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Psicologia

Introdução à Psicologia

Autor: Tatiana Santos

 

Data de Publicação: 26/08/2006

N.º de páginas visitadas neste site (desde 15/10/2006):

 

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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

 

 

*A Percepção*

 

A percepção visual

 

Selecção da informação:

É um estímulo eficaz. A informação pode chegar na mesma quantidade a dois pessoas mas a retenção da informação pode variar. Quando centramos a atenção num dado estímulo vamos secundarizar outros estímulos. Depende de onde centramos a nossa atenção. Isso vai fazer variar o limiar sensorial.  Este consiste numa noção estatística.  É o ponto em que 50% do estímulo é percepcionado pelo sujeito.

Também o nível de motivação influencia o limiar sensorial. Se estamos motivados para percepcionar algo, o limiar sensorial vai estar baixo.

 

Princípios de organização Gestaltica:

Leis gestalticas: a forma é uma organização que não se pode reduzir a uma justaposição dos elementos que a constituem.

 

Os 4 momentos do processo adaptativo:

a) Resulta de um encontro de várias formas de energia (vibrações; radiações) com receptores sensoriais mais ou menos especializados e sensíveis ao exterior. O receptor só capta a estimulação se estiver num intervalo que o nosso receptor puder receber. Tudo depende dos valores da energia.

Um estímulo eficaz:

a.1) apresenta os valores nos limites apropriados

a.2) dirige-se ao receptor adequado

a.3) variam de pessoa para pessoa e de espécie para espécie

Quando o estímulo eficaz atinge o receptor, a energia é transformada em estímulo nervoso.

b) Após a percepção, dá-se uma tomada de conhecimento da informação recolhida

c) É a fase final do ciclo. Decide que tipo de resposta deverá ser adoptada

d) O comportamento será uma sequência ordenada. Se assim for, falamos de comportamentos inteligentes (ex. de um comportamento não inteligente: a galinha vai contra a rede porque quer apanhar o milho que se encontra do outro lado)

 

Princípios gestalticos de organização:

Princípio da semelhança:

Elementos semelhantes são percebidos como pertencentes à mesma forma

 

Princípio da continuidade:

Elementos orientados na mesma direcção tendem a organizar-se na mesma forma

 

Princípio do sobreposicionismo

 

Ilusões, erros de perspectiva

Constância do tamanho:

O tamanho de um objecto permanece relativamente constante. Os nossos conhecimentos são muito importantes para a constância do tamanho. Percepcionamos o tamanho real a diferentes distâncias. Os factores sociais têm muita importância.

 

No domínio da percepção existe:

* percepção interpessoal ou intervisual (como é que achamos que os outros nos vêem, como vemos os outros…)

O olhar é uma questão muito importante em termos de psicanálise. Sentimo-nos incomodados quando somos olhados porque sentimos que nos olham para dentro.

 

 

 

*A Memória*

 

Estádios da Memória:

Input (introduzir na memória) 

Save (manter)

Recover (recuperação do material)

 

Codificação e Armazenamento

 

Memória a curto e longo prazo

Existem coisas que nunca esquecemos e outras que nos saem facilmente da memória. A teoria da memória a curto prazo surgiu nos anos 60. Recebemos a informação que nos chega do meio e temos tendência para a armazenar. Possuímos sempre uma memória sensorial auditiva e visual. Esta informação armazenada, se não for alvo de atenção, passa para a memória a curto prazo. Para que entre no domínio da memória a longo prazo, terá de ser repetida várias vezes.

