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Poesias Trovadorescas e Poesias Palacianas - NotaPositiva

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Poesias Trovadorescas e Poesias Palacianas

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Resumo do trabalho

Análise de Algumas Poesias (Poesias Trovadorescas e Poesias Palacianas), realizado no âmbito da disciplina de Português (10º ano).


POESIAS TROVADORESCAS

Cantiga 1

Paio Soares de Taveirós

 .

Como morreu quem nunca bem

ouve da rem que mais amou,

e quem viu quanto receou

d'ela e foi morto por ém:

        Ai mia senhor, assim moir'eu!

 . 

Como morreu quem foi amar

quem lhe nunca quis bem fazer,

e de quem lhe fez Deus veer

de que foi morto com pesar:

      Ai mia senhor, assi moir'eu!

 . 

Com'ome que ensandeceu,

senhor, com gran pesar que viu,

e nom foi ledo nem dormiu

depois, mia senhor, e morreu:

     Ai mia senhor, assi moir'eu!

 . 

Como morreu quem amou tal

dona que lhe nunca fez bem

e quem a viu levar a quem

a nom valia nem a val:

     Ai mia senhor, assi moir'eu!

 .

A cantiga de Paio Soares de Taveirós trata da coita amorosa, a dor de não receber amor de quem se ama. A coita amorosa é abordada logo no começo da poesia quando o poeta diz: “Como morreu quem nunca bem/ ouve da rem que mais amou”, tendo “ouve” como “recebeu” e “rem” como “coisa”, verificamos que ele não recebeu afeto nenhum daquela que amava. O texto se dá através de comparações entre o poeta e outros que também não receberam nada daquelas que amaram. Essas comparações se dão no início de cada estrofe, através da  repetição do termo “como” que inicia todas as cobras. Por exemplo, no início da segunda estrofe: “como morreu quem foi amar...” e ainda no refrão: assim morro eu!

Podemos ainda inferir do texto, que o poeta sofre por uma mulher já comprometida, visto que na última estrofe ele se compara àquele que morreu quando amou tal dona que nunca lhe retribuiu o amor, e que ainda viu a amada ser levada por quem não merecia.

Podemos verificar  que esta poesia de amor, obviamente não é de maestria, visto que podemos perceber claramente o refrão que se repete ao fim de cada estrofe: “assi moir'eu!” O paralelismo se dá nas comparações no começo de cada estrofe, como já foi apontado acima, através do termo “como”. Ainda como paralelismo temos a repetição constante do termo “morreu” e “morte” de mesmo valor. Constituindo um exemplo de dobre, temos na segunda estrofe o vocábulo “morreu” no primeiro verso, e “morto” no quarto verso. O mesmo fenômeno se verifica na primeira estrofe.

Verificamos um exemplo de atafinda na quarta estrofe, nos versos 1 e 2:”como morreu quem amou tal / dona que lhe nunca fez bem.” notamos nessa passagem a presença de uma única frase que foi dividida em dois versos sem que isto interrompesse sua fluência e nem o ritmo da poesia.

Esta poesia é composta de versos de  oito sílabas.

.

Cantiga 2:

Martim Soares

.

Foi um dia Lopo Jograr

a cas d'um infançom cantar

e mandou-lh'ele por dom dar

três couces na garganta;

e fui-lh'escass'a meu ciudar,

Segundo com'el canta.

. 

Escasso foi o infançom

em seus couces partir entom,

ca nom deu a Lopo entom

mais de três na garganta;

e mais merece o jograrom,

Segundo com'el canta.

.

Trata-se de uma poesia satírica, mais especificamente de mal dizer visto que o poeta explicita claramente de quem ele fala. Lopo era jogral, certamente, visto estar escrito “foi um dia Lopo jograr”, e este tal Lopo foi jograr na casa de um fidalgo em troca de dinheiro que na poesia é tratado por “dom”. Inferimos pois que o tal fidalgo não deu a Lopo o pagamento correto, visto que o poeta diz: “escasso foi o infançom”, onde escasso significa ávaro. O poeta afirma que Lopo talvez merecesse que o fidalgo fizesse pior, pois afirma que mais merecia o jograrom.

O texto é formado de duas estrofes de cinco versos, é paralelístico e de refrão.. os três primeiros versos rimam entre si, o quarto verso rima com o refrão, o quinto verso rima com os três primeiros.

