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Psicologia O Conhecimento
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Autor: Tatiana Santos
Data de Publicação: 26/08/2006 N.º de páginas visitadas neste site (desde 15/10/2006):
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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
PENSAMENTO
O que é o pensamento? Algo carregado de um pensamento filosófico, complexo. Um campo muito vasto… um termo ambíguo. As primeiras abordagens do pensamento foram feitas pela filosofia. Cria-se uma confusão entre a lógica e a psicologia. O pensamento é uma questão de lógica. Kant define a lógica como uma ciência que trata de forma exaustiva e restrita, as leis do pensamento. Só na segunda metade do século XX é que se deixa esta psicologia restrita para uma psicologia centrada no sujeito e nos seus processos mentais. O pensamento é polimorfo – diversas qualidades e actividades.
Compreender o pensamento: Descobrir as situações típicas (1) Identificar: Operações (2) Obstáculos (3) Variáveis (4) O psicólogo interessado em compreender o pensamento deve ter em conta as situações que as pessoas utilizam para pensarem. Que operações ocorrem? Que obstáculos enfrenta o sujeito na sua actividade? Deve tentar perceber que influência têm as variáveis sobre o comportamento do sujeito?
O pensamento começa por uma questão:
Tem um objectivo? NÃO - Entramos no âmbito do sonho. SIM - Então temos um pensamento com objectivo mas será que este é determinístico?
É determinístico? SIM - Estamos na área do cálculo, já que cada passo que damos determina o passo seguinte. A maior parte do nosso pensamento situa-se no meio, numa zona intermédia NÃO – Mas o pensamento tem um objectivo preciso?
Tem um objectivo preciso? NÃO – Criatividade SIM – Mas será que aumenta a informação semântica?
Aumenta a informação semântica? SIM – Pensamento INDUTIVO NÃO – Pensamento DEDUTIVO
Chimpanzés em cativeiro, tentam juntar paus para alcançar comida. Objectivo: alcançar comida Decomposição em Sub-problemas: Alcançar vários paus para chegar à comida. Aplicação do operador: é através do operador que junta os paus para formar um pau maior.
Como é que adquirimos estes novos operadores para a resolução de um problema? Segundo o Anderson – por descoberta, instrução ou imitação
Quais os critérios que usamos para seleccionar operadores? a) Evitamos qualquer operador que anule algo que já tenhamos feito b) Método da redução das diferenças: vamos escolher o operador que se aproxima do objectivo mas às vezes há problemas. Temos de nos afastar para chegar ao ponto fulcral Exemplo: problema dos missionários e dos canibais Numa das florestas de África, 3 missionários andavam perdidos naquela imensidão. A determinada altura encontraram 3 canibais com ar esfomeado que se ofereceram para os ajudar a encontrar o caminho de volta à sua Missão, desde que depois lhes dessem alguma comida. Os missionários concordaram desde que essa comida não fosse ninguém. Durante o caminho encontraram um rio onde existia um barco a remos. Os missionários sabem que apesar das boas intenções dos canibais, eles estão desejosos de encher o estômago e numa margem existirem mais canibais do que missionários, estes correm o sério risco de servirem de almoço. Como é que deverão fazer para chegarem todos sãos e salvos à outra margem?
Qual é o papel dos factores sociais na resolução de problemas? A importância da significação social – o modo de pensar um mesmo problema é diferente dependendo do contexto em que se está
Não acrescenta novos conhecimentos. Não aumenta a informação semântica. Quando aumenta a informação semântica, diminui-se o número de elementos que fazem parte dos conceitos. Particularização diferente de generalização A relação entre as premissas e a conclusão é de validade lógica. A conclusão é certa.
Lógica Vs. Psicologia Existem várias perspectivas: Mamanchman - A lógica é o estudo da mente, do pensamento (psicologismo) - A lógica não é um estudo psicológico. Por isso restringe a lógica apenas às condições de verdade (antipsicologismo)
É uma relação de validade entre as premissas.
