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Reprodução Humana e Manipulação de Fertilidade - NotaPositiva

O teu país

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Andreia Lopes

Escola

Escola Secundária de Serpa

Reprodução Humana e Manipulação de Fertilidade

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Resumo do trabalho

Resumo/Apontamentos sobre Reprodução Humana e Manipulação de Fertilidade, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano).


A reprodução é a capacidade de constituir descendência portadora de genes dos progenitores assegurando a renovação continua da espécie e a transmissão da informação genética de geração em geração.

A espécie humana, como a maior parte das espécies que existem no planeta Terra, reproduzem-se sexuadamente. Na reprodução sexuada ocorre a fecundação, com fusão de gâmetas, geralmente provenientes de dois progenitores diferentes, e formação de um ovo. Os descendentes são únicos, geneticamente diferentes entre si e dos progenitores.

Reprodução Humana

Na reprodução humana intervêm órgãos especializados que formam os sistemas reprodutores (feminino e masculino).

Sistema Reprodutor Feminino

O sistema reprodutor feminino é um conjunto de órgãos que asseguram a produção de óvulos e o desenvolvimento de embriões. Tem como funções básicas:12_reprod_humana_man_fert02

  • Génese de gâmetas;
  • Transporte dos gâmetas e local de fecundação;
  • Recepção do esperma;
  • Desenvolvimento de novos seres.

Sistema Reprodutor Masculino

O sistema reprodutor masculino é constituído por órgãos que asseguram globalmente a produção de espermatozóides. Tem com funções básicas:12_reprod_humana_man_fert03

  • Génese de espermatozóides e seu armazenamento;
  • Produção de secreções que, com os espermatozóides, formam o esperma;
  • Transporte e libertação de esperma;
  • Copulação.

Gónadas e Gametogénese

As gónadas são os locais onde são produzidos os gâmetas. No caso da mulher são os ovários e no caso do homem os testículos. A gametogénese é um conjunto de fenómenos ao nível de células da linha germinativa que leva à formação de gâmetas. Nos ovários dá-se a oogénese e nos testículos a espermatogénese.

Estrutura dos testículos e Espermatogénese

Os testículos são órgãos ovóides, situados nas bolsas escrotais, que se encontram no exterior do abdómen, o que mantém a sua temperatura um pouco mais baixa do que o normal, aspecto fundamental para a produção de espermatozóides viáveis.

Cada testículo divide-se em cerca de 250 lóbulos testiculares. Cada lóbulo possui 1 a 4 túbulos seminíferos enrolados e inseridos num tecido rico em vasos sanguíneos. Os túbulos seminíferos convergem para uma zona de ligação ao epidídimo. A produção dos gâmetas masculinos dá-se nesses mesmos túbulos.

A parede do tubo seminífero é formada por:

  • Células germinativas em diferentes fases de espermatogénese, que progride no sentido da periferia para o centro dos túbulos;
  • Células de Sertoli, responsáveis pela coesão, protecção e nutrição das células germinativas, e pela coordenação da espermatogénese.

A espermatogénese é o processo de diferenciação das espermatogónias (2n) em espermatozóides (n). ocorre nos túbulos seminíferos. Tem início n puberdade e é contínua ao longo da vida. Este processo engloba as seguintes fases:

  1. Multiplicação – formação de novas espermatogónias (46,XY) por mitoses sucessivas. De cada duas células formadas uma mantém-se na fase de multiplicação e a outra prossegue par a fase seguinte;
  2. Crescimento – formação de espermatócitos I (2n) pela síntese e acumulação de reservas nutritivas e replicação do ADN;
  3. Maturação – formação de espermatócitos II (23,X ou 23,Y) pela divisão I (reducional) da meiose, no qual cada cromossoma tem dois cromatídeos. No final da segunda divisão da meiose (equacional) formam-se quatro células haplóides, os espermatídeos, em que cada cromossoma possui apenas um cromatídeo;
  4. Diferenciação ou espermiogénese – conversão dos espermatídeos em espermatozóides. Na espermiogénese os espermatídeos, células esféricas, transformam-se em espermatozóides, flagelados, com achatamento do núcleo, diferenciação do flagelo, eliminação do citoplasma e rearranjo de organitos. Os gâmetas acabam por ser libertos no lúmen dos túbulos seminíferos para serem armazenados no epidídimo.

