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Português - 11º ano

O Romantismo

Autor: Andreia Paula

Escola -

Data de Publicação: 12/02/2006

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O Romantismo

O Desterrado – Soares dos Reis

 

Indice

 

  1. Introdução

  2. Arquitectura

  3. Artes Plásticas e Decoração

  4. Literatura

  5. Música

  6. Curiosidade

  7. Conclusão

  8. Bibliografia

 




 

INTRODUÇÃO

 

O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, um pouco mais tarde em França, nos países do sul e na Escandinávia espalhando-se depois por toda a Europa e Estados Unidos da América. É um estado da sensibilidade europeia entre finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média.

Foi originalmente um movimento de facto revolucionário que adoptou as ideias políticas e filosóficas elaboradas pelo século das Luzes: livre expressão da sensibilidade e afirmação dos direitos do indivíduo. Mas o romantismo, para lá da sua oposição à estética clássica, quer revelar a parte do homem oculta pelas convenções estéticas e sociais.

Muito variada nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes plásticas, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo – tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si, egoísmo –, o subjectivismo – tendência para afirmar a prioridade do subjectivo sobre o objectivo – e a intensidade. Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.

 

 

Arquitectura

 

O Romantismo, ligado à recuperação de formas artísticas medievais, acompanhada pelo gosto pelo exótico contido nas culturas orientais, favoreceu a revivência e a mistura de vários estilos, como o românico, o gótico, o bizantino, o chinês ou o árabe. Foi na Inglaterra que se verificaram as primeiras manifestações da arquitectura romântica.

 

Palácio de Westminster onde se reúne o Parlamento Britânico

 

O inglês Horace Walpole tornou-se um dos pioneiros do revivalismo gótico com a construção do palacete Strawberry Hill, no terceiro quartel de setecentos. O neogótico teve como grande impulsionador o filósofo John Ruskin e manifestou-se em inúmeros edifícios ingleses, de entre os quais se destaca o Parlamento de Londres.

O inglês Horace Walpole tornou-se um dos pioneiros do revivalismo gótico com a construção do palacete Strawberry Hill, no terceiro quartel de setecentos. O neogótico teve como grande impulsionador o filósofo John Ruskin e manifestou-se em inúmeros edifícios ingleses, de entre os quais se destaca o Parlamento de Londres. O gosto oriental marcou formalmente o Pavilhão Real de Brighton, construído em ferro por John Nash.

Mais tarde, e já no continente, surgiu o neobarroco, que teve grande sucesso em França com os trabalhos de Charles Garnier (1825-98), dos quais se destaca a Ópera de Paris.

Paralelamente ao revivalismo estilístico, a arquitectura do século XIX apresentou um outro vasto campo de desenvolvimento, proporcionado pelos novos materiais de construção surgidos com a industrialização, como o ferro e o vidro. Embora a Inglaterra tenha sido pioneira na utilização do ferro para a construção de estruturas arquitectónicas, foi em França que esta tecnologia encontrou uma mais significativa expressão estética.

O Palácio Nacional da Pena é o expoente máximo do Romantismo em Portugal.

 

Vista aérea do Palácio Nacional da Pena

 

 

Artes Plásticas e Decorativas

 

A pintura romântica encontrou um meio intelectual e criativo mais favorável no continente europeu, principalmente em Espanha, França e na Alemanha.

Francisco Goya (1746-1828), pintor espanhol contemporâneo de David, foi grandemente influenciado por Mengs e por Tiepolo mas também por autores do período barroco como Velázquez e Rembrandt. As suas obras mais famosas, como o quadro Três de Maio de 1808, foram realizadas entre 1810 e 1815, os anos da ocupação francesa, e caracterizam-se pelo sentido trágico dos temas, pelo colorido agresssivo e uma luminosidade dramática.

O francês Eugéne Delacroix (1798-1863), marcado pela cultura romântica inglesa, pinta grandes quadros épicos como a Liberdade Guiando o Povo (1830-1831) e cenas orientalizantes, como Os massacres de Scio, para os quais a viagem que realiza a Marrocos fornece informações preciosas.

Na Alemanha, a pintura romântica atinge o seu apogeu com as representações visionárias e espiritualizadas da natureza, realizadas pelos alemães Caspar David Friedrich (1774-1840) e Philipp Otto Runge (1774-1840).

Em Portugal, salientaram-se os pintores Tomás da Anunciação (1818-1879), o paisagista Cristino da Silva (1829-1877) e Francisco Augusto Metrass (1825-1861), estudante em Roma com o grupo dos Nazarenos e autor de quadros historicistas e naturalistas, de entre os quais se destaca a pintura "Só Deus".

