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História - 9º ano
Sociedade e cultura
num mundo de mudança
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Autor: Ana Atalaia Santarém Data de Publicação: 01/01/2006 N.º de páginas visitadas neste site (desde 15/10/2006): SE TENS TRABALHOS COM BOAS CLASSIFICAÇÕES ENVIA-NOS (DE PREFERÊNCIA EM WORD) PARA notapositiva@sapo.pt POIS SÓ ASSIM O NOSSO SITE PODERÁ CRESCER. |
Sociedade e Cultura num Mundo de Mudança - As dificuldades Económicas dos Anos 30 -
1 – Aponta as principais alterações do código social e moral no pós-guerra. A guerra provocou importantes transformações no quotidiano, na maneira de pensar e sentir da sociedade. O medo, as dificuldades, os horrores da morte e os desgostos vividos durante o conflito mundial cederam lugar a um período de grande euforia. A população procurava avidamente viver cada momento com uma alegria e entusiasmo muitas vezes excessivos, de tal forma que este período ficou conhecido como os “Loucos Anos Vinte”. As modificações destes novos tempos incidiram, principalmente, nos hábitos sociais. A procura de divertimentos generalizou-se nas grandes cidades. A vida nocturna ganhou importância, aumentando o número de cafés, restaurantes e locais de convívio público, onde o consumo de álcool era muitas vezes exagerado. Na Europa e na América os cabarés animaram-se com um novo estilo de música – o Jazz – e com novos passos de dança – o charleston, o foxtrot e o tango. Embora rapidamente difundidas, estas alterações comportamentais foram condenadas por uma grande parte da sociedade, que as achava escandalosas e lutava por manter os valores morais tradicionais.
2 – Resume, por palavras tuas, algumas das principais alterações na condição feminina. Uma das mais significativas transformações do pós-guerra esteve relacionada com a condição da mulher. Chamada ao trabalho durante a guerra e colocada em postos de trabalho até aí ocupados pelo homem, ela passou a assumir, no seio da família, uma função de chefia. Ao tomar consciência da importância do seu papel na sociedade, passou a lutar pelo direito à igualdade política, económica e social, intensificando o processo de emancipação, desde há anos exigido pelo movimento feminista. Nos anos 20, esse direito começou finalmente a ser reconhecido.
3 – Identifica os principais mass media. Os principais veículos de difusão da nova cultura de massas foram a imprensa, a rádio e o cinema: · Os jornais multiplicaram-se extraordinariamente, quer em número de títulos, quer na quantidade de tiragens; · As revistas ilustradas, como as de banda desenhada, foram rapidamente aceites por crianças jovens e adultos, tornando-se uma das formas de imprensa de maior sucesso; · O livro popularizou-se com novos géneros literários como o policial, o de aventuras e o chamado “cor-de-rosa”, este último muito do agrado do público feminino. · A rádio tornou-se, a partir de meados desta década, o meio privilegiado para a difusão de notícias, informações e publicidade, bem como dos mais recentes tipos de música. Também o teatro radiofónico fez a delícia de muitos ouvintes. · Mas foi, sem dúvida, o cinema que, aliando o som e a imagem, alcançou o maior sucesso. Considerado uma autêntica “fábrica de ilusões”, tornou-se um espectáculo de massas e originou uma poderosa indústria, de que Hollywood se veio a tornar a capital.
4 – Define cultura de massas e cultura de elite. Cultura de elite é a cultura que está exclusivamente orientada para uma minoria da população (elite); Cultura de massas é uma cultura que já está acessível a um grande número de pessoas, proporcionando divertimento, prazer e fantasia. Para isso contribuíram o desenvolvimento dos transportes e telecomunicações, a expansão das classes médias, mais instruídas e gozando de mais tempo livre e a maior participação dos cidadãos nas actividades políticas, sociais e sindicais.
5 – Identifica as razões da crise de 29. Na segunda metade da década de 20, algumas indústrias – como a metalúrgica, de automóveis e de construção civil – começaram dar sinais de crise. Para esse facto contribuíram a diminuição das exportações (a Europa recuperara de guerra) e a saturação do mercado interno. Entrou-se, assim, numa crise de superprodução (maior a oferta que a procura). Esta situação atingiu também os produtos agrícolas, onde os adubos químicos e a mecanização tinham provocado o aumento da produtividade. Não conseguindo vender os excedentes, muitas empresas diminuíram a produção, baixaram os preços dos produtos e reduziram os salários dos seus trabalhadores – a economia entrou num período de deflação.
6 – Explica o significado de crise de superprodução. Superprodução significa que é maior a oferta que a procura, ou seja, aquilo que é produzido é demasiado para toda a população. Como não conseguem vender os seus produtos, as empresas diminuem a produção, acumulam stocks, baixam os preços dos produtos e reduzem os salários dos seus trabalhadores – isto leva a economia a entrar num período de deflação.