Percebemos o encadeamento  dos versos três e quatro da primeira estrofe “e mandou-lh'ele por dom dar/ três couces na garganta”. Temos nesta poesia um exemplo de leixa-pren que se dá entre o quinto verso da primeira estrofe e o primeiro verso da segunda estrofe com a palavra “escasso” onde no primeiro verso o sentido é de “pouco” e no segundo o sentido é de “avareza”, no primeiro quer significar que o poeta que narra não deu ajuda a Lopo, e no segundo quer dizer que o fidalgo foi injusto no pagamento, como dobre podemos apresentar no segundo e no terceiro versos da segunda estrofe a existência em  ambos da palavra “entom”.

O refrão: “segundo como ele canta” nos permite inferir, que talvez Lopo fosse de contar vantagem e, no entanto foi enganado.

Alternam-se os versos de sete e seis sílabas.

Cantiga 3

Pero da Ponte.

.

Se eu pudesse desamar

a quem me sempre desamou,

e podess'algum mal buscar

a quem me sempre mal buscou!

Assi me vingaria eu,

Se eu podesse coita dar,

A quem me sempre coita deu.

. 

Mais sol nom posso eu enganar

meu coraçom que m'enganou,

por quianto me fez desejar

a quem me nunca desejou.

E per esto nom dormio eu

Porque nom poss'eu coita dar,

A quem me sempre coita deu

 .

Mais rog'a Deus que desampar

a quem m'assi desamparou,

vel que podess'eu destorvar

a quem me sempre destorvou.

E logo dormiria eu,

Se eu podesse coita dar,

A quem me sempre coita deu.

.

Vel que ousass'eu preguntar

a quem me nunca preguntou

por que me fez em si cuidar,

pois ela nunca em mim ciudou.

E por isto lazeiro eu,

Porque num posso coita dar

A quem me sempre coita deu

.

Poema de amor, paralelístico e de refrão, onde se verifica a coita amorosa. O poeta se lamenta por sofrer de amor por certa mulher que por ele nunca sofreu. No poema ele busca uma maneira de dar a ela a  mesma tristeza que ele teve.

Diz ele no final da primeira estrofe: assim me vingaria eu, mostrando o seu desejo de fazer mal a esta senhora. Apesar disso, na segunda estrofe ele diz que não pode enganar seu coração que o fez amar a essa pessoa que nunca o amou, , afirma nesta mesma estrofe que não dorme porque não pode fazê-la sofrer. Compreendendo-se esta incapacidade de fazer mal como indicio de que ele não teria a coragem necessária para cumprir sua vingança e que seu amor por ela o impede de fazer-lhe mal.

Ainda assim, se sentindo incapaz de fazê-la sofrer, ele afirma na terceira estrofe que pede a Deus que a deixe desamparada.

É uma cantiga paralelística e de refrão, onde cada estrofe possui um verso que não rima com nenhum outro, mas que rimam entre si, o que mostra que não podem ser considerados palavra-perdudas.

O refrão se repete ao fim de cada estrofe através de paralelismo, e se alterna em: “se eu podesse coita dar, a quem me sempre coita deu” na primeira e na terceira estrofes, e “porque nom poss'eu coita dar, a quem me sempre coita deu” na segunda e na quarta estrofes. Verificamos um exemplo de leixa-pren, nesta poesia, na retomada na terceira estrofe do termo “dormiria” que foi retomado a partir do termo “dormio” que pertence à segunda estrofe.. o texto é composto de muitos mordobres, que são justamente o elemento que vai trazer a rima para o texto. Podemos indicar, por exemplo: “mais sol nom posso eu enganar / meu coraçom que m'enganou” versos da segunda estrofe..

Versos compostos de oito sílabas métricas.

.

Cantiga 4:

Mundinho

..

Sedia-m'eu na ermida de Sam Simion

e cercarom-mi as ondas que grandes som.

Eu atendend'o meu amigo!

Eu atendend'o meu amigo!

 .

Estando na ermida ant'o altar,

cercarom-mi as ondas grandes do mar.

Eu atendend'o meu amigo!

Eu atendend'o meu amigo!

.

E cercarom-mi as ondas, que grandes som,

nom ei [i] barqueiro, nem remador.

Eu atendend'o meu amigo!

Eu atendend'o meu amigo!

. 

E cercarom-mi as ondas do alto mar,

nom ei [i] barqeiro, nem sei remar.

Eu atendend'o meu amigo!

Eu atendend'o meu amigo!

 .

