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Trabalho acadêmico sobre o tema 'A Escola Eleática' realizado para a disciplina de Matemática do 2º ano do Ensino Médio...
No estudo da história da filosofia, os primeiros filósofos são chamados de présocráticos. Apesar de passar a ideia de que existiram antes de Sócrates, o termo présocrático indica uma tendência de pensamento, estando relacionado também com filósofos que viveram na mesma época de Sócrates e até mesmo depois dele.
Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a preocupação em perguntar e compreender a natureza do mundo. Queriam entender a origem, aquilo que originou todas as coisas, o princípio delas. Os filósofos pré-socráticos são divididos em escolas do pensamento: Escola Jônica, Escola Itálica, Escola Eleática, Escola Atomística entre outras que variarão de acordo com o local e problemas discutidos por seus pensadores.
Aqui falaremos da Escola Eleática.
A escola eleática tem o seu nome derivado da cidade de Eleia, ao sul da Itália, lugar de origem de seus principais pensadores: Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Xenófanes de Cólofon. Essa escola que é um pouco diferente da Jônica caracterizou-se por não procurar uma explicação da realidade baseada na natureza, mas sim na base da razão. Suas preocupações eram mais abstratas e apresentaram o primeiro sopro de uma lógica e de uma metafísica. Seus pensadores defendiam a existência de uma realidade única, por isso ficaram conhecidos também como monistas, em oposição ao mobilismo. A realidade para eles era única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio ou fim, contínua e indivisível.
Vejamos agora um pouco sobre as principais teorias desenvolvidas por Parmênides, conhecido como fundador da Escola Eleática. Assim como vários autores da mesma época, escreveu suas ideias filosóficas na forma de poemas.
Dividido em três partes – Proêmio, Primeira Parte e Segunda Parte –, o poema Sobre a Natureza apresenta que há dois caminhos de compreensão da realidade. O primeiro, o da verdade, da razão e da essência, é o mais importante e aquele ressoa na obra de filósofos posteriores. Segundo esse primeiro caminho, se a pessoa é conduzida apenas pela razão, entenderá que “o que é, é – e não pode deixar de ser”. Para o segundo, o da opinião e da aparência enganosa, se a pessoa segue por esse caminho, acreditará que o mundo é baseado em movimento, pluralidade e devir, ou seja, acreditará que o ser e o não ser são e não são a mesma coisa.
Discípulo de Parmênides, Zenão defendeu de modo apaixonado a filosofia do mestre. Seu método consistia na elaboração de paradoxos. Deste modo, não pretendia refutar diretamente as teses que combatia, mas sim mostrar os absurdos daquelas teses (e, portanto, sua falsidade). Acredita-se que Zenão tenha criado cerca de quarenta destes paradoxos, todos contra a multiplicidade, a divisibilidade e o movimento (que nada mais são que ilusões, segundo a escola eleática). Ao contrário de Heráclito de Éfeso, Zenão exerceu atividade política e é considerado por Aristóteles como o criador da dialética.
Muitos acreditam que Xenófanes se aproximava mais de um reformador religioso do que de um filósofo propriamente dito, ao contrário de Anaximandro, por exemplo, que havia criado um conceito que buscava na natureza da matéria um motivo para todas as transformações. Xenófanes se apegava a ideia de que a essência de todas as coisas, o ser absoluto, era o UM, e o filósofo Teofrasto alegava que o Um é Deus. Xenófanes cria então um conceito de Deus que diz que ele é um ser mais alto, que não possui nenhuma característica conhecida pelo homem, e muito menos, semelhante a este, nem referente a sua imagem nem ao seu espírito.
O que esses três têm em comum é que abordaram o mesmo problema e deram respostas aproximadas. O problema abordado foi a questão da permanência e da identidade diante da mudança dos seres, ou a questão da unidade e da universalidade do Ser diante da multiplicidade dos seres particulares.
Este problema foi também abordado por Heráclito. A resposta de Heráclito foi ligeiramente diferente da apresentada pelos eleatas, embora a tradição da história da filosofia muitas vezes tenha considerado as teses de Heráclito não apenas um pouco distantes, mas opostas às da Escola de Eleia.