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Bulimia - NotaPositiva

O teu país

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Diana Cruz

Escola

Escola EB 2/3 de Penafiel

Bulimia

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Resumo do trabalho

Trabalho escolar sobre a Bulimia (causas, sintomas, tipos, tratamentos, etc), realizado no âmbito da Área de Projecto (7º ano)...


Introdução

O diagnóstico está feito: os jovens estão a alimentar-se cada vez mais com comida hiper calórica, passam demasiado tempo passivos frente a televisores e a computadores e dormem menos. Por tudo isto estão cada vez mais gordos. As perturbações do comportamento continuam a crescer. E se por um lado comemos demais, por outro queremos ser cada vez mais magros e este paradoxo desencadeia doenças graves como a obesidade, a anorexia e a bulimia. Vai ser tema deste trabalho falar um pouco  do que é esta doença grave chamada bulimia e que tantas jovens da nossa idade padecem.

O que é a Bulimia?

A Bulimia é um distúrbio alimentar grave. Caracteriza-se por episódios de ingestão compulsiva que consistem em comer, num curto período de tempo, uma quantidade anormalmente grande de comida, com a sensação de perda de controlo. Enquanto que uma pessoa normal consome diariamente de 2000 a 3000 calorias, um bulímico pode ingerir de 10000 a 20000 de cada vez e ocasionalmente até 50000. Nestes episódios os doentes ingerem habitualmente comida que consideram “proibida” como doces e hidratos de carbono. Estes doentes têm ainda comportamentos compensatórios como vomitar, usar laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, fazer jejum e exercício físico excessivo. Os bulímicos manifestam insatisfação com o seu próprio corpo e desejos de serem mais magros. Habitualmente tem um peso normal (ou ligeiramente acima ou abaixo do peso normal), mas acham-se gordos, especialmente em determinadas partes do corpo.

Causas

Pouco se conhece a respeito das causas da Bulimia Nervosa. Possivelmente exista um modelo onde múltiplas causas devem interagir para o surgimento da doença, incluindo aspectos socioculturais, psicológicos, individuais e familiares, neuroquímicos e genéticos. A influência cultural tem sido apontada, actualmente, como um forte desencadeante; o corpo magro é encarado como símbolo de beleza, poder, auto controle e modernidade. Desta forma a propaganda dos regimes convence o público de que o corpo pode ser moldado. Assim, a busca pelo corpo perfeito tem se manifestado em três áreas: nutrição/dieta, actividade física e cirurgia plástica. Nos EUA os números de lipoaspiração passaram de aproximadamente 55.900 casos em 1981 para 101.000 em 1988. Distúrbio da interacção familiar, eventos interessantes relacionados à sexualidade e formação da identidade pessoal são apontados como factores desencadeantes ou mantedores da bulimia. Postula-se que alterações de diferentes neurotransmissores podem contribuir para o complexo sintomático, notadamente dos mesmos neurotransmissores envolvidos na depressão emocional.

Sintomas físicos e psíquicos

  • Sensação de debilidade
  • Enjoos
  • Dor de cabeça
  • Inchaço da cara (por o aumento das glândulas salivares e parótidas)
  • Erosão do esmalte dental (pelos vómitos)
  • Queda de cabelo
  • Medo de engordar
  • Alimentação compulsiva (incapacidade de controlar tais episódios)
  • Peso normal
  • Os períodos menstruais tornam-se irregulares
  • Uso excessivo de laxantes
  • Frequentemente padecem de depressões (50% dos casos), condutas compulsivas, transtornos de ansiedade, baixa auto estima e outras alterações sísmicas.

Tipos de Bulimia

Os seguintes subtipos podem ser usados para especificar a presença ou ausência regular de métodos purgativos como meio de compensar uma compulsão periódica: Tipo Purgativo: Este subtipo descreve apresentações nas quais o paciente se envolveu regularmente na auto-indução de vómito ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas durante o episódio actual. Tipo Sem Purgação: Este subtipo descreve apresentações nas quais o paciente usou outros comportamentos compensatórios inadequados, tais como jejuns ou exercícios excessivos, mas não se envolveu regularmente na auto-indução de vómitos ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas durante o episódio actual.