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Morfologia e funcionamento do espermatozóide

O espermatozóide é essencialmente constituído por três zonas:

  • Cabeça – com o núcleo genético e o acrossoma, capuz formado por vesículas do Complexo de Golgi, contendo enzimas digestivas que permitirão perfurar a camada protectora do oócito II (zona pelúcida), aquando da fecundação;
  • Peça intermédia – os centríolos, dispostos no pólo oposto ao acrossoma, originam os microtúbulos que constituem o flagelo. Concentração de mitocôndrias, fornecedoras de energia (ATP) para os batimentos do flagelo;
  • Cauda – formada pelo flagelo, cujos batimentos impulsionam o espermatozóide.

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Estrutura dos ovários e oogénese

Os ovários são glândulas de forma ovóide com cerca de 5 cm de comprimento. Um ovário apresenta duas zonas de difícil distinção:

  • A zona medular – interna e que apresenta elevada vascularização;
  • A zona cortical – periférica, com numerosos folículos ováricos em diferentes estádios de desenvolvimento.

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A oogénese é o processo de produção de gâmetas femininos. Ocorre nos ovários. Tem início no embrião, com formação de todas as oogónias, com meiose suspensa em profase I até à puberdade. A partir da puberdade e até à menopausa ocorre, em cada ciclo ovárico, a maturação, em regra, de um oócito I, e a degenerescência de outros. A oogénese compreende algumas fases:

  1. Multiplicação – durante o desenvolvimento embrionário ocorre a formação de oogónias (46,XX) por mitoses sucessivas. A maior parte das oogónias formadas degenera.
  2. Crescimento – dá-se um acentuado armazenamento de substâncias de reserva e replicação do ADN implicando o crescimento da célula. Passa a designar-se oócito I (2n).
  3. Maturação – os oócitos que não degeneram iniciam a fase de maturação com a primeira divisão da meiose, que fica bloqueada em profase I. A meiose apenas continua na puberdade, com o início dos ciclos ováricos. Os oócitos I passam a denominar-se oócitos II Início e bloqueio da divisão II da meiose em metafase II. A meiose só termina caso haja fecundação, formando-se óvulos e segundos glóbulos polares.

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Nos ovários cada oócito encontra-se rodeado por um invólucro de células somáticas mais ou menos desenvolvido, formando em conjunto uma unidade funcional, o folículo ovárico. Na criança recém-nascida cada oócito I está envolvido por algumas células, as células foliculares, constituindo os folículos primordiais, muito pequenos.

Desde a puberdade até à menopausa, alguns desses folículos entram em processo de desenvolvimento todos os meses, embora apenas um completa essa maturação. Ao aproximar-se o final da evolução do mesmo, a cavidade folicular aumenta muito e o folículo para a designar-se assim por folículo maduro ou folículo de Graaf (fase folicular).

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A pressão da cavidade folicular sobre a parede do ovário faz romper o folículo e o oócito II é libertado, sendo recolhido pelo pavilhão da trompa de Falópio. É a ovulação.

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Após a ovulação, as células foliculares (do folículo maduro) carregam-se de um pigmento amarelo intenso, o corpo amarelo, com função hormonal. Esta unidade funcional e estrutural segrega estrogénios e progesterona. Se não ocorrer fecundação, o corpo amarelo degenera (fase luteínica).

Controlo Hormonal na Mulher

O sistema reprodutor feminino é caracterizado por ciclos que decorrem desde a puberdade até à menopausa. Cada ciclo desencadeia uma série de transformações sincronizadas em órgãos como os ovários e o útero.

A existência desses ciclos deve-se à acção de hormonas ováricas, estrogénios e progesterona, sobre o endométrio.

Os estrogénios são produzidos pelas células foliculares e pela teca interna. A concentração desta hormona aumenta progressivamente à medida que os folículos ováricos amadurecem, e depois de um modo rápido atingindo o valor máximo antes da ovulação. A concentração baixa no período da ovulação devido à perda de células foliculares e volta a aumentar novamente durante a fase luteínica devido à actividade do corpo amarelo.

A progesterona é produzida pelo corpo amarelo e atinge o valor máximo de concentração durante a fase de desenvolvimento do corpo amarelo. Quando o corpo lúteo degenera, a concentração desta hormona também diminui.

A descida simultânea das duas hormonas provoca a desagregação do endométrio – fase menstrual.

