aumento dos créditos “subprimes”. Segundo este estudo, os resgates e/ou reestruturações da dívida pública são apenas um remendo pouco eficaz na resolução das crises financeiras.

A Intervenção do FMI em alguns países

Nos últimos dois anos e meio o FMI interveio em vários países cujas economias estavam em dificuldades devido ao desequilíbrio das contas públicas.

Nesta fase do trabalho iremos abordar a intervenção em três casos concretos (Islândia, Grécia e Irlanda).

Islândia

A Islândia foi o primeiro país a sentir na pele a gravidade da crise financeira internacional tendo estado à beira da bancarrota logo em Outubro de 2008.

Tal ficou a dever-se ao excessivo endividamento à banca e ao crédito mal parado. O primeiro banco a ser nacionalizado foi o Glitnir, terceiro maior banco do país, que havia declarado falência técnica.[4]

Depois, gerou-se uma enorme falta de confiança junto dos investidores e dos depositantes que levou posteriormente à nacionalização do Landsbanki e do Kaupthing, os dois maiores bancos islandeses, de modo a evitar o colapso de todo o sistema financeiro do país.

O governo da Islândia viu-se assim obrigado a recorrer ao FMI e a negociar com ele uma possível ajuda para sair da difícil situação em que se encontrava.

Dessa forma, o FMI avançou com um plano de resgate na ordem dos 2,1 mil milhões de euros, destinado a ajudar o país a ultrapassar a falta de liquidez.

Desse total, 827 milhões de dólares foram desbloqueados de forma imediata, sendo que o restante foi pago em oito tranches, sujeitos a uma revisão trimestral levada a cabo pelo FMI.

A Islândia foi assim o primeiro país da Europa Ocidental a receber um empréstimo do FMI em mais de trinta anos.[5]

A instituição notou nos últimos tempos que a economia do país se vem estabilizando e que a dívida pública tem vindo a ser reduzida de forma eficaz, através da implantação constante de programas de políticas de estabilização.

Grécia

A economia da Grécia foi caracterizada na última década pelos elevados gastos de dinheiros públicos que não poderiam ser compensados pela receita do Estado.

A solução encontrada pelos responsáveis governamentais foi o constante pedido de empréstimos, algo que foi feito de uma forma irresponsável, dado que o juro não poderia ser de forma alguma pago dentro dos prazos estipulados. Assim sendo, a Grécia enfrentou dificuldades para refinanciar as suas dívidas e despertou preocupação entre investidores de todo o mundo sobre sua situação económica e financeira.

A par desta situação, a Grécia é um país que à semelhança de outros estados membro da União Europeia, tem uma cultura de evasão fiscal, prática generalizada no país, o que inviabiliza uma correcta, constante e previsível recolha da receita proveniente dos diferentes impostos.

Havia portanto um desequilíbrio abrupto entre a receita e a despesa. O défice atingiu mesmo os 13,6% do PIB (Produto Interno Bruto), quatro vezes superior ao permitido pela Zona Euro, recorde-se 3%.

Como tal o crédito começou a ser cada vez mais difícil de obter e com uma economia desacreditada no que respeita à sua recuperação, o país já não gozava de qualquer credibilidade e não dava provas de segurança no cumprimento das dívidas.

Para solucionar o problema, o governo helénico elaborou planos com medidas de austeridade que previam uma redução do défice para 8,7% até ao final de 2010 e para um valor inferior a 3% até ao final do ano de 2012.

As medidas para atingir tais objectivos passariam pelo congelamento dos salários do sector público, um aumento da carga fiscal, aumento da idade de reforma, bem como um aumento dos preços de bens como os combustíveis, entre outros.

Com a austeridade imposta pelo governo a reacção da população foi violenta com manifestações e greves com grande adesão que paralisaram o país durante dias e chamaram a atenção da comunidade internacional, tal foi o grau de agitação e de insegurança, que reflectiam o descontentamento generalizado e a desesperança.   

Com todo este panorama de falência do estado, revelou-se impossível o cumprimento das suas obrigações, compreendidas em 10 mil milhões de euros, até ao dia 9 do passado mês de Maio de 2010.

A Grécia viu a sua situação tornar-se insustentável e adivinhava-se como inevitável o pedido de auxílio ao Fundo de Estabilização Europeu da UE e consequentemente ao FMI.

