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FÍSICO-QUÍMICA

Ciência na Poesia

Autor: Cristina Martins

 

Data de Publicação: 25/02/2007

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Ciência na Poesia

Decorreu no ano transacto, mais ou menos de forma discreta, a celebração dos 100 anos do nascimento de Rómulo de Carvalho, professor, pedagogo, cientista e investigador de história das ciências. Mas para além de homem da ciência, Rómulo de Carvalho presenteou-nos com uma extraordinária poesia. Sob o pseudónimo de António Gedeão dadivou o panorama artístico português com uma poesia repleta de cultura científica, numa mescla de formas de expressão ao alcance de todos.

 No decorrer de uma vida, Rómulo de Carvalho marcou gerações de alunos, despertou vocações científicas, conquistou leitores para a poesia e proporcionou à Física e à Química uma forma de cativar o entendimento da ciência pela arte. A ciência tal como a poesia pertence à mesma busca imaginativa humana, proporcionando os recursos para estimular a imaginação dos que aprendem Física, Química, Ciência.

Aqui ficam alguns exemplos de poemas onde o universo da arte e da ciência se cruzam…

Poema para Galileo

 

(…) Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu, e quantos milhões de homens como eu

A quem tu esclareces-te,

Ia jurar – que disparate, Galileo! –

e jurava a pés juntos, e apostava a cabeça

Sem a menor hesitação –

Que os corpos caem tanto mais depressa

Quanto mais pesados são. (…)

Tu é que sabias, Galileo Galilei. 

(…)do alto inacessível das suas alturas,

foram caindo, caindo,(…)

e sempre, ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos.

 

António Gedeão (1968)

 

Lágrima de preta

 

(…) Recolhi a lágrima

com todo o cuidado

num tubo de ensaio

bem esterilizado. (…)

Mandei vir os ácidos,

as bases e os sais,

as drogas usadas

em casos que tais.

Ensaiei a frio,

experimentei ao lume,

de todas as vezes

deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,

nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)

e cloreto de sódio.

António Gedeão (1961)

 

Lição sobre a água

Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso, se denominam máquinas de vapor.        É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

 

António Gedeão (1966)

Máquina do Mundo

 

 O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.  
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.  
Espaço vazio, em suma.  
O resto é matéria.  

Daí, que este arrepio,  
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.

 

António Gedeão (1961)

 

 

Por Cristina Martins

 

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