Transtornos associados

Os pacientes com Bulimia Nervosa tipicamente estão dentro da faixa de peso normal, embora alguns possam estar com um peso levemente acima ou abaixo do normal. O transtorno ocorre, mas não é comum, entre pacientes moderadas e morbidamente obesos. Há indícios de que, antes do início do Transtorno Alimentar, os pacientes com Bulimia Nervosa estão mais propensos ao excesso de peso do que seus pares. Entre os episódios compulsivos, os pacientes com o transtorno tipicamente restringem seu consumo calórico total e seleccionam preferencialmente alimentos com baixas calorias (dite) evitando alimentos que percebem como engordantes ou que provavelmente activarão um ataque de hipofagia. Os pacientes com Bulimia Nervosa apresentam uma frequência maior de sintomas depressivos (por ex., baixa auto-estima, insegurança) ou Transtornos do Humor (particularmente Transtorno Distímico e Transtorno Depressivo Maior). Em muitas ou na maior parte dessas pessoas, o distúrbio do humor começa simultaneamente ou segue o desenvolvimento da Bulimia, sendo que com frequência atribuem sua perturbação do humor à Bulimia. Também pode haver maior frequência de sintomas de ansiedade (por ex., medo de situações sociais) ou Transtornos de Ansiedade. Esses distúrbios do humor e de ansiedade comummente apresentam remissão após o tratamento efectivo da Bulimia.

Tratamento

A grande maioria dos pacientes bulímicos deve ser tratada ao nível ambulatório, excepto nos casos onde o desequilíbrio metabólico exige uma intervenção mais intensiva. É aconselhável o tratamento ambulatório pois, em geral, os pacientes são mulheres jovens estudantes ou com empregos, donas de casa e com filhos pequenos, onde o afastamento seria prejudicial. Quando necessário, o internamento ocorre por complicações associadas como: depressão com risco de suicídio, perda de peso acentuado com comprometimento do estado geral, hipopotassemia seguida de arritmia cardíaca e nos casos de comportamento multipulsivo, como (abuso de álcool, drogas, auto mutilação, cleptomania, promiscuidade sexual). Alguns autores preconizam a prescrição de um plano de alimentação regular. Um diário de alimentação, pensamentos, sentimentos e comportamentos experimentados em cada situação. Este diário deverá ser discutido com o paciente de forma tranquila e franca. A psicoterapia pode ser de linha cognitiva e/ou comportamental e deve ajudar o paciente no entendimento dos seus aspectos dinâmicos assim como orientá-lo em questões práticas, por exemplo: o planeamento antecipado dos horários quanto às actividades e refeições; tentar comer acompanhado; pesar-se apenas na consulta médica, etc. Os anti depressivos têm demonstrado maior eficácia na diminuição dos episódios bulímicos; esses incluem anti depressivos tricíclicos, ou ISRS (inibidores selectivos da receptação da serotonina), como por exemplo a fluoxetina e a fluvoxamina, mesmo na ausência de depressão coexistente.

Como prevenir a Bulimia?