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Ciclo Uterino

Paralelamente ao ciclo ovárico ocorre um ciclo uterino ou menstrual, com alterações do endométrio (revestimento uterino). Essas alterações, induzidas por hormonas ováricas, ocorrem em ciclos de 28 dias e dividem-se em fase menstrual, proliferativa e secretora.

  • Fase menstrual – quando não se dá a fecundação, ocorre a destruição parcial do endométrio, uma vez que as células, devido à contracção dos vasos sanguíneos do útero, deixam de receber nutrientes. São expelidos pela vagina sangue e fragmentos de tecidos, formando a menstruação.
  • Fase proliferativa – verifica-se o crescimento do endométrio, ao nível de espessura, com o desenvolvimento de glândulas e de vasos sanguíneos devido à elevada concentração de estrogénios a fase folicular.
  • Fase secretora – o endométrio continua a aumentar de espessura, devido à acção dos estrogénios e progesterona produzidos pelo corpo amarelo.

Regulação do Funcionamento do Ovário

Os ovários são regulados por um complexo situado no cérebro, mais precisamente na base do encéfalo, o complexo hipotálamo – hipófise. Este controlo ocorre ao nível da hipófise anterior e ao nível do hipotálamo. A hipófise anterior produz duas hormonas, as chamadas gonadoestimulinas, que actuam nos ovários (FSH e LH).

  • A foliculoestimulina (FSH) estimula o desenvolvimento dos folículos ováricos que vão produzindo estrogénios.
  • A luteoestimulina (LH) actua no folículo madura estimulando a sua ruptura (ovulação). Determina também a formação do corpo amarelo que vai produzindo progesterona e estrogénios.

O hipotálamo actua sobre a hipófise anterior através de uma neuro – hormona, GnRH. Esta hormona estimula a libertação de gonadoestimulinas FSH e LH pela hipófise. O complexo hipotálamo – hipófise controla o funcionamento ovárico através das gonadoestimulinas que, por sua vez, actuam sobre este complexo. Este fenómeno designa-se retroacção.

Uma concentração moderada de estrogénios faz baixar a FSH, por retroacção negativa, ou seja, quando existe um teor relativamente elevado de estrogénios o complexo hipotalamo – hipófise é inibido, diminuindo a produção de FSH, atenuando o desenvolvimento folicular e baixando a produção de estrogénios (valor do teor de estrogénios restabelecido).

Uma concentração elevada de estrogénios faz aumentar a FSH e, sobretudo, LH, por retroacção positiva, isto é, quando existe um teor muito elevado de estrogénios, o complexo hipotálamo – hipófise é estimulado em vez de inibido fazendo aumentar a produção de gonadoestimulinas.

Esta descarga hormonal provoca a ovulação.

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Na maior parte das mulheres, os ciclos sexuais deixam de ocorrer entre os 45 e 52 anos, sendo a menopausa o último ciclo menstrual da mulher, devido ao esgotamento dos folículos ováricos. Desse modo deixa de ocorrer retroacção negativa sobre o complexo hipotalamo hipófise, aumentado os níveis de FSH e LH.

Controlo Hormonal no Homem

O sistema genital do homem, ao contrário da mulher, é contínuo. A partir da puberdade inicia-se a produção de espermatozóides e também da hormona masculina testosterona. Esta hormona é responsável pela maturação dos órgãos genitais na puberdade, pelo aparecimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários e pela espermatogénese.

A manutenção do teor de testosterona no sangue é regulada pelo complexo hipotálamo – hipófise. Assim o hipotálamo liberta GnRH que estimula a produção de gonadoestimulinas por parte da hipófise anterior (FSH e LH). A LH actua nas células intersticiais ou de Leydig estimulando a produção de testosterona; a FSH actua sobre as células de Sertoli que absorvem a FSH, produzindo uma proteína que fixa a testosterona para se iniciar a espermatogénese. No caso de o valor do teor de testosterona se afastar os limites estabelecidos, ocorre uma retroacção negativa que regressando ao valor normal.

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Fecundação, Desenvolvimento Embrionário e Gestação

A formação do novo ser começa com a penetração de um espermatozóide num oócito II aquando da fecundação (formação do ovo). Após a formação do ovo inicia-se um processo de desenvolvimento contínuo e dinâmico com a duração de 40 semanas que culmina no nascimento.