Áreas de Investigação: * Raciocínio silogistico · Lineares (a) · Categóricos (b) * Raciocínio proposicional
a) Linear: João é mais alto que Manuel Manuel é mais alto que Paulo ENTÃO: João é mais alto que Paulo
b) Categóricos 1 – Universal Afirmativa 2 – Universal Negativa 3 – Particular Afirmativa 4 – Particular Negativa
Alguns professores são psicólogos (3) Nenhum engenheiro é psicólogo (2) LOGO, Alguns professores não são engenheiros
c) Silogismos Condicionais «Se há um marciano, então há um raio de luz verde» Modus Ponens – Há um marciano. Logo, há um raio de luz verde Negação Antecedente – Não há um marciano. Logo, não há um ario de luz verde Modus Tollens – Não há um raio de luz verde. Logo, não há um marciano Afirmação Consequente – Há um raio de luz verde. Logo, há um marciano
«O raciocínio não é mais do que o próprio cálculo proposicional» Jean Piaget O ser humano tem na sua mente, regras que lhe permitem fazer deduções e tirar conclusões *
Teoria das Regras Formais A forma é o que interessa à lógica – a forma dos silogismos é mais importante do que o próprio conteúdo.
Teoria dos modelos mentais: Teoria que melhor explica os processos de dedução. Defende que fazer uma inferência dedutiva não é uma questão sintática mas semântica. Existem, por isso, três fases iniciais do pensamento: · Compreensão (compreender a info) · Descrição (fase em que vou tentar tirar uma conclusão) · Validação (para ser válida tenho que ver se não há contra exemplos, se não há outras conclusões, a conclusão só é válida se não houver outras conclusões contra (contra exemplos).será que a conclusão é válida? Será que existem outros modelos mentais possíveis para representar essa mesma info?)
Os modelos mentais contêm os elementos e as relações entre eles. Quanto mais modelos mentais são necessários para elaborar um modelo mental, mais tempo se demora, mais erros se cometem. Pode ocorrer a sobrecarga da memória de trabalho e então ocorrem erros.
Indução: processo pelo qual chegamos a conclusões prováveis, não certas. Envolve um aumento de informação semântica. A partir de premissas particulares vamos fazer uma conclusão generalizada. A divisão entre raciocínio dedutivo e indutivo era feita pela filosofia e passou a fazer-se em psicologia. Actualmente esta influência/tendência de divisão está a diminuir.
Perspectiva da Indução – Anderson (visão antiga dos dois raciocínios) · Formação de hipóteses · Avaliação de hipóteses · Heurísticas · Dedução/Indução
Estratégia: Abordagem conservadora De cada vez que a pessoa faz variar apenas um valor
Averiguação Sucessiva O sujeito, inicialmente coloca uma hipótese sobre qual é o conceito que o experimentador tem em mente
Avaliação de hipóteses A conexão da evidência e a hipótese é apenas probabilística. A probabilidade depende de caso para caso. Remete para as teorias normativas: Os filósofos e os matemáticos desenvolveram uma teoria normativa para o modo como as pessoas devem raciocinar em raciocínios indutivos
Teorema de Bayes – Probabilidade de algo ser verdadeiro antes de qualquer evidência. Probabilidade à priori: Põe em jogo as probabilidades condicionais, quer dizer, qual a probabilidade de uma certa evidência ser verdadeira se uma hipótese particular é verdadeira.
Probabilidade à posteriori: Probabilidade que a hipótese seja verdadeira depois de alguma evidencia. A evidência dá-nos uma certa probabilidade. E é com isso que jogamos.
Kahneman & Tversky (1972) · heurística da representatividade (o raciocínio é baseado nas semelhanças entre um indivíduo e a ideia que se tem sobre uma coisa, utilizando-se a teoria das probabilidades). Por exemplo: probabilidade de que algo pertença a uma classe qualquer, vamos ver/ escolher pela representatividade da classe a que é suposto pertencer · heurística da disponibilidade (o raciocínio é baseado no grau de associação entre dois acontecimentos, com vista a estimar a frequência de um acontecimento regular no futuro: quanto mais vezes nos lembramos duma categoria mais fácil é estimarmos a sua probabilidade) Nota no meio: a separação em raciocínio indutivo e dedutivo é uma ideia antiga e a sua análise combinada é mais recente; os investigadores de um método e de outro estavam um pouco de costas voltadas e só mais recentemente se tentou reunir e analisar ambos os tipos de raciocínio simultaneamente.