 

Armazém sensorial:

ATENÇÃO ----- memória a curto prazo ----- REPETIÇÃO ----- memória a longo prazo

 

A memória a curto prazo tem uma capacidade limitada. Este limite é definido por um conceito – Memory Span (capacidade de memória a curto prazo). Segundo Miller (1956), a recordação de uma parte da informação ajuda na recuperação da outra. O seu limite vai ser definido por 7 chunks +/- 2. Chunk – peça integrada de informação 

Exemplo:

BAFDILTUN

27052793

Apesar das letras não formarem, juntas, qualquer significado são passíveis de serem divididas em sílabas – chunks. Mais facilmente as decompomos do que os números

 

O esquecimento deriva de dois tipos de interferência:

1. pró-activa (é influenciada por hábitos antigos. A aprendizagem é dificultada)

2. retro-activa, por exemplo as testemunhas oculares (a aprendizagem nova veio esquecer hábitos antigos)

 

O esquecimento deriva do apagamento do traço ou da interferência? Ambos os factores são importantes no esquecimento, quer a longo, quer a curto prazo. Não são diferentes. Este é um dos modelos de modal model.

Um dos argumentos que continuou a defender as memórias é o facto de, por um lado, existir um armazém com limites e outro com grande capacidade de memória, que é mais lento a registar a informação e, como tal, a recordá-las.

Neste modelo, a ideia é – antes da informação passar a longo prazo, passa pelo curto prazo. Não é fiável que toda a informação que esteja a curto prazo passe, necessariamente, a longo prazo. Por isso esta teoria vai sendo ultrapassada. Vai nascendo outra:

 

Os níveis de processamento

Quanto mais profundo é o processamento de informação, melhor é recuperado. Não é pelo facto de estarmos a repetir algo que a memória passa a longo prazo. Não existe uma estação a meio caminho da memória a longo prazo.

Mas então… como se justificam os limites sensoriais da nossa memória?

 

 

Memória do trabalho

Criou-se a ideia de memória do trabalho. Sistema que serve para manter e manipular temporariamente a informação.

Ex.: França, Chile, Peru, Brasil/ Checoslováquia, Afeganistão, Turquemenistão…

Os nomes maiores demoram mais tempo a ler e isso vai influenciar a memória. Anderson faz uma analogia engraçada entre o trabalho do Homem e o circo – temos um limite. Temos de trabalhar com um número limitado de itens.

A memória do trabalho varia de pessoa para pessoa. Para uns é mais fácil memorizar do que para outros.

 

Níveis de processamento:

Qual o melhor método para estudar?? A quantidade de estudo não é a única variável importante. O modo como processamos a informação é essencial (de um modo elaborado – enriquecer, envolver e relacionar as várias questões).

 

Processamento elaborado de textos:

-    Examinar

-    Questões

-    Ler

-    Reflectir

-    Relatar

-    Rever

 

Retenção e Recuperação

Esquecimento

Hipóteses – a memória desapareceu OU a memória está lá mas não conseguimos recuperá-la.

Ex.: decorar um lista de palavras e relembrá-las de seguida. Quanto maior for o tempo, maior será o esquecimento.

Curva de esquecimento: Existem coisas que parece que esquecemos muito facilmente mas existem outras que nos marcam verdadeiramente.

 

Memória Perspectiva:

Lembrar de fazer coisas. É apenas usada nessas alturas e é uma memória com muito pouca informação.

 

Memória Retrospectiva:

O que fizemos durante um encontro, o que dissemos, como estava o dia… tem muito mais informação.

Truques para memorizar: (Mnemónicas) localização – associação da ideia para conseguirmos recordar aquilo que queremos. Temos tendência para associar certas coisas.

 

Memória Explicita:

É aquilo que podemos recordar conscientemente.

 

Memória Implícita:

Mostramos possuir os conhecimentos sem ser de forma explícita. P.ex.: mexer no computador pressupõe conhecimentos básicos de informática

Recuperação com Inferência: Quando queremos recordar um facto particular e não o conseguimos, somos capazes de ir recordando coisas relacionadas com esse facto até o conseguirmos relembrar (através de inferências).

Por vezes as inferências induzem-nos em erro. Mas, geralmente, são úteis e importantes.

 

 

 

*Representações*

 

O modo como a informação é representada na nossa mente vai determinar o modo como processamos essa mesma informação.