Fecundação

A fecundação é o encontro e união das células sexuais masculina e feminina, haplóides, com fusão dos seus núcleos e formação de um zigoto diplóide. A fecundação engloba várias etapas:

  1. Deposição na vagina de 50 a 130 milhões de espermatozóides, no decurso de uma ejaculação;
  2. Contacto dos espermatozóides com o muco cervical, produzido por glândulas do colo uterino em quantidade e consistência variáveis ao longo do ciclo ovárico;
  3. Deslocação do oócito II em direcção ao útero, por contracções da trompa de Falópio e movimentos ciliares das células do oviduto;
  4. Progressão dos espermatozóides através do colo uterino. Menos de 100 alcançam as trompas de Falópio, local de fecundação;
  5. Encontro do oócito II e dos espermatozóides, atraídos por uma substância libertada pelas células foliculares;
  6. Introdução de espermatozóides entre as células foliculares e reconhecimento pela ligação a receptores específicos da zona pelúcida;
  7. Libertação do conteúdo do acrossoma – reacção acrossómica – com digestão local e travessia da zona pelúcida e absorção da cabeça do espermatozóide pelo oócito II;
  8. Conclusão da meiose formando-se o óvulo e 2º glóbulo polar;
  9. Formação da membrana de fecundação, impedindo a entrada de mais espermatozóides;
  10. Fusão dos núcleos dos dois gâmetas (cariogamia);
  11. Formação do ovo ou zigoto.

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Desenvolvimento Embrionário e Gestação

Após a formação do ovo, inicia-se o desenvolvimento embrionário ou embriogénese, o qual termina com o nascimento. Apesar dos fenómenos do desenvolvimento embrionário decorrerem de modo contínuo, podem ser assinalados dois períodos:

  • Período embrionário – dura cerca de 8 semanas, ao fim das quais todos os órgãos estão já completamente esboçados;
  • Período fetal – dura as restantes semanas e corresponde ao desenvolvimento dos órgãos e ao crescimento do feto.

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No período embrionário, o ovo, por numerosas divisões mitóticas (início do crescimento), forma um embrião que se implanta no endométrio. Quando chega ao útero, 4 dias após a fecundação, o embrião chama-se mórula, flutua livremente e é alimentado por secreções uterinas. Desenvolve-se passando a blastocisto. O blastocisto apresenta duas partes ou conjuntos de células: o botão embrionário (massa de células que origina o corpo fetal) e o trofoblasto (delimita uma cavidade interna onde faz saliência o botão embrionário. Participa na formação da placenta.

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A implantação do embrião (blastocisto) no endométrio uterino 6 a 7 dias após a fecundação designa-se por nidação. Para que tal aconteça, as células do trofoblasto produzem enzimas que digerem localmente o endométrio. O botão embrionário continua a crescer por divisões celulares e ocorrem movimentos de territórios celulares (inicio da morfogénese).

O embrião desenvolve-se formando três camadas celulares embrionárias com posições determinadas – a endoderme, mais interna, a ectoderme, mais externa, e uma terceira, a mesoderme, posicionada entre as duas primeiras. A partir destas três camadas ou folhetos embrionários constituem-se, por diferenciação celular, os diferentes tecidos e órgãos do novo ser, formando-se também estruturas transitórias (só existem até ao nascimento), os anexos embrionários:

  • Âmnio – membrana que delimita a cavidade amniótica, cheia de líquido amniótico. Forma um saco que protege o embrião da dessecação, de choques mecânicos e das variações da temperatura;
  • Córion – membrana mais exterior que, com o âmnio, rodeia o embrião e intervém na formação da placenta, formando uma extensa superfície de trocas;
  • Vesícula vitelina – é muito reduzida mas ricamente vascularizada. Parte desta estrutura fica incorporada no cordão umbilical, sendo o primeiro local de produção de glóbulos vermelhos;
  • Alantóide – contribui para a formação dos vasos sanguíneos do cordão umbilical;
  • Placenta – órgão e forma de disco que resulta da fusa do córion com o endométrio uterino. É responsável pelas trocas selectivas de nutrientes e produtos de excreção entre o embrião e o corpo materno, passagem de anticorpos da mãe para o filho e produção de hormonas.

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Durante todo o desenvolvimento embrionário ocorrem três processos fundamentais – crescimento, morfogénese e diferenciação celular.