O que interessa aos psicólogos
Erro é uma falha ao fazer uma inferência (=inferir, deduzir, concluir), é algo que não se percebe bem como aconteceu o erro, como aconteceu a conclusão errada.
Enviesamento: muitas pessoas dão aquele tipo de resposta, existe uma tendência sistemática; não é a resposta correcta mas muitas pessoas respondem assim. Evans define enviesamento como tendência sistemática em envolver no raciocínio factores irrelevantes para a tarefa e/ou ignorar factores que são relevantes; podemos cometer o enviesamento pelas duas razões ou apenas uma. Ao envolver no raciocínio as nossas crenças isto pode acontecer. A maior causa que Evans aponta está em factores que nos levam a processar a informação de forma selectiva. O problema está em, quando o fazemos selectivamente, deixarmos de parte a informação que é importante. Não apenas por isto, mas também por incluirmos coisas que não são relevantes na solução e produzimos enviesamentos.
Condições em que produzimos enviesamentos e erros:
A) Processamento selectivo da informação - Interesse emocional na informação, é muito importante na forma como seleccionamos a informação - Vivacidade da informação - Capacidade limite da memória de trabalho - Disponibilidade da informação - Representatividade da informação
B) Enviesamento para a confirmação Há uma tendência sistemática no ser humano para procurar informação que seja consistente com as nossas hipóteses, com as nossas crenças e evitamos a informação que nos contrarie, ou seja, procuramos o que nos confirma. Por que será que fazemos isto? Temos dificuldade em infirmar (invalidar, revogar, anular) as coisas? Temos mais dificuldade em processar informação negativa do que positiva.
C) Efeitos do conteúdo e contexto Só vamos procurar outras coisas quando o que encontramos não está de acordo com as nossas crenças Todo o conteúdo (significado) e contexto (o que está à volta, com que está relacionado). Pode gerar mais ou menos erros
Desenvolvimento do raciocínio: o autor de referência é Piaget
Frases de Anderson: → O desenvolvimento humano é mais lento do que de outros mamíferos de modo a permitir o crescimento de um grande cérebro e a aquisição de uma grande quantidade de conhecimento. → Piaget propõe que as crianças progridem percorrendo 4 estágios de crescente complexidade intelectual: - Sensorio-motor: dos 0 aos 2 anos: desenvolve esquemas para pensar acerca do mundo; noção de permanência - Pré-operatório: dos 2 aos 7 anos: processos mentais sobre o mundo, sem sistematização - Operações concretas: dos 7 aos 11: processo mentais que permitem tratar o mundo sistematicamente - Operações formais: dos 11 aos 15: processos mentais formais
Teorias formais Piaget diz que é um desenvolvimento cada vez mais lógico desde tenra idade e de que não é mais de que um cálculo proposicional, e o desenvolvimento faz-se desde cedo desenvolvendo o raciocínio dedutivo ou indutivo
O papel facilitador é secundário, sendo necessário já ter a capacidade. Noutras perspectivas, já vai ser misturado Piaget com a teoria dos modelos mentais, e conclui que o desenvolvimento se dá no sentido de que a criança vai sendo capaz de desenvolver maior número de modelos mentais;
Markowitz: primeiro aprende a produzir modelos dessas condicionais que dependem das memórias ou de contexto; Depois já com classes de acontecimentos e já não só acontecimentos específicos. Depois com modelos que têm representações abstractas. Existe um avanço, uma progressão
Teorias de conteúdo e contexto em relação ao desenvolvimento: As crianças mais novas resolvem sem estruturas, mas se for com contexto resolvem melhor. O conceito de marca social, as normas, as representações, os cenários, os script, são muito importantes nas revelações cognitivas. E tem essa marca social quando são pertinentes para a tarefa e resultam em respostas melhores. As crianças começam por fazer tarefas de conteúdo marcadamente social e depois passam para outras mais abstractas.
Em relação à teoria dos modelos mentais: - Compreender as informações - Construir os modelos - Procurar contra exemplos
Como se desenvolvem estas coisas? A aquisição dos conhecimentos é fundamental. - A memória de trabalho tem que comportar isso; conseguimos uma economia (nos adultos, que já são automáticas) que nos permite uma maior eficácia, para além da proximidade (conhecimento anterior) com o assunto tratado. A questão de procurar contra exemplos ainda está muito por resolver.