 

As representações baseadas na percepção:

A memória para o material visual é maior do que a memória para a informação verbal. Uma experiência que demonstra isso mesmo está indicada na primeira página, imediatamente após a aula teórica correspondente a «representações» (contida no caderno de Introdução à Psicologia*). Há estudos que mostram que este material é processado por uma diferente parte do cérebro.

 

Imagens Mentais (ver Anderson):

Frequentemente ocorrem-nos imagens mentais e, portanto, presenciamos essa imagem. O ser humano opera sobre as imagens mentais.

 

Processos:

a) Rotação Mental – rodam a imagem mental. A quantidade de tempo necessária para fazer esta operação é função linear do número de graus que a imagem tem de rodar. Se fizer uma rotação completa vai demorar mais tempo para que esta se conclua.

b) Exploração da Imagem – Demora tempo até percorrermos mentalmente uma imagem. O tempo que demoramos a percorrer o espaço também é função da distância dos objectos*. Quando as pessoas operam sobre imagens mentais fazem um processo análogo.

c) Atributos Espaciais (tacto, etc.) e Visuais (cor, etc.) – São diferentes áreas do cérebro. As imagens mentais contêm ambos. 

d) Estrutura Hierárquica das Imagens – Constituímos uma figura complexa. A prova disso é que na página de exemplos*, as pessoas são mais rápidas a concordar que a figura B está dentro da A, do que a C está dentro da A. 

As imagens visuais organizam-se hierarquicamente em chunks organizados, dentro de partes de imagens ou chunks ainda maiores.

 

Os Modelos Mentais:

Forma de representarmos as informações. Esta teoria foi-se desenvolver no campo do dedutismo. Na nossa mente vamos espelhar aquilo que está a ser representado, a informação. Acaba por funcionar como uma forma de representação análoga.

 

 

 

*Conhecimentos*

 

Aos cognitivistas interessa saber como é que o ser humano organiza as informações de modo a conhecê-las. Existem diferentes tipos de conhecimento:

a)   Conhecimento Explícito

b)   Conhecimento Tácito

c)   Conhecimento de Modelos

 

A – Conhecimento Explícito

Tipo de conhecimento linguístico. Todo o tipo de conhecimento do qual podemos expressar-nos verbalmente. Conhecimento teórico quando é intencionalmente activado.

 

B – Conhecimento Tácito

Tipo de conhecimento que nos permite interagir com o mundo. Grande parte destes conhecimentos é constituída por procedimentos opacos (formas de acção que requerem  pouco controle ou domínio. É mais automático). Estes procedimentos opacos operam inconscientemente. Podemos é fazer um esforço para trazer à consciência e estabelecer uma aproximação descritiva disso. Está relacionada com o saber agir numa dada situação, viver a situação por dentro.

 

C – Conhecimento de Modelos

Corresponde a um modelo específico que contém a contribuição dos outros dois conhecimentos. A forma mais típica de distinguir os conhecimentos é o Conhecimento Declarativo e o Conhecimento Procedimental.

 

Anderson

Representações do conhecimento baseado no significado: quando recordamos algo, é recordado o significado e poucos detalhes. O contrário de quando presenciamos.

A memória para informação visual é maior. Já somos capazes de reter informações visuais, mais do que na informação verbal. Mas mesmo assim temos tendência para interpretar as imagens.

 

Tipos de Organização dos Conhecimentos:

Várias hipóteses e todas elas são plausíveis

 

ANDERSON

Þ    Redes proposicionais

Þ    Redes semânticas

Þ    Esquemas

 

STEVENSON

Þ    Sistemas baseados na lógica

Þ    Redes semânticas

Þ    Produção de regras (conhecimentos procedimentais)

Þ    Scripts

 

BRUNO B

Þ    Modelos mentais

Þ    Imagens mentais

Þ    Representação subsimbólica

Þ    Lógica formal

Þ    Redes semânticas

Þ    Produção de regras

Þ    Scripts

Mais importante:

Þ    Sistemas lógicos

Þ    Redes semânticas

 

O propósito de Quilliaus – rede de ligações entre conceitos representados como nós (pontos fulcrais). A cada um desses nós estão associadas várias propriedades que têm uma estrutura hierárquica.