  1. Se uma pessoa jovem ou adolescente precisa de perder peso por razões de saúde, deve fazê-lo sempre sob um estrito controlo médico.
  2. É muito conveniente realizar as comidas em família, se possível nunca em solitário, aproveitando de passagem para uma verdadeira comunicação e contacto entre as pessoas.
  3. Documentou-se, por experiências feitas, que a prática do naturismo nudista, desde a infância reduz o risco de padecer de transtornos alimentares.
  4. Deve-se contrariar a pressão dos meios de comunicação social (imprensa, rádio, televisão…) em torno das dietas, do emagrecimento e dos corpos perfeitos, incutindo à gente nova que os seus valores fundamentais e o das pessoas com que se relacionam baseiam-se nas suas qualidades, valores e comportamentos, mais do que no seu aspecto físico.
  5. Deve-se vigiar, especialmente a denominada «população de risco», mas sujeita ao padecimento destes transtornos: bailarinas, ginastas, atletas, desportistas, modelos profissionais… Nestes grupos a dieta e o controle de peso têm grande importância, e isso poderia levá-los a situações patológicas.
  6. Deve-se fazer o possível por detectar as suas épocas de crise (situações de isolamento, solidão, stress escolar ou profissional, etc.), para de imediato lhes proporcionar apoio e ajuda.
  7. Deve-se proporcionar à gente jovem um grau adequado mas não ilimitado de liberdade, autonomia e capacidade de decisão. Eles precisam criar as suas próprias vidas e valores, mas também precisam de orientação e de supervisão com a sua saúde e nas suas actividades.
  8. Deve-se evitar propor-lhes metas académicas, desportivas ou estéticas inatingíveis, com base na sua capacidade mental, sensibilidade ou constituição física, já que isso poderia produzir uma diminuição da sua auto estima e levá-los a experimentar sentimentos profundos de frustração, que poderiam tentar compensar de formas patológicas, como é o perder peso, para estar fisicamente mais atraente, ou comer em excesso para «consolar-se».
  9. Devemos ajudá-los a conhecer a sua realidade biológica e física, as suas capacidades e as suas limitações, incutindo-lhes segurança nos seus próprios valores para que possam sentir-se bem consigo próprios e se aceitem como realmente são.
  10. Deve-se ensinar aos jovens, na família e nos centros escolares, a levar uma vida saudável transmitindo-lhes conhecimentos e hábitos de alimentação sã e de actividade física adequada às suas faculdades.
  11. Se uma pessoa jovem ou adolescente manifesta o desejo de perder peso desnecessariamente ou começa a reduzir a sua alimentação, deve ser vigiada constantemente e à mínima suspeita de perda excessiva de peso ou redução anómala da sua alimentação, dever ser de imediato levada ao médico.
  12. São sinais de alarme, além dos citados anteriormente, o comer em excesso às escondidas, o ir ao quarto de banho imediatamente depois das refeições e o uso de laxantes.
  13. Recordar sempre que o diagnóstico e o tratamento precoces melhoram o prognóstico.

Características da cultura, da idade, e do sexo

A Bulimia ocorre, com frequência aproximadamente similar na maioria dos países industrializados, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália, Japão, Nova Zelândia e África do Sul. Poucos estudos examinaram a prevalência da Bulimia Nervosa em outras culturas. Em estudos clínicos da Bulimia Nervosa nos Estados Unidos, os pacientes com este transtorno eram principalmente brancos. Mas o transtorno também foi relatado entre outros grupos étnicos. Em amostras clínicas e populacionais, pelo menos 90% dos pacientes com Bulimia Nervosa são mulheres, como também ocorre na Anorexia Nervosa. Alguns dados sugerem que os homens com Bulimia Nervosa têm maior prevalência de obesidade pré-mórbida do que as mulheres com o mesmo transtorno. A prevalência da Bulimia Nervosa entre mulheres adolescentes e adultas jovens é de aproximadamente 1-3%; a taxa de ocorrência deste transtorno em homens é de aproximadamente um décimo da que ocorre em mulheres. A Bulimia Nervosa começa ao final da adolescência ou início da idade adulta. A compulsão periódica frequentemente começa durante ou após um episódio de dieta. 0 Comportamento alimentar perturbado persiste por pelo menos vários anos, em uma alta percentagem das amostras clínicas. 0 Curso pode ser crónico ou intermitente, com alternância de períodos de remissão e recorrência de ataques de hipofagias. 0 Resultado da Bulimia Nervosa a longo prazo é desconhecido.

Os bulímicos têm tendências suicidas

Os doentes com bulimia nervosa apresentam tendências suicidas e devem receber tratamento para os dois problemas, revela um estudo do Hospital de Santa Maria. Num encontro sobre a adolescência. «Há uma relação entre a bulimia e a tendência suicidária, nuns casos esta última será caso, noutros consequência. A investigação concluiu que o «crescente sofrimento e angústia devido ou mantido controlo (ou descontrolo) dos comportamentos e a baixa tolerância às frustrações… pode levar a situações de desesperança e ideias suicidárias.



273 Visualizações 22/07/2019