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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Física - 12º Ano |
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Movimento Circular Uniformemente Acelerado (MCUA) Autores: Márcia Martins Escola: Escola Secundária Moita Data de Publicação: 20/04/2008 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre movimento circular uniformemente acelerado, realizado no âmbito da disciplina de Física (12º ano). Ver Trabalho Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Inicialmente, tinha escolhido para o meu projecto o movimento rectilíneo uniforme, mas alterei-o, pois o movimento que tinha escolhido não iria promover uma aula tão interactiva com a turma, visto que é o movimento mais simples que estudámos o ano passado. Por isso, resolvi mudar para o movimento circular uniformemente acelerado, que vai ser uma matéria nova a estudar este ano. Questões 1. Qual a posição do vector aceleração angular, α, em relação ao movimento? 2. A componente centrípeta da aceleração é constante? 3. A aceleração tangencial será constante? 1. Suponho que o vector aceleração angular, terá o sentido do movimento quando este é acelerado e o sentido contrário ao do movimento quando este é retardado. 2. A componente centrípeta da aceleração será constante, se a força aplicada ao corpo for a mesma e for constante em módulo. 3. A aceleração tangencial é constante devido à variação do módulo da velocidade ser regular. Fundamento Teórico O movimento circular uniformemente acelerado, é um movimento onde uma partícula movimenta-se numa trajectória circular de raio R com aceleração tangencial constante. O movimento circular uniformemente variado possui velocidade variável e a aceleração angular constante e diferente de zero. Características: . A trajectória é uma circunferência. . A velocidade tangencial é variável em módulo, direcção e sentido e varia uniformemente. . A aceleração tangencial é constante em módulo, mas é variável em direcção e sentido. . A aceleração centrípeta é variável em módulo, direcção e sentido. . A direcção e o sentido da velocidade, no movimento circular, são alterados a cada instante, em razão da acção da aceleração centrípeta.
Fig.1 – Movimento Circular Uniformemente Acelerado.
Fig.2 – Trajectória Curvilínea com movimento acelerado. Velocidade Média e Velocidade Instantânea A velocidade média é o quociente entre o deslocamento e o correspondente intervalo de tempo:
Essa velocidade indica-nos
se uma partícula muda mais ou menos rapidamente de posição num dado
intervalo de tempo Δt. Como Δt tem sempre um valor positivo, a direcção
e o sentido da velocidade média coincidem com os do deslocamento. Sendo a velocidade um vector sempre tangente à trajectória, pode variar em módulo, em direcção ou simultaneamente em módulo e direcção. Mas a descrição do movimento de uma partícula em termos da sua velocidade média não permite conhecer o que acontece em cada momento do seu percurso. Isso só é possível recorrendo à velocidade instantânea. A velocidade instantânea, ou simplesmente velocidade, é igual ao limite para que tende o vector velocidade média, quando o intervalo de tempo tende para zero. A velocidade instantânea é pois, a taxa de variação do vector posição, r, por unidade de tempo, o que matematicamente corresponde à derivada do vector posição, r, em ordem ao tempo.
A velocidade é em cada instante tangente à trajectória, em cada ponto, e tem o sentido do movimento. Se o vector posição, r, for expresso em função das suas coordenadas cartesianas, x, y e z, o vector velocidade instantânea, v, será dado por:
Onde vx, vy e vz são as componentes cartesianas do vector velocidade, que correspondem às derivadas em ordem ao tempo das coordenadas cartesianas, x, y e z, de posição.
Fig.3 – Quando P se aproxima muito de A, Δt tende para 0 e a velocidade média dá lugar à velocidade instantânea.
Tab.1 – Características da trajectória curvilínea.
Fig.4 – Visualização do vector velocidade tangente à trajectória. Aceleração A aceleração instantânea, a, ou simplesmente aceleração, é uma grandeza física que permite conhecer a variação da velocidade em cada instante. A aceleração instantânea, é igual ao limite para que tende a aceleração média, quando o intervalo de tempo, tende para zero. Portanto, é igual à taxa de variação temporal da velocidade, o que, matematicamente, corresponde à derivada do vector velocidade, em ordem ao tempo.