As pessoas demoram mais tempo a ver se uma frase é verdadeira ou falsa, conforme os nós (conceitos) que tem de percorrer nas redes semânticas. As propriedades que são verdadeiras para níveis semânticos superiores, também o são para categorias de nível inferior. Este modelo é um sistema mais baseado na lógica do que na investigação empírica.

 

Porque é que as pessoas, quando ouvem uma história e a recordam, omitem certos factos?

As pessoas reconstroem o que ouviram. Aquilo que recordamos é influenciado por aquilo que aprendemos.

 

CONCEITOS

 

Esquemas, Scripts – Conhecimentos gerais sobre certo tipo de acontecimento (ex.: ida ao restaurante). Sequência de acções paralelamente ordenadas e orientadas em direcção a um objectivo. Inclui certos papeis: empregado, cozinheiro… Inclui certos objectos: mesa, talheres, comida… Mas não inclui detalhes: decoração, conta… Os scripts dividem-se em subscripts/cenas (tradução brasileira = roteiro).

 

Pacotes de Organização da Memória (MOP)

São aglomerações generalizadas de eventos que vão denominar as cenas. São de nível superior aos scripts e mais flexíveis que estes últimos.

 

Pontos de Organização Temática (TOP)

Forma de organizarmos o conhecimento que ainda está menos ligado a qualquer conjunto específico. De ordem superior aos MOP.

 

Frame – caracterizam a nossa ideia de conceitos

Script – caracterizam os nossos movimentos típicos

 

 

*A Aprendizagem*

 

Principais escolas:

* Associacionismo: a aprendizagem é a resultante de conexões (associações) entre estímulos e respostas

* Cognitivismo: a aprendizagem é a resultante da reorganização cognitiva de percepções, novas relações, resolução de problemas e compreensão

 

ASSOCIACIONISMO – autores

Þ    E. L. Thorndike

Þ    I. Pavlov

Þ    B. Skinner

 

COGNITIVISMO – autores

Þ    M. Wertheimer

Þ    W. Kohler

Þ    J. Bruner

 

E. L. Thorndike

Animal intelligence

 

* A aprendizagem resulta de conexões entre estímulos e respostas, num processo de tentativa e erro.

 

Leis:

  1. Lei da Prontidão

  2. Lei do Exercício

  3. Lei do Efeito: uma conexão é fortalecida se for seguida de satisfação (recompensa)

 

Ivan Pavlov

 

Reflexo condicionado – se um estímulo neutro é associado a um estímulo incondicionado, o estímulo neutro ganha a capacidade de desencadear a resposta (condicionamento clássico)

 

Principais fenómenos do condicionamento clássico:

* Generalização

* Extinção

 

Watson faria estas experiências com bebés

 

B. Skinner

Behaviour of Organisms, 1938

 

Þ    A aprendizagem resulta da interacção com o meio

Þ    Comportamentos respondentes e operantes

Þ    Operante --- esforço --- frequência de resposta

Þ    Lei: se a ocorrência de um operante é seguida de um reforço, aumenta a frequência desse operante particular

 

Experiências com ratos e pombos

 

Principais fenómenos do condicionamento operante:

·        Generalização

·        Discriminação

·        Extinção

 

A ideia do reforço constante tende a extinguir-se

 

M. Wertheimer

 

Þ    O todo (gestalt) é maior do que a soma das partes

Þ    A aprendizagem resulta da apropriação cognitiva de uma matriz de significação

 

 

W. Kohler

 

A aprendizagem ocorre por apropriação significativa das condições do meio e gera-se pelo pensamento e insight

 

J. Bruner

 

Sublinha a ideia da criação de matrizes cognitivas em totalidades estruturantes

 

Leis:

Þ    Motivação

Þ    Estrutura ou conteúdos

Þ    Sequência

Þ    Reforço (informação retroactiva)

 

Por Tatiana Santos

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