Nom ei [i] barqueiro, nem remador,

morrerei eu fremosa no mar maior:

Eu atendend'o meu amigo!

Eu atendend'o meu amigo!

.

Nom ei [i] barqueiro, nem sei remar

morrerei eu fremosa no alto mar.

Eu atendend'o meu amigo!

Eu atendend'o meu amigo!

.

Esta é uma cantiga de amigo, mais precisamente uma barcarola, onde a jovem que narra afirma estar em na capela de Sam Simion. Apesar da presença do tema religioso, a poesia se volta muito mais para o mar, onde a jovem espera seu namorado que demora a chegar, diz ela que morrerá nas ondas do mar.

Podemos pensar nestas ondas a tomá-la como a falta de seu namorado que saiu nas navegações, e ela o espera na igreja, onde talvez tenham firmado algum compromisso. Por isso ela se sente sufocada pelo mar. Ela afirma ainda que morrerá no alto mar, podemos julgar esta afirmação como se ela ameaçasse se lançar ao mar em busca do namorado, e morreria pois não tem barqueiro, nem sabe remar.

O refrão se repete duas vezes “Eu atendend'o meu amigo!/Eu atendend'o meu amigo!” esta repetição pode indicar que há muito ela o espera, e que a espera já se torna cansativa.

Esta cantiga é formada por seis estrofes de quatro versos. É paralelística e de refrão. Composta de versos decassílabos, e o refrão de versos de sete sílabas métricas. Todo o texto é paralelístico verificando-se principalmente a existência de leixa-pren, por exemplo, no segundo verso da terceira estrofe: “non ei [i] barqueiro nem remador” este verso é retomado na quinta estrofe, e este é apenas um exemplo, o fenômeno ocorre em todo o texto.

No refrão: “Eu atendend'o meu amigo!/Eu atendend'o meu amigo!” devemos encarar este “atendend'o” como “esperando”.

O segundo verso da terceira estrofe caracteriza uma palavra-perduda, visto que não rima com o outro verso da estrofe: “e cercarom-mi as ondas que grandes som, / nom ei [i] barqueiro nem remador.”

.

POESIAS PALACIANAS

Texto de Sá de Miranda

.

Coitado, quem me dará

novas de mim onde estou?

Pois dizeis que nam som lá,

e cá comigo nam vou.

 .

Tod'este tempo, senhora,

sempre por vós preguntei,

mas que farei que já agora

de vós nem de mim  nam sei?

Olhe vossa mercê lá

se me tem, se me matou,

porq'eu vos juro que cá

morto nem vivo nam vou.

.

Trata-se da forma fixa cantiga, visto que a poesia tem um mote de quatro versos e uma glosa de oito versos onde o último verso repete o úçtimo verso do mote com algumas modificações: “e cá comigo nam vou” - último verso do mote- “morto nem vivo nem vou” - último verso da glosa.

O esquema ritmico desta poesia é ABAB para o more e CDCDABAB para a glosa.

O poeta espressa seu desejo de entender seu relacionamento com a amada, pois ele diz que já não se compreende e nem compreende a moça:”mas que farei que já agora / de vós nem de mim nam sei?”, talvez a amada estivesse pedindo-lhe mais amor, cobrando um compromisso, por isso ele afirma no mote: “pois dizeis que nam sou lá”, mas ele se mostra já entregue a esse amor, e afirma no final do texto que ela deve verificar se ele acaso não está com ela, pois já não se encontra consigo mesmo.

.

Texto do Conde de Vimioso

..

Meu bem, sem vos ver,

se vivo um dia,

viver nam queria.

 .

Caland' e sofrendo

meu mal sem medida,

mil mortes na vida

sinto, nam vos vendo.

E pois que, vivendo,

moiro toda via,

viver nam queria.

.

Trata-se de um vilancete, posto que o mote se organisa em três versos e uma glosa de sete. Percebemos que se trata de um vilancete perfeito, já que o último verso da glosa é igual ao último verso do mote: “viver nam queria”.

O esquema dos versos é ABB para o mote e CDDCCBB para a glosa.

Neste texto o poeta exprime sua tristeza quando não vê a amada, e sua dependência, sentimental, dela, afirma que não quer viver se não vê-la: “Meu bem, sem vos ver, se vivo um dia, viver nam queria” (mote). E afirma ainda que um dia apenas que passe sem sua companhia é quase a morte para ele: “mil mortes na vida / sinto nam vos vendo.” (versos três e quatro da glosa).



268 Visualizações 30/09/2019