Se o vector velocidade, v, for expresso em função das suas componentes cartesianas, vx, vy e vz, o vector aceleração, a, será dado por:
Onde
ax, ay e az
são as componentes
cartesianas do vector aceleração.
Fig.5 – Em (A) o movimento é acelerado e em (B) é retardado. Em qualquer um dos movimentos, am e Δv têm a mesma direcção e sentido e apontam para o interior da curva descrita pela partícula. Aceleração Centrípeta e Tangencial Sempre que um corpo se movimenta numa trajectória não rectilínea, age sobre ele uma força cujo efeito é alterar a sua direcção, para que o corpo em estudo possa percorrer a trajectória curvilínea. Essa força é chamada força centrípeta. De acordo com a segunda Lei de Newton (Fr = m x a), essa força é capaz de proporcionar no corpo uma aceleração, e esta é sempre perpendicular ao vector velocidade e orientada para o centro da trajectória. Essa aceleração é chamada aceleração centrípeta ou normal. É esta que provoca a variação da direcção do vector velocidade. O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
Em que v é o vector velocidade, é tangente ao movimento, e R é o raio da trajectória circular. A aceleração normal ou centrípeta é tanto maior quanto maior for a velocidade do corpo (ou ponto material) sobre o qual se aplica a força e quanto mais apertada for a curva (pequeno raio de curvatura). Existe ainda uma força que actua na direcção da velocidade, a componente tangencial, Ft, como o nome indica, é tangente à trajectória e está relacionada com a variação do módulo da velocidade. Terá o sentido do vector velocidade se o movimento for acelerado e o sentido contrário se o movimento for retardado. No movimento circular uniformemente variado, a aceleração tangencial é constante, porque o módulo da velocidade varia sempre da mesma forma nos mesmo intervalos de tempo. Numa trajectória curvilínea, como a direcção da velocidade está sempre a mudar, a componente centrípeta nunca pode ser nula. Ft = m x at Fc = m x ac Como as componentes tangencial e centrípeta da aceleração têm, respectivamente, a direcção e o sentido das componentes tangencial e centrípeta da força resultante. Por isso, a aceleração é a soma vectorial das componentes tangencial e centrípeta:
E o módulo da aceleração é dado por:
Fig.6 – Decomposição da aceleração na sua componente tangencial (at) e na sua componente normal ou centrípeta (an). Na figura 6, podemos ver que em cada ponto da trajectória, o vector aceleração, pode ser decomposto numa componente tangencial e numa componente normal (ou centrípeta) à trajectória.
Tab.2 – Aceleração tangencial vs. Aceleração normal.
Fig.7 – Na posição A, verifica-se um movimento retardado, o vector aceleração tangencial opõe-se ao sentido do vector velocidade. Sendo nas posições B e C, movimento acelerado. Quando o movimento é retardado, como no ponto A, o ângulo entre os vectores aceleração e velocidade é superior a 90º. Quando o movimento é acelerado, como nos pontos B e C, o ângulo entre os vectores velocidade e aceleração é inferior a 90º. O radiano Considere uma circunferência de centro O e um arco AB nessa circunferência. Se o arco AB tem comprimento igual ao raio, dizemos que ele mede 1 radiano. Portanto, radiano é a medida de um arco cujo comprimento é igual ao raio da circunferência que contém o referido arco. Como ao arco está associado um ângulo central, também podemos dizer que radiano é a medida do ângulo central que determina na circunferência um arco cujo comprimento é igual ao raio.
Fig.8 – radiano = raio/comprimento do arco. Exemplo: Para determinar a medida em radianos de um arco de comprimento igual a 12 cm, em uma circunferência de raio medindo 8 cm, fazemos:
Portanto, m (AB) = 1,5 radianos. O ângulo θ, que deve vir expresso em radianos, relaciona-se com a distância percorrida sobre a trajectória, S, através de:
Fig.9 – Relação da imagem com a fórmula ao lado.