A 1 de Maio de 2010, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou que o seu Executivo chegou a acordo com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional acerca de um pacote de ajuda financeira à Grécia.[6]

O acordo, negociado desde meados de Abril, adivinhava grandes sacrifícios para os gregos, mas que no entender dos responsáveis governamentais são necessários de modo a evitar a falência do país.

Foram negociados os trâmites do empréstimo a três anos que compreendeu um montante de 110 mil milhões de euros cabendo à Alemanha a maior parcela de cerca de 22% do total.

Presentemente, valores emitidos tanto do défice como das previsões do cumprimento dos prazos estipulados no empréstimo, revelam incoerências e discrepâncias.

Alguns dos analistas e até mesmo a UE já referiram que existe a possibilidade de os valores iniciais não terem sido correctamente avaliados e consequentemente, os prazos bem como os valores do défice, dificilmente serão cumpridos.

Estima-se que o valor da dívida e a debilidade do sector produtivo do estado grego seja algo superior ao que inicialmente fora divulgado.

Assim sendo, o novo orçamento do estado para o ano de 2011 prevê um mais austero e rigoroso plano tanto no que respeita à fiscalidade como nas diferentes taxas dos mais diversos produtos com o objectivo de atingir o patamar máximo de 3% no final do ano de 2012.  

Irlanda

A Irlanda foi mais um dos países da periferia da Zona Euro a sentir os efeitos da crise de forma muito profunda, pese embora durante muitos anos tenha sido considerada o “bom aluno” da União Europeia pela boa aplicação que fez dos fundos comunitários que recebeu e pela pujança aparente da sua economia.

A Irlanda gozou de um crescimento muito rápido do crédito, crescimento esse que alimentou uma espécie de “bolha” imobiliária que acabou por permitir o aumento da exposição dos bancos ao mercado imobiliário, tornando este cada vez mais frágil e vulnerável aos desequilíbrios causados pela especulação financeira.

Nesse sentido, quando a crise financeira internacional se alastrou até à Europa, essa tal “bolha” imobiliária acabou por deflacionar provocando graves perdas para a sua população, dado que o valor das suas habitações e dos seus imóveis desceu cerca de 34%. O investimento, por seu lado, caiu também ele drasticamente e as taxas de desemprego aumentaram 4% em 2007 e 13% em 2010.

Este cenário de recessão fez aumentar a pressão internacional e obrigou os responsáveis governamentais a aplicarem várias medidas de austeridade que nunca se revelaram suficientes para acalmar os mercados internacionais.

Tal situação fez com que a Irlanda não tivesse outra opção senão recorrer à ajuda externa, de modo a evitar a bancarrota, dado já não ter credibilidade junto do exterior para o convencer a vender-lhe crédito a preços razoáveis[7].

Dessa forma, a Irlanda foi o segundo país da Zona Euro a recorrer ao Fundo de Estabilização Europeu da UE e ao Fundo Monetário Internacional, de forma a proteger a estabilidade financeira da União Europeia e da Zona Euro.

Este pedido aumentou a contestação do povo irlandês que encarou o pedido de ajuda como uma humilhação, temendo os sacrifícios que estão para vir.[8]

Esta situação gerou um enorme descontentamento e à crise financeira juntou-se uma crise política com a demissão do primeiro-ministro irlandês.

A 16 de Dezembro de 2010, o Fundo Monetário Internacional aprovou um programa de apoio à economia irlandesa na ordem dos 22,5 mil milhões de euros, de forma a contribuir para a estabilização financeira e revitalização da economia.[9]

Este programa tem a duração de três anos e faz parte do pacote de ajuda internacional à Irlanda que está na ordem dos 85 mil milhões de euros, esperando-se que desta forma a Irlanda possa recuperar a confiança dos mercados e voltar a fazer a sua economia crescer.

A Irlanda paga uma taxa de juro na ordem dos 5,8% pela ajuda de 85 mil milhões de euros.

O pacote internacional de ajuda conta com 45 mil milhões de euros provenientes da União Europeia e 17,5 mil milhões oriundos das reservas internacionais do país, de modo a estabilizar a dívida pública.

Este programa prevê também a poupança de cerca de 15 mil milhões de euros até ao final de 2014.