Sintetizando, afinal o que se desenvolve? - Tem que ser concomitante para representar as informações - O número de dimensões (de modelos) pode aumentar com a idade - Inclui o alargamento do nosso poder representacional - Considera existir uma relação linear positiva entre o desenvolvimento do raciocínio e a capacidade de trabalho com modelos mentais mais complexos.
→ Comunicação (segundo Bruno Bara): consiste numa actividade integrada entre duas ou mais pessoas que colaboram na elaboração de um diálogo; e que pode ser vista como governada por regras sociais partilhadas e motivada por estados mentais privados. - Pressuposto que o outro entende, pois tem os mesmos conceitos - Atribuição de significado - O silêncio como forma de comunicação
Os modelos recentes distinguem dois processos: - Tratamento central e sistemático, centrado no conteúdo da mensagem - Tratamento periférico, heurístico (= da descoberta, abertura) da informação, nós agimos sem dar verdadeiramente atenção às informações do nosso meio, à nossa volta. Mas o sujeito trata activamente o conteúdo da informação e não é apenas despejar a informação para a outra pessoa. Por vezes aquilo que ouvimos é apenas o que nos interessa
4 sistemas de comunicação presentes na interacção humana: 1 – verbalização : caracterizado por dupla articulação (fonema e monema) e arbitrariedade dos signos que o compõe. 2 – entoação : acompanha o verbal e esclarece o significado do que estamos a dizer ex.: está a chover; só pela entoação vamos saber se é pergunta ou afirmação 3 – vocalização : Quando emitimos a mensagem, considera-se também as vocalizações (fenómenos para-linguísticos tipo Humm, Ahh, etc.) O ritmo, as pausas, as hesitações também são englobados 4 – cinésica (não verbal) : movimentos faciais, corporais têm um alto significado comunicativo; ex.: Polegar ok, aplaudir, etc. Em culturas diferentes por vezes tem significados opostos (na Bulgária o sim é abanando a cabeça como não)
→ o papel do espaço (pessoal) na comunicação : a proximidade e o espaço privado. → o olhar é também uma forma de comunicação → a expressão (do rosto) → a comunicação não verbal contribui para a comunicação: verificação e certificação de intenções
Para que a comunicação se processe - lado biológico: → aparelho de fala → lado social: interagir com o meio e com os outros → exercício funcional : treinar a fala com repetições
Todos estes sistemas de comunicação cooperam entre si, e os sistemas não linguísticos servem sobretudo para enfatizar os linguísticos. Na recepção os interlocutores lidam com vários tipos de comunicação ex.; a fixação ocular mútua, quando conversam; - Pelo tom de voz , pelo estilo que dá-nos indicadores sociais e emocionais da pessoa com quem conversamos.
- comunicação representacional ex.: um pai diz ao filho “fecha a porta” - só é possível o filho perceber o pai porque partilham uma série de conhecimentos. Saber o que é uma porta, existe uma porta, esta aberta, os filhos devem obedecer, etc. No entanto nada disto é preciso pois eles partilham uma série de pressupostos. Noutra situação, numa empresa, o administrador passa e deixa a porta aberta e o porteiro diz “fecha a porta”. Não existe enquadramento do diálogo e os pressupostos não são partilhados, pois o dever de fechar a porta pertence ao porteiro.
- aspectos da comunicação defensiva. ex. em comunicação terapêutica. se dá a ideia que esta a avaliar o outro, vai provocar no outro uma defensiva. por vezes a culpa do sujeito leva o sujeito a interpretar a comunicação como sendo negativa (piada da mãe que chama o filho aflita depois do tremor de terra, e este diz que não foi ele)
Aquisição da linguagem Este progresso por vezes parece lento, mas é uma aprendizagem extraordinária. Já por volta dos 10 anos as crianças já interiorizaram as regras da linguagem (ex. regras da gramática). A criança vai induzindo estas regras da linguagem. - Aos 6 meses só palra, gera sons com entoações mas sem significado - com 1 ano surgem as primeiras palavras que significam frases completas; estendem abusivamente as palavras: cão serve para gato, para cavalo, tudo com 4 patas e pelo é cão - aos 18 meses começa a juntar duas palavras; depois pode saltar para 5 ou 8 palavras ou mais, é um salto. depois o desenvolvimento vai caracterizar-se por uma maior perfeição das frases; masculino /feminino singular/plural. - aos 6 anos já domina bastante a linguagem e vai aperfeiçoando até aos 10 anos. Sobre o mito de aprender uma segunda língua (estrangeira) cedo; não é por ser cedo que vai ter uma melhoria muito clara na aprendizagem da linguagem.