A escultura romântica, desenvolvida em paralelo com a escultura neoclássica, não conheceu qualidade estética nem projecção idênticas à da pintura da mesma época. Protagonizada pelo francês Antoine Louis Barye (1796-1875), que transporta para a estatuária o espírito romântico do pintor Delacroix, de quem era amigo, realiza peças baseadas no estudo naturalístico e fortemente expressivo de animais selvagens, como por exemplo, a escultura O Jaguar devorando uma lebre.

No contexto português destacam-se os trabalhos de Soares dos Reis (1847-1889), como a estátua "Desterrado" e de Simões de Almeida (1844-1926), autor do grupo escultórico Génio da Liberdade, incluído no monumento do Marquês de Pombal em Lisboa.

Desaparecendo durante a segunda metade do século XIX, o romantismo inspirou alguns movimentos artísticos da centúria seguinte, como o Simbolismo e o Expressionismo.

 

    

O Desterrado – Soares dos Reis             Liberdade guiando o povo - Delacroix

 

O fuzilamento do 3de maio de 1808 – Goya 1814

 

 

Literatura

 

O Romantismo entra na Literatura portuguesa com a publicação dos poemas Camões (1825) e D. Branca (1826) de Almeida Garrett. O ambiente político (lutas entre liberais e absolutistas), o exílio deste, o seu temperamento, a época em que viveu, transformam o árcade que durante muito tempo se afirmou em Catão, na Lírica de João Mínimo, no Retrato de Vénus, quanto ao seu conteúdo, e nos poemas Camões e D. Branca, na linguagem, no grande romântico das Folhas Caídas e no grande pioneiro de uma linguagem coloquial, moderna, de Viagens na Minha Terra. Será, contudo, Alexandre Herculano o grande intérprete do Romantismo com a poesia de cor histórica marcadamente actual da Harpa do Crente e com o romance histórico (O Bobo, O Monge de Cister) decorrente na Idade Média, que constituirá o zénite do movimento literário. Porque mais tradicionalista, a Inglaterra está na sua origem; depois, irrompe na Alemanha com a peça dramática Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), um grito de revolta contra o imperialismo napoleónico e uma afirmação de nacionalismo e, como tal, o medievalismo, o regresso ao passado, o subjectivismo e, na sua sequência, o sentimentalismo. O subjectivismo dos filósofos alemães Kant, Fichte, Schelling e Schlegel conduz a um novo antropocentrismo. Por outro lado, o sentimentalismo afirma-se com o domínio do coração nos românticos sobre o da razão nos clássicos. Da Inglaterra vem-lhe o gosto de uma paisagem solitária, luarenta, saudosa, com as ruínas musgosas e evocadoras. As Estações de Thompson (1726-30) abrem caminho para a descrição da natureza saudosista, solitária, povoada de ruínas e cemitérios. O passado com a sua poesia, as suas tradições, serviu como reacção ao Classicismo aristocrata. É este ambiente que propicia o clima em que floresce a poesia e o romance de Walter Scott e é nele que se realiza a obra poética do insaciável aventureiro, revolucionário e sentimental Byron. Os nomes de Wordsworth, Macpherson, Coleridge e Shelley são ainda de vulto no movimento romântico na Inglaterra. Do desencontro entre as formas espartilhadas do Classicismo e a ânsia de evasão dos românticos afirma-se o sentido da liberdade na Arte e, daí, o individualismo com Victor Hugo, o «escuta-te a ti próprio». O artista deixa de ser o imitador; pondo a sua imaginação a trabalhar, cria uma sub-realidade e transmite o seu sentir e pensar; de imitador passa a criador. Albert Thibaudet considera o Romantismo como «a grande revolução literária moderna». É, também, uma atitude reactiva em favor da pequena burguesia que orienta o Contrato Social de Rousseau (1762) e, depois, Emílio (1762); e, em Julie ou La Nouvelle Héloise esboça-se o passionalismo romântico. Embora a França só a partir de 1830 se abrisse definitivamente ao Romantismo, não há dúvida de que Rousseau pode considerar-se o seu primeiro ensaio na escola. Depois temos Chateaubriand com Atala e o Génio do Cristianismo, Lamartine, Musset, Victor Hugo, que escreve o prefácio do drama Cromwell a proclamar a liberdade na arte, em guerra aberta com as normas do Classicismo. Na Alemanha, Herder, Goethe, Hegel, Schiller e Schlegel são os padrões mais sugestivos. Mas já os irmãos Grimm tinham explorado a cultura popular: Wieland, no seu Oberon, põe o maravilhoso popular no lugar da mitologia e Klopstock, em Messíada, também a rejeita.