Dado que os bancos irlandeses estão na origem desta crise, o FMI tem também como objectivo a identificação dos viáveis, devolvendo-lhes a saúde financeira. Nesse sentido irá incentivar os bancos a crer no financiamento baseado no mercado, reforçando ao mesmo tempo, a supervisão e a regulação bancária.

Uma última condição importante para a Irlanda poder recuperar o seu sector bancário é a redução da incerteza fiscal.

A iminência da chegada do FMI a Portugal

A sigla FMI tem estado na ordem do dia nos últimos tempos no nosso país.

Portugal foi um dos países da periferia mais afectados pela actual crise financeira internacional e os sucessivos Programas de Estabilidade e Crescimento (PEC) não têm ajudado a acalmar os mercados internacionais que continuam a pressionar o nosso país.

Desde há alguns meses que se fala com cada vez mais insistência numa possível intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal, embora os responsáveis políticos se esforcem em afastar essa possibilidade.

No entanto, teme-se, sobretudo depois da intervenção externa na Grécia e na Irlanda, que exista um efeito de contágio que venha mais cedo ou mais tarde a afectar Portugal e obrigar o governo a pedir ajuda ao Fundo de Estabilização Europeu da UE e ao Fundo Monetário Internacional.

Estima-se que o défice português seja cerca de 7,3% do PIB, tendo já ultrapassado há muito o limite de 3% estipulado para os países da Zona Euro e estando numa situação de elevada fragilidade económica.

Apesar de não ter atingido os valores dos países anteriormente analisados (Islândia, Grécia e Irlanda), Portugal tem como principal debilidade a falta de competitividade da sua economia, devido a problemas estruturais, que têm mostrado uma incapacidade em aumentar consideravelmente a sua produtividade.

Desse modo, a insustentabilidade orçamental parece cada vez mais próxima e o colapso da economia é temido pelos responsáveis governamentais, sendo que o Fundo Monetário Internacional já se demonstrou disponível para intervir, "no caso de Portugal não conseguir assegurar a sustentabilidade orçamental e estiver em problemas”[10].

Esta é de facto uma possibilidade que se tem revelado cada vez mais forte dado que a economia não cresce, a dívida externa atinge valores muitos elevados e os mercados estão cada vez mais instáveis.

O crescimento lento e quase residual da nossa economia na última década é identificado também como uma das principais causas para a situação em que Portugal se encontra.

Apesar da realidade se apresentar cada vez mais complicada, as instituições estrangeiras continuam a acreditar que com uma correcta e apertada governação económica de controlo da despesa pública, o governo português pode conseguir ultrapassar esta crise sem ter a necessidade de solicitar ajuda externa, facto que constituiria um rude golpe na credibilidade externa do país.

A aprovação do Orçamento Geral do Estado para o ano de 2011, que incluía vários cortes na despesa pública, bem como o aumento da receita, sobretudo através da subida de impostos, foi visto como fundamental pelos responsáveis governamentais para conseguir um alívio dos estrangulamentos no crédito.

Esta foi no entanto uma negociação muito difícil entre o Governo e o Partido Social Democrata, que chegou a ameaçar votar contra mas depois se absteve, sendo que houve ainda uma forte contestação social levada a cabo sobretudo pelos sindicatos que convocaram para o dia 24 de Novembro de 2010 a primeira greve geral em mais de vinte anos[11].

Apesar disso, o Orçamento de Estado foi mesmo aprovado, tendo como medidas mais austeras o aumento do IVA e cortes nos salários da função pública que foram até aos 10%[12].

Os problemas centram-se agora na capacidade de execução deste orçamento, visto que apesar de aprovado o orçamento, a pressão sobre o país não tem abrandado, antes pelo contrário.

Nas últimas semanas Portugal tem sido tema cada vez mais recorrente na imprensa económica internacional devido ao aumento dos juros da dívida pública e ao risco cada vez mais elevado de ser necessário recorrer à ajuda financeira do Fundo de Estabilização Europeu da UE e do Fundo Monetário Internacional[13].

Dessa forma, esta é uma questão em aberto, cujas probabilidades são neste momento muito fortes.