Hipótese dos comportamentalistas : pensar não é mais do que um discurso sub-vocal hipótese do determinismo linguístico: a estrutura da linguagem determina a estrutura do pensamento Linguagem => Pensamento No entanto, as diferenças na linguagem não determinam diferenças no modo como percepcionamos o mundo. Existem povos com várias palavras para a mesma coisa
a hipótese inversa: a estrutura da linguagem é determinada pela estrutura do pensamento Pensamento => Linguagem Nesta caso a linguagem seria uma ferramenta para comunicarmos o pensamento
Uma outra hipótese (modularidade da linguagem) defendida pelos autores, de que são independentes Nesta hipótese, não se nega que a linguagem transmite o pensamento, mas propõe-se que a linguagem opera com base independente da cognição geral, ou seja é um módulo autónomo. Será que a aquisição da linguagem tem princípios únicos ou que são comuns a outras áreas da cognição? Serão separados ou fazem parte da cognição? Estes autores defendem que é um módulo encapsulado, separado dos outros processos cognitivos. Chomsky (1980) e Fodor (1983)
Uma outra perspectiva é a de Vigotsky : o pensamento é diferente da linguagem, mas têm uma relação dinâmica, em constante interacção. conceito central neste estudo é o de linguagem interior (para connosco próprios, é a linguagem que pensamos). Vigotsky vai estudar a linguagem egocêntrica ( a que as crianças usam quando estão a brincar e vão falando sozinhas) assim apelidada por Piaget. Slide Vigotsky/Piaget
Estes autores têm 2 perspectivas diferentes: → na perspectiva de Piaget a linguagem egocêntrica é uma linguagem que só serve para o crescimento e que depois vai desaparecer. → para Vigotsky, a linguagem egocêntrica depois vai originar a linguagem interior (não desaparece mas transforma-se em linguagem interior, que se pensa sem pronunciar).
As características da linguagem egocêntrica são: → Quanto mais velha a criança menos se entende o que diz (de linguagem egocêntrica, murmurada), porque? Porque vai dizendo menos e pensando mais. É como a linguagem interior, em que a predicação é o que está presente (não referimos tudo, o contexto, etc.)
As características das várias linguagens
Linguagem egocêntrica: - inicialmente tem uma estrutura igual à da linguagem de comunicação; - cada vez menos complexa, quase só depois predicativa, tende a condensar, uma maior simplificação e menor vocalização, é isto o aproximar das características da linguagem interior
Linguagem interior: - não existe vocalização - predicação, não existe sujeitos, (sabemos o que estamos a pensar) - linguagem quase sem palavras - uma espécie de rascunho para a linguagem escrita ou oral
Linguagem oral - diálogo: não temos muito tempo para formulações complexas - monólogo: formulação mais complexa
Linguagem Escrita - ausência de contexto - ausência de expressões - organização previa do que vamos escrever (rascunho escrito ou pensado)
Segundo Vigotsky seria necessário dar um passo em direcção ao pensamento (por vezes o pensamento esconde-se por trás das palavras) "Fugiu a boca para a verdade" -- actos falhados , mas verdadeiros!
Podemos distinguir unidades distintas do discurso ex.: falar desta aula mais tarde, tem que se falar de várias partes da aula, seriam várias partes do discurso. O pensamento é globalizante e o discurso é parcializante
Como conclusão, só uma teoria histórica da linguagem interior pode abordar esta relação entre pensamento e linguagem. Ver citação de Vigotski : “Uma palavra desprovida de pensamento é uma coisa morta, e um pensamento que não se concretiza em palavras permanece na sombra.”
Por Tatiana Santos |
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