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Psicologia

A Psicanálise

Autor: Tatiana Santos

 

Data de Publicação: 26/08/2006

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- INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE -

 

 

Finais do século XVIII – famoso julgamento em Salem, nos Estados Unidos.

Foi a última vez que as pessoas com problemas, nomeadamente histeria, foram mortas por se acreditar que estavam possuídas pelo demónio.

 

Santo Agostinho associava a doença à desordem e esta ao pecado. Por isso, mais valia – no seu entender – orar do que curar.

Toda a Cristandade, até ao início da Reforma, não se preocupava com a saúde. Quem se encarregava disso eram os

 

Judeus e os Árabes. O primeiro grande asilo para doentes mentais (séc. XV) foi construído pelos árabes.

 

São João de Deus criou uma ordem religiosa com o único objectivo de tratar os doentes mentais, que dividia em três categorias:

1 – Simples… débeis, sujeitos a abusos por parte da população

2 – Dementes… sofriam de demência

3 – Celerados… perigosos para a sociedade

 

São os abusos que levam à construção de asilos no final do séc. XIX.

 

Com a reforma começa-se a pensar nas perturbações e é então que as doenças psíquicas se dividem em 2 famílias:

- Neuroses – em que se mantém a integridade do EU

- Psicoses – Há uma desrealização. Uma perda da realidade. Os psicóticos têm símbolos diferentes dos nossos… um cogumelo pode querer dizer cogumelo… pénis… pai…

Hoje em dia, com a medicação, é mais fácil tentar dominar a doença mental que é um problema crónico, com perda de capacidades cognitivas.

 Por exemplo, a ESQUIZOFRENIA: Pode manifestar-se pela primeira vez aos 18 anos, após bem sucedidos exames nacionais e evolui até o doente deixar de saber quanto é 2 + 2. É preciso ensinar o doente as suas anteriores competências (estar à mesa, lavar-se…).

 

Há bastante tempo verificou-se que uns comprimidos para controlar a hipertensão provocavam depressões. Chegou-se à conclusão, após muitos estudos, que isso acontecia devido a um componente que aumentava o nível de SEROTONINA no organismo. A Serotonina, quando aumenta, induz um estado depressivo.

Por isso, criou-se um antagonista para a Serotonina – o LSD. Não havia depressões mas o número de Psicoses Tóxicas aumentou.

Surgiram depois os primeiros medicamentos para combater a depressão – os TRICÍCLICOS. Porém, esta família de medicamentos aumentava o apetite e as senhoras não queriam tomá-los porque ficavam mais gordas.

Chegou-se ao comprimido da alegria – PROZAC, que agora é tomado em excesso porque faz emagrecer.

Também há quem defenda que o aumento da Serotonina possa ser provocado por um gene – existirá o gene da depressão??

 

 

Tentativas de Tratamento:

 

Os celerados encontravam-se presos com correntes para não atacarem ninguém. Num incêndio em França, morreram – por isso – 133 doentes mentais queimados por ninguém se lembrar de os soltar. Foi Pinel quem começou por libertar os doentes das grilhetas.

Não se podem juntar patologias – por exemplo: não se podem colocar juntos Borderlines e Esquizofrénicos. Os Borderlines abusam dos Esquizofrénicos.

 

Salpêtriére:

Freud começou por usar cocaína no tratamento dos doentes. Acabou por ir para França porque o seu doente tinha ficado viciado. Quando lá chegou ficou impressionado com os tratamentos, sobretudo com a relação directa entre histeria e sexualidade.

Psicanálise:

Método terapêutico. Quando se iniciou a Psicanálise (o primeiro sintoma dos problemas é a ansiedade) havia um número elevado de sessões por semana – começou-se por 5/semana. Actualmente, o normal são 3 sessões/semana.

 

=> A primeira concepção de Freud – causas puramente sexuais

 

Séc. XVIII/ XIX – tinha havido um movimento a favor da Mesmerização (antes de Freud). Através da Hipnose conseguia-se que as pessoas alterassem os seus comportamentos.

Freud chamou a atenção para o inconsciente. Se se derem ordens que vão contra a moral das pessoas – elas não obedecem.

Freud chegou à invenção da psicanálise pela necessidade de encontrar uma explicação psicológica para a doença mental, que permitisse o seu tratamento ou cura, entre elas as neuroses.

ü Neurose histérico-fóbica – Queixas de falta de afecto medo de coisas (aranhas, espaços, abertos/fechados)

ü Neurose obsessiva – série de actos compulsivos (ex.: lavagem das mãos repetidas vezes)

ü Neurose ansiosa /ataques de pânico – o indivíduo reage fisiologicamente a algo que o ameaça (aumento da frequência cardíaca e respiratória.