Projecções do FMI para o ano 2011

O Fundo Monetário Internacional actualizou as suas projecções para o ano de 2011 com um crescimento mundial de 4.4% este ano, uma projecção que excede a anterior projecção, feita em Outubro, que apontava para um crescimento de 0.2% da economia mundial.[14]

Este crescimento económico deve-se sobretudo ao novo pacote de medidas adoptadas pelos Estados Unidos da América. De acordo com a projecção, os Estados Unidos da América, a maior economia mundial, deverá crescer mais 0.7% face a anterior previsão feita pelo Fundo Monetário Internacional.

O Japão irá usufruir também de um crescimento económico na ordem dos 1.6%, devido às suas novas medidas que irão possibilitar um crescimento moderado da sua economia.

Esta actualização das projecções do FMI revela que a anterior projecção elaborada em Outubro estava correcta relativamente à Zona Euro, pois o que foi previsto em Outubro mantêm-se com a Alemanha a ser a economia com maior crescimento, crescendo cerca de 2.2%.

Já no que diz respeito às economias emergentes, o FMI prevê um crescimento do seu Produto Interno Bruto na ordem dos 6.5%, excluindo a África Subsariana e os países asiáticos dado que estes terão um aumento do seu PIB na ordem dos 5.5%. Tal deve-se ao apetite mundial pelas suas matérias-primas que tem aumentado substancialmente.

O FMI alerta que as tensões da Zona Euro se podem alastrar a outros países europeus provocando um grande risco para o crescimento económico mundial.

As preocupações com o mercado imobiliário, a subida dos preços das matérias-primas e a falta de progresso na formulação de orçamentos poderão retrair a economia mundial.

Os mercados emergentes actualmente representam cerca de 40% do consumo mundial e mais de 2/3 do crescimento mundial e uma possível diminuição das trocas nestas economias provocaria um sério impacto na recuperação económica mundial.

O Fundo afirma que apesar dos seus esforços há o risco de sobreaquecimento e de formação de “bolhas” nos mercados emergentes devido aos altos fluxos de capital em direcção a estas economias.           

Conclusão

Tal como foi dito na introdução deste trabalho, o nosso grupo escolheu este tema sobretudo devido à sua actualidade. Embora esta sigla já faça parte do nosso dia-a-dia há bastante tempo tínhamos um grande desconhecimento relativamente ao Fundo Monetário Internacional. Ao longo deste trabalho procuramos aumentar o nosso conhecimento acerca desta instituição internacional e abordar a sua acção no contexto da actual crise financeira internacional que nos afecta desde 2008, sendo o nosso país um dos mais afectados na Zona Euro, falando-se cada vez mais de uma possível intervenção externa.

A actual crise financeira que o mundo atravessa é a crise mais grave de que há memória nos últimos 80 anos. Embora tenha tido a sua origem nos Estados Unidos da América rapidamente se alastrou chegando à Europa e deixando bem patentes as fragilidades das economias de vários países periféricos que entraram em recessão acentuada com graves desequilíbrios nas contas públicas.

 O Fundo Monetário Internacional, criado no rescaldo da II Guerra Mundial passava por uma fase de menos importância e relevância mas rapidamente foi chamado a intervir de modo a ajudar as economias em dificuldade.

O primeiro caso registou-se na Islândia. Este pequeno país do Norte da Europa com cerca de 313 mil habitantes foi obrigado logo no Outono de 2008 a nacionalizar os seus três principais bancos e chamar o FMI para evitar a bancarrota.

Seguiram-se outros países europeus da periferia que estavam inseridos na Zona Euro embora já há muito tivessem ultrapassado o limite de 3% de défice do PIB definido para todos os seus países membros. A Grécia foi o primeiro país a pedir ajuda na Primavera de 2010, tendo-se seguido a Irlanda no Outono seguinte.

Neste momento é Portugal que está sob pressão, havendo uma forte possibilidade de uma intervenção nos próximos tempos.

As razões para o falhanço destas economias são diversas e vão desde a especulação financeira até à falta de competitividade. Em comum têm um péssimo controlo das contas públicas e um problema de credibilidade junto dos mercados o que dificulta a concessão de crédito para financiar a dívida externa, o que contribui para o aumento das taxas de juro.

A última solução para a salvação destes países é a ajuda externa do Fundo de Estabilização Europeu da UE e do FMI.