Tab.3 - Relação de ângulos em graus e m radianos. Para termos uma descrição sintética do movimento só nos falta uma grandeza indicando o eixo de rotação e o sentido da mesma a cada instante. Para isso criou-se um vector, ω , com direcção dada pelo eixo de rotação e sentido determinado pelo sentido em que é feita a rotação: para cima se o movimento é feito no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, para baixo no caso contrário. O módulo deste vector é dado a cada momento por:
Note-se que ao longo do tempo o sentido e o módulo da velocidade angular podem variar, bastando para isso que ao longo do movimento o sentido de rotação se altere e/ou a razão entre o ângulo percorrido e o tempo se vá alterando. http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=20#player2
Fig.10
– No movimento acelerado, ω e α
Fig.11 – No movimento retardado, ω e α De um modo geral define-se a aceleração angular de um corpo como sendo o quociente entre a variação da velocidade angular (Δω) e o intervalo de tempo em que ocorre essa variação de velocidade (Δt). Esta definição é válida quando o intervalo de tempo considerado é grande e esta aceleração é designada mais correctamente por aceleração angular média. Se se considerar um intervalo de tempo pequeno do corpo em estudo, a aceleração angular passa a ser definida como a razão entre a derivada da velocidade angular e a derivada em ordem ao tempo.
Esta aceleração
denomina-se aceleração angular instantânea.
A aceleração angular pode ter valores positivos ou negativos. Se a velocidade angular aumentar em módulo, o movimento será acelerado e a aceleração angular terá o sinal da velocidade angular. Se a velocidade angular diminuir em módulo, o movimento será retardado e a aceleração angular terá sinal oposto ao da velocidade angular. Se a aceleração angular tiver sempre o mesmo valor, o movimento circular será uniformemente variado. As variações do ângulo θ e da velocidade angular ω com o tempo têm então uma forma semelhante à variação da coordenada x e da velocidade v com o tempo num movimento rectilíneo uniformemente variado:
Gráfico 1 – aceleração angular Do gráfico tiramos a informação que a aceleração angular é constante e positiva, e nos movimentos circulares uniformes esta é sempre constante. A área verde abaixo da recta da aceleração α e o eixo do tempo, representa a variação da velocidade angular. Dada a aceleração angular podemos obter a variação de velocidade angular ω – ω0 entre os instantes t0 e t
Gráfico 2 – velocidade angular Dada a velocidade angular ω em função do tempo, obtemos o deslocamento θ – θ0 do corpo entre os instantes t0 e t, graficamente (área de um rectângulo + área de um triângulo).
Tab.4 – Leis do movimento. O movimento é acelerado no sentido positivo quando, ω > 0 e α > 0, sendo acelerado no sentido negativo quando, ω <0 e α < 0. No entanto o movimento pode ser retardado também, sendo no sentido positivo quando, ω > 0 e α < 0 e retardado no sentido negativo quando, ω < 0 e α > 0. Através da área colorida (área de um trapézio), no gráfico 2 da página 12, conseguimos deduzir a seguinte fórmula:
área do trapézio:
Velocidade angular:
se α é constante no movimento circular uniformemente variado e t0 = 0, então:
Aceleração centrípeta:
Equação de Torricelli:
Ligação do movimento numa situação em contexto real Relativamente ao movimento que estou a estudar (movimento circular uniformemente acelerado), uma situação do contexto real que achei interessante abordar, foi a do “carrossel”, que há uns anos atrás existia muito nos parques infantis. Este carrossel, assim dizendo, só se move se for aplicada uma força, que normalmente é realizada pelos pais que empurram os filhos de modo a que o carrossel inicie o seu movimento circular. Quem exerce a força sobre o carrossel vai aplicá-la na sua componente tangencial, isto é, vai aplicar uma força, que irá ser responsável pela aceleração tangencial, que durante um curto espaço de tempo (enquanto o pai estiver a exercer a força), irá ser constante em módulo, mas irá variar tanto em direcção como em sentido. A aceleração tangencial irá ser responsável pela variação do módulo da velocidade, e quando o pai deixa de exercer a força essa mesma força, irá diminuir o seu módulo, passando a ser um movimento circular uniformemente retardado. Esta situação aborda o movimento circular uniformemente acelerado. Isto acontece, enquanto o pai está a empurrar o carrossel para este rodar, e quanto maior for a intensidade da força aplicada maior será o módulo da velocidade. Pelo contrário, quando o pai deixa de aplicar a força, o carrossel irá diminuir o módulo da velocidade, passando a movimentar-se num movimento circular uniformemente retardado, até posteriormente vir a parar. Esta situação acontece devido à força de atrito e à resistência do ar que actuam sobre o carrossel.