ORIGEM DE ALGUMAS ESTRUTURAS

CAMADA EMBRIONÁRIA ÓRGÃOS/SISTEMAS
Ectoderme

Sistema nervoso

Órgãos dos sentidos

Epiderme

Mesoderme

Esqueleto

Músculos

Sistema circulatório

Sistema excretor

Sistema reprodutor

Endoderme

Sistema respiratório

Fígado

Pâncreas

.

PROCESSOS BIOLÓGICOS

Crescimento

A partir de multiplicações celulares (mitose) e aumento do volume das células.

Morfogénese

Conjunto de movimentos de territórios celulares que tomam posições uns em relação aos outros, de acordo com as estruturas que vão formar. São originadas três camadas embrionárias.

Diferenciação celular

Especialização estrutural e bioquímica de células da ectoderme, endoderme e mesoderme. Formam-se órgãos e sistemas de órgãos.

Mecanismos de Controlo de Regulação Hormonal

A hormona gonadotropina coriónica humana (HCG), é fundamental no decorrer da gestação. Esta hormona é libertada pelo embrião, ao nível do trofoblasto, impede a degeneração do corpo amarelo (efeito semelhante ao da LH) que, assim, continua a produzir estrogénios e progesterona, garantindo a manutenção do endométrio e da nidação. Elevados valores de HCG exercem uma retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo – hipófise, bloqueando o ciclo ovárico.

Às oito semanas dá-se o declínio da produção de HCG, degenerando o corpo amarelo. A produção de estrogénios e progesterona é assegurada pela placenta.

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No último trimestre da gestação, uma complexa interacção de hormonas induz o parto. A máxima concentração de estrogénios no sangue materno desencadeia a formação de receptores de oxitocina no útero. A oxitocina é libertada ao nível da hipófise posterior e é através da pressão que o feto faz sobre o colo uterino que se desencadeia o envio de mensagens nervosas ao hipotálamo para se produzir esta neuro – hormona.

A oxitocina, produzida pelo feto e libertada pela hipófise materna, estimula o útero a fortes contracções. Também estimula a produção de prostaglandinas pela placenta, aumentado mais as contracções, num mecanismo de retracção positiva.

A produção de leite materno é controlada por diversas substâncias, entre as quais a hormona prolactina, produzida pela hipófise. Durante a gestação os níveis elevados de estrogénios e progesterona exercem uma retroacção negativa sobre a secreção da prolactina. Com a expulsão da placenta os níveis de estrogénios e progesterona diminuem, permitindo a secreção e chegada da prolactina às glândulas mamárias. Inicia-se a produção do colostro e, a seguir, a do leite.

A libertação do leite pelas glândulas mamárias é controlada pela oxitocina.

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Manipulação da Fertilidade

Actualmente, existem métodos contraceptivos de grande eficácia e também processos de reprodução assistida que permitem a casais com certos problemas de fertilidade procriarem.

Métodos Contraceptivos

A contracepção consiste na prevenção voluntária da gravidez com recurso a métodos que permitem evitar a fecundação. Os métodos contraceptivos são processos que permitem aos casais planear o nascimento dos filhos. Existem vários métodos contraceptivos: os que modificam o funcionamento normal das gónadas, evitando a gametogénese; os que impossibilitam o encontro do espermatozóide com o oócito II e consequente fecundação e os que impedem a nidação do embrião.

Existem métodos contraceptivos naturais e não naturais. Os métodos mais comuns são:

  • A contracepção hormonal (oral, injectável, implante);
  • O dispositivo intra – uterino (DIU);
  • O espermicida;
  • O preservativo (feminino/masculino);
  • O diafragma;
  • A abstinência periódica;
  • A contracepção cirúrgica;
  • A contracepção de emergência.
Métodos Contraceptivos
Tipo Método Vantagens Riscos/limitações Eficácia
Natural Abstinência periódica Sem efeitos secundários. Impede a fecundação pela ausência de relações sexuais durante o período fecundo Nos casos de ciclos sexuais irregulares. Não protege das DST. 75%
Não natural Preservativo Evita o encontro dos gâmetas e, portanto, a fecundação. Protege do contágio das DST. Pode romper-se ou deixar passar alguns espermatozóides se não for colocado correctamente. 95%
Diafragma Impede a entrada de espermatozóides no útero. Requer orientação médica juntamente com uso de espermicidas. Pouco recomendado a jovens. 85%
DIU Impede a união dos gâmetas ou a nidação se já tiver ocorrido fecundação Pode ser desconfortável; risco de infecções genitais. Mão aconselhado a mulheres jovens. 95%
Espermicidas Destroem os espermatozóides. Protecção por pouco tempo. 80%
Pílulas contraceptivas Impedem a ovulação ou a fecundação. Ciclos menstruais mais regulares. Agravamentos de doenças preexistentes. Problemas circulatórios e metabólicos 98%

