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Trabalho acadêmico sobre o tema 'A Escola Jônica' realizado para a disciplina de Matemática do 2º ano do Ensino Médio...
No estudo da história da filosofia, os primeiros filósofos são chamados de présocráticos. Apesar de passar a ideia de que existiram antes de Sócrates, o termo présocrático indica uma tendência de pensamento, estando relacionado também com filósofos que viveram na mesma época de Sócrates e até mesmo depois dele.
Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a preocupação em perguntar e compreender a natureza do mundo. Queriam entender a origem, aquilo que originou todas as coisas, o princípio delas. Os filósofos pré-socráticos são divididos em escolas do pensamento: Escola Jônica, Escola Itálica, Escola Eleática, Escola Atomística entre outras que variarão de acordo com o local e problemas discutidos por seus pensadores.
Aqui falaremos da Escola Jônica.
A Escola Jônica é a primeira do período naturalista, centrada na cidade de Mileto, na Jônia, nos séculos VI e V a.C. A escola jônica tinha foco em achar a substância única, a causa, o princípio do mundo natural o múltiplo e mutável. Embora a Jônia tenha sido o centro da filosofia ocidental, os filósofos que ela produziu, incluindo Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaximenes de Mileto, Heráclito de Éfeso e Anaxágoras, tinham pontos de vista tão divergentes que não se pode dizer que tenham pertencido a uma escola filosófica específica. Aristóteles os chamou de physiologoi, significando “aqueles que discursavam sobre a natureza”, porém jamais os classificou numa “escola Jônica”.
Por vezes são designados como cosmologistas, já que quase todos eram fisicalistas que tentavam explicar a natureza de como se comportava a matéria.
Tales de Mileto foi o primeiro filósofo e fundador da Escola Jônica. Tales foi o primeiro a deixar de lado o pensamento mítico para formular um pensamento na razão. Ele acreditava que tudo se originava da água: quando denso se transformaria em terra, quando aquecida se tornaria vapor e após resfriar retornaria ao estado líquido, garantindo a continuidade do ciclo. Embora nem todos os seus seguidores concordassem com isso, eles acreditavam no “princípio único” da natureza primordial.
Tales também foi o primeiro a explicar o eclipse solar que, segundo Heródoto, ele teria previsto um eclipse solar em 585 a.C. Esse acontecimento marcaria o início e desenvolvimento da filosofia, de acordo com Aristóteles.
E se Tales acreditava que tudo se originava da água e suas transformações elementais, seu discípulo Anaximandro de Mileto já acreditava em outra coisa. Ele acreditava que o princípio de tudo era a matéria Ápeiron, isto é, uma matéria infinita da qual todas as outras se cindem. Esse ápeiron é algo insurgido (não surgiu nunca, embora exista) e imortal. Além de definir o princípio, Anaximandro se preocupa em como e qual o motivo das coisas todas que saem do princípio. Ele diz que o mundo é constituído de contrários, que se autoexcluem o tempo todo. O tempo é o “juiz” que permite que hora exista um, hora outro. Por isso, o mundo surge de duas grandes injustiças: primeiro, da cisão dos opostos que “fere” a unidade do princípio; segundo, da luta entre os princípios onde sempre um deles quer tomar o lugar do outro para poder existir.
E se Anaximandro, discípulo de Tales, acreditava que tudo se originava de uma única matéria, seu discípulo Anaximenes de Mileto tinha outra explicação. Ele acreditava que era o AR o princípio que originava todas as coisas no universo. Conforme seu pensamento, por um processo de condensação, o AR se transformava em objetos líquidos e sólidos (pedras, metais, terra, água e etc.). E por outro processo, a rarefação, o AR se transformava em gases, ventos, oxigênio e fogo. Anaximenes praticou o materialismo monista e escreveu a obra “Sobre a natureza”, em prosa, o qual garantiu sua fama. Dedicou-se especialmente à meteorologia e foi o primeiro a afirmar que a luz da Lua é proveniente do Sol.
Dessa vez não é mais um discípulo de Mileto. Para Heráclito de Éfeso, tudo o que existe está em permanente mudança ou transformação. O mundo nunca permanece idêntico e tudo se transforma no seu contrário. “A guerra é mãe e rainha de todas as coisas”. É da luta entre os contrários que eles se harmonizam numa unidade. Os filósofos de Mileto haviam percebido o dinamismo das mudanças, mas foi Heráclito quem problematizou a physis (resumindo em uma palavra seria algo como a natureza).