No entanto, e apesar de no caso da Islândia por exemplo se verem resultados que apontam para uma estabilização da economia, esta ajuda vem acompanhada de fortes medidas de austeridade que têm como consequência graves convulsões sociais, bem patentes na contestação exercida pelos sindicatos que têm convocado com frequência greves gerais e manifestações, nem sempre muito pacíficas.

A tudo isto, podem juntar-se também crises políticas tal como aconteceu na Irlanda com a demissão do Governo.

Entretanto nos últimos tempos o FMI tem vindo a público defender a diminuição do fosso entre ricos e pobres, que acredita ser a principal causa desta crise financeira internacional por ter contribuído de forma decisiva para o aumento do endividamento.

Bibliografia

Livros:

Pinto, Maria do Céu. “O Papel da ONU na Criação de uma Nova Ordem Mundial”. Lisboa: Prefácio, 2010.

Sites:

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S/A. Economia & Negócios. “Grécia, União Europeia e FMI acertam pacote de ajuda”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,grecia--uniao-europeia-e-fmi-acertam-pacote-de-ajuda,not_16204.htm

S/A. Económico. “Intervenção do FMI em Portugal «não é o fim do mundo»”. Consultado em 25 de Janeiro. http://economico.sapo.pt/noticias/intervencao-do-fmi-em-portugal-nao-e-o-fim-do-mundo_102095.html

S/A. Euronews. “Irlanda: Da crise financeira à crise política”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. http://pt.euronews.net/2010/11/23/irlanda-da-crise-financeira-a-crise-politica/

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[1] S/A. Jornal de Notícias. “Juros da dívida pública ultrapassam os 7%”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1706451

[2] Maria do Céu Pinto; “O Papel da ONU na Criação de uma Nova Ordem Mundial”; Prefácio; 2010; p. 137

[3] S/A. BBC Brasil. “FMI: pior da crise financeira ainda está por vir”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200810071335_BBB_77505082&idtel=

[4] S/A. TSF. “Islândia à beira da bancarrota”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1023134&page=-1

[5] S/A. Expresso. “Crise Financeira FMI aprova empréstimo de 2,1 mil milhões de euros para a Islândia. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://aeiou.expresso.pt/crise-financeira-fmi-aprova-emprestimo-de-21-mil-milhoes-de-euros-para-a-islandia=f457865

[6] S/A. Expresso. “Crise Financeira Grécia, EU e FMI chegam a acordo sobre pacote de ajuda a Atenas. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://aeiou.expresso.pt/crise-financeira-grecia-ue-e-fmi-chegam-a-acordo-sobre-pacote-de-ajuda-a-atenas-primeiro-ministro-grego=f579986

[7] S/A. Diário de Notícias. “Irlanda abre falência e pede socorro ao FMI/UE”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1717053&page=2

[8] S/A. Euronews. “Irlanda: Da crise financeira à crise política”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://pt.euronews.net/2010/11/23/irlanda-da-crise-financeira-a-crise-politica/

[9] S/A. Sol. “FMI aprova apoio de 22,5 mil milhões de euros à Irlanda”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=7189

[10] S/A. Económico. “Intervenção do FMI «não é o fim do mundo»”. Consultado em 25 de Janeiro de 2011. Disponível em http://economico.sapo.pt/noticias/intervencao-do-fmi-em-portugal-nao-e-o-fim-do-mundo_102095.html

[11] S/A. i online. “CGTP e UGT anunciam greve geral conjunta para 24 de Novembro. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://www.ionline.pt/conteudo/82192-cgtp-e-ugt-anunciam-greve-geral-conjunta-24-novembro

[12] S/A. FinançasPT. “Aprovado Orçamento de Estado 2011, que sobe o IVA e corta salários”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://www.financaspt.com/site/economia/contas-publicas/144-aprovado-orcamento-de-estado-2011-que-sobe-o-iva-e-corta-salarios

[13] S/A. Público. “Sócrates diz que Portugal não vai pedir ajuda externa que porque “não precisa”. Consultado em 24 de Janeiro de 2011. Disponível em http://economia.publico.pt/Noticia/socrates-portugal-nao-vai-pedir-ajuda-externa-porque-nao-precisa_1474631

[14] S/A. Público. “FMI revê em alta crescimento mundial para este ano”. Consultado em 25 de Janeiro de 2011. Disponível em http://economia.publico.pt/Noticia/fmi-reve-em-alta-crescimento-mundial-para-este-ano_1476964

 

 

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