 

Para as psicoses, esquizofrenia e doença maníaco-depressiva, não havia tratamento è vem da relação que a pessoa tem com o real

Quando se tem uma psicose as noções do real não existem. O delírio é a realidade do psicótico, como se houvesse uma mudança de simbologia. O indivíduo quando se encontra em delírio, o sofrimento é de tal ordem, que o mesmo tenta encontrar explicações para a sua dor. Deve-se diminuir este estado e não alimentá-lo.

Para Freud haveria um critério semelhante a uma termodinâmica, uma máquina que servisse para pensar. Teria que haver um princípio que a alimenta, tem que ter energia e uma máquina que a processasse.

“O que é importante para a mente humana” 

Freud

 

Surge o princípio de prazer como significado da ausência de tensões. Tudo o que fazíamos do ponto de vista psicológico destinava-se a eliminar tensões.

 

Energia Psíquica – energia de origem sexual, libido, que permitia o funcionamento do aparelho psíquico. Este divide-se em 3 partes:

ü Consciente – parte do psiquismo que está em contacto com o meio, analisando e procurando dar as respostas adequadas

ü Memória – pré-consciente

ü Inconsciente–onde se reprimem pensamentos desagradáveis, possui conteúdos recalcados.

 

 

 

Freud descobriu que temos dificuldade em lembrar certas coisas, sendo necessário um esforço. Concluiu que haveria uma Barreira da Memória, necessitando de ser ultrapassada para que nos seja possível recordar de algo, a Barreira do Recalcado, localizada entre o pré-consciente e o inconsciente, só sendo possível ultrapassá-la de uma determinada forma.

 

As representações estão em diferentes parte do aparelho psíquico e cada uma tem um vector ou cartexis de libido. Quanto maior for a sua importância, maior a sua quantidade de libido, estando a dos pais mais carregadas do que as de um amigo.

 

As quantidades de energia têm que ser contrariadas quando queremos recalcar uma representação. Aplicar uma  força  contrária  que  designamos  por  contra-cartexis, pretendemos que ela saia do campo da consciência. Uma representação recalcada pode ser avivada por uma outra memória, portanto, para recalcarmos uma ideia temos que recalcar todas as situações que lhe estão associadas. Este processo conduz a um empobrecimento da sua energia psíquica, que passa a estar virada para estes recalcamentos.

 

Uma repressão acarreta sempre uma constelação de outros recalcamentos que se vai traduzir num gesto de energia psíquica para manter essa representação afastada da consciência.

 

Freud lembrou-se então de 2 coisas:

ü Actos Falhados – “Lapsus Linguae”, quando queremos dizer uma coisa e dizemos outra;

ü Sonhos – quando estamos a dormir o consciente está desligado, logo a memória não está submetida à vontade, no entanto há sonho, então o sonho é uma manifestação do inconsciente. Se fosse apenas uma transmissão do inconsciente, vinham a todas as coisas que a pessoa tinha procurado recalcar. Um sonho falhado Þ pesadelo. As representações estão demasiado próximas do consciente nestas situações também há uma manifestação de alterações físicas, que passam pelo aumento da frequência cardíaca, respiratória e medo (sobressalto).

 

O pesadelo é sonho falhado porque a função do sonho é permitir o sono, que é essencial para o repouso físico do organismo. As privações de sono conduziam a situações de delírio e perda de contacto com a realidade.

 

O sono tem características especiais estudadas pelos Norte-Americanos. Existe um período muito curto inicial de cerca de 10 segundos durante o qual o electrocenfalograma se aproxima da linha de base (quando se registam as potências. Durante este período há como um suspender de vida. Passado este período, o electrocenfalograma começa  novamente a apresentar actividade eléctrica no cérebro. Aparecem períodos de muito típicos, movimentos rápidos dos olhos e paragem desses movimentos, designada por REM e não REM (rapid eye movement), consequentemente pensou-se que estavam directamente ligados com o sonho. No entanto, foram feitos estudos posteriores com indivíduos invisuais como consequência de um acidente, mostraram que os movimentos REM iam desaparecendo, mas os indivíduos continuavam a sonhar. O que acontece é que durante o dia para termos visão cromática há uma série de aminas que correm ao longo das fitas ópticas passando pelo nervo óptico para chegarem à retina, e nesses períodos de REM o que o olho faz é uma espécie de ginástica que tem por objectivo levar essas aminas de volta para os seus depósitos. Estudos esses que levaram a concluir que a relação entre o sonho e o movimento dos olhos.

 

Por Tatiana Santos

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