A liberdade na arte determina a criação de novas formas – o drama, o poema narrativo, o romance histórico; na poesia aparecem variadíssimas estruturas estróficas que acompanham o pensamento com maleabilidade; a linguagem, com mais poder de transmissão, enriquece com uma simbologia nova e com um vocabulário mais sugestivo e mais actual; afirma-se o gosto pelo exotismo. Ao equilíbrio do Classicismo opõe-se, agora, a ansiedade da descoberta metafísica, quer se perca no domínio horizontal das afeições humanas (Garrett), quer se dirija verticalmente na busca de Deus (Herculano, Soares de Passos, Antero de Quental). Ao Romantismo interessam os temas grandiosos. Mas, por vezes, essa ânsia de infinito debate-se dolorosamente, dramaticamente, com as suas limitações humanas, o que dá lugar ao desânimo. A mesma ânsia de liberdade artística projecta-se na busca ansiosa de um mundo melhor, um mundo onde os homens sintam o domínio da justiça e se encontrem como irmãos. Todas as circunstâncias que propiciaram a nova corrente arrastaram consigo um acentuado pendor para a insegurança, para a inquietação, para o desajustamento que os mergulha, ora num estado de melancolia, a qual, com Schopenhauer, conduz ao pessimismo niilista, ora num estado de revolta (Byron). Daí, portanto, um mundo literário cheio de paixões exaltadas, de traições, de malfeitores, de ambientes terríficos e mórbidos, ou um mundo de sonho, vivido na solidão, em contacto com uma natureza turbulenta, alvoroçada, sombria, ao pôr do sol, durante a noite, nas estações românticas (Outono e Inverno), povoada de receios, de fantasmas, de visões terríficas, em oposição à natureza resplendente dos clássicos, com ninfas e faunos. De fundo de cenário que era, no Classicismo, a natureza, nos românticos, participa, determina estados de alma. O "locus amoenus" cede lugar ao "locus horrendus".

O romantismo caracteriza-se, então,  pela sua oposição ao classicismo antigo, pagão e meridional. Vai buscar a inspiração aos poemas de Ossion, ao teatro de Shakespeare, aos romances de Richardson. A imaginação é celebrada; a razão substituída pela emoção e pelo sentimento. O espírito romântico baseia-se na descoberta da subjectividade, o que lava a um florescimento de géneros aotubiográficos na primeira metade do séc. XIX. O romântico exalta o culto do eu, analisa as diversas facetas da sua personalidade, cuja unidade procura conquistar («El Desdichado», poema das Chimères, de Nerval). Procurando a evasão no sonho, no exotismo (o Oriente) ou o passado (a Idade Média cristã), exalta o gosto do mistério e do fantástico.

Na Grã-Bretanha. O romantismo inglês, anunciado pelos poetas Blake e Burns, tem por principais representantes Wordsworth e Coleridge, que publicam as Lyrical Ballads (1798) e que abrem caminho a poetas como Southey, T.Moore, Keats, Shelly, Byron e W.Scott para o romance histórico. Quanto a Mary Godwin, esposa de Shelley, exalta por sua vez os direitos do homem, festejando a Revolução Francesa, e os da mulher, e abre uma nova via ao romance negro e filosófico com Frankenstein (1818).

Na Alemanha. No séc. XVIII, Klopstock e Lessing, são os artífices de uma renovação alemã e a sua influência está em parte na origem do movimento Sturm und Grang. Para além de Herder, aí encontramos Goethe e Schiller. Este período não é mais do que uma etapa da sua obra, cuja amplitude «clássica» ultrapassa o romantismo no sentido escrito. Este afirma-se largamente na geração seguinte com Holderlin e Jean-Paul. Sucedem-se duas escolas: a primeira, em Iena, reclama-se de Fichte e reagrupa entre outrso Tieck, Novalis e os irmãos Schlegel. A segunda, em Heidelberga, é constituída por Brentano, Arnim e os irmãos Grimm. Estes últimos voltam muitas vezes às fontes de uma cultura nacional. É na mesma época que se situam Kleist e E.T.AHoffmann.