7 – Explica o sucedido em 24 de Outubro de 1929. Em 1929, alguns investidores, prevendo uma crise, procuraram vender as acções que possuíam antes que o seu valor baixasse. Depressa o pânico se generalizou. A partir de Outubro desse ano, acelerou-se a corrida à bolsa, mas os compradores escassearam. No dia 24 de Outubro, a “quinta-feira negra”, 13 milhões de acções foram postas à venda abaixo do valor real. A grande maioria delas ficou por vender. O crash (quebra) da Bolsa de Nova Iorque provocou uma crise que alastrou a toda a economia. Os accionistas, muitos dos quais tinham recorrido a empréstimos na Banca para poder investir na Bolsa, ficaram arruinados e deixaram de poder pagar as suas dívidas aos bancos; outros levantaram os seus fundos (dinheiro depositado). Sem capital suficiente, os bancos reduziram os empréstimos e muitos abriram falência. A falta de apoio bancário agravou as dificuldades financeiras das empresas, provocando o encerramento de muitas delas.
8 – Aponta as razões da expansão da crise de 29 ao resto do mundo. A importância dos EUA na economia mundial levou a que o crash da bolsa de Nova Iorque, em 1929, se reflectisse nos outros continentes, em especial nos países capitalistas como a França, a Inglaterra e a Alemanha, mas também nos países subdesenvolvidos. Os factores que contribuíram para esta situação foram: · A retirada dos capitais americanos do exterior – sem os capitais americanos com que a Europa contou durante e após a 1ª Guerra Mundial, o velho continente ficou com menor suporte financeiro, o que se traduziu na menor capacidade de empréstimo dos bancos e, consequentemente, na baixa da produção ou falência das empresas que contavam com esses empréstimos. · A retracção do comércio – a crise levou os países a protegerem a produção nacional, proibindo ou dificultando as importações. Desta forma, o comércio externo baixou consideravelmente, afectando os países industrializados, que se viram impedidos de exportar os produtos; afectou igualmente as colónias e os países subdesenvolvidos, sem possibilidade de exportação das suas matérias-primas e produtos agrícolas (o Brasil teve que utilizar o café como combustível nas locomotivas). E assim a crise económica alastrou a outros continentes. A URSS, fechada ao mundo ocidental, fiel à economia socialista, foi um dos poucos países não afectados pela Grande Depressão, como ficou conhecida esta crise económica que se prolongou até meados da década de 30.
9 – Resume, por palavras tuas, os problemas sociais decorrentes da crise de 29. Como consequência da crise económica, surgiu uma dramática situação social, bem evidente no número de desempregados. Muitas dessas pessoas passaram a habitar em barracas e a viver da mendicidade. A revolta perante a miséria e as condições de vida provocaram a vagabundagem, o ódio, o suicídio, o crime e as tensões sociais em geral. Os mais duramente atingidos foram os operários (proletários), que se encontraram subitamente no desemprego, sem direito a qualquer indemnização ou subsídio, e os agricultores, impossibilitados de vender os seus produtos. A classe média enfrentou igualmente sérias dificuldades, com a diminuição dos seus rendimentos. Muitas destas pessoas em dificuldades ofereciam a força do seu trabalho por qualquer preço acentuando-se assim a proletarização da sociedade.
10 – Identifica as medidas levadas a cabo por Roosevelt para solucionar a crise. Para vencer a crise, os governos liberais recorreram a uma maior intervenção do estado na economia, tomando medidas de carácter proteccionista, de modo a defender a sua produção da concorrência estrangeira. Nos EUA, o presidente da república, Franklin Roosevelt pôs em prática o seu programa de intervenção do Estado na economia, o New Deal (nova distribuição), baseado na teoria da John Keynes. Partindo do princípio de que a crise ficou a dever-se a um desequilíbrio entre a produção e o consumo, o New Deal englobou um conjunto de reformas tendo em vista aumentar o poder de compra da população. Para atingir esse objectivo, impunha-se baixar a taxa de desemprego, com a criação de novos postos de trabalho. Aumentando o poder de compra, aumentaria o consumo, o que conduziria ao desenvolvimento da economia. Foram então tomadas medidas para relançar o consumo.
11 – Aponta as medidas específicas levadas a cabo para concretizar o New Deal. · Na agricultura, para resolver o problema de excesso de produção, o governo indemnizou os agricultores que reduziram as suas áreas de cultivo; simultaneamente, concedeu-lhes créditos agrícolas para pagamento de dívidas já contraídas. · Na indústria, limitou a livre concorrência, impondo a fixação de preços mínimos; limitou, igualmente os níveis de produção. · No domínio financeiro, foi criada legislação para controlar a actividade da Bolsa e do Sector Bancário. · Para combater o desemprego, lançou-se um programa de grandes obras públicas, envolvendo a construção de barragens, estradas e pontes. · No domínio social, foi regulamentada a actividade laboral (salário mínimo, 40 horas de trabalho semanal, etc.) e a segurança social (subsídio de desemprego, de doença, de velhice e de invalidez). E assim, de 1933 a 1937, o New Deal conseguiu relançar o consumo, diminuir o desemprego, subir os preços, aumentar a produção, regulamentar a actividade laboral e a segurança social nos EUA.
Ana Atalaia |
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