Fig.12 – Pais a “empurrarem” o carrossel Fig.13 – Carrosse Com o meu movimento, não consegui encontrar nenhuma actividade experimental que já tivesse dados com que eu pudesse trabalhar as fórmulas deste movimento. Por esse motivo, não consegui realizar a parte experimental que está na estrutura do projecto, sendo assim vou colocar um exercício resolvido que aborda as fórmulas do meu movimento, de modo a “substituir” a parte experimental. Um objecto inicia o seu movimento, a partir do repouso, deslocando-se numa trajectória circular de raio igual a 20m. A sua aceleração tangencial tem módulo de 2 m/s2. O objecto movimenta-se no sentido anti-horário. Após, 10 segundos. Determine: a) módulo da velocidade tangencial. b) a aceleração angular. c) a velocidade angular. d) o comprimento do arco que o objecto percorreu durante os 10s. e) ângulo θ percorrido. f) a aceleração centrípeta.
g) a aceleração total e
qual é a sua direcção.
a)
Vt
= a x t b) at = constante = 2 m/s2 at = α x R Û α = at/R Û α = 2/20 = 0,1 rad/s2 c) ω (t) = ωo + α.t Û ω (t) = 0 + 0,1 + 10 Û ω (t) = 1 rad/s d) s (t) = so + vto.t + 1/2 .at.t2 Û s (t) = 0 + 0 + 1/2 .at.t2 Û s (t) = 1/2 x 2 x 102 Û s (t) = 100m e) θ (t) = θo + ωo.t + 1/2 .α.t2 Û θ (t) = 0 + 0 + 1/2 .α.t2 Û θ (t) = 1/2 x 0,1 x 102 Û θ (t) = 5 rad ou 286,5º Cálculos Auxiliares π rad 180º 5 rad x x = 286.5º f) ac = v2/20 Û ac = 202/20 Û ac = 20 m/s2
g)
atotal =
tg (β) = at/ac Û tg (β) = 2/20 Û tg (β) = 0,1 tg-1 (0,1) ≈ 5,7º ou π rad 180º x = 0,10 rad x 5,7º Assim, em t = 10s, o objecto: a) Terá uma velocidade de 20 m/s. b) A sua aceleração angular é de 0,1 rad/s2. c) Terá uma velocidade angular de 1 rad/s. d) Terá percorrido uma distância de s = 100m. e) Estará na posição θ = 5 rad ou 286,5º. f) A sua aceleração tangencial é de 2 m/s2. g) A aceleração total é de 20,1 m/s2 e faz um ângulo de 0,10 rad com a direcção radial, apontando para o centro da trajectória. No início do meu projecto coloquei algumas questões e dei algumas hipóteses de resposta a estas. Depois de ter terminado todo o projecto cheguei à conclusão que uma das hipóteses de resposta que dei a uma das perguntas está incorrecta. Isto é, o vector aceleração angular, α, será um vector perpendicular ao plano Oxy da trajectória circular e terá a mesma direcção da velocidade angular. Relativamente, às outras questões colocadas, a hipóteses que coloquei estão correctas, por exemplo, para a questão 2, a aceleração centrípeta existe devido a uma força que tem direcção radial, a força centrípeta, sendo esta constante. A aceleração centrípeta também será constante, como se comprova com a fórmula: Fc = m.ac, (um corpo com massa m com força centrípeta constante). Quanto à aceleração tangencial, esta será constante no movimento circular uniformemente acelerado, devido à variação do módulo da velocidade ser regular ao longo de todo o movimento. Uma vez que a aceleração tangencial é a derivada temporal do módulo do vector velocidade, e a variação do módulo do vector velocidade é regular, então o módulo do vector velocidade sofre as mesmas variações no mesmo intervalo de tempo. Posteriormente, à realização deste projecto fiquei a conhecer este novo movimento. Durante a realização deste projecto deparei-me com algumas dificuldades. No entanto consegui superá-las. Outros Trabalhos Relacionados
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