Em França. Vítimas do famoso «mal do século», os escritores franceses recorrem ao autor de René e a M.me de Stael. Esta reuniu sob o Império, na sua mansão de Coppet, uma sociedade intelectual e cosmopolita. O seu ensaio De l’Allemagne (1810) estabeleceu uma tripla oposição: entre literaturas românticas do Norte e literaturas clássicas do Sul; entre a França conquistadora e uma Europa liberal e filosófica; entre o «génio do cristianismo» e o entusiasmo místico do protestantismo. Chateaubriand foi o primeiro a exprimir a «vaga» das paixões. O movimento organiza-se, por volta de 1820, em torno de Victor Hugo, que define a função do poeta e atribui uma missão nacional e social à literatura. A nova estética impõe-se na poesia com Lamartine, A. De Vigny, Gérard de Nerval, Musset. No tetrao, a célebre batalha de Hernâni, em 1830, marca a vitória dos românticos sobre os clássicos (abandono da regra das três unidades, fusão dos tempos e dos géneros, temas modernos). O romance encontra uma expressão brilhante com Balzac, Victor Hugo, Stendhal. Em 1843, o fracasso de Burgraves, de Victor Hugo, revela o esgotamento do movimento.

Em Itália, Espanha e Portugal. Em Itália manifesta-se um romantismo patriótico e nacional que luta contra o ocupante austríaco. As suas grandes figuras são A.Manzoni, S.Pellico e G.Leopardi. Em Espanha, é sobretudo no teatro que se impõe a estética romântica com José Zorilla, enquanto Almeida Garrett dá a Portugal uma ilustração do ideal romântico europeu.

A influência e a irradiação do romantismo

A influência do romantismo ultrapassa os géneros literários propriamente ditos. Provocou o impulso da história e da crítica. Esta «nova maneira de sentir» desenvolveu-se através de toda a Europa, dos países escandinavos, onde serve de ponto de apoio para a elaboração das línguas nacionais e faz reviver as mitologias antigas, aos países eslavos, onde exprime as aspirações das minorias nacionais. Na América Latina, o romantismo vai igualmente buscar a sua originalidade à vontade dos escritores de dotar o continente de uma literatura verdadeiramente autónoma. Foi com o romantismo que se abriu a literatura moderna.

 

Exemplo de um poema romântico:

 

Não te amo, quero-te: o amor vem da alma.
           E eu na alma – tenho a calma,
           A calma – do jazigo.
           Ai! Não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
           E a vida – nem sentida
           A trago eu já, comigo.
           Ai, não te amo, não!

Ai! Não te amo, não; e só te quero
           De um querer bruto e fero
           Que o sangue me devora,
           Não chega ao coração.

Folhas Caídas, 1853 (excerto)

 

 

Música

 

A música romântica tem como fonte o Sturm und Drang alemão. A exploração da expressão individual, referências à Idade Média e à identidade nacional, temas humanistas e revolucionários, são traços próprios do romantismo. O seu terreno de eleição são os países germânicos e o seu ponto de apoio, as grandes partituras de Beethoven. Na Alemanha, as discussões sobre o romantismo têm lugar antes de 1800, precedendo as que se prendem com a distinção entre o classicismo e o romantismo. Misturando a música com as outras artes, foram levadas a cabo por artistas não músicos, como Goethe, Jean-Paul ou E.T.A.Hoffman.

A literatura é a arte de referência do romantismo musical. Este não se preocupa apenas com o exprimir musicalmente os sentimentos, mas também as ideias, até mesmo os mitos (música programática), em particular o de Fausto, dado que trata do indivíduo no seu destino face ao mundo – muitos músicos românticos o abordaram nas suas obras. Com o aperfeiçoamento do piano como instrumento solista, instrumento reflexo do compositor, surge o recital solista. Aparecem novos géneros instrumentais, como o poema sinfónico. O leitmotiv, como princípio musical, nasceu igualmente com o romantismo, uma vez que é considerado como portador de uma ideia, de um conceito, de uma identidade. A obra tende a ser única, tornando-se por isso mais densa, mais longa e mais ponderada.

O romantismo conduziu a música a um dinamismo de expansão e de exagero (nas proporções, na forma, no efeito orquestral, na ambição) explorando sistematicamente a alteração das regras. As obras intimistas enchem-se de um conteúdo emocional intenso, como o testemunham O Rei dos Álamos de Shubert ou os 24 Prelúdios de Chopin. As obras de grande envergadura exprimem uma tensão e um patetismo novos. A orquestra enriquece-se, diversifica-se, os instrumentos são procurados pelo seu timbre, pela sua cor: a Sinfonia Fantástica de Berlioz é um verdadeiro «trovão», cuja «desmesura» se traduz sobretudo pelas imensas massas orquestrais. Por entre as obras representativas deste período (e dentro dos diferentes géneros), podemos citar: O Franco Atirador de Webber, Os amores do Poeta de Shumann, Os caprichos de Paganini, O Rigoletto de Verdi, a Sinfonia de Fausto de Liszt, Tristão e Isolda de Wagner e Canções das Crianças Mortas de Mahler.