Reprodução Assistida

Normalmente surgem casos em que casais que planeiam ter filhos e não conseguem concretizar esse desejo. Trata-se de infertilidade. A infertilidade é a incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho e levar uma gravidez até ao seu termo natura, após um ano de relações sexuais sem contraceptivos. Os factores de sucesso na procriação são:

  • Produção e libertação de espermatozóides normais e em numero suficiente;
  • Produção e libertação de oócitos II viáveis;
  • Capacidade dos espermatozóides fecundarem os oócitos II;
  • Existência de ovidutos onde possa ocorrer a fecundação;
  • Existência de um endométrio normal onde possa ocorrer a nidação.

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A reprodução assistida é um conjunto de técnicas que visam obter uma gestação substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo. Existem várias técnicas para o tratamento da infertilidade. As técnicas mais comuns de reprodução assistida incluem:

  • A inseminação artificial;
  • A fertilização in vitro;
  • A transferência intratubárica de gâmetas, de zigotos ou de embriões;
  • Estimulação ovárica;
  • A injecção intracitoplasmática de espermatozóides (microinjecção).

Inseminação Artificial

A inseminação artificial ou IUI (Intra – Uterine Insemination) é a transferência mecânica de espermatozóides, previamente recolhidos, tratados e seleccionados, para o interior do aparelho genital feminino, na altura da ovulação. Actualmente existem bancos de esperma nos hospitais e clínicas para os casais em que o homem é infértil. Assim os espermatozóides dos dadores são crioconservados para posterior utilização.

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Fertilização in vitro

A fertilização in vitro é a recolha de oócitos II e espermatozóides e a sua junção em laboratório (placas de Petri). Esta técnica de reprodução assistida tem as seguintes etapas:

  1. Estimulação da produção de oócitos pelos ovários;
  2. Recolha dos oócitos, por laparoscopia ou passando uma agulha através da parede genital;
  3. Mistura, em laboratório, de gâmetas masculinos e femininos;
  4. Incubação, in vitro, do zigoto até à sua divisão (2 a 8 células);
  5. Transferência do embrião ou embriões para o útero, para que se possam implantar e desenvolver (FIV – ET) (ET – Embryo Transfer ou transferência embrionária)

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Transferência intra – tubárica de gâmetas, de zigotos ou de embriões

Na GIFT, transferência intratubárica de gâmetas, os dois tipos de gâmetas (oócitos e espermatozóides, previamente isolados) são transferidos para o interior das trampas de Falópio de modo a que aí ocorra a sua fusão. Neste caso a fecundação tem lugar in vivo.

Na ZIFT, transferência intratubárica de zigotos, ambos os tipos de gâmetas são postos em contacto in vitro, em condições apropriadas para a sua fusão. O zigoto ou zigotos resultantes são então transferidos por laparoscopia, para o interior das trompas.

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Estimulação Ovárica

Esta técnica é praticada quando existem anomalias no funcionamento dos ovários, por exemplo por lesões hipófisiárias. É efectuado um tratamento hormonal à mulher a partir do terceiro ou quinto dia do ciclo sexual para estimular o desenvolvimento folicular. Quando este desenvolvimento já é suficiente injecta-se à mulher uma nova hormona (semelhante a LH) que provoca a ovulação. Este tratamento pode gerar gestações múltiplas uma vez que ocorrem em simultâneo o amadurecimento de vários folículos.

Microinjecção citoplasmática de um espermatozóide (ICSI)

A injecção intracitoplasmática de espermatozóides é a microinjecção de um único espermatozóide directamente no citoplasma de um oócito II. Seguidamente, o embrião é implantado segundo a mesma técnica utilizada na FIV – ET. Engloba várias etapas:

  1. Recolha de esperma e escolha de um espermatozóide normal e bem móvel que é aspirado por uma micropipeta;
  2. A micropipeta com o espermatozóide aproxima-se do oócito II, mantido por uma pipeta de contenção;
  3. A micropipeta penetra no citoplasma do oócito até ao centro, sendo o espermatozóide empurrado para fora.

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407 Visualizações 15/10/2019