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Trabalhos de Epistemologia

 

Renascimento e a Nova Atitude Epistemológica

Autores: Joana Ademar

Instituição: Universidade do Algarve

Data de Publicação: 20/01/2007

Resumo do Trabalho: Trabalho de Psicologia que procura demonstrar em que sentido o Renascimento veio trazer uma nova atitude epistemológica face ao modelo anterior.

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Renascimento e a Nova Atitude Epistemológica

Em que sentido o Renascimento veio trazer uma nova atitude epistemológica face ao modelo anterior?

Com a queda do Império Romano, em 476, inicia-se a Idade Média, que se prolongará até 1453. O mundo passa por um período também denominado “Idade das Trevas”.

Nesta época, a Igreja exercia grande influência, quer nas ideias que circulavam, quer nas artes, quer até no dia-a-dia das pessoas. É o tempo da repressão e da chamada “caça às bruxas”. Predominava a ideia de que o universo não era infinito, pois tudo nele girava em torno da terra – Teoria Geocêntrica. Deus era o centro de todas as coisas (Teoria Teocêntrica), era a forma pura e imaterial do universo; causa primeira e última de toda a realidade; motor imóvel da criação.

Socialmente, além da repressão da Igreja, é uma época predominantemente rural, o analfabetismo e a ignorância são colossais e a descentralização do poder possibilita o desenvolvimento do feudalismo.

A ciência sofre uma estagnação durante esta época, em algumas áreas, sofre até algum retrocesso. É o caso da Astronomia e da Cosmogonia: o homem da Idade Média sabe menos sobre cosmos do que a Grécia, dezanove séculos antes.

A partir de 1450, a humanidade entra no período do Renascimento. Iniciado na Itália, difunde-se pela Europa entre os séculos XV e XVI. Proporciona uma mudança de pensamento do homem perante o mundo: o homem já não vive dominado pela Igreja, já não se satisfaz com as explicações místicas e mitológicas que esta lhe apresenta. Encontra respostas e valores em si próprio e na natureza.

A transformação da sociedade feudal numa sociedade burguesa, em que o valor próprio tem mais importância que os lanços de sangue, vai proporcionando a descoberta do homem, das suas capacidades e do seu poder.

Enquanto que o homem da Idade Média esperava pacientemente que Deus lhe oferecesse a verdade sobre os fenómenos naturais e o universo através de reminiscências, o homem renascentista é o homem enciclopédico: curioso, interessa-se por tudo o que o rodeia e possui competências em várias áreas, procura por si próprio a verdade do universo.

É uma época em que predomina a Teoria Antropocêntrica: o homem encontra-se no centro do universo, tem poder para escolher o seu próprio caminho e o seu próprio fim, cria-se e destrói-se sem necessitar de um poder superior.

Segundo Nicolau de Cusa, um autor considerado o ponto crucial da viragem entre uma metafísica do ser para uma metafísica do sujeito, o Renascimento é o período da grande descoberta do homem e da natureza: o homem acaba de descobrir o seu poder criador. Tal como Deus cria os objectos e as coisas, a mente humana cria imagens e noções dessas coisas. Se conhecer é assimilar, não deixa de ser também criar. O homem ocupa o lugar intermédio entre Deus e o universo, une em si mesmo o superior ao inferior, o inteligível ao sensível.

As ciências, as artes, a filosofia sofrem grandes avanços e renovações. Com a utilização do método experimental, os fenómenos naturais deixam de ser um mistério tão grande. Com, por exemplo, a realização de autópsias, a anatomia humana começa a ser mais conhecida. Os antes grandes mistérios do universo, começam a ser desvendados, graças à grande curiosidade que caracteriza o homem renascentista. Além disso, a arte é muito pronunciada, uma vez que os elementos mais ricos das sociedades faziam questão de promover todo o tipo de acontecimentos culturais e artísticos, além de financiarem directamente um ou outro artista em particular.

Podemos assim verificar que entre uma época e outra existem diferenças a todos os níveis. Em relação à visão de si próprio, do mundo ou da natureza, o homem cria novas concepções, novas ideias e teorias. O real é matematizado, o que ajuda à compreensão de alguns fenómenos.

Há como que um “renascer” do homem, em que este se liberta das pressões da Igreja e de um Deus castrador, omnipresente e omnisciente, procurando em si mesmo e por si mesmo, a verdade do universo.

 

 

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