O romantismo musical, na sua corrente específica, não tem em Portugal um significado sensível. O talento indiscutível de J.D. e de outros compositores como João Jordani, Joaquim Casimiro, Guilherme Cossoul, Fr. José Marques e Silva e outros não chega para afirmar um estilo romântico na música portuguesa. Instituições como o Teatro de São Carlos e o Conservatório e a acção de Bomtempo, e do conde Farrobo na formação de sociedades privadas de concertos e ópera são os únicos reflexos do movimento musical romântico em Portugal, que o regime político vigente permitiu aparecer.

 

 

Curiosidades

 

  • O ballet nasceu em 1489, em Itália, quando se realizou um espectáculo por ocasião do casamento do duque de Milão. Nessa altura, só havia bailarinos masculinos, já que as mulheres não estavam autorizadas a dançar e as roupas eram pesadas, o que limitava a variedade de passos; presença das mulheres apenas começou a ser aceite em finais do século XVII.  O ballet surgiu na sequência dos espectáculos que os nobres ofereciam aos visitantes, onde havia poesia, música, mímica e dança. Leonardo Da Vinci chegou a desenhar cenários para estes espectáculos. Os espectáculos versavam sobretudo temas sobrenaturais.A dança na ponta de pés, uma imagem de marca do ballet, apareceu no século XIX.Nesta época os bailados eram conhecidos por Blancs (brancos) ou Romantics (românticos).No século XIX, o Romantismo transformou, então, o ballet, tendo feito aparecer as personagens exóticas e etéreas, onde imperavam as imagens sobrenaturais.

  • Foi preciso esperar pela época do Romantismo (século XVIII) para que se criassem as primeiras bases sólidas do romance. Antes disso, apenas se produzia a novela, que andava, sensivelmente, ao nível do romance de aventuras em série e do romance de folhetim. Em traços largos, o romance distingue-se da novela pela maior extensão do texto e pelo facto de na novela predominar o evento, a história contada no geral, enquanto que no romance há o avultar de toda a atmosfera psicológica, social, ambiental, configurando o mundo das personagens, tornando-o mais denso e complexo, aproximando o leitor aos reais acontecimentos quotidianos, dando, assim, lugar a um ritmo e a um tempo da história muito mais lento, mais alargado, mais próximo do tempo real. O romance histórico português produziu brilhantes exemplos, multiplicando o número de autores que o adoptaram, revelando ao mundo das Letras portuguesas nomes marcantes como os de Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, A. da Silva Gaio e outros.

 

 

Conclusão

 

O Romantismo é completamente o oposto da corrente anterior – o Classicismo.

Representa, na literatura e na arte em geral, os anseios da classe burguesa que, na época, estava em ascensão. A literatura, portanto, abandona a aristocracia para caminhar ao lado do povo, da cultura leiga. Por esse motivo, acaba por ser uma oposição ao Classicismo.

Ao Romantismo, cabe a tarefa de criar uma linguagem nova, uma nova visão do mundo identificada com os padrões simples de vida da classe média e da burguesia. Enquanto o Classicismo observava a realidade objectiva, exterior, e a reproduzia do mesmo modo, através de um processo mimético (de imitação), sem deformar a realidade, o Romantismo deforma a realidade que, antes de ser exposta, passa pelo crivo (coador) da acção.

A arte romântica inicia uma nova e importante etapa na literatura, voltada aos assuntos do seu tempo – efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução — e ao quotidiano do homem burguês do século XIX; retrata uma nova atitude do homem perante si mesmo. O interesse dessa nova arte está voltado para a espontaneidade, os sentimentos e a simplicidade – sendo, assim, subjectiva -, opondo-se, desse modo, à arte clássica que cultivava a razão – realidade objectiva.

A arte, para o romântico, não se pode limitar à imitação, mas ser a expressão directa da emoção, da intuição, da inspiração e da espontaneidade vividas por ele na hora da criação, anulando, por assim dizer, o perfeccionismo tão exaltado pelos clássicos. Não há retoques após a concepção para não comprometer a autenticidade e a qualidade do trabalho.

 

 

Bibliografia

 

  • Diciopédia 2003, Porto Editora Multimédia;

  • Nova Enciclopédia Larousse, 1997, Círculo de Leitores;

  • Castro, Ana Maria; Veríssimo, Artur; Viana, Graça; Espadinha, M. Manuela – Ser em Português 11, pág. 93 à 97, Porto, 2004, Areal Editor

Andreia Paula

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